Perdidas em Teen Wolf escrita por MorgsValdez


Capítulo 6
Acontecimentos infelizes


Notas iniciais do capítulo

Heeey wolfes, tudo bem? Então, eu não conseguia achar um fim pra esse capítulo, eu ainda tinha muito pra escrever... Mas ia ficar longo e cansativo, então aqui vai ele e espero que gostem. So, enjoy!



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Playlist do Capítulo

 

Pov July

— Então isso é tipo um final de temporada? – perguntou Amanda.

— Como assim? – perguntei me jogando na cama e ficando de cabeça para baixo com os cabelos caídos no chão.

— Ah July, simples. A vilã morreu, os mocinhos ganharam, a temporada acaba. – Amanda brincava acendendo e apagando suscetivamente uma chama na ponta do dedo sentada ao lado da janela.

— É, mas agora nós fazemos parte disso, devemos tratar isso com mais seriedade. A Malu está ficando com o Stiles e... Eu não sei. Eu nunca achei que ia dizer isso, mas tô com saudade de casa. – suspirei pegando o travesseiro e pondo no rosto.

— Eu também. – Malu disse encostada na porta.

— Há quanto tempo você está aí? – Amanda perguntou.

— Sua visão de passarinho não me viu? – Malu jogou uma almofada ao seu alcance em Amanda.

— Meu Deus você é tão idiota Maria Luiza. – Amanda rolou os olhos.

Dei risada delas e me arrumei na cama, Malu deitou no tapete no chão e Amanda deitou do lado dela, para entrar no clima me joguei em cima das duas tirando gritos e ganhando muitos tapas.

— Ai você acha que é peso pena igual à Amanda? – Malu perguntou.

— Eu juro que vou te esbofetear Malu. – Amanda disse.

Rimos juntas, eu ia voltar no assunto, mas a sensação já conhecida veio a tona e me concentrei, eu já estava começando a me acostumar, não que fosse exatamente algo com o que você se acostume, mas deixa eu te contar a visão que é isso que importa né? Eu vi meus pais. Arfei quando os vi naquela visão, meu peito parecia estar com um buraco enorme vasando sangue descontroladamente. Eles estavam com medo, tinham a boca amordaçada e as mãos amarradas para trás, eu via lágrimas escorrendo dos olhos da minha mãe e ela literalmente tremia. Eu dei com as mãos no ar buscando agarra-los, mas eu não conseguia, me encontrei com o vazio e parei de vê-los.

As meninas se deram por conta da minha expressão apavorada e me chacoalhavam, elas estavam assustadas, mas eu não conseguia me mover, e eu não conseguia parar de chorar, e não conseguia parar de me sentir estúpida e a pior filha do mundo. Como eu pude os abandonar? Como eu pude deixa-los por causa de uma série? O que estava acontecendo e o que eles estavam passando?

— Meus pais, os meus pais... Malu me leva. Agora. – falei agarrando-a pelos braços.

Amanda agarrou a mão de Malu e a minha, então senti algo em volta do meu corpo, sabe aquela energia ou poeira, ou seja lá o que fica em volta de televisões antigas quando são desligadas? Era tipo isso. Fechei meus olhos por um segundo e já estava em meu quarto, eram as minhas paredes, meus pôsteres de Teen Wolf estavam grudados em cima da minha cama como eu deixara, Scott me olhava com a lua cheia atrás de si. Ou melhor, Tyler Posey. Malu e Amanda se olharam e saíram correndo até a porta onde eu já estava com a mão na maçaneta, saí correndo e fui até o quarto dos meus pais, a cama estava vazia e desarrumada, a cama deles nunca fica desarrumada. Minha mãe sempre arrumava antes de sair.

Não não não... Era só o que eu pensava enquanto corria pra cozinha, eu estava chorando e não conseguia respirar, a sala estava vazia e toda a minha esperança – que admito não era muita – estava depositada no local das refeições. Chegando na cozinha eu esperava ver qualquer coisa, até mesmo nada, exceto meus pais transando.

— AHHHHHHHHH MERDA O QUE ISSO QUE PORRA QUE MERDA É ESSA! – falei vários palavrões seguidos e virei de costas.

Malu e Amanda também estavam de costas e nossas expressões eram mistas, confusão, pânico, nojo, medo, alívio... Bipolaridade bombando.

— O que você está fazendo em casa Julieta? – disse minha mãe aparecendo (vestida ainda bem).

— Como assim, queriam me despachar de vez? – perguntei.

— A mãe da Malu disse que vocês tinham saído e que você ia posar de novo na casa dela hoje! – disse ela ficando vermelha.

— Que nojo, nunca mais como na cozinha, a partir de hoje eu mesma compro a minha comida entendeu? – falei chutando o sofá.

— Pare de chutar as coisas, você acha que foi feita como, acha que a cegonha de trouxe? E não que você achava que nós tínhamos parado depois que você nasceu. – disse meu pai chegando e muito bravo.

