Backstage escrita por Fe Damin


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a CheshireCat pela recomendação lindinha à Backstage! Me sinto muito honrada por ser a sua primeira recomendação e muito obrigada mesmo pelas suas palavras. Espero continuar fazendo sorrisos surgirem com os capítulos que vem pela frente.

Eu estou amando os comentários do capítulo anterior, nada como um bom drama para gerar reações legais! Hauahuah Aqui é a hora em que eu me desculpo por estar mega atrasada com as respostas dos comentários tão lindos que vocês me deixam, mas a vida está corrida demais... acho melhor ter capítulos novos, ne? ;P

Agora chegou a hora de ver como a Mione reagiu ao término mais do que sofrido do capítulo anterior, e pra quem está em dia com DV, sabe que ela não é a única que está sofrendo, como será que isso vai sair....
Esse capítulo eu dedico em especial para a Paulinha que é com certeza a fã numero um dele (leiam que vocês descobrirão porque)! Estou aguardando um comentário muuuuuuito divo, miga.

Espero que gostem ;)



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A pessoa que deixou a casa do Ron para trás nem parecia eu. A Hermione de sempre andava com passos decididos e a mente funcionando bem, porém a que chegou ao carro tinha as pernas trêmulas e um vazio no lugar onde deveriam estar meus pensamentos. O que tinha acabado de acontecer, ou melhor, de não acontecer? Mágoa, decepção, raiva, tudo se misturava tão rápido que eu me sentia anestesiada, minha única certeza era de que eu precisava sair dali. Cheguei em casa apenas graças ao fato de que já tinha percorrido aquele caminho muitas vezes, pois em momento algum eu tive capacidade de pensar por onde deveria ir, parecia que todos os meus sentidos trabalhavam para conseguir me levar para a segurança do meu apartamento, onde eu poderia lidar com o que aconteceu.

Contudo, estacionar o carro na garagem foi o suficiente para me lembrar de que não era ali onde eu desejava que essa noite houvesse terminado, e que a pessoa que eu queria ao meu lado, não se dignou a me dar um indício sequer de que queria a mesma coisa. Contive um soluço e apertei os dedos no volante, abaixando a minha cabeça a fim de tentar frear a força das lágrimas que queriam sair, eu ainda tinha que chegar ao meu apartamento e por mais que fosse pouco provável, a última coisa que eu queria era encontrar a minha vizinha com o rosto marcado pelo choro. Se dependesse de mim, o Ron não teria notícia nenhuma da minha situação, ele que fosse engolido por aquele sofá do qual não teve nem a decência de levantar.

Saí do carro e fui andando o mais rápido que as minhas pernas conseguiram para não parecer que estava correndo de verdade. Cruzei o corredor do meu andar sem nem olhar para os lados. Tranquei a porta, não dando atenção para as luzes apagadas, larguei a bolsa em qualquer lugar da sala e fui direto para o banheiro, eu precisava tomar um banho, me livrar do peso invisível que eu sentia. Fiquei vários minutos imóvel, parada debaixo do jato de água quente que escorria pelo meu corpo sem trazer nenhum tipo de tranquilidade. As lágrimas ainda estavam presas nos meus olhos, eu não queria chorar, por pura teimosia eu me agarrava ao pensamento de que eu estava bem, repetindo de novo e de novo, quantas vezes fosse necessário para fazer sentido.

Terminei o banho, me enrolando no meu roupão e levando a toalha aos cabelos molhados para secá-los. O que eu fazia agora? Observei o meu reflexo no espelho, enxergando os meus olhos anuviados e a bagunça de mechas que emolduravam o meu rosto. Num gesto automático, peguei a escova para desembaraçar o cabelo, mas assim que meus dedos se fecharam no cabo, eu me lembrei do dia tão recente, em que a simples ação de pentear os cabelos se tornou uma cena que fazia o meu coração doer só de lembrar. Irritada por não conseguir deixar de relacionar a presença dele nas coisas mais banais da minha vida, eu joguei a escova com força na pia e saí do banheiro. Os cabelos que ficassem como estavam, não é como se eu fosse a algum lugar.

Sem ânimo para mais nada, eu me joguei na cama, o que não foi muito inteligente da minha parte, pois ao cair de bruços sobre o meu travesseiro, meus dedos se fecharam no que ficava ao lado e sem conseguir me conter, eu o trouxe para perto, afundando o rosto no que eu tinha de mais concreto da presença dele. Tudo me invadiu de uma vez, entrando no meu sistema junto com o perfume dele e eu não consegui mais reprimir o choro. Eu não estava bem, e as lágrimas vieram me certificar que eu não pudesse esconder isso.

