Perdidas em Teen Wolf escrita por MorgsValdez


Capítulo 5
O plano


Notas iniciais do capítulo

Hey wolfes! Então, com pesar venho hoje postar mais um capítulo, e digo pesar pois como os fãs de Teen Wolf já devem estar sabendo a 6ª temporada será a última. Eu admito que sim, chorei muito, e me surpreendi em ver o quanto sou apegada a série, mas eu espero conseguir superar isso como uma pessoa normal, e não ir caçar Jeff Davis e obrigá-lo a continar. Enfim, eu estava com esse capítulo pronto, mas não queria postar já que o anterior ainda não foi postado no FFOBS onde eu também posto essa história, mas espero que a beta de lá poste logo. Anyway, eu quero dedicar esse capítulo as leitoras magnificas que denunciaram a fanfic que estava sendo plagiada no Social Spirit, eu fiquei muito brava, mas espero que tirem do ar tanto a plagiadora quanto a história. Vocês são espetaculares meninas, de coração, muito obrigada, espero que o capítulo faça jus e agrade a pessoas maravilindas como vocês. Enjoy.



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Pov Malu

Nós íamos começar a fazer algo que não me agradou em nada, treinar. Eu, treinar. Jura né. Com um longo suspiro me dei por vencida depois de algumas horas com Scott nos meus ouvidos dizendo “vamos lá, você sabe que precisa fazer isso”, depois vinha Amanda e dizia “não seja infantil Malu, nós dependemos de você”, eu queria esganar aquela galinha. Pomba. Tanto faz. Contudo quando Stiles se agachou ao lado da minha cama e pediu para fazer aquilo para o bem de todos, fazer o que, ele era meu ponto fraco. Todos sabiam que eu só conseguira voltar para Beacon Hills por que pensara nele.

— E como vai ser? Eu deito abraçada com Scott pensando na minha cama e chegamos lá? – falei com deboche.

— É nossa melhor alternativa, oras. – disse Isaac.

Quando Scott veio deitar ao meu lado nós ficamos nos olhando, comecei a ter um ataque de riso histérico, eu estava tão envergonhada de ter que abraçar o Scott, dormir abraçada com ele então! Precisei de vários minutos para levar aquilo a sério, mas o nervosismo não me deixava sentir nenhum pouco de sono, no entanto fiquei de frente para Scott e nos olhamos fixamente, ele passou a mão pela minha cintura e pôs o braço em baixo do meu pescoço como apoio, eu o abracei sem o tocar com nada além dos meus braços, Amanda e July sentaram em um sofá que havia ali com espaço para dois, Isaac e Derek sentaram no chão e Lydia ficou de pé ansiosa.

Comecei a pensar em minha casa, meu quarto com paredes brancas e quadros aleatórios, fiquei nostálgica e com saudade de dormir nele, eu colocara pequenas bolinhas de ping pong com luzes de natal brancas dentro que não piscavam, então parecia com várias lâmpadas na parede, sorri ao lembrar de Theo me ajudando a moldar a parede de trás de minha cama com elas, o cheiro do meu cobertor também me deu saudade, se eu tivesse dormido abraçada nele ele teria vindo junto?

Eu tinha uma sensação diferente quando sentia o transporte vindo, era uma vontade de comer doce fora do comum e uma formigação dentro das minhas veias, e eu estava começando a sentir aquilo, abracei Scott com mais força e foquei em minha casa, a sensação aumentou e me senti afundar em um rio profundo, mas em vez de pensar na minha cama eu só conseguia pensar nas luzes do meu quarto...

— Ahhhh! – eu e Scott gritamos.

Quando chegamos no meu quarto estávamos no ar, mais precisamente na minha parede, caímos em cima da minha cama e derrubamos alguns quadros na queda, o barulho foi tão grande que em seguida ouvi passos rápidos na escada, antes que eu pudesse evitar Theo entrou no quarto.

— Malu, quem é esse? – perguntou nada feliz.

— Theo, esse é o Tyler Posey, lembra? De Teen Wolf! – falei rapidamente.

— Mas como? – ele apontou para o quarto.

— Eu fui reconhecida como fã e ele veio me convidar para passear com ele! Incrível né? – meu irmão sempre me pegava nas mentiras, mas como ele ia negar minha história? Ele conhecia a série.

— Okay, mas eu não quero vocês sozinhos no quarto. – finalizou Theo.

