As Palavras Não Ditas escrita por Izzy Lancaster Hutcherson


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo meus amores!
Eu queria muito agradecer a Paulinha e a Brúuh que comentaram o prólogo, meninas vocês são demais!! Também queria muito agradecer, aos que estão acompanhando e a Ferjv que favorito a fanfic, obrigada!

Vim com o primeiro capítulo para vocês, espero que gostem. Boa leitura ♥



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Faz exatamente um ano e cinco meses que Katniss foi para Dublin. Faz exatamente dois meses que não nos falamos mais, que não sei mais notícias suas. Última vez ela me disse que passaria um tempo sem falar conosco, pois estava atolada de trabalhos e precisava estudar em dobro, mas dois meses é muito tempo.

Estou cursando contabilidade em Panem, uma faculdade conceituada a cinco ruas da minha casa. Meus amigos também estão cursando lá, deixamos de ser um quarteto e passamos a ser um trio. Clove faz direito e Cato faz administração. Os dois finalmente assumiram um relacionamento e fazem seis meses de namoro semana que vem.

Clove não fala mais em Katniss, nem mesmo Cato, todas vezes que pergunto Clove afirma que falou com ela no começo do mês e que ela está muito ocupada, por isso nunca consigo conversar com ela no Skype. Depois de um tempo eu não insisti mais, deixei de mandar mensagens e deixei de perguntar por ela.

Eu estava perdendo uma grande amiga...

Pego a caixa negra embaixo da cama. A três semanas Clove havia deixado aqui em casa, ela me avisou que Katniss pediu para que ela fizesse isso, que eram coisas que ela queria que eu ficasse. Até então eu não a abri, não havia o porquê já que estávamos tudo bem. Eu não havia me tocado até então que dentro daquela caixa poderia estar as nossas coisas e que isso seria a afirmação que eu precisava... Que a nossa amizade não passava de uma boa lembrança do passado.

— De novo com essa caixa, Peeta? Você só pega e nunca abre, então nem pegue! – comenta irritada – Clove está lá embaixo te esperando a dez minutos.

— Sinto falta dela, assim como você – comento para Delly, ela apenas se vira de costas.

— Eu sei irmão, vamos antes que Clove venha nos buscar pelos cabelos e nos arrastar até lá embaixo – fala rindo caminhando até a porta.

Me levanto e a imito. Descemos as escadas rindo do seu comentário, estávamos tentando imaginar Clove nos arrastando pelos cabelos. Não duvidamos de mais nada que venha de Clove, ela pode ser pequena, mas sabe muito bem fazer qualquer um com o dobro de seu tamanho tenha medo dela e de suas ações caso faça ela se irritar. A encontramos no andar de baixo, sentada no sofá com uma cara de poucos amigos.

— Vocês demoram demais, pensei que faria trinta anos e vocês ainda estariam lá! Que saco – fala irritada

— Pensei que tivesse sessenta anos, Clove. É feio mentir a idade – brinco

— Sem  brincadeiras, Mellark – diz antes de passar por nossa frente a caminho do carro.

Pego as chaves e destravo as portas, ela entra ainda irritada reclamando ainda da nossa pequenina demora. Delly senta ao meu lado rindo das reclamações da morena no banco de trás.

Estávamos indo há um show que teria em uma das melhores baladas daqui. Clove e Delly passaram dias dizendo que não poderíamos perder esse show, eu neguei dizendo estar cansado mais as duas me convenceram. Eu seria responsável por Delly que ainda tinha dezessete anos, mas eu sabia que ia ser de boas, pois ela não gosta muito de bebidas e é muito fraca.

— Vou dançar a noite inteira, eu simplesmente amo esse DJ – comenta Delly se virando para o banco de trás, falando com Clove.

— Cato estava reclamando, dizia estar cansado e que não dava para ir. Eu falei que ia sozinha e olha só, ela já está nos esperando lá – comenta divertida

— Você é má, coitado do Cato – digo rindo

— Quer ser meu namorado, tem que me aguentar agora –  diz simplesmente.

Não demoramos a chegar. Cato estava nos esperando em frente a balada com os ingressos na mão, o primo dele trabalhava com o DJ e arranjou os ingressos para a gente, VIP's e com direito a open bar. Delly afirmou que se acabaria no refrigerante enquanto estamos na fila, disse também que os coquetéis sem álcool que a aguardassem, nos fazendo rir. Quem diria eu, estaria levando minha irmãzinha para uma balada? Lógico que ela ficaria perto de mim. Qual é, nenhum marmanjo vai por a mão na minha irmãzinha sem ser morto em seguida.