O choro que começou fraco, trazendo a dor da mágoa, continuou até se tornar uma enxurrada de lágrimas e soluços que entrecortavam a minha respiração, ganhando força conforme a raiva foi tomando o lugar do ressentimento. Eu me sentei apoiada no encosto da cama, o travesseiro, que passou a ser o escape dos meus sentimentos, permanecia preso entre os meus braços e os joelhos, que eu tinha trazido para perto do meu corpo. Minhas mãos se agarraram ao tecido macio, quase desejando poder rasgar aquele objeto, como se isso fosse me ajudar a jogar para longe tudo o que eu sentia.

Eu tinha passado cinco anos ao lado de uma pessoa, claro que na maior parte do tempo a nossa relação não foi tão significativa, porém isso não representava mais a verdade. É fácil se perder na noção de que você conhece essa pessoa depois de todo esse convívio, mas a realidade se mostrou muito diferente, bem mais amarga e áspera do que a que o meu coração idiota tinha fantasiado. Eu fui deixando as coisas saírem dos trilhos, fui permitindo ao meu coração se alegrar com cada gesto e terminei apaixonada, criando a ilusão de que ele pudesse sentir o mesmo.

Desde o momento em que eu admiti para mim mesma que estava apaixonada por ele, eu adiei essa conversa. Se por um lado, eu via como tínhamos nos aproximado, por outro eu não conseguia ter certeza do que ele sentia. Não havia mais mistérios para mim, meus devaneios me fizeram acreditar que pudesse existir algum futuro, mas a reação dele me mostrou que não passou de uma mera alucinação da minha parte. O que me dava mais raiva foi ter sido tão bem enganada, porque eu não conseguia chegar a nenhuma outra conclusão para o silêncio dele a não ser a de que ele não estava na mesma página que eu. E em meio às minhas lágrimas, eu me permiti odiá-lo por ter estragado tudo. Por ter sido tão adorável que eu não tive outra opção a não ser querer mais.

A raiva em relação a ele se misturou a raiva que eu sentia de mim mesma, afinal nem tentando odiá-lo eu conseguia me desprender da dor de não estar ao lado dele, e muito menos da esperança de que talvez ele ainda viesse atrás de mim. Eu tinha chegado ao ponto de precisar acreditar que aquilo tinha a possibilidade de ser apenas um mal entendido, ele precisaria de umas horas para computar tudo o que eu disse e para se dar conta que tinha agido de maneira errada.

—Sua idiota! – eu gritei com a voz embargada pelo choro.

A verdade era que quanto antes eu aceitasse o pior, mais cedo eu conseguiria me colocar de volta à pessoa que eu era, que não chorava sem parar por nada e não se afundava numa festa particular de sofrimento. Mas por essa noite eu me reservei o direito de sair do papel da Hermione normal e encarnar o alguém magoado. Em algum lugar na minha mente eu sabia que devia ir comer, já que o almoço corrido havia sido minha única refeição em horas, mas fome era a última coisa que eu sentia, eu não parecia ter lugar para nada além do que a falta de palavras do Ron causou, era um vazio preenchido de tristeza. As lágrimas não cessaram e eu acabei dormindo com o rosto ainda úmido, cansada de todos os soluços e ainda agarrada ao travesseiro dele.

Eu acordei no dia seguinte parecendo que nem havia dormido, meu sono foi agitado, e eu me sentia mais cansada do que antes. Com todos o acontecimentos, eu acabei esquecendo de programar o despertador e acordei atrasada. O nível de atraso foi tanto que eu tinha mais de uma ligação perdida no meu telefone vinda do Ced, além de algumas mensagens também, todas ignoradas com sucesso. Eu amava demais o meu amigo, mas eu precisava de mais um tempo sozinha, lidando com os meus problemas sem que ele viesse com aqueles olhos que enxergam tudo e expusesse coisas que eu não estava disposta a encarar.

Entretanto, eu era, antes de mais nada, uma pessoa extremamente responsável, portanto a não ser que uma catástrofe de níveis colossais acontecesse, eu ia dar uma satisfação ao escritório e trabalhar, não ia ser uma briga com o Ron que me faria deixar tudo de lado, apenas decidi fazer isso de casa naquele dia. O mundo podia esperar um pouquinho por mim, era menos difícil processar os meus sentimentos se eu estivesse fora do alcance de olhares curiosos.

Sem mais delongas, me levantei da cama e liguei para a secretária da minha chefe a fim de avisar que devido a alguns problemas pessoais, eu permaneceria trabalhando em casa naquele dia. Ela não fez perguntas, apenas disse que repassaria a informação para a Dolores. Eu sabia que não ia agradá-la, mas eu não escrevia mais as minhas músicas de acordo com os acordes dela, se ela tivesse algum problema com isso, que me falasse no dia seguinte.

Me encaminhei com passos lentos até a cozinha, apenas quando eu abri a geladeira, foi que notei o quão faminta eu estava, se amor não enchia barriga, tristeza não fazia um trabalho muito melhor. Preparei um café da manhã sem muita atenção, nada tinha gosto, então não era necessário empenho. Percebi meus olhos inchados e o cabelo revolto ao me olhar no espelho quando fui escovar meus dentes, se o Ced me visse assim eu com certeza levaria uma bronca. Um sorrisinho mínimo surgiu em meus lábios ao imaginar o que o meu amigo deveria estar pensando do fato de eu não ter aparecido, mas ele era esperto o suficiente para deduzir sozinho.

