Linha Tênue escrita por Sany


Capítulo 4
Capitulo 04.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Quarta-feira véspera de feriado termômetro marcando 15ºc com aquela sensação térmica um pouquinho mais baixa eu consegui terminar o capitulo. A Everdeen Mellark fez uma recomendação linda que quase me fez deixar os capítulos que tinha pendente de lado para escrever esse... Muito obrigada pela recomendação esse capitulo é pra você.



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O resto da tarde passou tranquilamente, o clima na casa dos Mellark era completamente diferente da minha, embora fosse simples tenho que admitir que a casa era aconchegante. A mãe dele era doo tipo dedicada e preparou uma mesa de café da tarde realmente adorável e nos obrigou a parar de estudar para o lanche e de alguma forma eles pareciam muito mais uma família do que a minha. Eles tinham uma ligação que nunca tinha visto antes e Effie Mellark parecia um poço de orgulho falando sobre os filhos enquanto os olhava com um misto de carinho e proteção que nunca vi nos olhos da minha mãe.

 - Obrigada pela aula. – Agradeci quando ele me levou até o carro, já tinha anoitecido e tive que recusar três vezes o convite da mãe dele para jantar. – Você perdeu seu domingo inteiro.

— Não tem que agradecer, foi divertido.

— Foi sim. – Meu celular tocou naquele momento e vi a foto do Gale no visor antes de rejeitar a ligação.

— Seu namorado deve estar preocupado, esta tarde. – Comentou nitidamente incomodado.

— Gale não é meu namorado. – Vi um sorriso se formar nos lábios dele.

— Não?

— Não, somos só amigos. – Ele parecia animado em ouvir essa pequena informação. -  Acho que ele gosta de mim, mas eu não gosto dele dessa forma. As pessoas acham que somos um casal por andarmos muito juntos, mas só passamos todo esse tempo juntos porque as lideres e o time acabam passando muito tempo juntos. Sabe como é nossos treinos são juntos e tudo mais e nos conhecemos a anos, nossos pais se conhecem então nos vemos fora do colégio também, mas nunca fomos mais do que amigos – disse com o máximo de sinceridade possível, obviamente deixando de lado o fato de que mesmo sendo só amigos tínhamos o beneficio de ficar quando eu queria.

— Eu não sabia, mas fico feliz em saber. – Ele corou e sorri. – Quer dizer ele parece meio...

— Galinha. – Completei sabendo que ele não terminaria. – Eu sei, – suspirei antes de continuar. - No fundo eu sou como todas as garotas Peeta, sonho em encontrar meu príncipe encantado ou o mais perto disso pelo menos. – Vi como ele estava atento as minhas palavras então continuei. – Quero alguém que me ame, que me respeite e me leve a serio. Que veja mais do que a líder de torcida, que queira mais do que beijos, eu quero alguém que esteja disposto a assumir um compromisso independente de sermos jovens ainda. Que me esteja disposto a me pedir em namoro. Essas coisas.

— Isso não deve ser difícil, você é linda.

— No fim os garotos do colégio só querem ficar. E eu quero ser amada, posso não parecer mais sou do tipo que sonha com um grande casamento no futuro com romance, – sorri. - Acho melhor eu ir. – Beijei seu rosto um pouco mais demorado do que a primeira vez deixando ele com um sorriso bobo no rosto e quando segui pela estrada de terra pude ver ele parado no mesmo lugar vendo meu carro se afastar. Ele realmente estava apaixonado.

Durante a semana seguinte continuei com as aulas embora não tenha voltado a casa dos Mellark, Peeta havia ido a minha casa todos os dias sem falta e confesso que as aulas estavam sendo bem esclarecedoras. No sábado seguinte os meninos arrasaram no jogo e nos brilhamos na lateral da quadra, muitos não levam a serio nossa função, mas somos nós que passamos força aos jogadores e a torcida independente do placar e embora muitos julguem algo fútil não é algo simples pelo contrario requer horas de treinamento e planejamento. Ser líder não é apenas balançar pompons é preciso toda uma coreografia, todo um ensaio antes de cada jogo sem falar na disciplina que tínhamos que ter. E precisávamos acima de tudo confiar umas nas outras afinal ninguém faz uma pirâmide humana com pessoas que não confia.

Aquele era nosso ultimo jogo e confesso que foi bem nostálgico já que depois do verão eu estaria em outra equipe e sabia que teria muito mais trabalho sendo uma líder do time da universidade. Na segunda-feira a vitória do Colégio Einstein era assunto nos corredores e durante a aula de educação física nos limitamos a comemorar e planejar a festa que daríamos na sexta feira para comemorar o fim das provas. E antes mesmo do sinal tocar fui em direção a sala do professor Latier e pela primeira vez quando ele colocou as duas folhas de prova na minha frente eu soube o que fazer sem duvida, eu havia estudado tudo aquilo e as palavras do Peeta estavam nítidas na minha cabeça e eu respondi tudo com uma certeza impressionante conferindo tudo antes de entregar a prova.