— Ta brincando né? Você não confia em mim? – Falei batendo o pé.

— Confio, eu não confio é nele. Como ele subiu aqui que eu não vi? Ele só fala inglês?

Rolei os olhos, mas era uma boa pergunta, será que o Scott estava falando português?

— Tyler? – perguntei ansiosa.

— Não, eu falo português também. – Scott ouviu sua voz e sorriu para mim, ele percebeu que estávamos entendendo.

Theo chamou ele com a mão e começou a descer as escadas.

— Vai lá com ele e tentar conversar o menos possível, eu já desço. – falei.

Scott ficou nervoso, mas foi atrás de Theo. Eu troquei de roupa rapidamente, vesti uma calça de couro sintético com uma blusa cinza e uma bota preta, fiz uma maquiagem natural e me olhei no espelho, com essa aparência meu irmão com certeza ia acreditar que eu estava indo sair com Tyler Posey, não Scott McCall.

Desci na cozinha e Theo fazia perguntas ao Scott surreais, tipo “você gosta de ruivas?”, corri socorrer o lobisomem que enfrentava meu irmão, os olhos de Scott chegaram a brilhar quando me viram.

— Theo, nós vamos sair ok? Voltamos depois para a mãe e o pai conhecerem ele. – falei observando a hora, já era quase meio dia.

Meu irmão assentiu e ficou na cozinha enquanto eu saía de casa com Scott.

— Seu irmão é grande. – ele disse me olhando enrugando a testa. – É melhor descobrirmos logo, olha se os meus olhos mudam de cor.

Fiquei observando os olhos castanhos de Scott, mas o vermelho não vinha. Disse para ele tentar de novo, mas nada aconteceu. Confirmado, no meu universo não haviam lobisomens, nem mesmo se eu trouxesse um. Aproveitei e mostrei para Scott no YouTube cenas de Teen Wolf e o Tyler Posey, ou ele no meu mundo. Scott ficou impressionado, então ele me pediu para ver a Allison.

— Aqui ela se chama Crystal Reed... E ela está viva. – falei segurando a respiração.

Scott secou as primeiras lágrimas que vieram, mas então eu comecei a chorar e ele chorou junto. Eu havia chorado muito quando Allison morreu na série, mas eu superei afinal eu sabia que a atriz estava viva, mas agora eu sabia que tudo aquilo existia: o multiverso, Beacon Hills... E ela realmente morreu. Allison Argent estava morta de verdade.

— Ela era uma guerreira Scott, não ia querer nos ver chorando por ela. – falei pousando minha mão no seu ombro.

Ele secou as lágrimas e voltamos para almoçar em casa, resmunguei um pouco com dor no tornozelo da hora em que caímos.

— O que foi? – Scott perguntou.

— Ah, é só a minha perna doendo da hora que caímos. – falei.

— E que desculpa você deu pros seus pais da sua perna quando chegou aqui da outra vez? – perguntou.

Um pânico se instalou no meu estômago, medo do desconhecido.

— Scott, eu estava tão surpresa de estar em casa, e dos acontecimentos que se seguiram, que não me dei por conta de que quando cheguei aqui minha perna estava ótima. – falei respirando rápido.

— Então você também se cura como nós lobisomens. – disse ele. Um casal idoso que passava começou a andar mais rápido.

Aquilo não me deixou mais calma.

Quando chegamos à frente de casa estavam os carros do meu pai e da minha mãe, respirei fundo. Eu estava mentindo para eles, mas eu não tinha escolha. Entramos lá dentro e meus pais conversavam com Theo que era quem tinha cozinhado, alias. Minha mãe ajeitou o cabelo toda animada, meu pai já estava com a cara meio azeda, provavelmente Theo contou que a irmãzinha de 17 anos estava com um cara famoso e assediado no quarto, aff.

— Oi, tudo bem? – falei beijando ambos.

— Oi filha, então, como esse ator soube que você era fã? – minha mãe disse, aquilo na verdade significava “ta esperando o que pra me apresentar?”

— Tyler, essa é minha mãe Flora, e esse é o meu pai, Victor. Eu participei de um concurso online e enviei uma redação, e bem, venci. Yay! – ergui as mãos pra cima.