— Vamos lá Cato, faça algo que preste e pegue uma dose de vodka para min – pede Clove

— Por que você não vai? – pergunta ele

— Porque você é meu namorado e isso vem dentro do pacote – responde o empurrando em direção ao bar

— E você não vai beber?– pergunta Delly.

— Sou seu responsável aqui, fora que eu estou dirigindo e Cato veio de táxi justamente porquê vai encher a cara – digo

— Qual é, eu não vou beber. Posso dirigir – diz orgulhosa de si mesma.

— Eu sei, mas não confio meu bebê a você – falo

— Você é um chato – reclama

Acontece que eu não confiava meu presente de dezoito a quase ninguém, na verdade fora eu e meu pai a única pessoa que dirigiu aquele carro foi Katniss. Droga, eu já estou citando seu nome de novo. Hoje eu quero esquecer Katniss Everdeen da minha vida, como se ela nunca tivesse feito parte da minha vida.

— Toma Clove – diz Cato estendendo o copo mediano para Clove, mas antes de chegar em sua mão eu tomo.

Viro o copo sentindo a bebida descer por minha garganta, fazendo a mesma arder e esquentando meu estômago. Ouço Cato rir alto e comemorar enquanto Clove reclama que roubei sua bebida. Eu dou de ombros, não ligo para mais nada hoje à noite, quero somente beber e me divertir.

— Você disse que não ia beber – falou Delly quase gritando devido ao som alto.

— Você dirigi hoje – digo lhe entregando as chaves – Eu só quero saber de encher minha cara de bebida, até esquecer o que eu fiz pela manhã.

— Tá – fala fazendo uma careta.

Caminho até o bar e peço um uísque duplo com gelo. Não demora para o barman me entregar minha bebida e eu virar um bom gole da mesma. O gosto forte nem me incomoda tanto quando incomodou a vodka. Sinto alguém sentar ao meu lado, depois uma voz feminina e doce pede um coquetel sem álcool de frutas tropicais.

— Argh não sei como suporta uísque – comenta a voz de repente.

— Oi?– pergunto observando a garota morena e de olhos verdes ao meu lado. Ela faz uma careta.

— Falei alto não é? – pergunta – Eu sempre faço isso, desculpe-me.

— Uísque é bom, deveria experimente – digo apontando para o copo.

— Obrigada, mas essa eu passo. Preciso estar disposta e sóbria para pegar meu vôo.

— Vai viajar?

— Retornar para faculdade, minha prima teve filho e eu peguei um atestado para vir visitá-la.

— Como você não está doente? Não tem cara de quem paga alguém para falsificar um atestado.

— Acertou, eu não tenho, mas minha amiga sim...

— Perigosa esse sua amiga.

— Ela veio daqui, disse que eu ia adorar a cidade. Aliás estou trazendo doces para ela, disse que sente saudades.

— Sou Peeta Mellark.

— Annie, prazer em te conhecer Peeta.

— Igualmente.

— Sabe seu nome é estranho, sério. Não me leve a mal nem nada, mas nunca conheci um Peeta, embora eu tenha ouvido falar em um.

— Eu já conheci algumas Annie's na vida...

— Meu nome é muito comum, queria ter um diferente como o da minha amiga. Minha mãe não é muito criativa.

— Já eu queria ter um nome normal. Quer trocar?

— Talvez – fala rindo.

Annie leva o copo a boca antes de rir de novo. Quem a vê parece que ela exagerou mais na bebida, mas quem conversa com ela percebe que ela é apenas uma pessoa bem humorada.

— Na cidade onde eu moro, a gente não tem muito tempo de sair para baladas, embora haja muitas bem perto do nosso apartamento – comenta – Fui arrastada até aqui, acredita? Que mico!

— Nem tanto. Eu estou aqui porque minha amiga e minha irmã passaram a semana inteira falando desse show, minha irmã ama esse DJ e ela só poderia vir comigo então...

— Bem, eu vim com o afilhado da minha prima, ele terminou com a namorada e precisa beber até esquecer a vida.

— Eu perdi uma amiga, também quero beber até me esquecer da vida.

— Era muito importante, digo, sua amiga?

— Era minha melhor amiga, era minha irmã e eu até morreria por ela. Da para imaginar.

