Redenção escrita por mjonir


Capítulo 3
Príncipe Loki?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vão?



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Eu acho que faz quatro dias que estou nessa maldita cela e posso ter a completa certeza que minha sanidade não é uma das melhores nesse momento, os dias são completamente monótonos e eu não vi mais a luz do sol, só consigo me orientar pelo fato de minhas refeições virem em certos momentos e preciso compartilhar que talvez o ‘’melhor’’ momento que eu tenho nesse lugar é pedir para ir ao banheiro, as celas não tem o seu próprio e parece que aqui nem sempre todos precisam ir constantemente como eu, como se eu não pudesse ser considerada mais estranha.

O deus grego se fechou em seu mundinho literário após meu ataque de pânico, não me dirigiu mais uma palavra apesar de sentir seu olhar quase sempre sobre mim enquanto desenhava em um pequeno caderno esquisito que me deram, eu desenhava tudo o que gostava e que me lembrava minha casa, desenhei também a criatura que falou comigo quando cheguei aqui e o asguardiano.

 Estava jogada na cama minúscula daquela cela esperando o almoço, talvez?

Sentia-me desconfortável ali e pelo menos minha cobertinha preferida estava comigo, talvez aquilo fosse um sinal de que tudo daria certo depois, tá... Eu estou viajando não? Quem eu quero enganar me fingindo de despreocupada? Estou uma pilha de nervos e tentando me controlar para não ter mais um ataque de pânico com histeria, eu precisava arrumar um jeito de sair dali por bem ou por mal.

O soldado loiro que me jogou aqui dentro no dia do meu aniversário apareceu na frente da minha cela, aquilo era um aviso para que ele pudesse me levar para usar o banheiro e tudo mais, eu odiava tudo aquilo pelo fato de não tomar banho há dias e estar usando aquele vestido que depois de um tempo me deixou desconfortável.

— Vamos? – Disse ele em sua voz de trovão

— Claro! preciso de babá para fazer xixi. – Respondi sorrindo irônica

— E como precisa se fosse usar o banheiro sozinha talvez quebrasse o nariz do Pai de Todos. – Disse imitando meu tom ácido.

— Eu ficaria muito feliz com isso. – A voz rouca e grossa do deus grego na cela a frente disse em um tom despreocupado folheando seu livro.

Meus olhos quase pularam das órbitas ao ouvir aquela voz de novo depois de dias, então quer dizer que o gato devolveu a língua desse Asgardiano. – Sim, finalmente eu aprendi o nome do planeta e a naturalidade deles.

— É o que?... – Apenas consegui dizer isso levantando da cama e olhando para o homem da cela.

 Ele estava sem a cota verde o que mostrava sua camisa preta colada ao corpo, ele era forte o que me deixou o admirando igual uma abestalhada por alguns minutos até o soldado loiro entrar na sala, colocar as algemas douradas em mim e me puxar pra fora da cela, o sorrisinho do asgardiano aumentou a me ver praticamente babando nele o que me fez voltar à realidade, olhei-o de cima a baixo tentando demonstrar desdém. Já ouviu o ditado: Quem desdenha quer comprar? E com aquele deus grego eu estourava o limite do meu cartão sem me lamentar depois. Mas como é? Qual é o meu problema hoje?

— Vejo que o gato devolveu sua língua, não é mesmo? – Sorri usando meu melhor tom de deboche.

Suas sobrancelhas se ergueram em surpresa com minha volta á realidade tão rápida e fui arrastada pelo soldado loiro.

— Até que você foi uma boa atriz hoje, Senhorita O’connor. – Disse Aaron rindo baixinho enquanto me conduzia pelos corredores.

— Foi fácil te conquistar não é mesmo, Aaron? Só ameaçar te dar uns socos e já está na minha mão. – Disse rindo de forma brincalhona.

Eu e Aaron nos tornamos amigos nesses dias em que ele me levava ao maldito banheiro, eu não fazia ideia de que alguém naquele planeta poderia ser legal comigo e não me tratar como uma escória só porque sou humana.

Aaron me levou a outro corredor onde se encontrava um tipo de banheiro muito esquisito, porém usável ele soltou minhas algemas, graças ao bom Deus existia um espelho lá, eu tinha malditas olheiras arroxeadas em volta de meus olhos e meus cabelos estavam emaranhados, tentei pentear com os dedos, não tinha como melhorar, estava completamente acabada assim como as minhas costas por causa daquela cama.

Sai do banheiro rapidamente encontrando o soldado encostado na parede observando sua enorme espada também dourada, aquilo me chamou atenção, pois a arma era tão reluzente e extremamente bonita, eu adorava filmes e livros que falavam sobre épocas medievais, sempre quis segurar uma espada de verdade ou um arco.

— Vamos? – Disse ele levantando seus olhos para mim e colocando as algemas novamente.

— Claro.

Foi quando ouvimos um estrondo vindo do corredor das celas, o barulho foi tão forte que me deixou tonta e meu ouvido começou a zunir, pedregulhos caíram do teto em nossas cabeças, será que tudo aquilo iria desabar?