Como não precisava mais encontrar o loiro para estudar passei a tarde como não fazia a duas semanas, fui ao shopping com as meninas, fizemos comprar e falamos sobre a minha provável escolha para próxima chefe das lideres de torcida, e principalmente falamos sobre o baile que estava a duas semanas apenas de acontecer. Nosso colégio era conhecido pelo baile dos formandos que acontecia sempre no melhor hotel do Distrito uma noite antes da colação de grau. Com minha posição eu já tinha ido como convidada a dois bailes, mas estava ansiosa para estar lá como formanda. Havíamos escolhido o tema cassino e a diretoria estava providenciando diversos jogos de azar para nos divertimos, apostas de verdade seriam proibidas já que nem todos os formandos eram maiores de idade, mas cada aluno receberia um numero de fichas que seria calculado pelas notas obtidas no ano para se divertir durante a noite.

Obviamente a maioria dos alunos faria suas apostas escondidas assim como muitos dos garotos já tinham providenciado um quarto do hotel para a noite, Gale pelo que soube tinha reservado a suíte presidencial segundo ele o rei e a rainha do baile não mereciam menos do que isso. Alias estava muito claro os alunos que seriam coroados como rei e rainha aquele ano, não havia no colégio ninguém para competir conosco e mesmo não sendo nada oficial iríamos juntos ao baile.

— Antes de saírem peguem suas provas comigo. – O professor avisou assim que o sinal tocou na terça-feira e senti meu coração acelerar era agora ou nunca, e como se quisesse me torturar ele me deixou por último. – Srta. Everdeen – me aproximei e peguei o papel com a sensação de que meu coração sairia para fora do peito a qualquer momento, e assim que olhei o resultado soltei todo o ar que nem percebi estar segurando. – Acho que tenho que lhe passar um trabalho extra. – Sorri vendo o 10,0 na parte superior da folha. – Espero que ele esteja a altura dessa prova, – ele me entregou uma folha com uns 30 exercícios. – Para amanhã Srta. Everdeen.

 - Vou trazer amanhã professor. – Sai animada da sala de aula, eu tinha conseguido, tinha passado pelo mais difícil agora era só entregar aqueles exercícios e podia me considerar formada. Acabei decidindo não ficar para as ultimas aulas e fui para casa fazer os exercícios eu não ia reprovar por nada principalmente depois de estudar como louca para a prova. Acabei passando o dia no meu quarto fazendo o trabalho e só parei quando a empregada bateu na porta avisando que meu amigo estava esperando na sala, achei que era Gale e pedi para que ela o mandasse subir.

— Katniss. – Me surpreendi com a voz baixa do loiro que havia me ajudado durante as duas ultimas semanas.

— Ei, entra. – Ele estava totalmente sem graça por estar no meu quarto e acabei achando fofo.

— Eu não vi você na escola depois do almoço e você não atendeu o telefone, eu queria saber qual foi o resultado da prova então passei por aqui. – Nem ao menos tinha tirado o celular da mochila naquela tarde, sorri animada e mostrei orgulhosa meu 10,0 e ele sorriu também.

— Consegui!

— Parabéns, eu sabia que conseguiria.

— Eu vim para casa mais cedo para adiantar esses exercícios. Preciso entregá-los até amanhã para complementar a nota, achei que seria mais difícil, mas já fiz quase todos. – Comentei animada.  – Você poderia corrigir para mim?

— Claro – ele sorriu fraco sem saber a onde ir.

— Pode sentar – ele olhou o quarto por um instanteantes de sentar no tapete encostando-se na lateral da cama nitidamente sem graça,  não duvidava nada que ele nunca tivesse estado no quarto de uma garota antes, talvez no da nerd amiguinha dele, mas estava nítido que não acontecia nada entre eles. Então durante a hora seguinte eu terminei os exercícios que faltavam e arrumei o único que havia errado segundo o loiro.

— Acho que alguém passou de ano. – Comentou após corrigir o exercício que eu havia errado.

— Eu estou radiante. – Tinha me sentado ao lado dele no tapete para observa-lo corrigir os exercícios e acabei abraçando ele.

— Você mereceu estudo bastante para isso. – O vi corar com o contato, mas ele acabou disfarçando ajeitando os óculos e pela primeira vez notei o quanto os olhos dele eram bonitos. Eram azuis e havia certa inocência neles, algo puro que só costumava ver nos olhos da minha irmã.

— Seus olhos são lindos. – Comentei e acabei tirando os óculos do rosto dele. – É um azul diferente parece mudar de tom.