— Putz que barra. Você venceu, sua vida tá uma merda.

— Valeu.

Bebi o restante da bebida em meu copo e peço mais uma dose. Logo o que eram duas se transformou em sete e eu não aguentava mais ficar sentado naquele bar bebendo. Annie havia ido na minha quinta dose, afirmando que tinha que ir atrás do afilhado da sua irmã antes que ele fosse parar com a cara na privada. Delly veio ver se eu não tinha morrido, mas depois de vê que eu estava bem foi embora dançar com Clove.

Me levanto da cadeira e ando até a pista de dance. Começo a dançar sozinho, mas logo vejo uma garota sorrindo. Cabelos rosas, diferente, um sorriso simpático e bem gostosa, o vestido colado contribui para observar isso. Chego pegando sua cintura, nos fazendo dançar juntos.

Quando vi já estava beijando sua boca. Um beijo intenso carregado apenas de desejo. Afinal eu não a conhecia, estava beijando uma desconhecida que apenas sabia que o nome era Sabrina. Não foi apenas um, esse foi só o começo de muitos, a noite não só terminou no seu apartamento, que ela mesma já havia cedido, porquê Delly veio me chamar. Como brinde eu tomei um tapa na cara, Sabrina pensou que Delly fosse minha namorada, porque ela se assustou e gritou meu nome como se fosse uma namorada traída.

— Ei louca – gritei para Sabrina enquanto Delly me arrastava entre as pessoas, até chegarmos no bar onde estavam Cato e Clove.

— Aonde ele estava?– perguntou Cato

— Se pegando com uma garota de cabelo rosa – disse dando de ombros

— Uau, mandou bem Peeta – comentou Cato que recebeu um tapa de Clove em seguida.

— A Delly não pode se pagar com ninguém, mas você pode se pegar com qualquer vadia de cabelo rosa? Você é um chato, Mellark – reclama Clove

— Argh você tá pura bebida – diz Delly

— Eu disse que iria beber – falo

— Resolveu afogar as mágoas?– questiona Clove irônica

— Tudo culpa de – quando eu ia falar eu a vejo ou penso que vejo. Uma calça jeans colada, uma blusa salmão de costas nuas. Os cabelos castanhos estão de lado, enquanto ela dança sensualmente.

— Culpa de quem? – alguém pergunta

Eu não consigo ouvir ninguém, apenas consigo visualizar Katniss dançando. Porém tudo desmorona quando ela vira para minha direção, não são os mesmos olhos cinzas de sempre, não é o mesmo sorriso nem o mesmo olhar. É somente outro alguém que tem cabelos castanhos.

— Ei, vamos mané – diz Clove.

*–*                                                      *–*  

Acordo com uma dor de cabeça infernal. Parece que alguém colocou uma bomba e ligou, logo depois ela explodiu levando todo o meu cérebro para o espaço. Reclamo mais ainda quando o sol bate no meu rosto, me fazendo soltar um palavrão que provavelmente acordou Delly e me fez ter mais dor de cabeça ainda.

— Idiota – xingo a mim mesma

— Ei, pare de gritar Peeta – pede Delly abrindo a porta do meu quarto.

— Pare de gritar – peço cobrindo meu rosto com o travesseiro. Droga! Por que essa dor de cabeça não para?

— Eu não estou gritando, tem aspirina ao seu lado e um copo de água. Toma um banho gelado e tenta parar de ser chato – pede e eu ouço a porta fechando.

Me sento e pego o comprimido no meu criado mudo. Engoli e depois bebi a água, sentindo o gosto amargo do remédio. Me levanto e caminho até o banheiro, deixo a água gelada cair sobre minha cabeça sentindo a dor aumentar para depois diminuir um pouco. Quando saiu vejo sobre a cama um pequeno caderno aberto, ainda na primeira página.

Me aproximo e observo a caprichosa letra de Katniss sobre o papel. O livro que eu nunca havia mexido nem tinha aberto nenhuma vez desde que foi parar em minha casa.

As palavras não ditas,

Para: Peeta.


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Notas finais do capítulo

Então é isso!
Espero que gostem do capítulo. Deixem sua opinião, eu amo lê -las, sério! Leitores fantasmas, apareçam, eu prometo que não mordo e sou muito legal rsrsrs (não estou muito normal hoje rsrsrs).
Beijos e até o próximo amores! ♥



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