Redenção escrita por mjonir


Capítulo 33
Pronta para obedecer




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Asgard – Quase um ano depois dos acontecimentos

Loki sentado à janela da torre observava a calmaria em toda Asgard, no entanto sua mente continuava no caos, na insanidade de sair daquele lugar e de uma chama ardente, um tanto insistente, de tristeza. Parecia que sempre que tinha algo de volta, outra coisa lhe era levada. Mas por que pensar dessa forma? Diana era algo que lhe valia? Por que esse sentimento lhe socara o estômago diariamente depois do que fez? Ele puxou sua taça de ouro maciço e bebeu um gole do hidromel que lhe parecia ter um gosto mais forte que o normal.

Pensou se poderia ser diferente? Não! Aquela era a única maneira de salvá-la. Claro que de um modo completamente estranho e um jeito totalmente Loki de salvar alguém. Se ela não tivesse surtado e mostrado seus incríveis poderes naquele momento, Odin poderia ouvir Loki assumindo a culpa. Frigga retornaria e Diana seria levada de volta à Midgard. Mas não, a maldita tinha que estragar tudo.

E agora... Agora a maldita estava morta. Loki se levantou em fúria e chutou o criado mudo ao seu lado fazendo com que batesse na outra parede. Algumas gavetas se abriram, caindo no chão juntamente com algumas folhas. O asgardiano se interessou ao ver um desenho do palácio de Asgard. Agachou-se e pegou as folhas... Desenhos. Havia o palácio, havia Thor e o mjonir. Sif juntamente com as crianças brandindo sua espada ao ensiná-las. Havia Odin em seu trono, as três luas de Asgard e havia Loki. Havia ele sentado à mesa de mogno com um dos livros nas mãos. Sua expressão concentrada na leitura. Diana havia desenhado aquilo.

O asgardiano deu um suspiro. Por que diabos essa maldita lhe fazia tanta falta? Somente por tagarelar ao máximo ou então responder-lhe de forma irônica? Por que sentia falta de seus sorrisos? Por que agora que ela estava morta ele sentia o imenso vazio que era estar sem ela? Loki pensou bem e chegou à conclusão de que não havia mais nada para ele, nenhuma chance do recomeço que Diana tanto falava. Então, por que estar ali? Por que se manter sem o caos? Por que continuar em cárcere? Loki levantou os olhos. Estava na hora de colocar seus planos em prática. Uma névoa tomou conta de seus sentidos... Ele balançou a cabeça tentando espantá-la, porém perdeu as forças e caiu no chão do quarto desacordado.

Thor se mantinha sentado perto de Heimdall. Ele adoraria ter o dom de seu amigo e observar Midgard. Queria saber se todos estavam bem e principalmente Jane. O deus do trovão sabia que a moça devia estar o odiando desde que se foi, no entanto, ele havia sido proibido pelo pai de ir a Terra depois da confusão que o Éter causou em Asgard.

Porém Thor já havia se cansado de continuar de mãos atadas e sem ver sua amada. Frigga estava de volta e tudo continuava na santa paz, apesar do episódio com Diana, que na opinião de Thor não havia sido de todo ruim. Loki estava mudado, Asgard continuava intacta, a Rainha havia sido ressuscitada. Diana trouxe novamente a esperança para Asgard, porém Odin não via isso. Talvez por falta de um olho – imaginou a autora e Thor – Heimdall continuava concentrado olhando para todos os cantos daquele enorme universo. Thor, mais uma vez sentiu vontade de observar as coisas como ele.

— Heimdall... – Sussurrou Thor.

O grande soldado negro virou seus olhos dourados para Thor. Ele sabia o quanto o futuro Rei sofria com saudades de sua amada e sempre que podia, dava uma leve espiada em Jane para lhe conceder notícias.

Heimdall observou Midgard, passou por todos os cantos da Terra. Observou uma criança nascendo naquele momento, um casal sorrindo, o vento batendo nas folhas, um carro em alta velocidade. Concentrou-se em Jane... Ela estava sentada à mesa. Um notebook a sua frente e seus dedos digitavam rápido. De repente puxou um pequeno pen drive e se levantou apressada para sair da sala que estava. Ao abrir a porta, Jane olhou para os dois lados e saiu rapidamente pelos corredores. Quando finalmente chegou a rua, a mulher andava ainda olhando para os lados como se estivesse fugindo. Passou por algumas ruas e entrou em vielas escuras.

Um homem encapuzado e com um longo sobretudo preto estava a esperando. Jane lhe entregou uma pequena folha de papel e o pen drive que havia retirado do notebook. O encapuzado leu o bilhete. Heimdall se esforçou para manter sua atenção. Jane parecia assustada e desconfiada como se estivesse em perigo. O asgardiano forçou seus olhos para entender o bilhete.

‘’Não posso falar... Implantaram uma escuta em mim e não podem saber que estou aqui. Preste atenção: A HYDRA está infiltrada na SHIELD e eles vão atacar. Preciso de ajuda, eu e minha amiga precisamos, estamos correndo perigo. Esse pen drive pode ajudá-lo em algo.’’

Jane se virou e saiu tranquilamente pela viela deixando o encapuzado lá sem falar sequer uma palavra. Seu celular de repente tocou. A expressão da moça se alterou.

— Alô? – Ela disse um tanto apreensiva. – Ahhh... Oi Diana. Tudo bem? – Ela respondeu aliviada.

Diana? Heimdall se surpreendeu. Seria ela a amiga em perigo? Será que Diana e Jane estavam com problemas em Midgard?

— Heimdall? – Thor chamou o amigo. – Tem notícias? Aposto que Jane continua com suas pesquisas e...