Sentamos a mesa comer, antes de entrarmos combinamos que íamos comer e voltar para Beacon Hills, eu precisava demais comer algum doce, eu tinha a leve impressão que a minha glicose baixava quando eu me transportava. Enquanto comia me distrai devaneando sobre as descobertas que fizemos: Sim, eu podia trazer qualquer um de Beacon para meu universo, mas se quem viesse tivesse poderes, deixava de ter aqui. Fui pega de surpresa enquanto minha mãe me chamava de volta dos meus pensamentos para ouvir o que ela dizia, pela cara de Scott não era nada bom.

— Malu, vem na cozinha me ajudar com a sobremesa. – disse ela.

Sobremesa? Nunca tinha sobremesa aqui em casa, será que o Theo tinha feito? Minha mãe começou a improvisar alguma coisa, eu via ela olhando para os ingredientes e selecionando os que continham açúcar, sabe, sobremesa. No fim ajudei-a a fazer uma torta de bolacha, ou seja lá como chamem em outro lugar, basicamente a que minha mãe fez tinha um creme de chocolate e outro branco de baunilha, que eu não sei como ela fez tão rápido.

Fomos servir na sala, Scott conversava avidamente com o meu pai sobre os Estados Unidos, pelo menos isso eu acho que não tinha como errar, Beacon podia ser fictícia aqui, mas ainda assim era parte dos EUA, Califórnia. Scott adorou o doce e implorou para eu aprender a receita e fazer em um final de semana, o que deixou minha família muito confusa, então ele disse que ia tentar organizar um encontro com o elenco todo algum dia. Que droga, ele ta achando que sou o que, jatinho particular entre brechas do universo movida a energia quântica inesgotável? Mas para os meus pais ele era Tyler Posey, então eu tentei ficar animada como ficaria se aquilo fosse mesmo possível com os atores originais de Teen Wolf.

— Okay, antes de você ir embora Tyler eu gostaria de te mostrar um lugar muito especial e significativo da nossa cidade. – falei já o puxando para fora. – Mãe, prometo que volto cedo.

Antes que o Theo se oferecesse para ir junto fechei a porta e saí andando rápido com Scott logo atrás de mim.

— Esse lugar fica longe? – ele perguntou.

— Mais ou menos, mas é lindo, e ainda é cedo não deve ter ninguém lá, podemos nos transportar de lá. – falei.

— Mas você não precisa dormir pra isso? – ele disse parando no meio da rua, o puxei para a calçada.

— Eu quero dominar esse poder, então vou tentar fazer acordada, se a Genevive pode eu também posso. – falei determinada.

Scott assentiu.

— Enquanto caminhamos, queria te perguntar uma coisa bem indiscreta. – Scott falou.

Fiquei olhando para ele e balancei a cabeça o incentivando a falar.

— Olha, você sabe que seus sentimentos pelo Stiles não são mais nenhum segredo. – corei intensamente, mas assenti que sim – Então... Eu sei que aqui tem um cara chamado Nicholas que você tem uma queda, e você deve conhecer o Stiles bastante ao ponto de saber que ele se magoa muito fácil e...

— Scott, o que isso significa? Tá olha, vou ser sincera com você. Sim, eu tinha essa queda gigantesca pelo Nicholas, quando eu voltei eu o vi no colégio e quase nos beijamos, mas não aconteceu. Eu sentia aquilo completamente errado, e eu nem tenho nada com o Stiles, se eu tivesse... Eu seria a namorada mais fiel que ele poderia ter. Ele é real agora, e os meus sentimentos são mais ainda.

QUANDO O SCOTT VIROU MEU PSICÓLOGO AMOROSO?

— Significa que eu percebi que os olhares dele pra você mudaram, e eu acho que ele está começando a criar expectativas quanto a você. Fico muito mais aliviado em saber que você se sente assim. Ele era louco pela Lydia, e mesmo quando ele começou a ficar com a Malia aquele sentimento ainda existia, mas você...

— Sou ruiva? – perguntei, ambos rimos.

— Você não gosta dele como a Malia, gosta muito mais e há mais tempo. Se isso, esse relacionamento for acontecer, vai ser muito legal se der certo. – disse sorrindo torto.

Fiquei animada com o que Scott disse, afinal, nada melhor que aprovação do melhor amigo né non? Quando estávamos chegando no local, um trio de garotas começou a correr em nossa direção e a tirar fotos, Scott arregalou os olhos e me olhou buscando ajuda, me toquei que elas assistiam Teen Wolf e achavam que era o Tyler! Mas que droga! Se as fotos delas saíssem nas redes sociais ia ser completamente louco e inexplicável!