— Eca, vocês são nojentos. Limpem seus fluidos corporais depois ok? Eu acho que nem preciso perguntar se estão bem, nós vamos para o meu quarto. – falei arrastando Malu e Amanda comigo.

Entrei no meu quarto e me joguei na minha cama de bruços, eu não acreditava que tinha visto aquilo, honestamente. Mas se meus pais estavam bem, quando aquilo ia acontecer? Será que eu podia impedir ou minhas visões eram do tipo que eu via e se concretizavam? A visão com a Malu apesar do plano não pode ser impedida...

— July, você está bem? – Amanda perguntou sentando ao meu lado.

— Fora a ânsia de vômito e repugnância? Não capaz. – falei rolando os olhos ainda para o colchão.

— Não seja tão dramática, seus pais tem todo o direito de fazerem coito. – disse Amanda rindo.

— É, mas na cozinha? Eles são invisíveis? – perguntei me sentando.

— Não, mas não acharam que você ia desaparatar no quarto. – Malu a potterhead falou.

Dei risada e conclui que infelizmente era verdade, digo, se eu viesse para casa ia tocar a campainha antes de entrar por que minha mãe quando está em casa chaveia a porta e tira a chave reserva, ela é super medrosa. Mesmo assim, ugh.

— Okay... E agora voltamos ao nosso dilema. Estamos aqui, eu preciso ir para casa falar com os meus pais por que o tempo está andando e vão dar a minha falta, mas também preciso ir a Beacon depois falar com o Stiles se não eles vão pirar. – Malu disse.

— Honestamente, será que não podemos fazer isso? – disse Amanda gesticulando em volta. – Viver essa “vida dupla”, em Beacon e aqui. Eu não quero ficar sem meus poderes... Mas não quero ficar longe da minha família.

Eu e Malu nos olhamos, individualmente cada uma absolutamente já tinha pensado nisso, mas quando essa pergunta veio a tona foi difícil responder.

— Eu não sei, eu amo o Stiles e eu só consigo pensar se... Eu sei, ta. Eu sei que estamos ficando ha pouco tempo, mas e se isso for tudo o que eu quero que seja? Como eu vou ter uma família, ter filhos, e meus pais e meu irmão não fazerem parte disso? – Malu começou a chorar.

Corremos até ela e a abraçamos, aquilo era difícil demais, aquela vida era nova demais para garotas de 17 anos tomarem decisões permanentes.

— Eu acho que... Depois de um tempo, podemos contar para eles. Qual é, não é como se eles fossem adolescentes descontrolados que fossem contar isso para o governo. – falei dando com os braços para trás.

— É Malu, e você pode levar seus pais para Beacon Hills e mostrar pra eles a verdade... O que você pode fazer de verdade. – disse Amanda segurando a mão da nossa amiga.

De um modo engraçado nós três inspiramos profundamente ao mesmo tempo, então caímos na gargalhada novamente. Jogamos um pouco mais de conversa fora e as levei até a porta, Amanda dava pulinhos de alegria que ia ver a família de novo, ela tinha uma irmãzinha de dois anos que era completamente apaixonada e se perguntou se ela teria os mesmos poderes – que comprovamos novamente que ela não tinha aqui – caso fosse para Beacon Hills. Malu também foi para casa para ver a família, combinamos de nos encontrar aqui em casa e voltarmos do meu quarto.

Meus pais vieram falar comigo depois que elas saíram e explicaram que aquilo não era para ter acontecido e não sei mais o que, eu disse que queria fingir que aquilo não tinha acontecido e seguir em frente, só estava feliz que eles estavam bem afinal aquilo era tudo o que importava. Obviamente eles acharam aquilo muito estranho, mas resolveram nem questionar afinal, por que atiçar uma adolescente enquanto ela esta sendo carinhosa, mesmo que isso seja muito suspeito?

Fui para o meu quarto e pus um filme para assistir na televisão enquanto me atualizava do que as pessoas tinham feito durante a minha ausência, o que não tinha sido muita coisa já que as coisas aqui só “andaram” nas poucas vezes que a Malu viera. Ouvi algumas batidas na porta e vi minha mãe se esgueirar, ela entrou e sentou no canto da cama.

— Então filha, o que você tem feito que mal para em casa? – perguntou.

— Ah mãe, eu fui para Beacon Hills, a cidade fictícia de Teen Wolf sabe? Eu descobri que lá eu sou vidente e eu posso fazer conexões telepáticas com uma banshee, a Lydia, e eu agora estou divida entre ficar nesse mundo ou ir para lá. – finalizei.

Minha mãe rolou os olhos e disse um “estou falando sério”.

— A mãe, nós estamos cheias de trabalhos e provas. – falei por fim.

— Mas eu quero que vocês venham mais para nossa casa então, o que você viu eu tenho certeza que não é uma novidade para você, minha filha já está adulta e eu sei que você não é mais nenhuma inocente, mas prometo que não vai acontecer de novo.

— Graças a Deus. – falei, ela me jogou uma das almofadas que estavam a seu alcance.