Sem me preocupar em me arrumar ou trocar de roupa, eu liguei o computador e comecei a cuidar de algumas das minhas tarefas do dia. Trabalhar se provou uma distração bem vinda, enquanto eu respondia e-mails ou fazia telefonemas, eu não tinha tempo de pensar no Ron, porém tudo o que eu podia fazer de casa se esgotou no meio da tarde e eu fiquei com tempo livre demais para me perder de novo na maré de sentimentos que me assolava.

Algumas horas depois, eu cheguei à conclusão de que o meu apartamento estava vazio demais para o meu atual estado de espírito, as paredes pareciam se fechar em torno de mim ao passo que eu não conseguia tirar da minha cabeça a conversa que tinha encerrado o meu dia ontem. Eu sinceramente gostaria de poder dizer que encarei tudo muito bem, mas não tinha sido assim. Pela primeira vez na vida, eu chorei até dormir, se houvessem me perguntado algumas semanas atrás se isso seria possível, eu teria negado até a morte. Não dava mais, eu precisava sair dali, um dia inteiro de auto comiseração não iam me levar a lugar nenhum e certamente não faria o Ron aparecer na minha porta com as palavras que eu queria escutar.

Com uma boa dose de vergonha na cara, eu troquei de roupa e joguei minhas coisas numa bolsa que combinasse, eu não sabia onde iria, a decisão seria feita no caminho, a única certeza é que eu não ficaria mais ali.

Abri a porta do meu apartamento e me dirigi ao corredor a fim de esperar o elevador. Nos segundos que se sucederam, escutei a porta da minha vizinha se destrancando e batendo com uma certa violência, me virei para falar com ela e descobrir se algo sério tinha incitado tal arroubo, mas me surpreendi ao encontrar não ela e sim o Harry. Ele estava com uma cara de quem tinha perdido o eixo, seu rosto deixando transparecer uma grande dose de mágoa e tristeza. Rapidamente eu entendi o que havia acontecido, parece que os irmãos Weasley tinham combinado os dias para magoar quem estava em volta.

Olhando para a cara desconsolada dele eu decidi aonde eu iria, e com quem:

—Estou vendo que vocês também não terminaram bem a última conversa - falei olhando em sua direção, não deixando nenhuma dúvida de que eu realmente me referia a ele e a Ginny.

Ele olhou para mim como se percebesse pela primeira vez que não estava sozinho no corredor.

—Você está sendo muito delicada, a conversa foi uma merda mesmo - senti a amargura permeando cada uma das suas palavras.

—Sei como é, eu estou saindo justamente para ver se esqueço a minha versão da sua conversa de agora, quer ir junto? - perguntei tentando transmitir que eu entendia de fato como ele se sentia.

—Não é um bom dia, Mione - ele balançou a cabeça em negativa.

—Harry, não tem ninguém que vai entender melhor tudo o que você tem para falar de um Weasley do que eu, acredite - coloquei a mão no seu ombro em simpatia.

O elevador chegou, fiquei onde estava esperando ele se decidir, eu notei que ele estava ponderando a realidade das minhas palavras, até que, com um suspiro, ele finalmente chegou a um veredito.

—Você tem razão, vamos - entramos os dois no elevador e fomos até o meu carro, eu não estava com cabeça para pensar muito aonde ir, então estacionei perto do primeiro bar que e veio à cabeça, nós não estávamos indo ali para apreciar o ambiente, por mais que de fato fosse um lugar legal.

Conseguimos uma mesa rapidamente e não demoramos a fazer nossos pedidos.

—Me trás alguma coisa forte e rápida de beber - foi a descrição do Harry para o garçom.

—Tequila? - sugeriu o rapaz, e o Harry aceitou em resposta.

—Para mim o mesmo, por favor - recebi um olhar engraçado do Harry que aparentemente não acreditava que eu bebesse esse tipo de coisa, o que era a mais pura verdade, mas a situação estava pedindo.

As primeiras doses foram bebidas em silêncio, cada um de nós remoendo internamente as nossas aflições, porém quando eu bebi o terceiro copo da bebida que eu já estava começando a achar saborosa, decidi mudar a dinâmica.

—Então, me conta o que aconteceu? - se ele estava precisando externar as emoções tanto quanto eu, ele não ficaria calado.

—O que aconteceu foi que a Ginny foi uma vaca - a bebida já estava anuviando a nossa mente, essa seria a única explicação para o adjetivo que ele empregou para descrever a minha amiga, e para eu não achar aquilo nem um pouco estranho - eu peço para ela me incluir o mínimo possível no que se passa na cabeça dela e tudo o que ganho são gritos e um belo de um “Tchau, Harry”.