Peguei Scott pela mão e saí correndo, pus nele o capuz do casaco em que ele usava e o levei no corredor de flores a frente. Era o lugar que eu queria mostrar, sempre me trouxe paz e me fez sentir em harmonia com o mundo quando eu não me sentia parte dele, felizmente as meninas deviam ter em volta de uns 12 anos, então corremos rápido e elas ficaram longe.

— Scott, esse é o lugar, lindo né? – falei ofegante, ele disse “aham” meio apavorado – Okay, vamos lá então.

Abracei Scott e mentalizei a primeira coisa de Beacon Hills que me veio a cabeça, e pela primeira vez não foi Stiles que veio a minha cabeça.

— Desculpa, eu fiquei com aquela nossa conversa na cabeça e... – fiquei extremamente incomodada ao perceber que nos trouxe ao túmulo de Allison.

— Não, tudo bem. – ele disse, mas não parecia bem - Preciso te contar uma coisa Malu, tinha uma mulher nos observando enquanto você nos transportou. – Scott falava inseguro – Eu acho que era a tal de Genevive.

— Branca, olhos azuis, cabelo preto e uma expressão de raiva ao todo? – perguntei.

Scott sorriu de canto, eu não queria fazer piada, mas era inevitável, eu sou BR poxa. Eu ainda não tinha vindo ao cemitério de Beacon, mas ali diante do túmulo de Allison me senti deslocada, era como se eu não fizesse parte daquela lembrança e não merecesse estar ali. Pus a mão no ombro de Scott tentando mostrar algum apoio, ele sorriu e disfarçou uma lágrima pronta para escorrer, saímos dali calados.

— Namorada nova Scott? – disse uma pessoa que eu ainda não tinha visto ali.

— MEU DEUS TIO CHRIS! – saí correndo e pulei para o abraço no caçador.

Christopher Argent tirou uma arma da cintura e apontou para as minhas costas, foi desgrudando meus braços lentamente e apontou para eu ir até o Scott.

— Quem é ela? – perguntou ao Scott sem abaixar a arma.

— Calma, ela é uma amiga... Especial, não minha namorada! Ela só, bem, é bem diferente do que é diferente, entende? – Scott se confundiu todo.

— EU SOU LOUCA PELO SENHOR! – gritei dando pulinhos.

Ei, ele é meu personagem adulto preferido da série! Scott fez uma carranca para eu ficar quieta então me silenciei, eu só estava criando problemas, mas minha boca ficou quase sangrando pra não gritar enquanto Scott explicava para ele o que tinha acontecido, quem eu era, o que eu podia fazer e essas coisas.

O caçador pareceu se convencer, mas mesmo assim me disse para manter distância e não fazer aquilo de novo, assenti e prometi que não o faria mais, mas minha meta enquanto estivesse em Beacon Hills seria conquistar a confiança e ser amiga do TIO CHRIS caramba! Ele nos deu uma carona até a casa de Stiles, onde nos esperavam ansiosos ainda no quarto, quando gritamos da sala que havíamos chegado era uma onda de gente descendo as escadas, Christopher entrou conosco e ficou sentado distante para ouvir os relatos e se inteirar melhor do que éramos e o que fazíamos.

— Então, como foram lá? – perguntou Melissa avaliando o filho para ver se voltara inteiro.

— Tudo bem, de certa forma. – disse Scott. – Mas não consigo me transformar lá.

Scott então ficou com olhos vermelhos, o que me aliviou pra caramba.

— Meus pais acharam que ele era o Tyler Posey, gente, que confusão. – falei pondo a mão na testa, eu estava com muita dor de cabeça e me senti tonta.

Amanda me ajudou a sentar em uma cadeira, ela me olhou preocupada e olhou para Scott.

— O que aconteceu, por que ela está assim? – disse já soltando faíscas.

— Eu não sei. – disse Scott se aproximando. – Malu o que você está sentindo?

— Eu tenho quase certeza que minha glicose baixa e muito quando me transporto. – falei.

Stiles foi para a cozinha rapidamente e voltou com um sorvete de chocolate e uma colher, eu dei risada e peguei a colher.

— Obrigada Stiles. – falei corando.