— Eu sou sua mãe, me respeite. Pode sempre contar comigo Julieta. – disse afagando minha mão.

Ouvimos um barulho de algo caindo no chão e quebrando, corremos para o corredor ver e meu pai também estava ali na porta do quarto deles, haviam dois homens de preto encarapuçados, eles tinham armas nas mãos e apontavam para nós.

— Pro quarto, os três, agora! – gritou um deles.

Minha mãe me abraçou e foi até onde meu pai estava, entramos ali dentro e os bandidos entraram também, enquanto um deles ficava apontando a arma o outro veio e começou a nos amarrar com uma corda, minha mãe estava chorando e meu pai a abraçava e a mim, eu queria protege-los, eu queria poder fazer qualquer coisa que seria possível em Beacon Hills e não aqui, eu sabia que não tinha poderes neste mundo, mas algo dentro de mim se aqueceu, eu pensei na Malu, pensei intensamente nela e no quanto precisava da sua ajuda, e de certa forma parecia que eu ainda podia conectá-la por este sentimento, como se tivéssemos uma ligação cósmica ou seja lá o que for ou como se chame isso.

Permiti que me amarrassem, mas quando o homem que me amarrava se virou rápido, eu juro que conhecia aquele perfume.

— Mãe, olha pra mim, mãe me olha agora. – falei séria olhando nos olhos dos meus pais, quais me olharam quando ordenei. – Está tudo bem, nós vamos ficar bem, vamos sair ilesos e isso é uma promessa.

Que eu não tinha meus poderes eu sabia, mas que algo em mim os fazia aflorar em Beacon Hills isso é óbvio, e acredito que um pouco dessa influencia ainda estava em mim, pois meus pais assentiram e minha mãe até parou de chorar. Respirei fundo e olhei para os bandidos que pegavam tudo que tinha de valor no quarto dos meus pais, meu estômago deu um pulo quando a campainha tocou, os homens se olharam assustados.

— Fiquem quietos ou eu juro que atiro em alguém. – disse o que segurava a arma.

A campainha tocou mais duas vezes e então cessou, eu sabia que não era a Malu nem a Amanda, pois elas tocavam mais de 30 vezes se necessário até alguém atender. Tanto eu quanto os meus pais mostramos desanimo quando vimos que a pessoa desistira, mas então a porta da frente se abriu, bruscamente eu diria pelo baque na parede. Os homens se posicionaram atrás da porta com a arma na mão do que estava na frente, a maçaneta da porta do quarto foi movida e a porta se abriu, quando vi aquelas três faces meu coração parou de vez, a única coisa que consegui dizer foi “quem sabe tenhamos que mostrar a verdade para eles mais rápido do que imaginávamos”.

Um dos homens pulou em Malu e tentou agarrá-la, mas era como se ela tivesse uma força além do comum, ela pegou os braços dele e torceu para trás, o homem caiu no chão e com um soco dela ele desmaiou, Malu, Amanda e Pedro vieram nos desamarrar, mas Malu não teve escolha quando o outro bandido pegou Amanda pelo braço, ela puxou nossa amiga e então gritou “todos agora, encostem-se em mim!” Como as minhas mãos e as dos meus pais estavam amarradas para frente conseguimos nos agarrar em Malu, assim como Amanda e Pedro.

Pov Amanda

O desgraçado agarrou minha roupa, se fosse Beacon Hills eu tinha incinerado aquele canalha, contudo a única coisa que eu podia fazer era tentar me desvencilhar, mas ao que parecia os poderes de Malu não paravam no transporte afinal a força com que ela bateu nele doeu a mim apenas de olhar, contudo quando nos agarramos nela juro que senti ser puxada novamente...

Ao chegarmos no condado de Beacon paramos no meio da floresta em frente ao Nemeton, como da primeira vez. Eu estava um pouco agitada por causa da adrenalina, que logo comecei a ficar em chamas, mas foi maravilhoso e reconfortante. O que é engraçado é que quando cheguei aqui e tive meus poderes, não me sentia eu mesma, e agora no entanto, nunca me senti mais a vontade com meus poderes, como se aquela ali tivesse sempre sido eu.

Fiquei de pé imediatamente com uma sensação dentro de mim de perigo, olhei em volta e percebi que a catástrofe tinha sido maior do que eu imaginava, não estavam aqui apenas os pais da July e o Pedro, o que já seria muito difícil de explicar, mas um dos homens mascarados que tentavam assaltar sua casa realmente havia se agarrado em alguém, mas não fora em mim, fora em Malu. Talvez realmente tivesse puxado minha roupa, mas foi nela que se apoiou, e agora ele tinha uma arma em suas mãos qual apontava para vários lugares, e parecia completamente apavorado.

— Largue a arma agora. – falei voando em chamas.

O homem ficou ainda mais assustado, que jogou a arma no chão e saiu correndo, voei mais rápido e parei a sua frente pousando no chão e bloqueando com seu caminho, o cerquei com fogo e ele ficou preso dentro do circulo de chamas.

