As Palavras Não Ditas escrita por Izzy Lancaster Hutcherson


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a "As Palavras Não Ditas"
Essa foi uma história/fanfic que amei escrever. Espero que vocês goste tanto quanto eu. Também convido a ler a minha outra história Amor & Orgulho. Enfim, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692247/chapter/1

– Tem certeza de que quer ir a Dublin? Você pode fazer faculdade aqui mesmo, como o Peeta – fala Prim, em uma tentativa de me fazer ficar, mas já estava decidido, eu iria para Dublin e nada me fazia mudar de idéia, nada menos ele.

– Sabe Katniss sempre quis ir para lá não é Prim? A deixe – falou Peeta que sorrir enquanto fecho a última mala.

– Obrigada – digo e completo em pensamentos: por me deixar ir, mas se você quiser eu fico.

– Só prometa que não irá fazer outro melhor amigo lá – pediu me fitando com os olhos azuis que tanto gostava.

– Sempre será você, Peeta – digo com sinceridade. Sempre será você em tudo, meu melhor amigo, meu primeiro amor...minha primeira decepção.

– Também sempre será você, Katniss – afirmou e eu sorri colocando a mala no lado do quarto.

– Como está com Glimmer?– pergunto  mudado de assunto. Eu não queria chorar, eu não posso chorar.

– Terminamos ontem, somos muitos diferentes e eu também não sinto a mesma coisa de antes.

– Sinto muito, Peeta.

– Não sinta, nem eu mesmo sinto.

– Ela parecia gostar de você, de verdade. Pensava que gostava do mesmo modo.

– Só gostei mesmo de uma pessoa, mas até mesmo isso passou. Espero gostar de outra do mesmo modo que gostei desta.

– Bem, já que você não está mais namorando a Glimmer, não preciso me preocupar se ela vai ficar brava por eu sequestrar o namorado dela na minha última noite na cidade.

– Me sequestrar? Para onde?

– Vamos nos divertir Mellark, muito. Tem um parque próximo a casa da Clove, já chamei o pessoal, nos vamos fazer essa noite ser inesquecível!

– Estou até com medo.

– Haha, que engraçado.

– Já são 7:00 PM, já deve estar aberto.

– É eu vou só trocar.

– Ei eu tomei banho a trinta minutos atrás – digo fingindo estar magoada e tiro a blusa jogando na cadeira. Pego uma que Peeta me deu, eu havia separado hoje pela manhã e visto.

– Nem minha namorada se trocava na minha frente e você faz isso – diz rindo

– Qual é Peeta, você já viu eu só de calcinha de babados e vai reclamar de me ver de sutiã? – digo rindo.

– Quem disse eu que estava reclamando? Ah e você era fofa quando tinha cinco anos – fala

– Vamos – falo puxando seu braço.

Eu e Peeta temos uma antiga amizade. Nos conhecemos desde meus cinco anos de idade e somos vizinhos desde então. Ele me acompanhou em quase todas as fases da minha vida, até mesma a da catapora... Somos como irmãos, infelizmente entre partes, já que o amo como melhor amigo, mas também como homem.

Toda a minha vida eu odiei clichês, sempre são previsíveis e chega uma hora que se torna extremamente chato. A grande ironia é que o destino pegou algo que eu odeio e acrescentou na minha vida, eu sou apaixonada pelo meu melhor amigo! Isso é um grande e maldito clichê, principalmente se você prefere que tudo fique somente para você como eu fiz. Meu medo: nossa amizade acabar para sempre. Eu aguento tudo, suas namoradas, as meninas dando em cima dele, me pedindo o seu número ou pedindo para marcar um encontro com ele, mas eu não aguentaria que ele me tratasse com indiferença.

Tudo começou a cinco anos, eu tinha treze anos e Peeta tinha acabado de fazer quatorze anos. Todas as meninas, pelo menos as que eu conhecia, já tinham beijado um garoto e eu ainda não tinha beijado ninguém porquê não me sentia pronta para isso. Um dia eu tinha perguntado para Peeta como era o tal beijo, ele rindo respondeu que era algo normal, mas bom. Eu disse que não beijaria tão cedo porque não confiava em ninguém e então me surpreendendo por completo, Peeta me beijou. Foi somente um encostado de lábios demorado, mas o suficiente para me fazer ir às nuvens. Eu saí correndo, não de raiva, mas de vergonha e passei uma semana inteira pensando nisso.

