Destinados escrita por Martell


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase dois meses, estou de volta! Explico essa demora nas notas finais.
Aproveitem o capítulo.
XoXo



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Ginny estava agitada. Era dia 30 de julho, faltava apenas 11 dias para seu aniversário e ela estava empolgada em poder chamar seus amigos - que se resumiam em Luna e Emma, além dos filhos de alguns amigos dos seus pais. Mas o que a estava deixando inquieta não era a proximidade do seu grande dia e sim o misterioso espelho que achara no sótão quase um mês antes.

No dia em que o encontrara não teve tempo para brincar com ele. Nas semanas que se seguiram, no entanto, ficara olhando maravilhada para a imagem da moça ruiva, que sorria para ela e de vez em quando sumia, apenas para aparecer novamente com mais sorrisos. Um dia a imagem dela foi trocada por um rosto de um menino, que ela diria ter sua idade, assustado, olhos verdes como esmeralda encarando os seus. Momentos mais tarde, porém, ele sumiu, dando vez novamente a moça. Esta não estava sorrindo, parecia apenas relaxada, os olhos mel com um brilho estranho.

A ruivinha estava acostumada com a magia, claro, mas ainda considerava o objeto muito estranho, mesmo para os padrões bruxos. Não contou para ninguém, claro, temia que pegassem o objeto dela. Não sabia de algo que parecesse com o que havia achado. Sua mente dava voltas e voltas tentando descobrir o que era, como funcionava. Quem era o menino de olhos esmeralda, que se parecia com o que vira diversas vezes em seus sonhos? Quem era a linda ruiva aprisionada no espelho? Como ninguém nunca havia achado o objeto?

Era noite e a lua brilhava de forma intensa no céu. A claridade entrava pela janela do quarto, lançando sua luz prateada na ruiva sentada em sua cama, encarando pensativa as sombras projetadas na parede. Uma atípica inquietação fazia o seu coração palpitar descontroladamente. Em cima da sua penteadeira antiga estava o espelho, ainda mais misterioso do que já era durante o dia. Olhar para a imagem da mulher causava agora mais frustração que fascinação, mas algo, uma força que ela não entendia, impedia que ela se livrasse do objeto.

Não sabia o porquê daquela agitação, apenas sentia que algo importante iria acontecer a qualquer momento. Levantou-se então, andando até a janela de vidro, esperando o momento em que aquela ansiedade passaria. Precisava de ar, decidiu, estava ficando paranoica. Antes que saísse do quarto, sem entender exatamente o motivo de estar fazendo isso, pegou o espelho. Nenhuma moça a encarava. Fechou os olhos e abriu a porta do quarto, descendo rapidamente até a sala. Andou silenciosamente até a cozinha, saindo da casa e sentindo a brisa fresca do verão tocar seu rosto.

Sentou na grama macia e colocou o espelho na sua frente. Este se transformou no magnífico espelho que tinha visto no sótão, a moldura dourada brilhando sob a luz suave da lua. Ginny via apenas a si mesma, pela primeira vez. Puramente o seu reflexo, uma garota muito ruiva, de olhos mel, corpo tão pequeno que poderia se passar por uma fada. Ela, de alguma forma, parecia mais etérea, algo que parecia pertencer apenas parcialmente àquele cenário simples. E ela se achou bonita, como nunca tinha feito. Nunca pensava sobre sua aparência, até porque parecia uma coisa tola a se preocupar. Mas ela se sentia apenas mais uma, ruiva e sardenta, como todos na família. Ali, agora, ela era especial.

Sabia, de alguma forma, que era quase meia-noite. Sentia que era agora o momento que, inconscientemente, aguardara durante todo o dia. Uma sensação de formigamento passou por seu corpo, dissipando-se em seus dedos. Encarava seu reflexo, estudando a si mesma, mesmo que a garota que via em nada lembrasse a ruiva barulhenta e animada que estava todos os dias no espelho de seu quarto. Esta era séria, madura, parecia muito mais velha que seus quase nove anos. Estendeu a mão para tocar a si mesma. Precisava saber se aquilo era real. Tocou levemente a superfície fria e encarou os olhos que miravam-lhe cheios de determinação.

Mas não era mais seu reflexo que ela via. Era um garoto, de cabelos negros bagunçados, olhos verde-esmeralda escondidos atrás de uma armação de óculos redonda e remendada com fita adesiva, pele pálida e uma cicatriz peculiar em sua testa. Ginny não entendia o que estava acontecendo. Realização fluiu por seu corpo, um fluxo gelado de satisfação em suas veias. Aquele momento, estranho e totalmente incompreensível, parecia apenas tão... Certo. Ela sentia como se esperasse aquilo por toda a sua vida. Era intenso, descontrolado, nenhuma palavra em seu vocabulário poderia descrever.