—Pelo menos ela falou alguma coisa - foi a minha vez de declarar em tom magoado - o Ron só ficou lá olhando para a minha cara com aqueles olhos azuis irritantemente bonitos - decididamente era verdade, a bebida soltava a língua, eu não estaria falando dessa maneira em outra situação.

—Igualzinho aos olhos da Ginny - ele emendou.

As bebidas continuaram chegando, não demorou muito, para eu perceber que a minha voz já não saia tão firme como de costume, o mesmo podia ser dito do Harry. Ele tentou me contar da melhor maneira possível o que tinha acontecido entre ele e a Ginny, mas a sequência de eventos não estava fazendo muito sentido para nenhum de nós, mas eu entendi o principal, a briga tinha sido feia, e palavras duras tinham sido ditas.

—Você precisava ver o descaso que ela usou pra falar comigo! - ele se empolgou com a indignação - vaca total.

—Pois eu preferia que o Ron tivesse sido, ei qual é o masculino pra vaca? Não existe, né? Que injusto, só mulheres podem ser vacas… - minha mente já estava dando voltas nas próprias ideias, eu não estava bêbada, mas o mundo ao meu redor parecia bem menos estável.

—Injusto mesmo - ele concordou - porque eles fazem isso?

—O que? - eu não estava mais em condições de interpretar perguntas que tinham metade das informações apenas na cabeça do meu acompanhante

—Não nos contam nada - o olhar dele transmitia toda a confusão dele, e a vontade de que a situação fosse diferente.

—Essa é a pergunta de um milhão de dólares, Harry - apoiei minha cabeça em uma das mãos, e permaneci encarando-o.

—Sua situação ainda é melhor que a minha - ele resmungou e eu fui obrigada a rir com a declaração.

—Você não conhece o Ron… - ele era o Weasley com 10 anos a mais de prática em como ser evasivo.

—Mas você conhece a Gin, sabe que eu estou certo - ele argumentou.

—Não Harry, esse é exatamente o problema, 5 anos, são a merda de 5 anos e eu não conheço as partes mais importantes dele, ele nunca me mostra, você chegou muito mais longe que eu em menos tempo - além de ligeiramente fora de órbita, eu estava me sentindo meio emocional, pois meu último discurso fez com que algumas lágrimas teimosas escorressem pelo meu rosto, ótimo agora eu estava chorando em público por alguém que provavelmente não estava nem ai...

—Vamos concordar num empate então, esses dois irmãos são um problema - ele colocou uma mão em meu ombro, dando uns tapinhas em sinal de solidariedade.

—E nós somos os idiotas que tentaram resolvê-los - não tinha argumentos ou negações sobre o assunto, afinal nós éramos os idiotas sentados num bar afogando as tristezas em tequila, enquanto os causadores das nossas mágoas provavelmente se encontravam confortáveis em casa.

Um silêncio se instaurou, continuamos beliscando os aperitivos na nossa frente e os copinhos de tequila foram se amontoando.

—O que será que aconteceu? Tem que ter a ver com os pais deles - ele começou outra rodada de perguntas.

—Tudo o que eu sei é que ambos estão mortos - respondi dando de ombros, essa informação não ajudava em nada.

—Até ai eu também sei, mas eu acho que foi acidente, porque uma vez a Ginny quase me arrancou de dentro do carro, assim sem mais ou menos, quem faz isso? - ele balançou as mãos como se procurasse a resposta ali mesmo.

—Gente doida… meu copo já está vazio? - olhei para o copinho na minha mão, mas agora mesmo ele estava cheio - você bebeu a minha tequila? - perguntei a ele.

—Não, a minha tá aqui ó! - ele me mostrou o copo dele que foi esvaziado na hora.

—Moço, quero mais um - fiz sinal para o garçom que estava nos atendendo e ele rapidamente me trouxe mais uma dose - isso é gostoso, né? Eu nunca tinha tomado - fiz menção de levar a bebida aos lábios, mas o Harry segurou a minha mão me impedindo.

—Ei não bebe isso não, a Ginny não gosta de quem bebe e dirige - ele balançou o dedo indicador na minha frente.

—Meio tarde pra isso, e você vai embora como então? - perguntei rindo mais do que o necessário.

—Eu vim com você, não foi? Vou chamar um táxi - concluiu.

—Não posso deixar meu carro aqui - me esforcei ao máximo para conjurar uma solução para o meu impasse - já sei! Vou ligar pro Ced, ele vem até aqui e leva a gente.

Feliz comigo mesma e a ideia brilhante que me ocorreu, peguei minha bolsa e tirei de lá meu celular, selecionando o número do meu amigo.

—Quem é Ced? - o Harry perguntou curioso.

—Meu amigo, ele é muuuito legal, ele vem com certeza – respondi.

—Oi, Mi - o Ced atendeu.

—Ced, eu preciso de um favorzinho seu - falei e claro, só pelo tom da minha voz, ele percebeu que tinha algo errado.