Foi aos poucos, cada gesto, cada palavra, o modo como ele inclinava a cabeça para o lado direito ao rir. Foi aos poucos que eu estava e me apaixonando sem perceber. Quando percebi vi que perderia tudo que tínhamos se contasse como Stefanny fez com Mike, então fiquei quieta, guardando as milhares de palavras que sempre quis dizer dentro de um papel. Quatro anos se passaram e eu ainda não disse, ainda estão guardadas, escondidas dentro daquele caderno.

– Ei pessoal, vocês demoraram – reclamou Clove e eu apenas dei de ombros.

– Prim estava tentando convencer Katniss a ficar, outra vez – comentou Peeta

– Você devia, Katniss. Eu vou morrer de saudades – disse Clove abaixando a cabeça. Clove era minha confidente em tudo, ela saiba exatamente de tudo, até mesmo sobre meus sentimentos pelo meu melhor amigo.

– Sempre vou falar com você, com vocês. Não se livrarão de mim – afirmo

– Cato comprou os ingressos da montanha russa. Disse que hoje ele e Peeta pagariam, afinal é sua despedida – comenta divertida. Todo mundo sabia que Clove gostava de brinquedos radicais, a montanha russa era sua preferida.

– Vamos logo garota – eu disse rindo ao seu lado.

A noite foi divertida. Eu e Clove passamos horas rindo da cara de Cato quando ele gritou em um dos brinquedos. Chateado ele disse que Peeta tinha lhe dado um murro, paramos de rir mesmo sabendo que era mentira. Com o passar das horas Peeta foi ficando cada vez mais silencioso, comentava poucas vezes, ria menos ainda. Ninguém percebia, ninguém menos eu. A noite estava acabando, amanhã ás 12:00 eu estaria entrando em um avião a caminho de Dublin e não o veria mais por muitos meses. Ele estava sentindo o mesmo que eu. O peso adiantando da saudade.

– Boa noite – disse assim que chegamos em frente em ambas as portas da nossa casa.

– Boa noite – falo antes de entrar e fechar a porta.

*_*

Dormir foi algo difícil, estava impossível não pensar na minha futura vida, em Peeta, no meu mais novo passado. Foi mais difícil ainda conter as lágrimas na manhã seguinte quando encontrei todos sentados na mesa, tomando seu café da manhã. Seria a última vez que tomaria café da manhã até o Natal, seria a última vez que acordaria e brigaria com Prim pelo controle da televisão ou ficaria indecisa em qual cereal comer.

Tentei não chorar durante toda a manhã, durante todo o caminho até o aeroporto. Porém não consegui segurar as lágrimas quando vi Clove, Cato e Peeta me esperando no saguão, nem quando todos me receberam com abraços.

– Você está mais chorona ultimamente KitKat – comenta Cato e eu lhe puxo para um abraço.

– Eu trouxe um cordão, não quero que se esqueça de mim – diz Clove me entregando um cordão delicado, com a pequena frase gravada atrás: Até o fim.

– Até o fim – concordo – Eu amo vocês.

– Nós também te amamos – diz Clove me largando de seu abraço.

A voz eletrônica me avisa de que está na hora, o futuro me aguarda e eu não posso mais ficar parada.

– Até mais minha princesa, nós te amamos – diz papai. Ele, mamãe e Prim me abraçam em conjunto.

– Sentirei saudades  – digo entre um soluço, me solto de seus braços e puxo Peeta para um abraço forte.

– Sempre será você, Katniss – sussurra em meu ouvido, eh lhe aperto mais.

– Sempre será você, Peeta. Eu te amo – digo sentindo as batidas do meu coração se acelerarem. Se eu morresse neste momento, eu morreria feliz, com lágrimas nos olhos mas um sorriso no rosto.

– Eu também. Você vai se atrasar – diz nos separando.

Pego minha mala, dou um tchau com a mão e sigo andando com a passagem e o passaporte em minha mão esquerda, sendo apertado pelos meus dedos nervosos.

Estou dando tchau para minha cidade. Estou dando tchau para minha família e amigos. Estou dando tchau para um amor. Estou dando tchau para meu passado e um oi para meu futuro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do nosso prólogo. Logo terá o primeiro capítulo...
Comentem sua opinião, diga o que gostou, o que precisa ser melhorado. Eu amarei lê-la e sempre é bom melhorar.
Beijos e até o próximo capítulo amores :) ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Palavras Não Ditas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.