— Retire a máscara. – falei autoritária.

Eu não sabia o motivo, mas dentro de mim havia um sentimento de autoridade quando se tratava da segurança das pessoas que eu amava, quem sabe dentre as fênix eu seja uma protetora, assim como Malu. Foquei no rosto da pessoa abaixo da máscara, e mal pude acreditar de quem se tratava. Nicholas tinha os olhos azuis em choque, lágrimas de medo escorreram por suas bochechas, o que ele estava fazendo? Por que ele faria uma coisa daquelas?

Com um aceno de mão apaguei o fogo e também voltei ao normal, não nego que também estava um pouco em choque, afinal Nicholas era a ultima pessoa que eu imaginava que poderia fazer uma coisa dessas, digo, não éramos amigos, mas também sabíamos que ele não era uma pessoa má.

— Nicholas? – perguntei debilmente.

— Amanda, você... você tava pegando fogo... – falou apontando para mim com a mão trêmula.

Engoli em seco pensando em que agora eram quatro pessoas para explicar coisas absurdas como “oi eu sou uma fênix”. Agarrei Nicholas pelo braço e ele veio sem reclamar, acho que o fato de eu ter poder sobre o fogo o fez tomar essa decisão. Quando cheguei no local aonde estávamos os pais de July tinham olhos arregalados, assim como Pedro, eles estavam se afastando toda vez que July ou Malu se aproximavam e quando nos viram chegando se encolheram no tronco da árvore.

Quando Malu e July nos viram foi sua vez de arregalar os olhos, é claro que elas ficaram pasmas assim como eu ao verem quem era um dos assaltantes.

— Nicholas, por quê? – Malu perguntou.

— Problemas... Por favor, não me matem! – disse se ajoelhando.

Nos olhamos, o que nós faríamos? Como explicaríamos isso? Ouvi pessoas se aproximando, o cheiro familiar do Scott foi um alívio. Quando Stiles viu Malu saiu correndo na direção dela e a agarrou em um abraço forte, depois segurou o rosto dela e a beijou intensamente e foi muito correspondido, digamos assim.

— O que aconteceu? Onde vocês foram? Quem são essas pessoas? – Scott começou a me interrogar.

— Temos um problema Scott, precisamos da sua ajuda. De novo. – falei suspirando. – Esse é o Nicholas, ele é nosso colega e pelo jeito também um ladrão. – apertei mais o seu braço.

Nicholas gemeu de dor e suplicou por perdão novamente.

— Esses são os meus pais, Scott. Eu vou explicar tudo, eu só preciso de uma ponta para começar... – July se virou para os seus pais. – Mãe, tudo que eu falei e a senhora pensou que era uma brincadeira, bem, é verdade. Eu tenho poderes aqui, visões. Quem pode realizar esse transporte é a Malu, mas nos aprofundamos nisso depois. Eu só quero que saibam que estão seguros aqui, não tenham medo de mim, por favor. – comecei a falar o que poderia esclarecer os pontos mais destacados do momento.

— Visões? Transporte? Julieta... Isso é insanidade... – disse o pai dela, Lorenzo.

— Não é pai, preciso que acredite em mim. – ela disse começando a chorar.

Pedro foi até July e segurou seus ombros ternamente. – Isso é loucura July, mas se você for nos explicar, vamos ouvir, seja insano ou não. – falou por ultimo olhando para os pais dela. Essa tonta não se toca que ele é completamente apaixonado por ela?

— Vamos a minha casa. – disse Scott por fim.

—||-

July ficou na sala com os pais para explicar todas as duvidas que eles tivessem, Malu estava receosa de contar para Stiles que ela e Nicholas, antes de virmos para cá, cogitaram ser algo além de amigos, mas tinha medo de que isso pudesse afetar o namoro dos dois. Enquanto eu fui para a cozinha com Pedro pegar um doce para minha amiga que agora tinha a melhor desculpa do mundo para comer as coisas que mais amava, ou seja, qualquer coisa que tinha açúcar.

Pedro ficou sentado á mesa com os cotovelos apoiados e a mão segurando sua cabeça, ele parecia estar recém assimilando todas as informações que recebera, então resolvi trazer um pouco da nossa rotina para cá a fim de fazer ele se sentir mais a vontade. Peguei um papel toalha e uma caneta que estava ali e escrevi “Esse cara precisa de um abraço”, enquanto passava de trás dele para abrir a geladeira colei, mas ele estava tão absorto em seus pensamentos que nem percebeu, então fiquei quieta, alguma hora alguém ia ver.

Fiz um milk-shake de chocolate e subi no quarto de Malu, mas eu ouvi alguns gemidos e então com passos lentos comecei a me afastar, mas quando ia de costas bati em algo.

— Shh, sou eu.- disse Scott sorrindo. – Eles esqueceram que estão no meu quarto, pelo jeito.

— Eu acho que estão aliviando a tensão. – falei rindo.