Stiles olhou em meus olhos e percebi o que Scott disse sobre ele me olhar diferente, era como se ele quisesse me proteger, cuidar de mim. Nossos rostos ficaram muito próximos e minha pulsação acelerou, podia ser romântico e quase um beijo, mas então tudo escureceu e perdi o controle sob o meu corpo pendendo para frente, Amanda me puxou de volta e Stiles colocou uma colherada formidável de sorvete dentro da minha boca.

Comi bastante sorvete, na verdade, uma boa quantidade do pote até me sentir melhor, mas mesmo assim preferiram me deixar em “observação”, Stiles se voluntariou para ficar comigo, mas Malia fez uma cara tão assassina que pedi para July e Amanda ficarem comigo também. Melissa confirmou o que eu dissera, ela mediu minha glicose e disse que estava estabilizando, mas mesmo assim estava baixa, então os doces estavam liberados, mas ela pediu para eu fazer alguns outros exames no hospital quando tivesse tempo.

Na sala Stiles ligou a televisão e sentamos em frente a ela, estava passando Como eu era antes de você, fiquei animada em ver que aquele filme existia neste universo, e pelo jeito já era um pouco antigo já que estava passando no canal aberto. Amanda disse que estava com dor de cabeça e ia deitar um pouco, assenti apesar de querer conversar com elas sobre o plano maluco para capturar Genevive, esperaria ela levantar para falarmos daquilo.

Logo prendi minha atenção no filme, tanto que não percebi quando July saiu da sala, apenas percebi que estava sozinha com Stiles quando ele sentou ao meu lado no sofá e apenas uma almofada nos separava. Tentei não deixar aquilo me influenciar demais, digo, é claro que estávamos vendo um filme romântico e eu estava completamente apaixonada por ele, mesmo que isso fosse insanidade em um momento como aquele em que eu precisava me focar em não ser assassinada. De qualquer forma comecei a chorar vendo aquele amor tão puro e belo, e ao mesmo tempo trágico e breve, tentei disfarçar olhando para o lado, mas não funcionou muito bem.

— Ta chorando Malu? – disse Stiles retirando a almofada – Ei, calma... – ele secou as lágrimas com as costas da mão.

Eu já estava chutando o balde, afinal eu sabia que Stiles era plenamente consciente dos meus sentimentos por ele, então me encolhi no sofá e deitei minha cabeça em seu colo, ele por sua vez acariciou meu cabelo enquanto olhávamos o filme até o final. Quando o filme terminou eu derramei mais um balde de lágrimas, Stiles sorria provavelmente achando aquilo muito brega e tosco, mas eu não me importava, não naquele momento. Sentei no sofá e limpei minhas lágrimas.

— Desculpe por isso, as vezes sou sentimental demais. – falei.

— Na verdade, isso mostra como você é por dentro, como alguém pode querer te matar e privar o mundo de um coração como o seu? – Stiles aproximou o seu rosto do meu ao falar isso.

Uau, isso que eu chamo de filosófico. Mas a verdade é que o Stiles sempre foi o mais filosófico da série, assim como o mais engraçado. É por isso que ele era perfeito. Engoli em seco quando senti a respiração dele perto do meu rosto, meu coração estava martelando e quase saindo pela boca, comecei a sentir até mesmo falta de ar, Stiles fechou os olhos e eu sorri involuntariamente, mas na janela atrás dele, eu vi aqueles olhos azuis frios, o sorriso cruel no canto da boca de Genevive cortou todo e qualquer clima de romance.

Pov Amanda

Quando ouvi o grito de Malu imediatamente comecei a ficar em chamas, desci as escadas correndo e talvez até voando, mas não consegui processar exatamente aquela informação, pois tudo que eu conseguia pensar era em ver como ela estava. July que estava na cozinha também veio correndo, a cena que presenciamos nos paralisou um pouco, afinal não é todo dia que você vê sua melhor amiga gerando pelas palmas da mão um tipo de escudo de purpurina, okay parecia até uma gálaxia, mas acho que essa era apenas a cor da energia quântica, não que aquilo ali fosse mesmo uma galáxia... ou será que... Enfim.

Genevive era deslumbrante como Malu dissera, mas a maldade nos seus olhos me deu força para sair daquela paralisia e ir ajudar, comecei a lançar bolas de fogo nela, algo que eu nem sabia que podia fazer, mas na hora saiu por instinto. Ela não tinha como atacar Malu e se defender de mim, então simplesmente desapareceu no meio da sala, mas ela deixou o mesmo rastro de purpurina no ar que a Malu deixara quando voltara para o nosso mundo da outra vez.