—Que voz é essa? Onde você está? - a preocupação era evidente na voz dele o que me fez rir por razão nenhuma.

—Eu estou num bar, eu e o Harry, mas o Harry ainda presta atenção no que a Ginny quer e não vai me deixar voltar dirigindo - expliquei debaixo de um olhar feio vindo do Harry - eu ainda quero tomar mais uns copinhos desse, mas você vem nos buscar aqui?

—Mais uns copinhos? Ai Jesus, não vou nem perguntar quantos você já tomou e nem o porquê, me passa logo o endereço daí que eu chego rapidinho - eu falei o nome do estabelecimento e ele respondeu dizendo que já já estaria conosco.

—Pronto, viu, eu não disse? Ele já vem - olhei pra ele com cara de convencida, como se aquilo fosse uma grande conquista.

—Então a gente pode continuar, onde paramos?

—Alguma coisa sobre a Ginny, ou era o Ron? Tanto faz os dois não merecem mesmo - bati com o copo na mesa ratificando a minha opinião.

—Não merecem - ele balançou a cabeça concordando - eu só faço o que ela quer, tudo, sempre! E quando quero saber uma coisinha só ela me chuta pra fora.

—Ela te chutou? - arregalei os olhos, aquilo parecia violento demais até para a minha amiga irritada.

—Um chute psicológico - ele explicou.

—Aaah ta.

—Mas doeu do mesmo jeito, na verdade acho que doeu mais… - foi a vez dele de ter os olhos cheios de lágrimas.

—Não fica assim, tenho certeza que podia ter sido pior - algo me dizia que o certo era consolar alguém que estivesse chorando, mas minha tentativa não saiu muito boa.

Ele enxugou as lágrimas, e ainda fungando pediu mais uma dose ao garçom, reclamando que tinham colocado água no lugar.

—Estão tentando nos enganar, isso aqui não tem álcool - ele cheirava o copo, tentando provar a teoria dele.

Nessa hora eu vi o Ced entrando no bar e acenei para que ele nos encontrasse.

—Ceeeeeed, você chegou! - ele puxou uma cadeira entre nós e se sentou.

—Olá, chefinha vejo que já está com os serviços adiantados - ele olhou para a quantidade de copos a minha frente.

—Só um pouquinho, esse é o Harry - apontei para o meu colega de mágoa - esse é o Ced, Harry o meu amigo mais maravilhoso do mundo.

—Opa, não sabia que era só te dar umas doses de tequila para ser tão apreciado! - gargalhei com a reação dele – olá, Harry - ele se virou em direção ao Harry com um olhar nem um pouco discreto, eu sabia que o Ced estava apreciando bem a vista.

—Pode parar de ficar secando o Harry, não foi essa educação que eu te dei - bati no ombro do Ced chamando atenção dele de volta pra mim.

—A Ginny dizia que eu sou bonito pra caralho, é por isso, né? - ao invés de soar convencido com a pergunta, o Harry parecia mais deprimido ainda.

—Te garanto que ela não estava errada - o Ced o assegurou - Agora me contem os dois, o que os trouxe para um bar em plena quinta feira para ficarem assim?

—Ah isso é uma história longa - falei

—E triste - emendou o Harry.

—Sem problemas, tenho todo o tempo do mundo - respondeu o Ced, encostando na cadeira e tentando controlar o riso.

—Primeiro experimenta a bebida do Harry, ele acha que estão enganando a gente com água - pedi a ele.

O Harry passou o copo para ele, que deu uma bebericada no conteúdo.

—Eu garanto a vocês que isso aqui é só tequila, o paladar dos dois é que já está meio duvidoso, não o serviço - concluiu - agora comecem logo a tal história - pediu animado, se eu bem conhecia o meu amigo, ele estava doido pela fofoca.

—A Ginny é uma vaca e deu um chute no Harry, mas foi um chute psicológico porque ela não é uma vaca violenta - contei falando baixinho como se estivesse contando um segredo.

—E o Ron é o masculino de vaca, que não existe, e largou a Mione falando sozinha sem dizer nadinha - completou o Harry

—Nossa que história mais longa, hein…. - o Ced revirou os olhos com o nosso alto poder explicativo - deixa eu ver se entendi…. você finalmente falou mesmo com o Sr Incêndio, Mi? E nem me ligou para contar? – completou ofendido.

—Sr Incêndio? - perguntou o Harry

—É o apelido idiota que o Ced deu pro Ron - respondi e o Harry começou a rir.

—E então, Mi? - meu amigo insistiu em saber a resposta para a sua pergunta.

—Aham e não foi nem um pouco bom - minha voz era quase inaudível

—Até que enfim! - ele bateu palmas escandalosamente como era de se esperar - só assim para as coisas irem para frente.

—Você não ouviu a parte que não foi bom? Você bebeu também? - perguntei confusa.

—Quem vai levar a gente agora? Você tem outro amigo desses? - indagou o Harry preocupado.