— É, mas minha audição de lobisomem não está a vontade. – ele falou fazendo uma expressão muito cômica.

— Tem razão... Quer ir lá fora? Respirar um pouco. – sugeri já me dirigindo as escadas.

Descemos e passamos pela sala onde estava July, seus pais já tinham parado de chorar e pareciam estar aceitando melhor aquilo, afinal estavam vivendo aquilo, como não acreditar? Scott me seguiu até a varanda e nos sentamos em um dos bancos, comecei a acender uma chama e a apagar em minha mão. Era bom ter isso de volta. Fechei meus olhos e deixei a brisa fria me tocar, eu estava cansada de tantos acontecimentos injetados de adrenalina, será que não havia nenhum período – mesmo que pequeno – de paz no condado de Beacon?

Respirei profundamente e abri meus olhos, Scott me olhava com um sorriso de canto, aquele do Tyler que era meu protetor de tela. Meu coração deu uma batida tão forte quando vi aquilo que chegou a doer fisicamente no peito, fiquei vermelha e comecei a mexer no meu cabelo, infelizmente era automático quando eu ficava nervosa. Allison e Kira começaram a invadir minha mente, elas eram lindas e talentosas e poderosas e... E eu sou de outro mundo.

— Você ta se sentindo bem? – Scott perguntou nervoso.

— Sim, por quê? – me assustei.

— Você tá muito vermelha, Amanda. – ele disse tocando minha testa.

Outra coisa terrível e vergonhosa? Ataques de risos histéricos. Eu era uma fênix, devia ser autoconfiante e controlada, mas eu comecei a gargalhar e bater no joelho igual uma foca com problemas neurológicos.

— Imagina, que isso, to ótima. Vamos voltar lá ver se eles precisam de ajuda psicológica, digo, para os outros né. – levantei rapidamente, mas Scott segurou minha mão.

— Eu acho que eles podem se virar uns minutos sozinhos. Você é uma pessoa muito fiel, isso é muito legal, mas respira um pouco. – deu risada.

Também ri e voltei a me sentar, suspirei e me virei para Scott que estava mexendo as mãos um pouco que compulsivamente, não pude evitar rir, queria dizer “ei, você parece nervoso tanto quanto eu!”, mas não diria aquilo.

— Então, o que você acha que eu devo fazer com esse cara que estava tentando assaltar a casa da July? – me perguntou Scott.

— O Nicholas? Isso é difícil, Scott. Você sabe que ele e a Malu tinham essa química... Mas ela ama o Stiles, e eu sei que ela é fiel a ele. Mas mesmo assim, acho melhor investigarmos o motivo dele fazer isso, ele era um cara super legal, muito gente fina mesmo, não acho que devemos julgá-lo logo de cara.

— Eu já liguei pro xerife, ele está a caminho. O que é gente fina? – me perguntou confuso.

Ri compulsivamente de novo.

— Significa que ele é uma pessoa muito boa, sempre atencioso e gentil, por isso não acredito que ele esteja fazendo aquilo por maldade entende?

Scott assentiu com a cabeça pensativo, me olhou com os olhos vermelhos, alfa.

— Vou tentar ser o mais justo possível, mas me ajudem já que vocês o conhecem melhor.

Sorri e concordei, o tempo começou a escurecer e o pouco sol que havia se foi, um tremor de frio percorreu meu corpo, lembrei-me que ia ter que pegar roupas de inverno em casa... Eu não queria estudar em duas escolas simultaneamente, conversaria com as meninas para ver o que faríamos. Para minha surpresa Scott se aproximou e me abraçou, e ele estava muito quente, afinal lobos tem uma temperatura maior que a nossa.

Risada interna. Eu não sabia se era o clima do romance do Stiles e da Malu, mas me aconcheguei mais em Scott e tentei fingir para mim mesma que não estava sendo atirada demais, mas cara era Scott McCall me abraçando, eu não podia perder a oportunidade. Ficamos alguns minutos daquele jeito olhando para o horizonte, quando avistamos a viatura do xerife chegando, nos separamos rapidamente por puro instinto, afinal não era como se estivéssemos fazendo algo errado. Mas talvez Malu e Stiles estivessem fazendo isso lá em cima, acenei para o xerife e para Parrish enquanto entrava e Scott começou a conversar com eles, acho que compartilhamos do mesmo pensamento.

Corri escadas acima e bati na porta freneticamente, Malu abriu a porta toda escabelada e com a blusa amassada, Stiles não estava melhor sentado na cama vestindo rapidamente a camiseta.

— O xerife está aqui, acho melhor vocês descerem... Se conseguirem. – falei rindo maliciosamente.

Desci a escada até a sala onde a tensão era quase tangível, Pedro estava acariciando as costas de July, ela estava ao lado dos pais que pareciam extremamente desconfortáveis. Fui até ela e a abracei, percebi que os seus pais se afastaram um pouco quando cheguei, provavelmente com medo já que tinham me visto como fênix quando fui atrás de Nicholas, que a propósito estava sentado em uma poltrona, a sua esquerda estava Derek e a direita estava Isaac. Como guardas de uma prisão.