É o seu destino, uma voz doce sussurrou, não tenha medo, você saberá do que falo em breve. E ela manteve a calma, não teve medo. Não parou de encarar os olhos verdes, este tão transparentes, cheios de dúvidas e, ao mesmo tempo, determinados. No fundo da sua mente, já sabia quem ele era. Harry Potter. Aquela cicatriz não poderia negar o fato. Mas aquilo não era o mais importante no momento. Aquela conexão, a voz, tudo parecia irreal, mas ao mesmo tempo, parecia já ter passado por aquilo várias e várias vezes. Conhecia aqueles olhos, assim como sabia que o cabelo dele era macio e as mãos eram calejadas. E não era apenas sobre os sonhos que tivera com ele, pois conhecia acima de tudo, sua alma.

Ginny sorriu então. Nada era por acaso. Não sabia como sabia aquelas coisas, mas não era o momento. Viu ele hesitar e então sorrir de volta. O mesmo sorriso de lado que estava registrado em sua mente. Decidiu dizer algo, mas as palavras pareciam inadequadas, como se tudo fosse acabar assim que abrisse a boca. Mas ela sentia que aquilo, a ligação que tinham, por mais que fosse recente, era eterna. Mais uma vez, era como se apenas soubesse disso, como se fosse óbvio. Para ela, parecia simples imaginar que eles estariam juntos em um futuro, este sendo distante ou não.

— Feliz aniversário Harry.

Antes que ele pudesse falar algo, ela tirou a mão do espelho e ele desapareceu, deixando para trás apenas o reflexo dela, com um sorriso triste nos lábios e um brilho nos olhos mel. Imediatamente sentiu falta dele, o fato da imagem ter sumido causou uma dor profunda.

A lua crescente brilhava no céu sem nuvens ou estrelas, apenas iluminando o azul profundo, quase preto. Ginny deitou-se na grama, deixando os barulhos da noite limparem os seus pensamentos. A brisa do verão tocava seu corpo como uma caricia, o cheiro das flores do campo inebriava sua mente. Olhos verdes cheios de vida passavam por sua cabeça, de novo e de novo. Harry Potter, sua paixonite, aquele que sempre sonhara conhecer, que imaginava namorar quando fosse mais velha, que imaginava ser o perfeito cavaleiro de armadura brilhante. Com os olhos verdes mais bonitos do mundo.

Era ele, esse tempo todo? Nos sonhos ela não se lembrava dele ter uma cicatriz. De uma maneira estranha, esse pensamento a acalmou. Não entendia porque sonhara com ele, mas era reconfortante saber que as coisas, de alguma forma, eram diferentes lá. Tornava tudo mais especial. A clareira em que brincavam era tão linda que deslumbrava a menina, mesmo que só em lembranças. O riso suave dos dois sempre se misturava aos sons da natureza. Estar ali era bom, certo. Os dois se entendiam, confiavam que aquilo, aqueles sonhos, por mais estranho que parecesse, eram reais. Ginny Weasley e Harry Potter, amigos antes mesmo de terem se visto pessoalmente. Antes mesmo de trocarem uma palavra. A ruiva riu levemente ao se dar conta disso.

Fechou os olhos, apreciando a noite fresca de verão. A grama era muito macia e ela estava tão cansada. Aquele encontro misterioso tirara todas as suas forças. Deveria se levantar e ir para o quarto, mas ele estava longe demais e o sono já fazia seus músculos relaxarem. Percebeu que o espelho ficou menor e menor, até estar do tamanho de um livro de bolso. Uma aura azul envolveu o mesmo e o guiou até a menina deitada no chão. Ela segurou ele junto ao peito, se rendendo ao cansaço e adormecendo ali, no meio do quintal.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, eu não desisti da história!.
Mas é que, bem, eu fiquei de castigo (ainda estou né) então eu fiquei sem tocar no notebook durante mais de um mês. Sorry. Esse capítulo já estava escrito, mas eu não tinha revisado. Anyways, aqui está.
Se alguém ainda lê isso, aceito comentários. Críticas (mas sem xingar a autora, plisss), dúvidas incentivos, to aceitando!
Desculpe novamente por demorar tanto. Se tudo der certo, domingo eu atualizo de novo!
Com muito amor,
Duda :3



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