—Esse aqui é exemplar único, querido e garanto que estou muito sóbrio. Não tem como as coisas melhorarem sem piorarem um pouco antes, Mimizinha - ele se virou para mim, falando devagar como se estivesse tentando fazer uma criança compreender a origem do universo e mesmo assim eu não entendi nem um pouco a lógica dele.

—Não consigo entender o que você quer dizer - resmunguei

—Isso não tem problema, eu sei do que estou falando - ele fez um gesto de dispensa com a mão e virou sua atenção par o Harry - e você? Qual foi o motivo do chute, psicológico claro, da Srta Incendinho?

—Eu perguntei alguma coisa que ela não quis responder.

—Ai veio a parte da vaquice? - o Ced quis saber.

—Isso! Ela gritou e gritou… - o Harry fez um movimento circular com o dedo indicando que aquilo durou muito tempo.

—E você fez o que? - eu e o Ced perguntamos quase juntos.

—Gritei de volta, ué - ele deu de ombros como se a resposta fosse óbvia - mas ai ela me deu “Tchau, Harry” - ele imitou a voz dela com desdém.

—Ah, o tal chute - concluiu o meu amigo.

—Aham, e sabe o que eu fiz? Eu fui embora! - ele apoiou a cabeça entre as mãos, arrasado - Ah! Mas eu peguei a minha chave de volta! - ele tirou uma chave do bolso e nos mostrou como se fosse um troféu - agora ela não pode mais usar, nunca mais.

—Parabéns, pela sua vitória - incentivou o Ced, mas eu percebi que ele estava morrendo de vontade de rir e dei um chute na canela dele - ai! Pra que isso, chefinha?

—Você está sendo mal educado de novo - apontei.

O Harry apertou os olhos tentando, ao que parece, colocar a tal chave no chaveiro que ele tinha tirado do mesmo bolso, obviamente a falta de coordenação atual, não permitiu que ele obtivesse sucesso.

—Coloca aqui pra mim? – o Harry quase enfiou as chaves no nariz do meu amigo, que muito solícito fez como ele pediu, claro que não sem lançar mais um olhar comprido na direção do Harry antes de devolvê-las, só por isso ele merecia outro chute, mas o Harry voltou a falar e me distraiu, minha amplitude de atenção estava seriamente comprometida.

—Viu como as histórias são tristes? - o Harry continuou - mas só pra mim e pra Mione, praqueles irmãos lá, a história é só uma história mesmo….

—É… vejo que a bebida teve uma razão de ser aqui - o Ced colocou a mão sobre o queixo, ponderando o assunto.

—Teve mesmo, a gente tinha que dar um jeito de esquecer, mas não está funcionando… eu ainda lembro que eu era só a foda fácil do Ron - percebi os olhos do Ced se arregalando com o meu comentário, ele nem se preocupou em abafar a risada dessa vez, me fitando com o que parecia orgulho nos olhos.

—Isso a gente fazia muito bem, a Ginny e eu - o Harry falou balançando a cabeça para cima e para baixo - mas ela só me usava.

—Jesus, eu vou guardar bem esse nome, Weasley, porque se um dia eu topar com mais algum integrante dessa família eu corro pro outro lado! Drama demais até para mim - comentou o Ced.

—Verdade, é melhor a gente dizer isso pra todo mundo que conhecemos, Mione! Quem sabe a gente não salva uns desavisados - o Harry falou sério, como se tivesse achado a nova missão de vida dele.

—Mas eu não… eu não quero que outra pessoa saia com o Ron - murmurei a verdade que estava guardada debaixo de toda a minha raiva e decepção.

O Harry parecia ter percebido pela primeira vez a implicação das palavras dele e não me pareceu animado também.

—A Ginny não pode sair com mais ninguém, eu não gosto disso… se ela não fala as coisas pra mim não quero que ela fale pra ninguém - ele parecia uma criança mimada exigindo atenção só para ele, mas eu entendi perfeitamente o que ele sentia.

—São cinco anos, o Ron não vai arranjar outra pessoa do nada vai, Ced? - agarrei o braço do meu amigo, exigindo uma resposta como se a minha vida dependesse disso.

—Claro que não, Mi e você pode ficar sossegado que só pelo que eu sei da história, a sua ruivinha também não vai pular pros braços de outra pessoa - o Harry pareceu feliz com a resposta, mas mesmo assim não estava muito convencido.

—Como você sabe? - indagou.

—Ah o Ced sabe de tudo, ele sempre acerta, se ele falou é verdade - eu interrompi assegurando-o.

—Tem isso claro, e o fato de que os digníssimos irmãos Weasley deram muitos indícios de gostarem mais do que o normal dos dois sofredores aqui - ele apontou em nossa direção.

—Pode até ser, só que dessa vez não tem mais volta, mas eu ainda amo aquela vaca - o Harry falou, as lágrimas de volta ao seu rosto - vocês sabiam que ela não entende alemão? - a pergunta que provavelmente só fazia sentido na cabeça dele foi desconsiderada por mim e arrancou mais gargalhadas do Ced.