— Mas o que? Isso aqui vai ruir sobre nossas cabeças. – Perguntei a Aaron amedrontada, ele apenas me olhou assustado confirmando que nem ele sabia o que ocorreu.

— Vamos voltar e ver o que aconteceu rápido!

Voltamos ao corredor das celas correndo dando de cara com a minha cela quase toda destruída e metade de uma espécie de aeronave dentro dela, mas que diabos estava acontecendo?

Um homem com uma cota de couro e espada saiu de dentro da aeronave e parando em nossa frente:

— Eu acabei perdendo o controle enquanto ia para as plantações, acho que exagerei no hidromel. – Disse ele com vergonha.

Hidromel? Oi?

Minha cela está destruída e onde eu ficarei? Eu precisava fugir e voltar para casa, não podia mais ficar em Asgard, tenho uma vida na Terra e necessito de um banho e da minha cama maravilhosa.

— Chad, você destruiu a cela da prisioneira, onde vou coloca-la agora? Precisamos falar com o Pai de Todos...

Um homem muito alto e robusto entrou pela porta do corredor todo trajado de armadura dourada, seu rosto tinha uma expressão dura e ele levava o elmo em mãos.

— Soldado Aaron, nós acabamos de comunicar o Pai de Todos sobre o que aconteceu, ele pediu que colocasse a prisioneira para dividir a cela com outro, disse também que escolha bem onde irá coloca-la, ele não a quer morta ou machucada a pedidos de Thor.

Virei-me dando de cara com o deus grego, ele havia colocado sua cota verde o que lembrava-me um gafanhoto levantou de sua poltrona na sala deixando o livro de lado, encostou perto do campo de força invisível e me olhou com curiosidade.

— Meu senhor, quando a prisioneira chegou aqui os outros não a respeitaram propriamente dizendo, se eu coloca-la em uma cela qualquer vão com toda certeza machuca-la. – Aquilo fez um arrepio correr por minhas costas e um arquejo sair de minha boca.

— Então está dizendo que Thor quer proteger a Midgardiana? – O gafanhoto asgardiano perguntou.

Os dois soldados o ignoraram completamente tentando resolver o assunto de onde eu ficaria.

— Será que não podem simplesmente me colocar naquele maldito globo de ouro e me enviar para a Terra? Nem sei como vim parar aqui e vocês insistem em dizer que sou perigosa, eu estou presa, não tomo banho nem lavo o cabelo e troco de roupa há dias, quando chegar á Terra me esquecerei de tudo o que houve aqui e nunca mais voltarei. – Tagarelei tentando esconder meu nervosismo, minha voz estava subindo uma oitava.

Todos pararam de discutir o que estava acontecendo e pararam sua atenção em mim, estava começando a ficar histérica e desesperada o deus grego asgardiano percebeu que a qualquer momento eu teria uma sincope e ficaria completamente negoçada, me olhou de forma intensa e manteve o olhar.

— Talvez eu possa compartilhar minha cela com a midgardiana. – Disse o gafanhoto dando de ombros.

Todos olharam para ele surpresos, meus olhos quase saltavam das órbitas e meu coração batia freneticamente. Os soldados se entreolharam tentando entender o porquê dele dizer aquilo e se oferecer para compartilhar a cela comigo.

— Bom, precisamos falar com o Pai de Todos e... – Disse o Soldado que entrou depois.

— Não é preciso, coloque-a aqui logo enquanto esse ser desprezível reconstrói a cela dela, depois disso pode jogá-la de novo lá dentro. – Minha boca se abriu em um pequeno ‘’o’’ ao ouvir aquilo.

— MAS... COMO É QUE É? EU NÃO... – Disse desesperada.

— Tudo bem, isso não irá demorar. – Disse Aaron se curvando para ele.

 Ele tratou o gafanhoto como realeza mesmo estando preso, então era isso que ele era? O que estava fazendo naquela cela então?

 Aaron soltou minhas mãos, abriu a cela do homem a minha frente e me empurrou gentilmente lá para dentro, baixou o campo de força e resmungou com Chad sobre minha cama que parecia intacta na parede não destruída. Iriam trazê-la depois para que eu pudesse ter um local aonde ficar.

Antes de saírem de lá fizeram um aceno de cabeça para o homem a minha frente e Aaron disse:

— Obrigada Príncipe Loki, iremos resolver esse problema logo.

— É o que eu espero Aaron. – Disse fazendo um aceno com a cabeça.

Príncipe Loki? Oi?

Então quer dizer que aquele gafanhoto asgardiano era um príncipe?

Ótimo, eu ficaria na mesma cela que ele aguentando seus caprichos de realeza. Aonde eu fui me meter meu Santo Deus?

Bufei revirando os olhos e indo me sentar perto da parede e colocando minha cabeça entre os joelhos pensando em o que mais poderia dar errado na minha vida.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos ♥



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