— Thor, na verdade, precisamos...

A deusa Frigga chegou rapidamente à Bifrost. Ela parecia estar um tanto apreensiva. Se seus sentidos estivessem certos, Diana e Jane estavam correndo perigo e não podiam perder tempo. A deusa sabia o futuro de Diana enquanto ela estava aqui, e a moça representaria um papel fundamental em Asgard. Frigga sabia sua história, e sabia mais ainda que deveria protege-la.

— Thor! – A mãe do deus do trovão clamou pelo filho.

O loiro se levantou e foi ter com sua mãe. Ao observá-la sendo seguida por um dos soldados do reino, se preocupou. O que Naveen fazia ali? E por que a mãe aparentava medo e preocupação?

— O que aconteceu, mãe? – Thor lhe perguntou.

A loira parou na frente do filho e puxou uma de suas mãos para segurá-las em desespero. Aaron se aproximava ao longe. Naveen encarava Thor com um misto de preocupação e esperança.

— Precisamos ajudar Diana e...

— Jane – Heimdall disse interrompendo Frigga.- Elas estão em perigo.

Thor se virou para o amigo e depois para sua mãe. Segurou fortemente com uma de suas mãos o martelo em sua cintura.

— Nós precisamos de Loki... – Frigga disse.

— Não! – Thor a repreendeu.

— Ele precisa saber que ela está viva... Meu filho está sofrendo, Thor. Seu irmão!

Thor segurou mais forte a mão de sua mãe e suspirou.

— O que pretende? – Perguntou ele.

Loki abriu os olhos assustado. Onde estava? Por que se sentia completamente zonzo e um tanto enfraquecido? Aquele não era o quarto onde dormira... Onde diabos...

— Loki! – Frigga passou a mão pelo cabelo negro do filho. – Se acalme...

O deus da trapaça se assustou com a presença da mãe e se sentou na cama um tanto agitado.

— Shhhh... Acalme-se. Precisamos conversar. – Frigga disse

— Onde estou, Frigga? - Loki tentou aumentar a voz, mas ainda se sentia sonolento.

— Estamos em um dos aposentos de Heimdall... Preciso lhe falar.

— Não há nada para conversamos...

— Loki, preciso de sua ajuda. Seu irmão precisa de ajuda. – Frigga tentou segurar o braço do filho em desespero.

— Thor não é meu irmão! – Rugiu Loki.

— É sobre Diana! – A deusa soltou rapidamente atraindo a atenção de Loki.

O deus da trapaça se deixou abalar por um tempo, mas logo se lembrou: MORTA. Não havia nada a fazer, Thor havia matado Diana e Loki não queria, em momento algum, ajudar o maldito deus do trovão.

— Não temos o que falar. Diana está...

— Viva! – Thor irrompeu pela porta atraindo a atenção de todos ali. – Diana está viva, Loki. E corre perigo assim como Jane.

Loki olhava Thor ainda surpreso, a fúria e a raiva sendo contida em somente uma frase: Diana está viva!

— Precisamos de sua ajuda, Loki, ou então Diana irá morrer dessa vez, e de verdade. Temos um plano. – Thor se aproximou do irmão.

O deus da trapaça tentou se recuperar do choque e guardar sua raiva para saber o que diabos estava acontecendo. Após isso, iria se certificar de demonstrar sua ira para com Frigga e Thor.

— Estou ouvindo! – Loki levantou as sobrancelhas.

Enquanto isso em Midgard...

Os diretores da HYDRA se encontravam em volta da mesa prateada. Diana na ponta um tanto ansiosa. Perto dela o seu projeto, sua maior descoberta.

— Senhoras e senhores... Eu lhes apresento o vértice. – Diana puxou o pano que cobria o objeto que podia trazer-lhes o que tanto queria.

Os homens e mulheres ao redor se entreolharam satisfeitos. Finalmente conquistariam mais planetas e poderiam aprimorar suas técnicas e armas. Haviam tantos mistérios a ser descobertos e começariam através do planeta de um dos vingadores.

— Agora podemos começar, de verdade, nossa missão. A SHIELD já foi tomada e essa é uma das muitas conquistas. – Disse o diretor. – Iremos apresentar esse projeto esta semana em um evento. Os simpatizantes e agentes da HYDRA precisam se reunir. Nós iremos dominar!

Todos disseram HAIL HYDRA em uníssono. Diana piscou os olhos em uma fração de segundos. Uma dor lancinante em sua cabeça... Sua mente gritava, no entanto, ela não entendia as palavras e pedidos de socorro de sua verdadeira consciência.

 - No entanto, ainda temos que nos preocupar com o Capitão Rogers e a Viúva Negra. Soldado? – Bucky rapidamente se pôs a postos. – Precisamos que cumpra a missão e leve a Agente 15 com você.

— Pronto para obedecer. – O Soldado Invernal assentiu para o diretor.

Aproximou-se da Agente que se encontrava um tanto desligada da conversa. O diretor apertou um botão. Diana gritou em desespero ao sentir o choque.

— Estrelas. Agente. Morte. Gelo. Família. Perdido. Constelações. Abril. Mãe. 15

 As palavras ecoaram na cabeça de Diana enquanto ela gritava de dor pelos choques intermináveis.

— Soldado? – O diretor perguntou.

Diana abriu os olhos vermelhos. Sua pele se tornando azulada e o ar na sala esfriando. As paredes começaram, devagar, a congelar. Os que estavam na sala olhavam para os lados amedrontados pelos poderes da Agente. A atenção da moça se voltou para o diretor. O diretor falava com ela, e precisava responder. Sentia-se pronta...

— Pronta para obedecer! – respondeu Diana.


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