—Merda, você acha que eu devia ter falado de outro jeito, Ced? Pra ela entender? - o Harry perguntou ao meu amigo, já achando que ele era o detentor de todas as respostas do mundo.

—Provavelmente deveria sim - ele respondeu o que não animou o Harry

—Será que foi por isso que ela não me respondeu? Acho que vou ligar pra ela - ele fez menção de pegar o celular.

—Nããããão! - eu e o Ced gritamos juntos.

—Ela é uma vaca, não liga não, Harry - incentivei-o e ele desistiu da ideia.

—Não vou ligar - ele olhou para o copo vazio a sua frente - esse negocio de beber não adianta mesmo, eu ainda amo a Ginny, sendo vaca e tudo.

—Eu também ainda amo aquele…. - me virei em direção ao Ced - Ced, você que está sóbrio, qual é o masculino de vaca?

—Boi? - ele respondeu automaticamente.

—Boi! Boi? Não, Ced! Acho que não existe mesmo - constatei contrariada - então eu amo aquele Ronald, mesmo não tendo nome pro que ele fez.

—Que merda - o Harry resmungou, limpando as lágrimas com raiva.

—Vamos esperar e ver o que acontece nessas histórias, depois vocês me contam - o Ced notou os lágrimas dele - iiih estou vendo que a noite está acabando, tantas lágrimas são o começo do fim, que tal pedir a conta?

—Mas ainda tem mais copinhos pra gente tomar - falei contrariada.

—Eu sei, Mi, mas eu sou um só e não dou conta de carregar os dois, então sejam bonzinhos com o Ced e vamos enquanto vocês mais ou menos conseguem andar.

—Ah, mas você ia amar carregar o Harry… melhor a gente ir mesmo, se não eu fico pra trás - conclui.

—Acho que eu ia gostar mesmo - o Ced lançou um olhar maldoso em direção ao Harry e emendou com uma gargalhada mediante ao olhar confuso dele.

—Vocês todas tem um amigo assim? - ele perguntou

—Assim como? Maravilhoso? - respondeu o Ced.

—Não, animado e que fala tudo o que vem a cabeça… - ele parou pensativo - Você tem um Ced, a Ginny tem um Colin…

—Não se preocupe que a Mi te empresta o dela - se apressou a dizer o meu amigo, ganhando novamente um pontapé meu.

—Ai chefinha, quer parar com os chutes nada psicológicos? - ele me repreendeu.

—Psicologia não adianta com você - eu expliquei.

O Ced pediu logo a conta e assim que ela chegou, pagamos e nos levantamos, ou melhor, nos arrastamos até o meu carro. O chão não me parecia 100% estável, eu e o Harry fomos cambaleando, com ocasionais direcionamentos do Ced. Eu sentei no banco do passageiro e o Harry se acomodou no banco de trás.

—Todos posicionados e passando bem? - meu amigo perguntou ao entrar no local do condutor, recebendo em resposta dois grunhidos afirmativos.

—Minha casa fica perto, mas vamos levar primeiro o Harry, não confio que você não vá ser inconveniente se eu deixar os dois sozinhos - falei para o Ced que riu.

—Que isso, Mi eu sou um anjo! E eu nem bebi, é mais fácil ele ser o inconveniente.

—Melhor prevenir… qual é o seu endereço, Harry? - perguntei virando para o banco de trás, ele respondeu e o Ced começou a dirigir até lá. - eu não tenho o seu número, Harry me passa vai que a gente precise beber de novo - afirmei achando a minha lógica brilhante.

Ele pareceu concordar, e com alguma dificuldade trocamos nossos números de telefone. Chegamos ao prédio dele poucos minutos depois, nos despedimos e o Ced perguntou:

—Tem certeza que você consegue chegar sozinho?

—Ele consegue sim, né Harry? - eu sabia que a preocupação do meu amigo era bem fingida.

—Consigo - ele afirmou.

Fomos embora depois de ver um Harry um tanto cambaleante entrar no prédio.

O Ced insistiu em me levar até o meu apartamento, eu teimei que estava bem o suficiente para ir sozinha, mas ele se recusou a me escutar. Quando chagamos a porta, no entanto, foi uma dádiva o fato dele estar ao meu lado, pois a fechadura parecia se mover toda vez que eu tentava chegar com a chave perto dela.

—Me dá isso aqui, Mi, se não só vamos entrar na semana que vem – ele tirou a chave da minha mão e abriu a porta sem nenhuma dificuldade.

—Ei! Como você conseguiu isso? – perguntei confusa.

—Você coloca a chave e gira, uma magia antiga passada de geração em geração – ele explicou, e eu com a minha cabeça totalmente fora de órbita prestei atenção como se fossem palavras de sabedoria – anda logo, vamos te colocar na cama.

