Tom: A história de Nick e Judy escrita por O Deus Da Festa


Capítulo 22
O Passeio da Vergonha




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Dois dias depois. Sete da manhã. Desde o início do dia de Halloween que Tomazzo não era visto. Nick e Judy estavam sentados na entrada do prédio de Judy, que Tomazzo recentemente comprara, como parte do seu plano para controlar a economia da cidade. Por essa altura, ainda havia pessoas na rua, a andar de um lado para o outro, todas a ir para casa depois de uma noite de arrependimentos.

 

 

 

 

"Tens a certeza que ele vem aqui ?" Perguntou Judy.

 

 

 

"Absoluta." Nick respondeu. "Ele disse que não ia perder o 'Passeio da Vergonha' por nada."

 

 

 

"É uma sorte não termos de caminhar no Passeio."

 

 

 

Pois, o DPZ organizou uma festa de Dia das Bruxas, e Nick e Judy escaparam milagrosamente ao efeito do álcool para evitar acordar no apartamento de um completo desconhecido. Mas entre as pessoas caminhava o único cara que ninguém esperava estar no Passeio da Vergonha. A aproximar-se pela rua, vinha Tomazzo, com a T-shirt desajeitada, cabelo ainda mais despenteado que o normal.

 

 

 

"Não pode ser." Exclamou Nick. "Tom, o que aconteceu ?!"

 

 

 

"Eu tive de fazer o percurso, Nick." Tomazzo respondeu, num tom desanimado e derrotado. "Estava na festa no parque central, fui desafiado por uns otários quaisquer para beber 3 barris de cerveja de pernas para o ar e, última coisa que me lembro foi acordar num quarto de hotel a uns quarteirões daqui."

 

 

 

"Oh meu Deus !" Judy proclamou. "As pessoas podem fazer sexo em quartos de Hotel ? Eu nunca mais alugo um quarto."

 

 

 

"E o pior....foi a Claire."

 

 

 

"O quê !?" Nick gritou. "Então e o plano de resistir ?"

 

 

 

"Pois, não funciona bem quando estamos a desmaiar de bêbados. Ela alugou um quarto para ficar perto do local da entrevista e bem, uma coisa levou à outra. Quando acordei, vesti a roupa a toda a velocidade e sai. Fiz o meu primeiro Passeio da Vergonha."

 

 

 

"Já chega." Disse Judy. "Vamos para dentro. Temos de falar."

 

 

 

Tomazzo segiu Judy e Nick até ao apartamento de Judy. Os 3 sentaram-se.

 

 

 

"Tom, o Nick contou-me tudo." Judy confessou. "O teu plano, a tua teoria sobre a Claire. Tudo."

 

 

 

"Traição !" Exclamou ele.

 

 

 

"Eu sabia que a Judy era a única que te ia convencer a parar com esta estupidez." Defendeu-se Nick.

 

 

 

"Sabes, Tom ?" Judy perguntou. "Eu acho que não acreditas realmente nessa história da luta territorial entre ti e a Claire. Eu acho que inventaste essa história, e continuas a iludir-te a ti mesmo, porque tens medo dos teus sentimentos por ela."

 

 

 

"Por favor. Porque eu teria medo ?"

 

 

 

"Porque estás naquilo que eu chamo de 'bloqueio emocional'. Ninguém te consegue ferir o corpo, por isso, fechaste a tua mente para ninguém ser capaz de partir o teu coração. Assim, não terias fraquezas."

 

 

 

"Olha, essa história de psicologia não vai resultar comigo."

 

 

 

"Ou será que não tens medo dos teus sentimentos pela Claire porque não os conheces ? Se calhar, não sabes ao certo o que sentes, e tens medo de descobrir."

 

 

 

"Eu não a amo ! E não és uma psiquiatra !"

 

 

 

"Não podes saber se a amas ou não, Tom. O amor é algo difícil. "

 

 

 

"Para vocês, talvez. Mas quando o nosso cérebro é uma calculadora viva, percebemos as coisas muito melhor."

 

 

 

"A inteligência não te permite reconhecer o amor. O amor é infinito, misterioso, sorrateiro."

 

 

 

 Tretas ! Estás bem ? Tudo tretas !"

 

 

 

"Ok, espertalhão. O que é o amor ?"

 

 

 

"O amor é um reflexo da nossa capacidade evolutiva como seres sociais, no qual procuramos companhia. Funciona como uma extensão do nosso próprio ego, que nos obriga a desejar proximidade com uma pessoa com a qual nos consideramos compatível. Muitas vezes é motivado por luxúria, pelo nosso desejo de receber atenção e medo da solidão."

 

 

 

 Judy ficou realmente, boquiaberta. Nunca na vida teve de lidar com alguém tão cínico,  com uma noção da realidade tão fixa e científica. 

 

 

 

"Pensem o que quiserem, está bem ?" Tomazzo levantou-se, prestes a sair do apartamento. "O amor, tal como tudo na existência, pode ser reduzido a números. Quer queiram ou não, a magia não existe ! Por muito que vocês queiram se iludir, ao pensar que o amor é tão necessário na vida, não é ! Eu não preciso de amor, e sei muito bem quais são os meus sentimentos pela Claire: Nenhuns ! E se ela tiver algo por mim, podem dizer-lhe que eu mesmo disse, não vai acontecer nada entre nós ! NUNCA !"

 

 

 

Tomazzo bateu fortemente com a porta. Nick seguiu-o, mas ele não entrou no apartamento. Desceu as escadas a correr até à porta, para eventualmente desaparecer.

 

 


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