— Onde está o... Stiles, um caminhão te atropelou filho? Você está todo vermelho e amassado. – disse o xerife tentando não rir ao ver o filho descer a escada com a namorada.

Stiles incrivelmente conseguiu ficar mais vermelho ainda, tal coisa aconteceu com Malu também. Ela disse “oi xerife” igual uma criança após aprontar algo grande e ter sido descoberta.

— Bem, vamos conversar sobre os novos visitantes então. – disse o xerife olhando para cada um dos chegados.

Pov Malu

Eu estava tão tensa com a situação que saiu de controle que minhas mãos tremiam compulsivamente, Stiles me levou até o quarto do Scott para me afastar um pouco de toda aquela confusão, o que me deixou mais nervosa ainda por que eu sabia que ia ter de contar sobre Nicholas. Mesmo que não tivéssemos tido nada, aquilo estava pesando na minha consciência.

Sentamos na cama de Scott e ele começou a acariciar minha perna, tentando me confortar, o que me fazia sentir pior a cada minuto. Bebi um copo de água e respirei fundo, eu queria uma relação com o Stiles, de verdade, então precisaria ser honesta com ele sempre. Sempre.

— Stiles, precisamos conversar. – falei a famosa frase.

— Claro, sobre o que? – disse endireitando a coluna.

— Então... – limpei a garganta – Eu gosto muito de você, muito mesmo, então eu quero ser honesta com você. – falei.

— Isso não parece bom. – ele disse ficando de pé em frente ao espelho.

Eu odiava ser tão fraca, odiava ser tão sentimental, odiava o amar tanto que não podia nem contar uma coisa possivelmente ruim, afinal comecei a chorar.

— Por favor, só me escuta ok? – pedi já com lágrimas por todo o rosto e blusa.

— Não... Não chora, ei, eu to calmo ok? Você pode me contar qualquer coisa. – ele disse rapidamente vindo me abraçar a me ver chorando daquele jeito.

Acenei com a cabeça tentando liberar minha garganta para falar.

— O garoto que estava tentando assaltar a casa da July, o Nicholas, ele... – comecei a dizer.

— Vocês meio que iam ficar, eu sei. – ele disse suspirando.

— Como assim? Como você sabe? – olhei em seus olhos.

— Eu sou o Stiles, eu descubro tudo, você é uma péssima fã de Teen Wolf. – brincou – a Amanda contou na primeira vez que você voltou e não sabíamos como falar com você. Mas o Scott também me contou que você não ficou com ele. Por minha causa. – ele segurou meu rosto em suas mãos – Só me diz: Você ainda gosta dele?

Eu fiz que não com a cabeça tentando ainda travar as lágrimas. Fiquei de joelhos na cama e me inclinei um pouco para frente, até meus lábios tocarem a bochecha dele e sussurrei “você é o único que importa, o único que amo e sempre amei, Stilinski”. Stiles me agarrou pela cintura e me jogou na cama, ele ficou sobre mim e começou a me beijar, beijar intensamente, eu obviamente correspondi, o segurei pela nuca para não permitir que ele saísse dali. Stiles tirou sua camiseta de banda, mas eu não estava nem aí para qual banda era, apenas senti meu coração martelando no peito quando o vi abrir o zíper da calça, o beijei mais intensamente, mas agora com medo.

— Stiles... – falei.

Ele agarrou minha coxa desnua sendo que eu estava de short, aquilo me fez gemer alto, mas não houve tempo para me sentir constrangida, eu só conseguia pensar em uma coisa...

— Eu sou virgem. – falei rapidamente.

Ele paralisou no lugar onde estava, com as mãos onde estava, inclusive sua boca. De vagar ele saiu de cima de mim e comecei a sentir muita raiva de mim mesma, cara eu ia perder a minha virgindade com Stiles Stilinski e fui falar aquilo, o que eu tinha na cabeça?! Eu sabia que ele tinha perdido a dele com a Malia, e honestamente aquilo me deixava muito irritada, mas a verdade é que... Eu quero algo especial, de verdade. Não no quarto do melhor amigo dele as pressas. Alguma meta de vida tem que ser utópica afinal.

— Isso me deixa muito feliz, e apavorado. – ele disse.

Eu tive que rir, mas logo me virei para ele e subi em cima dele ficando com as penas ao lado do seu quadril.

— Sou virgem, não puritana. – falei recomeçando o beijo.

Stiles sorriu enquanto me beijava, ele agarrou minha bunda e aquilo me fez enlouquecer, comecei a me movimentar onde estava sentindo uma protuberância, o que fez ele me segurar com muita mais força, juro que se não tivesse ouvido batidas urgentes na porta dizia adeus ao meu sonho utópico.