Ele estava atrás de mim e foi me guiando com ambas as mãos em meus ombros.

—Preciso ir ao banheiro – declarei de supetão quando chegamos ao meu quarto.

—Vai que eu te espero aqui – eu apenas balancei a cabeça para cima e para baixo concordando.

Entrei no banheiro que pareceu ter mudado completamente de posição. Eu fiz um malabarismo para conseguir lidar com a minha saia, mas por sorte eu esta usando um modelo evasê, e mesmo sem muito domínio dos meus movimentos, consegui fazer o que precisava. Quando voltei ao meu quarto, o Ced estava muito confortavelmente sentado na minha cama me esperando.

—Hora de dormir, chefinha – novamente eu concordei e comecei a tirar a minha roupa, ou melhor, a tentar.

—Como é que tira esse treco? – resmunguei ao tentar desfazer os laços que prendia a minha blusa na minha nuca.

—Deixa que eu ajudo – o Ced desfez o nó e abriu os botões da minha saia, além de ter desafivelado a minha sandália – só uma dica, Mi, da próxima vez que for encher a cara, vai com uma roupinha mais simples, tipo um vestido solto e sapatilhas.

—Vestido solto e sapatilhas, entendi.

—Provavelmente você não vai lembrar de nada disso amanhã, mas eu prometo repetir a informação - ele brincou.

Eu consegui me livrar das peças de roupa, e ele puxou um dos lados do meu cobertor.

—Pronto, agora para debaixo das cobertas – ele indicou o lugar e eu me deitei praticamente desabando na cama.

Assim que eu me acomodei, meus pensamentos vagaram para o Ron, mas dessa vez não era com a raiva que me fez xingá-lo antes e sim com a tristeza por ele não estar ali, por não ter vindo me procurar. Não tinha ninguém do meu lado na cama e a culpa era dele.

—Boa noite, Mi, eu já vou. Acho que você não vai passar mal, se não já teríamos chegado nessa parte, mas se precisar de alguma coisa, me liga, coloquei o seu celular do lado da cama, e arrumei o alarme – ele se abaixou para dar um beijo na minha testa e eu segurei a mão dele.

—Fica aqui – murmurei, não querendo ter só a mim mesma como companhia.

—Eu até ficaria Mi, mas não tenho nada para vestir amanhã, e é ruim que eu vou assim para o trabalho – ele olhou para a roupa causal que usava como se fosse uma loucura impensável.

—Só mais um pouquinho, essa cama dobrou de tamanho, espaço demais só pra mim – pedi com a voz baixa.

—Tá bom, eu fico até você dormir, combinado? – ele tirou os sapatos e deu a volta na cama, deitando sobre as cobertas do meu lado.

—Obrigada, Ced, eu já falei que você é o melhor amigo do mundo? – eu sorri e deitei a cabeça perto do ombro dele.

—Já, mas pode falar quantas vezes quiser.

—Você é o melhor do mundo – repeti fechando os olhos, o sono estava me alcançando.

—Mas você sabe que não sou eu quem vai fazer a cama diminuir de tamanho, né?

—Acho que eu vou ter que comprar outra – me pareceu uma conclusão muito lógica.

—Ou esperar mais um pouco, tenho certeza que ela vai voltar ao normal em pouco tempo.

—Vai, Ced? – respondi insegura, eu não sei como, mas sabia que era do Ron que ele falava - Ele não falou nada, não veio me procurar, nem uma ligação ele tentou.

—Ele deve ter as razões dele.

— Só tem uma razão: eu sou apaixonada sozinha nessa história toda – respondi amarga.

—Duvido muito disso.

—Você tem que ficar do meu lado sabia? Concordar comigo – briguei com ele, pedindo apoio.

—Não quando isso não vai te ajudar em nada, eu não sou o melhor amigo do mundo? Está na descrição do trabalho.

—Mas e se... – comecei a pensar nas piores hipóteses e senti as lágrimas querendo voltar - eu não quero mais chorar, cansei de chorar, cansei de esperar, cansei de tudo.

—Vai dormir, Mi, amanhã você vai estar melhor – ele deu uns tapinhas no meu ombro.

—Eu odeio aquele idiota – declarei antes que o sono levasse embora toda a realidade a minha volta.


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Notas finais do capítulo

Coitada da Mione, tenta se fazer de forte mas não teve jeito, dormiu chorando e soluçando, mas não é pra menos. No final das contas o Ron não foi atrás dela.... por que será?
E não é que ela encontrou justo com o Harry? O que vocês acharam do porre magoado dos dois? A bebida deixou a língua mais solta e eles falaram tudo o que estava entalado, quem se divertiu foi o Ced hauhauha
E o momento amigo do peito do final do capítulo? Só digo uma coisa: quero um Ced!
E ai? Me contem o que acharam.

Bjus

Crossover: pra ver como foi a tal briga entre o Harry e a Ginny, não deixem de ler DV! Já digo que não é para os fracos de coração!!