— Olha só, é o mesmo que a Malu deixou. – disse July fazendo eco aos meus pensamentos.

— Vocês também conseguem ver? Achei que fosse só eu. – falou Malu – Quando ela me atacou na escola ninguém além de mim viu o rastro.

— Talvez só quem seja sobrenatural possa ver. – disse Stiles com alguns gemidos de dor.

— Mas você não é sobrenatural. – disse July.

— E quem sabe seja por isso que não estou vendo. – Stiles deu com os braços no ar.

Ele estava caído no chão, Malu foi ajuda-lo a levantar e ver se ele estava bem, ela explicou que quando viu Genevive os observando o jogou para o lado para ela não tentar o machucar, e foi assim que ela gritou quando a intercessora má começou a tentar atingi-la com uma faca.

— Que estranho. Tendo os poderes que tem, por que ela simplesmente não nos paralisou e te atacou com uma faca? – comentei.

— Eu acho que nós intercessoras não podemos nos atingir com os nossos poderes, eu pude criar aquele escudo de proteção, mas primeiro tentei atacar e não consegui fazer nada. – disse Malu – e não era uma faca, era uma adaga, e parecia muito antiga. Acho que ela não sabia que vocês estavam aqui, por isso não se importou em parar o tempo.

— E com certeza eu não representava perigo nenhum, sou só humano. – disse Stiles bravo.

— O estranho é que ela tinha um tipo de pó preto em um frasco na mão, parecia que não queria me jogar e quando produzi o escudo ela o guardou.

— Deve ser cinza da montanha! – disse Stiles.

— Sim... Mas cinza da montanha é apenas contra lobisomens, não é? – falou July.

— O que significa que cagamos geral no que tínhamos na manga, agora ela sabe dos meus poderes! – chutei o sofá.

— É, mas ela não sabe da July ainda. – disse Malu.

— E de que adianta? O que eu posso fazer além das visões? - July tinha lágrimas nos olhos.

— Eu sei o que você pode fazer. – disse Lydia chegando à sala – E é hora de por o plano em ação.

—||-

O plano era uma droga, numa boa. A Malu estava receosa ao que Lydia e July iam ter que fazer, ela ficou muito apreensiva pelo plano não dar certo e pormos em perigo nossas amigas, mas ambas se prontificaram na hora, July disse que queria ser útil. Eu queria dar um soco nela. Sem ter como opinar apenas aceitei a decisão, eu faria a minha parte e o que mais fosse necessário para prender a psicopata. Jordan e eu nos posicionamos em um lugar um pouco afastado para não sermos vistos, eu até vesti a farda da polícia de Beacon Hills.

— Odeio estar aqui. – falei segurando a arma que fizera Parrish me dar à contra gosto.

— Suas amigas vão ficar bem, não se preocupe, e qualquer coisa você pode ir voando lá. – ele fez piada.

Eu sorri de leve, eu podia ver perfeitamente cada detalhe de onde July e Lydia estavam, e realmente eu chegaria lá em menos de um segundo.

— Por que você quis a arma? – ele perguntou.

— Eu precisava parecer uma policial de verdade. – me justifiquei – E você, por que precisa de uma arma? – joguei de volta.

— Eu sou um policial de verdade. – arqueou uma sobrancelha sorrindo.

Dei risada e voltei a olhar para  frente, logo as coisas iam ficar sérias, e eu queria estar pronta para ajudar. Se pudesse.

Pov 3a pessoa

Lydia e July sentaram no banco da praça de Beacon Hills, era meia noite e estava praticamente vazia, elas começaram a buscar Genevive como fizeram com Malu, estavam apreensivas no entanto falaram o que tinha que ser dito.

— Genevive, venha até a praça, vamos dialogar. – disseram.

No entanto permaneceram naquela forma, totalmente imóveis. Malu que estava escondida atrás de uma árvore viu que todos que estavam a sua vista estavam paralisados. Mais uma vez Genevive usou seu truque, mas não duraria muito.

— Vocês não queriam dialogar? Por que não estão falando? – Genevive disse rindo. – Sei que meus poderes não te afetam, Malu. Então onde você está? Sei que pode me responder.

— Não me leve a mal, mas será que da pra conversar comigo um pouquinho antes? Senti saudades Gen.