Fui atender a porta e era Amanda, ela nos contou que o pai de Stiles estava ali, provavelmente devido aos fatos das novas pessoas que eu trouxe a Beacon. Toda maliciosa nos desafiou a descer, eu já falei que me questiono sobre afoga-la no banho? Tentei me arrumar o melhor possível para descer, mas não tinha muito conserto o meu rosto completamente vermelho e as marcas das mãos de Stiles na minha coxa. É eu ia virar chacota de novo. Descemos e as piadinhas começaram, o primeiro foi o xerife, legal ein.

— Bem, vamos conversar sobre os novos visitantes então. – disse o xerife olhando para cada um dos chegados. – Vamos começar com os seus pais July.

O Xerife Stilinski puxou uma cadeira e sentou-se em frente aos pais da nossa amiga.

— Não acredito! Você fez Mortal Kombat!— disse Lorenzo, o pai de July. – Querida, é o Linden Ashby!

O xerife me olhou e eu assenti, estava segurando uma risada, mas sabia que ia ficar encrencada se risse.

— No mundo de vocês, sim. Mas aqui eu sou o xerife do condado de Beacon Hills, e preciso que vocês ajam como adultos e entendam a seriedade do que está acontecendo aqui. – falou sério.

— Desculpe, é só que isso parece loucura ou uma pegadinha. Conhecemos a Malu e a Amanda desde pequenas, elas e a July são amigas desde sempre. E agora... Malu nos trouxe para um lugar fictício, e Amanda tem asas de fogo! – disse Thania, a mãe de July.

— Parece, mas não é. Essas meninas podem ser diferentes, mas elas são ótimas pessoas, eu preciso que vocês me ajudem aqui, não que me atrapalhem. Se precisam tirar alguma duvida a hora é agora. – o xerife foi literal.

O casal ficou calado.

— Okay, próximo?

— Hã, acredito que seja eu. – Pedro levantou a mão.

— Certo rapaz, você deve ser o amigo que estava procurando pelas meninas. Nome?

— Pedro, senhor. Eu assistia a série. É uma honra conhece-lo. – Pedro tinha um brilho nos olhos impossível de descrever.

— Então ta. – o xerife fez uma expressão muito cômica. – o ladrão? – apontou para Nicholas.

Assentimos. Olhei para Nicholas que tinha um semblante muito assustado. Fui até ele no momento em que o xerife levantou para mover sua cadeira, me abaixei até meu rosto ficar na altura do dele.

— Eu te conheço, e sei que confia em mim. Seja honesto e tudo vai ficar bem okay? – falei.

— Malu, fica aqui. Por favor. Preciso de segurança. – ele disse com os olhos fixos nos meus.

— Eu vou estar aqui, só seja sincero, por favor. – falei indo de volta para o lado de Stiles que me abraçou pela cintura.

O xerife foi até Nicholas e sentou de frente para ele, deu uma olhadela para Derek e Isaac que entenderam o recado e saíram de perto do garoto, não sem antes mostrar seus olhos de betas para ele. Eu estava apreensiva, mas tinha de ter uma explicação plausível.

— Então garoto, por que estava tentando assaltar a casa daquela família e com quem? – perguntou sério o policial.

— Estávamos tendo problemas financeiros em casa, minha mãe é uma mulher maravilhosa, mas casou com o traste do meu pai... Ele me levou para assaltar a casa da July, disse que eles tinham dinheiro e que não íamos machucar ninguém, mas eu não entendi o motivo das balas no revólver, ele disse que era só se precisasse assustar... Meu irmão mais novo precisa de um leite especial, eu não podia simplesmente dizer não... Me perdoa July. – Nicholas tinha lágrimas nos olhos.

Meu coração ficou pesado e meus olhos marejados, dentro de mim algo dizia que ele era inocente, mas foi assustador quando Lydia surgiu na porta e falou em uníssono com July: Ele fala a verdade, é inocente.

Quando elas falavam, não questionávamos, era um sentido sobrenatural que elas desenvolveram, e nem estavam sequer perto! Os pais de July estavam tentando assimilar aquilo tudo, mas o importante agora é que já sabiam da verdade, e isso já era meio caminho andado.

Pov July

Todos foram muito respeitosos ao me deixarem sozinha com os meus pais na sala, mas eu me senti completamente perdida naquele momento. Eu queria o colo da minha mãe e o consolo do meu pai, mas quem ia ter que pedir calma e oferecer suporte naquele momento era eu. Comecei desajeitadamente a falar.

— Nós descobrimos há pouco tempo que a Malu pode fazer isso, e não sabíamos como contar. – expliquei.

— Julieta, você entende que isso aqui é loucura para qualquer um que souber? – meu pai disse.

— Mas pai, esse é o problema, ninguém pode saber. Vocês não podem contar para ninguém. Querem que comecem a fazer experimentos em mim e nas meninas? – falei com a voz ficando aguda e nervosa.

— Não meu amor! De jeito nenhum faríamos isso! – minha mãe disse – Mas e como as coisas ficam agora? Se voltarmos, você vai querer voltar para cá?

