Tom: A história de Nick e Judy escrita por O Deus Da Festa


Capítulo 17
No campo aberto




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Judy e Nick sairam do comboio. Bunny burrow era um sitio muito rural. A esmagadora maioria da sua população eram coelhos, ovelhas e uma ocasional raposa. As estruturas, à excepção da estação de comboios, eram bastante rurais. A paisagem estava coberta por campos agrícolas,  e o céu não tinha o mínimo sinal de poluição. 

 

 

"Sitio giro." Afirmou Nick. "Nunca fui muito campestre, mas posso abrir uma excepção."

 

"Sim, não há nenhum sitio como a nossa casa." 

 

 Assim que sairam da estação, o barulho das conversas das pessoas na rua e dos vendedores vistos por todo o lado foi rapidamente substituído por um ruído muito maior. Parecia um avião. Um jato. A aproximar-se.

 

"Um avião a voar por aqui ?" Questionou Judy. "Isto nunca acontece."

 

"Eu assumi que este sítio fosse daqueles por onde os aviões passam, mas nunca ninguém realmente vive lá. " Respondeu Nick.

 

Acontece que o veículo aéreo estava a aproximar-se do chão. Parecia dirigir-se diretamente para a vila.

 

 Não havia chance nenhuma desse evento ser uma aterragem autorizada. Uma multidão juntou-se rapidamente, enquanto todos olhavam para o céu. Era um jato privado. Podiam ver pelo seu tamanho relativamente reduzido. O jato fez uma aterragem muito brusca no terreno desocupado e plano junto da estação que não estava a ser usado para plantação. 

A multidão dirigiu-se para o outro lado da linha férrea, enquanto a porta do jato se abria vagarosamente, e uma escada de acesso descia. Era uma maneira digna de um presidente para entrar em cena. E quando um certo multimilionário desceu, Nick e Judy não puderam evitar abrir completamente a boca de espanto.

 Todos na zona reconheciam Tomazzo. Não eram muito ligados ao mundo civilizado, mas tinham televisões e, nos últimos dias, nenhum canal falou de mais nada. Mas a recepção não foi bem vinda. Principalmente quando a mulher que todos reconheciam das notícias como o 'clone' de Tomazzo desceu da embarcação. 

 

 A multidão mostrou desrespeito para com os dois. Ninguém ali tinha grande afeição para pessoas ricas da cidade grande, mas esse não era o motivo. A população de todo o mundo tinha perfeito conhecimento das origens de Tomazzo, e a maioria de Claire, e os valores morais daquela região rural eram um pouco....antiquados. Ao olhar para Tomazzo, ninguém via uma pessoa. Apenas viam uma máquina eficaz e extremamente agressiva, que poderia eliminar aquela vila do mapa num instante.

 

 O jato descolou, deixando Tomazzo e Claire para trás,  que caminharam no meio da multidão. Todos deram um passo atrás, e deixaram-nos passar sem luta. Sentiam-se inseguros, mas eram minimamente inteligentes. Não estavam dispostos a chamar-lhes algo como 'assassinos' ou 'criaturas sem alma'.

 

 Eis que, ao abandonar a estação,  Nick e Judy seguiram os dois, para os encontrar a caminhar pela rua principal. Quando se entreolharam, Tomazzo quase pareceu surpreso. Ele não estava à espera de os ver. E falar em público não seria uma boa ideia, com tantos olhos na direcção deles, pelo que caminharam para uma zona muito menos movimentada da vila.

 

"Tom !" Exclamou Judy. "Seguiram-nos até aqui !?"

 

"O quê ? Não !" Respondeu ele. "Eu tenho uma casa sobressalente aqui. Comprei-a à uns dias num leilão online. Eu não pensei que estariam aqui."

 

"Eu disse-vos especificamente que os meus pais moram aqui."

 

"Oh, eu...pois, não estava a ouvir."

 

"Espera aí. Porque estão aqui mesmo ?" Questionou Nick,

 

"Temos o caldo entornado." Informou Claire. "O Governo finalmente decidiu tomar medidas agressivas."

 

"Estão à vossa procura ?"

 

"Nem mesmo eu consigo sobreviver a um projéctil de tanque disparado contra a minha cabeça. " Disse Tomazzo. "Eu não sei porque demoraram tanto tempo, mas estão definitivamente putos. Eu tive de fazer um tiroteio ao estilo Velho Oeste com eles em Zootopia. Aquele otário, o Johny do laboratório, está envolvido. "

 

"Vocês vão ficar bem ?" Nick parecia preocupado.

 

"A gente sobrevive. A morada é Carrot Street, N 176.

 

"Oh, não,  por favor !" Exclamou  Judy.

 

"Que foi ?" Questionou Claire. 

 

"Os meus pais moram em Carrot street, N 178."

 

"Isso quer dizer que vamos continuar a ser vizinhos !" Respondeu Tomazzo. "Isso é ótimo."

 

"Tom, não leves a mal." Apaziguou Nick. "És um cara legal, mas também aquele tipo de pessoa da qual se tem de tirar umas férias de tempos em tempos."