Peter Hale saiu das sombras caminhando com as mãos nos bolsos da calça, ele tinha aquele sorriso sarcástico e incrivelmente charmoso que deixou Genevive completamente apaixonada em sua primeira viagem a Beacon Hills. A mulher de olhos azuis ficou abalada por alguns minutos, e o lobo tentou usar aquilo a seu favor.

— Então querida, por que você me deixou daquela vez? Eu fiquei muito decepcionado, você era a mulher mais excepcional que eu tinha conhecido, e me deixou quando eu vi você... Deixar aquelas lindas faíscas roxas no ar.

— Você é um babaca Hale! Eu estava me apaixonando por você, poderíamos ficar juntos para sempre, mas você era interesseiro e perigoso... Você foi minha maior decepção Peter. E como cargas d’água você está se mexendo? – esbravejou.

Com um olhar mais atento, ela viu que a mesma energia quântica que intercessoras deixavam no ar estavam em pequenas partes nos braços dele.

— Esse foi um plano fantástico Malu! Admito que não pensei em nenhum segundo que você faria algo assim. Mas o Peter não pode me impedir de te matar, ninguém pode.

No entanto Peter correu até ela e tentou derrubá-la, ele sentiu que ao menos uma vez na vida deveria tomar uma decisão altruísta, algo que fosse por alguém além dele, contudo Genevive o paralisou no ar, o corpo do lobisomem caiu no chão com um baque estrondoso, Malu não podia deixar aquilo acontecer, Peter podia ser o canalha que fosse, mas ele ainda era uma pessoa, e ela não podia deixa-lo morrer. A ruiva correu até o corpo inerte do lobisomem em uma velocidade surreal, mas Genevive estava com ira em seus olhos, por ser enganada pela segunda vez em 200 anos pelo mesmo homem, ela pegou sua adaga e um plano lhe ocorreu, muito mais eficaz que o anterior. Genevive segurou a cabeça imobilizada do lobisomem e pôs a adaga em seu pescoço. 

— Pare aí mesmo. – disse para a garota que estava próxima.

— Solte-o. – Malu disse.

Genevive começou a rir e logo gargalhar, ela estava claramente se divertindo com aquela situação, era como se a certeza de que ia viver mais 200 anos estivesse se solidificando bem na sua frente.

— Ajoelhe-se, então. – Genevive ordenou.

Malu respirou fundo, com raiva e medo, mas ela não tinha como não obedecer, então ajoelhou-se.

Genevive soltou Peter, mas não sem antes fazer um pequeno corte com a adaga no braço esquerdo dele.

— Sabe, foi muito difícil conseguir essa adaga... E o mais legal é que ele não vai se curar. Ela foi feita para matar seres sobrenaturais, qualquer um.

A adaga tinha o cabo azul escuro, encrustado em ouro dizia alguma coisa que Malu não conseguia ler de longe, ainda mais por que estava em outra língua.

— E ela vai me permitir o que meus poderes não o fazem, te matar.

Genevive lançou a adaga com uma mira certeira no coração de Malu, a ruiva apenas fechou os olhos e aceitou seu destino, se fosse aquilo que tivesse que fazer para salvar os que amava, faria com alegria. No entanto, a faca não atingiu seu peito, e quando abriu os olhos, algo inexplicável estava diante de seus olhos.

Em volta de Genevive havia uma corda a prendendo, inclusive sua boca. Essa corda tinha a aparência de ser ouro maciço, mas o mais curioso não era a corda, e sim sua dona, a mulher que segurava a ponta da corda era extremamente alta, seus olhos eram como mil galáxias, seu vestido brilhava tanto quanto uma estrela em uma noite de verão, seus cabelos eram da cor do sol.

— É uma regra das intercessoras não poderem usar seus poderes umas contra as outras, então seria bem óbvio que é extremamente proibido matar uma irmã. Genevive foi julgada e decretada culpada do mais hediondo dos crimes, tentar matar uma das suas. Você tem uma família interessante aqui, Maria Luiza, mas não se esqueça de quem realmente é, como Genevive um dia esqueceu.

A mulher então olhou para Genevive, sua mão puxou a corda e tanto o objeto como a mulher que estava envolta nele se tornaram milhões de faíscas no ar, como uma galáxia inteira se rompendo em Beacon Hills.

