Redenção escrita por mjonir


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692000/chapter/1

Manhattan, NY – 14 de abril – 23:35 PM

Sai do meu carro às pressas, travei as portas e fui em direção ao porta malas tirando de lá uma bolsa, fechei rapidamente e me aproximei do familiar prédio abandonado, eu já conhecia aquele lugar mais de 2 anos, empurrei com força a porta de vidro que vivia emperrada e entrei no saguão do prédio ligando minha lanterna, ao lado tinha uma barra que eu usava para impossibilitar que alguém de fora abrisse a porta.

Subi cinco lances de escadas e empurrei uma porta de metal que se abriu rangendo revelando meu adorado terraço, encostei-me a uma parede e respirei fundo tentando retomar o fôlego e normalizar as batidas de meu coração, quando isso foi possível abri minha bolsa e de lá tirei meu familiar cobertor de florezinhas e o estiquei no chão, remexi mais dentro da bolsa e peguei minha garrafa de vinho e também uma taça deixando as em cima do cobertor, me levantei e fui atrás do meu telescópio que se encontrava escondido em uma parte coberta do terraço, hoje aconteceria um fenômeno incrível e que demorava mais de 100 anos para acontecer novamente, os planetas se alinhariam á meia noite. Estava realmente maravilhada e ansiosa porque tudo isso aconteceria em 15 de abril, meu aniversário, não existe presente melhor que esse.

Desde pequena eu tinha uma espécie de adoração pelas constelações e os outros planetas, quando me tornei adolescente meus pais me deixaram pintar galáxias em meu quarto e o sistema solar na porta, aquele lugar ficou completamente mágico e depois de olhar para tudo aquilo que eu e meus pais me ajudaram a fazer tive a confirmação que meu futuro seria ‘’cabeça nas estrelas’’ como meu pai costumava dizer, não posso estar mais do que realizada trabalhando como professora de Astronomia na faculdade, claro que é algo meio rotineiro e que é uma das coisas que eu mais odeio, porém o salário é maravilhoso e sustenta meus caprichos em Manhattan.

Observo meu relógio de pulso que marca 23h50min, ainda faltam dez lentos minutos para que o meu grande presente de aniversário dado pelo maravilhoso Universo aconteça, decido então abrir o vinho e começo a observar o local em que estou ele me trás lembranças boas, porém as ruins são as que mais marcam o meu tão amado ‘’refúgio’’. Você deve estar se perguntando, afinal, pessoas normais passam seus aniversários com a família e amigos, bom isso não se encaixa em minha vida; Meus pais morreram faz um bom tempo e eu vou sempre sentir a falta deles, mas como dizem a ferida se cura e o que resta é a cicatriz que ela deixa para que possamos nos lembrar de como aquilo aconteceu e a saudade de meus pais é essa cicatriz.

 Amigos? Já faz um tempo em que não sei o que é isso, depois que meus pais morreram e eu sai do Texas e vim diretamente para Manhattan, pois não suportava ficar naquela casa onde as lembranças quase me sufocavam e me empurravam para baixo. Deixei minha melhor amiga e outras pessoas das quais eu me importava, eu sei que fui uma covarde por fugir da dor e mascará-la socando minha cara nos livros e aprendendo mais sobre que eu amo, mas o que posso fazer? Cada um tem sua escapatória e essa foi a minha.

00h00

Meu relógio de pulso começa a apitar e meu coração bate forte ansiando para que o fenômeno aconteça, pego minha garrafa de vinho já aberta e coloco um pouco na taça e tomo rapidamente sentindo o fogo do álcool e o gosto doce se alastrarem pela minha garganta e então puxo rapidamente meu telescópio enquanto observo Marte, Sol e a Terra se alinhando deixando a lua avermelhada, o que vejo e o que sinto me deixam completamente extasiada e emocionada, as lágrimas molham meu rosto e meu sorriso aumenta enquanto a lua fica cada vez mais avermelhada. Nada se compara a ver esses fenômenos, até simplesmente uma chuva de meteoros me deixa estonteante.

Decido olhar para a lua sem o telescópio e lá está aquele maravilhoso satélite avermelhado e estranhamente grande, observo as ruas lá de cima e se não fosse apenas um fenômeno normal eu diria que estávamos diante do apocalipse e que a qualquer momento o pior aconteceria, balancei minha cabeça repreendendo aqueles pensamentos negativos em meu aniversário de 24 anos, peguei minha taça e á ergui ao alto dizendo com uma extrema empolgação:

— Feliz vigésimo quarto aniversário, Diana O'connor. – Brindei com o céu e soltei uma risada fraca pelo nariz, esvaziei rapidamente minha taça e decidi que deveria tomar o vinho direto da garrafa e enquanto fazia isso brindava sempre com a lua, rapidamente o vinho acabou e a minha sanidade também.

E aquilo foi a última coisa da qual eu me lembro depois de ter acordado com um barulho extremamente estranho e medonho, puxei meus joelhos para mais perto do corpo e abri os olhos, ainda estava escuro e a lua continuava estranhamente grande e agora alaranjada, o barulho vinha de dentro do prédio e eu decidi pegar minha lanterna e descer. Ainda com o cobertor nas costas parecendo uma desabrigada e meio zonza por causa do vinho que ingeri sozinha me apoiei no corrimão da escada, cheguei a um corredor que dava para várias salas e uma em especial tinha a porta aberta, um frio tomou conta de minha espinha e me lembrei daqueles malditos filmes de terror que não nos deixam dormir em paz, engoli em seco e me aproximei um pouco mais da porta, o barulho continuava, parecia uma ventania dentro do quarto.