— Vocês podem vir também, podemos conhecer os EUA de graça! – falei tentando fazer comédia, mas não sabia bem se isso era verdade.

— Não querida, nós não vamos ficar aqui. Mas também não vamos ficar sem você. – disse meu pai.

Eu não fazia a mínima ideia de como intercalar estes mundos, mas eu ia tentar fazer isso.

— Eu não preciso sair de casa, pai. Posso visitar este lugar, mas não me privem de Beacon Hills. – falei determinada. Não me privem dos meus poderes.

Levantei para ir na cozinha pegar um copo de água, lá estava Pedro sentado à mesa com a cabeça apoiada nas mãos, havia um cartaz colado em suas costas dizendo que ele precisava de um abraço, coisa de Amanda. Mas era sempre verdade. Como eu também precisava de um abraço fui até ele, tirei o cartaz e o abracei por trás. Ele ficou surpreso, mas eu vi que puxou uma mecha dos meus cabelos e viu que era eu, então deixou escapar um suspiro de alívio.

— Oi July, fui te procurar na tua casa mais cedo, mas aí a Malu derrubou a porta. Sinistro né? – ele disse rindo.

Gargalhei alto e sentei ao lado dele, os meus amigos são os melhores e ponto.

— Pois é, acho que ela ta tomando alguma coisa. – ri. – Você quer conversar?

— Então, eu to tentando assimilar mais ou menos. A Malu ta namorando com o Stiles... Estamos dentro de um sonho dela?

Ambos rimos lembrando da paixão da Maria Luiza pelo Stiles/Dylan O’brien.

— Quem dera, mas você perdeu a parte em que quase morremos. Enfim, é uma loucura, mas é verdade. Na verdade acho que o fato do Nicholas tentar assaltar minha casa é o que me deixa mais pasma. Nunca achei que ele pudesse ser esse tipo de pessoa. – admiti bebendo um pouco da água que pegara.

— Olha, lá na floresta ele disse “problemas”, situações extremas as vezes pedem medidas extremas, não vamos julgar o cara antes de saber o que houve.  – disse todo justo.

— Você tem um coração enorme, obrigada por estar aqui, por vir atrás de mim. – falei pegando em sua mão.

Pedro segurou minha mão e olhou dentro dos meus olhos, aproximamos nosso rosto e eu estava sentindo sua respiração... Mas a porta da frente abriu bruscamente quando o xerife entrou nos fazendo dar um pulo. Ambos fomos para a sala para conversar com a autoridade. O modo como Malu e Stiles desceram era constrangedor, numa boa, ela podia ter passado uma base para disfarçar aquela vermelhidão. Meu pai quase me fez soltar uma gargalhada com aquela do Mortal Kombat, mas fiquei quieta para não levar bronca do xerife.

Quando Nicholas começou a falar, algo mudou, eu já não o via mais como o Nicholas, era como se ele fosse um réu que contasse a sua versão de algo, e eu tivesse uma daquelas maquinas que detectam mentira dentro do meu cérebro, e me apontasse que tudo que ele falava era verdade. Minha boca, o que eu disse... Tudo foi automático quando o garoto terminou de falar, eu simplesmente sabia que ele dizia a verdade, sabia que ele era inocente. O tenso foi falar aquilo junto com a Lydia.

— Certo, mas e agora, o que vocês vão fazer? – o xerife perguntou para mim e as meninas. – Digo, eles vão ficar aqui?

— Com certeza preciso de um pouco de açúcar antes de bancar a aeromoça. – Malu disse indo para a cozinha.

— Quer saber, nós vamos ficar para saber como é isso aqui, afinal se nossa filha quer estar aqui, vamos ver primeiro se ela está em segurança. – disse meu pai.

— Também vou ficar, nem acredito ainda que estou aqui. – Pedro disse.

— Eu... Se eu puder, também quero ficar. Não quero voltar tão cedo para o meu pai, só tenho medo do que ele pode fazer com a minha mãe. – disse Nicholas ainda um pouco encolhido.

— Então... Essa é a parte tranquila, enquanto a Malu estiver aqui, tudo lá fica parado. – falei.

— Mas então quando vocês estão aqui, não agimos em nada lá? – Pedro perguntou.

Neguei com a cabeça. Agora já não me parecia mais tão tranquilo passar aquela informação, afinal, quem aceitaria de boa ter sua vida paralisada enquanto três adolescentes brincam de seriado em outro mundo?

— Há quanto tempo isso tudo está acontecendo e não sabemos? – perguntou meu pai.

— Um mês. – Malu veio da cozinha com um prato de pudim na mão.

— Mas só se passaram quatro dias desde que você posou na casa da Malu... Continuamente. – minha mãe caiu sentada no sofá.

Muita informação, de novo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da playlist? Foi feita lá no Fuck Designs pela Nany Fernanda, eu particularmente achei tudo a ver com a fanfic :3 Se gostaram deixem seu review lindo aqui ok? Beijos!