— Eles mudam sim, de todo mundo muda. – Era visível o quanto ele estava nervoso e acabei sorrindo com isso e sem saber o porquê aproximei meus lábios do dele o beijando lentamente. Não sei se foi por não esperar ou por não fazer isso com frequência se é que ele já tinha beijado alguém antes, mas ele parecia sem reação no inicio e quando pedi passagem com a língua ele parecia um tanto perdido tornando o beijo um tanto atrapalhado. Com agilidade passei a perna para o outro lado do corpo dele me sentando em seu colo  e senti quando ele travou sem reação a minha atitude.

— Relaxa Peeta. – Pedi em um sussurro baixo em meio ao beijo colocando a mão dele na minha cintura sentindo-as ligeiramente geladas. Ouvimos o barulho de passo e ele se afastou rapidamente olhando em meus olhos, um tanto assustado e me segurei para não rir afinal eu sabia que quem estivesse no corredor não entraria sem bater, mas ele obviamente estava assustando com a ideia de nos pegarem ali comigo em seu colo, mesmo que completamente vestidos.

— Acho melhor eu ir para casa. – Sem esperar que eu dissesse qualquer coisa ele me colocou de lado gentilmente e se levantou indo em direção a porta.

— Peeta. – Chamei e ele olhou para mim da porta. – Obrigada. – Agradeci e depois de alguns instantes vi pela janela quando ele entrou na velha caminhonete parada do outro lado da rua, eu ó poderia estar ficando louca em achar o jeito tão atrapalhado e doce dele fofo.

No dia seguinte segui com a minha rotina normalmente fiz duas provas e após passar na sala de matemática e entregar meu trabalho ao professor Latier me juntei as meninas na quadra para esperar as outras meninas para o treino. Não haveria mais jogos, porém eu ainda não tinha tomado minha decisão sobre minha substituta e gostávamos de treinar.  Estávamos combinando sair para fazer compras e ajudar Glimmer com a escolha do vestido dela para o baile de formatura, Fox e eu havíamos encomendado os nossos com um estilista que fazia os melhores vertidos do Distrito, mas os Rambin embora tivessem posses não costumavam gastar tanto a esse ponto então iríamos com ela as compras. Estávamos falando sobre a melhor loja para comprar quando vimos a nerd ruiva parar na porta olhando os meninos que estavam fazendo arremessos na outra ponta da quadra. Ela olhou Marvel por um momento antes de sair rapidamente dali agarrada aos livros em suas mãos.

— Ouvi dizer que viram o Mellark consolando a Chaney hoje na entrada. – Fox comentou. – Ela estava chorando pelo que soube. – Até onde eu sabia Chaney era a única amiga do Mellark na escola e era tão nerd quanto ele, os dois sempre eram vistos juntos.

— Talvez devêssemos começar com o boato que ela esta grávida dele, já imaginou ninguém vai duvidar disso. – Glimmer sugeriu baixinho.

— Não. – Falei rápido demais e as duas me olharam sem entender – Vamos deixar ela acender a pólvora e se ela acender o boatos falaram por si e a duvida da paternidade vai acontecer sozinha. – Justifiquei.

— Me pareceu que você queria proteger o Mellark. – A loira parecia estar se divertindo com essa possibilidade.

— Não viaja Glimmer, ele é apenas uma ferramenta que preciso no momento. Alias que precisei meus assuntos com o Mellark acabaram.

— Certeza? Porque a ultima coisa que você precisa é simpatizar com aquele garoto. Por mais que faltem poucos dias para o fim das aulas ele pode te afundar. Você nunca vai ser a rainha do baile de formatura se for vista de amizade com ele. Afinal uma rainha não fica próxima demais dos plebeus.

— Eu tenho tudo sobre controle. E não se esqueça com quem você esta falando. – Alertei e ela pareceu avaliar suas palavras antes de prosseguir, ela sabia que não devia mexer comigo, mesmo sendo próxima havia um limite a se respeitar.

— Só estou lembrando que ele não é do seu mundo. – Justificou. -  Você é o topo da cadeia alimentar enquanto ele não é nada ele esta abaixo dela, não é porque ele te ajudou que você vai amolecer com ele. Peeta Mellark é uma ferramenta descartável você já usou esta na hora de jogar fora. – Ela estava certa eu precisava lidar com ele ou pareceria fraca.

— Eu sei disso. – Olhei para as duas. – Eu tenho outros planos para ele. – Afirmei decidida.


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Notas finais do capítulo

É isso a Katniss aqui não esta valendo um centavo e vai aprontar com nosso loiro lindo. Algum palpite do que ela vai fazer???
Como eu tinha dito anteriormente a primeira fase é pequena e o próximo é o bônus, sim porque nada como ver o plano da Katniss pelo ponto de vista do mais afetado da situação.
Beijos.