Mas o que diabos eu estava fazendo? Deveria estar correndo agora mesmo daqui, onde eu fui me meter? Quando decidi dar as costas à sala o barulho aumentou e então impulsionei minhas pernas para correr, mas não consegui, pois estava sendo praticamente sugada pela sala, é isso mesmo, em desespero tentei me segurar em algo na parede, porém em vão era arrastada para dentro daquele lugar e então comecei a gritar e me debater, tinha que haver algum jeito de me livrar daquilo até que a força foi muito maior e a escuridão tomou conta de mim.

Abri meus olhos e me coloquei de pé em um pulo me deixando ainda zonza, olhei para baixo me certificando de que ainda estava inteira e com meu manto protetor vulgo cobertor ainda continuava em meus ombros e dei uma risadinha, a maluca aqui bebeu demais e estava tendo pesadelos, experimentei olhar em volta e me assustei com o que vi aquele não era meu amado terraço, ainda continuava escuro e o céu estava estrelado, a lua pendia estranhamente perto e ainda alaranjada.

Olhei para baixo e ai que meu coração foi á Marte e voltou, estava em uma espécie de ponte esquisita e a minha frente um globo dourado estava iluminado e percebi que havia uma porta, onde diabos eu estava? Quando estava decidida á entrar naquela grande bola dourada, alguém saiu de lá o que me fez tremer de medo, ele tinha chifres e roupas douradas e sua pele era escura, seus olhos eram cor de ouro derretido e em suas mãos segurava uma grande espada também dourada, engoli em seco ao ver aquele ser se aproximando de mim, eu estava completamente ferrada.

— Como conseguiu passar por mim? – Disse a criatura e sua voz lembrava o retumbar de trovões.

— É... Eu... ahn... – Pigarreei alto e passei as mãos pelo rosto tentando entender se no meu vinho tinha algo que fosse mais forte que álcool. - Eu me chamo Diana e não faço ideia de como eu cheguei aqui e...

— Como assim não faz ideia? De que reino você é?

Mas o que? Reino? Como assim? Em que tempo aquele ‘’cara’’ vive pra falar coisas desse tipo e ainda usar espadas? Eu devo estar completamente chapada.

— É... Reino? Eu não te entendo. – Disse de forma apreensiva, vai que aquela coisa quer me machucar se der as respostas erradas?

A criatura franziu o cenho como se eu estivesse falando grego com ele e se aproximou um pouco mais fazendo com que meu corpo inteiro se arrepiasse de medo e eu puxasse cada vez mais meu cobertor de florezinhas em volta de meu corpo.

— De que reino veio? Como passou por minha vigilância?

Mas meu santo Deus, como eu posso saber de que maldito reino eu vim? Ei, espera, eu sou da terra não? Mas é claro, preciso dizer á ele o que houve e então ele pode me responder algumas coisas, porém ainda desacreditada de tudo tento experimentar algo e belisco meu próprio braço fazendo uma careta de dor e comprovando que não estou chapada e eu estou completamente acordada e também extremamente ferrada;

— Eu sou do planeta Terra, será que o senhor conhece? – O olhar da criatura fica impressionado como se já tivesse ouvido falar do meu planeta antes.

Observo suas mãos apertarem um botão na espada e então ele me olha de forma apreensiva e diz:

— Uma Midgardiana, então? – Ele diz de uma forma como se eu fosse ameaçadora sendo que é ele que está com uma espada que sinceramente é do tamanho de meu braço e antebraço juntos.

— Mibdigadi o que? – Falo mais alto do que pensei e escuto passos atrás de mim e quando me viro o que vejo não é nada bom.

É uma espécie de guardas e está comprovado mais uma vez que eu estou ferrada e é agora que eu vou morrer, solto meu cobertor e fecho os olhos tentando rapidamente me conectar com a Diana do Texas, aquela que fez dois anos de defesa pessoal e quando abro meus olhos sinto um dos guardas pegando em meu braço, rapidamente aplico um golpe de autodefesa girando seu braço e o levando para trás o que resulta em um grito forte dele, o outro guarda tenta pegar minhas pernas e eu obtenho uma vantagem por ter pegado eles de surpresa e chuto uma de suas pernas o fazendo cair, solto o braço do guarda que mantenho refém e tento correr, até que o que estava caído segura minha perna esquerda e tenta me levar para baixo quase conseguindo, rapidamente piso em seus dedos e sorrio ao ver seu rosto contorcer de dor, dou mais algumas passadas enquanto o primeiro me alcança e passa em minha frente tentando conter meus braços, sem mais nem menos dou uma joelhada em seus países baixos o que faz ele cair, dou um sorrisinho discreto e tento de novo correr, mas dessa vez meus braços são puxados fortemente para trás em um aperto de ferro, me debato gritando e amaldiçoando o guarda de todas as formas possíveis.

Enquanto isso o outro se levanta e vem para perto de mim e escuto o maldito que está atrás dizer:

— Apague ela logo!

— O que? Não me mate, seu maldito! Não sou uma ameaça para você...

— É o que veremos Midgardiana.

Mas que diabos, aquele maldito ainda me xinga de Mibidgana, eu deveria lhe dizer umas poucas e boas e perguntar ao desgraçado se ele não obteve educação de seus pais e então outro se aproxima mais e levanta sua mão e já posso dar adeus para minha linda existência, fecho meus olhos com força de forma involuntária, a pancada forte vem rapidamente e então a escuridão me carrega em seus densos e aconchegantes braços.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Redenção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.