Pov Malu

No final o plano não saíra nem perto do que planejado. Eu não estava me sentindo bem. Eu sabia que Genevive ia acabar morrendo, não queria aceitar que era por minha causa apesar de ser bem óbvio, mas eu queria que fosse mais... natural. Não por ela estar bancando a assassina psicótica. Não posso negar que foi uma experiência incrível encontrar com quem quer que fosse a mulher que viera, mas mesmo assim a ânsia de vômito de quando vi Genevive ser extinguida no ar permanecia em mim.

Depois que as faíscas desapareceram – juntamente com a mulher – todos descongelaram, eu fui rodeada de pessoas, Peter ficou em um canto reclamando que não estava conseguindo se curar. July e Lydia não entendiam como, mas disseram que como ainda estavam conectadas, seus corpos estavam paralisados, mas não suas mentes, então viram tudo o que aconteceu.

— Você ia se sacrificar por todos nós. Eu tinha visto isso na minha visão, eu só sabia que você estava fazendo um grande sacrifício por nós, mas não sabia o que era. – July disse.

Lembrei então de que logo quando chegamos em Beacon Hills July tivera uma visão e em seguida me abraçou dizendo que me amava.

— Eu te amo. – disse para ela que só conseguia chorar.

— Também te amo. – July em meio aos soluços conseguiu responder.

Todos voltaram para suas casas para descansar, o que acontecera tinha sido loucura demais e não havia mais emocional que estivesse de pé. No entanto quando eu acompanhava July, Amanda e Malia para o carro para irmos para casa, Stiles correu atrás de mim e me chamou.

— Podemos conversar um pouco? Te levo pra casa depois. – disse ele.

Olhei para as minhas amigas e vi expressões bem variadas, Malia obviamente tinha os olhos quase assassinos, Amanda tinha pequenas chamas dançando entre os dedos e um sorriso divertido, July em toda sua indiscrição só faltava dar pulinhos, mas as três foram embora.

Stiles foi até seu jipe e abriu a porta para eu entrar, sem hesitar subi, aquilo era a coisa mais fofa do mundo! Quando ele entrou no Jipe, em vez de dar partida, virou para o lado e me olhou com as bochechas um pouco coradas.

— Malu, eu... – ele fez uma expressão de como se lembrasse de algo e pegou um ramo de flores do banco de trás – Isso é pra você. – Entregou – Bem, Malu, eu sei que as coisas estão muito agitadas agora, que você não deve estar com cabeça pra nada e que...

— Stiles, me beija. – falei. – Eu gosto muito de você, desde o primeiro minuto que eu soube que você era real, que eu vi que você não era mais inalcançável... Eu não quero mais guardar esses sentimentos apesar de você saber quais são.

Eu estava muito vermelha, mas não me impediu de demonstrar que eu realmente queria beijá-lo. Aproximei meu rosto do de Stiles e ele do meu, eu sorri por aquilo finalmente estar acontecendo, nossos lábios se tocaram e um arrepio percorreu meu corpo todo, ele pôs a mão na minha nuca e com a outra mão em minha cintura me puxou para mais perto de si, nosso beijou se intensificou e eu só conseguia sentir fogos de artifícios dentro do meu peito. Stiles nos separou para respirarmos.

— Podem vir os obstáculos que vierem, contanto que eu esteja com você. – disse ele.

— Ah droga, por que você falou isso? Esse tipo de frase atrai gente louca pra Beacon Hills. – dei risada.

Stiles pôs a mão na barriga de tanto rir.

— Obrigada por estar aqui. – falei séria. – Obrigada por existir, existir de verdade, não como um personagem.

Stiles suspirou e se aproximou de mim, me abraçou e olhou em meus olhos.

— Eu sempre fui, sou e serei o Stiles Stilinski, e sempre estarei aqui para você Malu.

Nos beijamos novamente, eu deitei no seu colo o mais encolhida que se pode imaginar, mas nunca estive tão confortável, nem tão feliz.


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Notas finais do capítulo

Awn, nem preciso dizer que amei por demais esse final né non? hahahaha Então, esses links aí que mostram por exemplo a roupa da Malu e o Theo que é o irmão dela são a pasta de Perdidas em Teen Wolf no Pinterest, mas de qualquer forma vou deixar o link aqui:
https://br.pinterest.com/morganalr1995/perdidas-em-teen-wolf/
Não deixem de comentar okay? Beijinhos wolfes!



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