 

"Meh. Compreendo."

 

"Só uma questão." Adicionou Judy. "Como é que tens um jato privado ?"

 

"Judy, eu sou rico. Eu posso comorar Zootopia e vendê-la numa venda de garagem."

 

"Isso explica porque sitios como esses te odeiam." Respondeu Claire.

 

"Não. Não é isso." Interrompeu Nick.

 

"Como assim ?"

 

"Bem, a população local pode pensar em ti de uma forma...pouco amigável. Estás a ver, estamos num sitio. Como dizer...? Muito católico."

 

"Nick, se eles querem expulsar-me por ser um cyborg, não tenhas complexos. Podes dizer." Afirmiu Tomazzo.

 

"Sim, é basicamente isso."

 

"Eu aguento-me. Se eu me preocupasse com omque as pessoas pensam de mim, eu não seria tão incrível. "

 

"Estás completamente apaixonado por ti mesmo, não é ?"

 

"E é a única paixão que planeio ter. Agora, se nos dão licença, vamos estar isolados..."

 

"Isolados implica algo sexual." Interrompe Nick.

 

"Ele tem razão. " Concorda Judy.

 

"Pronto. Estaremos escondidos da sociedade durante 3 dias."

 

"3 dias ? Porquê ?"

 

"Pfff...Porquê ? Quantos encontros é preciso ter com uma garota até ter sexo com ela ? Três. Quantos dias temos de esperar para ligar a alguém que nos deu o número doccelular num bar ? Três. Quantos dias Jesus esperou debaixo de uma pedra para que um grupo de idiotas pensar que ele ressuscitou ? Três ! É um padrão !"

 

"A tua visão da religião é muito cínica."

 

"Sou um cyborg. Estavas à espera de quê ? Paz !"

 

Assim, Tomazzo e Claire arrancaram. E Nick e a0Judy seguiram caminho para casa dos pais de Judy.

 

 A casa deles era muito melhor que a maioria. Tinha uma pintura mais detalhada, um celeiro por trás e um alpendre. Judy bateu à porta, e o pai rapidamente abriu.

 

"PAI !" Exclamou Judy, abraçado o coelho.

 

"Judy ! Cresceste ainda mais ! Não te vemos há séculos ! Querida, vem aqui. A Judy chegou."

 

Assim que Bonnie chegou à porta, que os dois repararam na raposa que estava com Judy no alpendre.

 

"Oh, não é o cara que te ajudou com o caso das uivantes ?" Questionou Stu. "Pensei que o teu namorado, Nick, vinha contigo."

 

 Foi aí que Nick congelou de receio. Não devia ter medo do pai de Judy, que tinha qualquer coisa como metade da altura dele, mas namorados a ter medo dos pais das namoradas era um cliché enorme.

 

"Hmm...pai..." Começou Judy. "Este é...."

 

"EI !" Uma voz familiar interrompeu Judy. 

 

Era Tomazzo, que estava diretamente a olhar para os pais de Judy, com dois dos filhos mais novos deles nas 2 mãos. 

 

"Estes diabretes por acaso são vossos ?" Questionou ele, largando os dois e deixando-os correr para junto dos pais. "Eu achei-os a brincar com esferovite na minha cave.

Tomazzo tinha vindo diretamente do outro lado da rua, logo, Stu sabia perfeitamente do que se tratava.

 

"Oh, comprou aquela casa ?" Perguntou ele. "Desculpe, está abandonada há séculos, e os miúdos vão sempre lá brincar e...espera aí. A tua cara não me é estranha."

 

Apesar de reconhecer vagamente Tomazao, nem stu nem Bonnie estavam cientes de quem ele realmente era. E se estivessem, seria péssimo. Judy decidiu tirar partido disso.

 

"Oh !" Exclamou ela. "Este é o Tomazzo, o meu....Personal Trainer."

 

"Tu tens um Personal Trainer ?" Questionou Bonnie.

 

"Ei, manter a forma não é fácil. Mas, sim, é ele. O Tomazzo está aqui de férias. Certo, Tom ?"

 

"O qu...OH ! Sim, sim. Sou eu. Personal Trainer. Pois." Concordou ele, aproximando-se para apertar a mão do pai de Judy. 

 

"Prazer em conhecer-te, Tomazzo."

 

"Por favor, é Tom para os amigos. Desculpem se os miúdos se assustaram."

 

"Diz, Tom...desculpa perguntar, mas de que espécie és ?"

 

"Oh, eu sou...hmmm....primata. Sim. Eu tenho uma espécie de...hmm...marca de nascença no ADN, era suposto ser um gorila, mas acabei muito mais atraente."

 

"Claro...e conheces a minha filha há muito tempo ?"

 

"Bem. Sou mais amigo aqui do Nick."

 

Nesse momento, a cara de Stu e de bonnie mostraram um espanto inacreditável. 

 

"Espera...Esse é o Nick ?" Perguntou a mãe de Judy.

 

"Oh...foda-se." Pensou Nick.

 

 


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