Linha Tênue escrita por Sany


Capítulo 23
Capitulo 21.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Demorou mais chegou.
Já expressei o quando adoro meus leitores lindos do nyah?
De coração eu adoro o retorno de vocês a cada capitulo. E essa semana Linha Tênue recebeu duas recomendações lindas que me deixaram muito feliz.
Vanessa Santiago e Viviane Eve esse capitulo é dedicado a vocês, obrigada meninas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691964/chapter/23

A última coisa que queria era um reencontro entre Peeta e Fox, bastava saber que ela sem dúvida espalhou a noticia do meu casamento para maioria do nosso antigo grupo de amigos. Não era preciso ver o olhar atento dela tentando entender o motivo que me levou a casar com o nerd que tanto menosprezei naqueles meses no fim do nosso último ano.

Durante as semanas seguintes ao incidente da festa – onde Peeta foi a piada do momento – havíamos relembrado o que tinha acontecido várias vezes e mesmo quem não estava na minha casa aquela noite ficou sabendo do ocorrido. Apostas de que o loiro não apareceria mais no colégio foram feitas aquela noite em meio a muita música e bebida, ainda sim lá estava ele na segunda pela manhã fingindo que não era a piada do momento, ou que as pessoas não estavam apontando para ele o tempo todo. Os garotos do time particularmente se divertiram imitando o loiro pelos corredores e colocando diversas boias de braço e patinhos de banheira no armário dele enquanto eu andava pelos corredores, abraçada ao Gale rindo sempre que alguém mencionava a brincadeira. E agora depois de menosprezá-lo tanto estava casada com ele.

Entretanto algumas coisas são inevitáveis e lá estávamos nós sendo conduzidos por um atendente até a área externa de um hotel de luxo no centro da Capital de mãos dadas como um casal apaixonado.

— Katniss. – Fox estava sorrindo quando nos aproximamos da mesa onde ela estava sentada juntamente com o marido, o filho e o que deduzi ser a baba. – Que bom que vocês vieram. – depois de uma semana de insistência incessante não me vi com muita escolha a não ser aceitar o convite. – Mellark quanto tempo, acho que a última vez que nos vimos foi na formatura. – ele estendeu a mão com um sorriso e a cumprimentou.

— Muito tempo mesmo. – nunca duvidei do cinismo da ruiva, desde o colégio Fox era do tipo que mesmo nas piores situações se porta com naturalidade, mas o loiro estava me surpreendendo a cada dia. Confesso que achei que ele diria não a esse reencontro, seria o mais normal a se fazer até, entretanto quando disse que ela havia chamado para esse encontro ele apenas disse que estaria livre no sábado. Sem olhar pra mim ou pensar muito, como quem não se importa.

— Me deixa apresentar vocês a minha família. - minha dedução sobre os integrantes da mesa estava certa. Hiroshi Watanabe aparentava mais do que seus suposto 53 anos, os cabelos grisalhos e um ar calmo, tinha um porte atlético para a idade ainda sim não era nem de longe um homem do tipo que Fox costumava sair, ele nos cumprimentou com um sorriso. O filho não tinha quase nenhum traço dela, o garoto tinha traços levemente orientais e cabelos castanhos escuros lisos. Sentamo-nos e não demorou para uma conversa sociável começar enquanto escolhíamos algo para beber.

— Joga tênis Mellark? – já estávamos conversando a algum tempo quando Hiroshi pergunto realmente interessado.

— Um pouco, mas confesso que joguei mais usando sensor de movimento no vídeo game do que em uma quadra real.

— Papai não gosta de jogos, mesmo os interativos.

— Yuri... – a baba, uma senhora com no mínimo 50 anos repreendeu o garoto enquanto Fox se limitou a sorrir.

— Não é que não goste de jogos virtuais. – explicou ele observando o filho por um momento enquanto ele se levantava e ia para perto da piscina. - Só acho que um jogo não deve substituir a interação de uma partida real. Se deixar a nova geração passa o dia em frente a eletrônicos e não sai mais para lugar nenhum, e não interagem com ninguém frente a frente, acabo pegando no pé não só desse mocinho, mas dos meus outros filhos também, ou eles esquecem de interagir e sair de casa.

— Entendo o que quer dizer, meu afilhado também é assim. Ele tem 9 anos e vive tentando enrolar a mãe dele para ficar mais tempo conectado.

— Esse afilhado é o filho da... – ela fingiu pensar um pouco antes de continuar. – Chaney, não é?

— Ele mesmo.

— Nossa, 9 anos o tempo passou tão rápido, ela se casou com o pai do filho dela ou com outra pessoa?

— Não, Lavinia não achou alguém certo para casar ainda.

— Que pena, filhos são uma grande responsabilidade e fazer isso sozinha não deve ser nada fácil. – observei Peeta por um instantes tentando ver qualquer tipo de reação diferente, mas ele manteve o rosto simpático. – Até porque é bom formar uma base sólida para criança, ter uma figura paterna para se espelhar, isso sem contar no quanto a família ao redor é importante. Quem é o pai do menino mesmo?

— Ninguém, Lavinia cuida muito bem dele sem um moleque qualquer ao redor. Alex não precisa da figura de alguém sem caráter, a mãe dele é um exemplo ótimo para se espelhar.

— Admiro muito mulheres que tem essa força de criar os filhos sozinha, mas família é importante. Por dois anos foram só meus dois filhos mais velhos e eu, mas confesso que conhecer Fox fez toda diferença em nossa família, ela não esta lá para substituir a mãe deles, mas vem sendo uma figura importante na vida deles. – lembrei do que ela me disse sobre filha mais velha dele não gostar dela e pensei na ironia daquelas palavras. – Voltando ao assunto do tênis, o que acha de uma partida? Essas duas com certeza tem muito a conversar e o hotel tem uma quadra ótima. – Peeta tentou não aceitar, mas acabou cedendo e os dois logo saíram em direção a loja de esportes do hotel.

— Yuri filhinho o que acha de ir jogar no tablet da mamãe? Esta lá no quarto.

— Mas o papai disse...

— Mamãe sabe o que ele disse amor, pode ir.

— Não acho que seja bom ensinar ao menino ir contra as regras do pai dele, se o senhor Watanabe disse a ele para não brincar com eletrônicos e aproveitar atividades ao ar livre, acredito que ele deva obedecer. – Fox olhou para a baba como se fosse fuzilá-la com o olhar.

— Amorzinho vai até ali um instantinho, preciso dar uma palavrinha com a Emi, mas fica onde a mamãe pode ver. – o menino deu alguns passou e ficou olhando a piscina. - O senhor Watanabe está aqui? – antes que a baba disse-se qualquer coisa ela continuou. – Não. Então não ouse contestar o que digo, escute bem dessa vez porque estou cansada disso, eu sou a mãe dele e sua patroa e não me interessa se você trabalha naquela casa a mais de vinte anos se continuar contestando o que digo e eu me livro de você.

— Acha mesmo que tenho medo da senhora? – havia um tom de desafio na voz da senhora e me recostei na cadeira para apreciar melhor aquele pequeno espetáculo. – Eu criei aquelas crianças, não tenho medo de ser mandada embora. Até porque eles nunca ficariam longe de mim, na verdade acho que seria mais fácil ficarem longe da madrasta.

— Bom você devia ter, afinal seus dois queridos estão criados e veem quem querem ver, mas o Yuri é meu e se eu te por para fora da minha casa você não coloca os olhos no meu filho outra vez. Então lembre-se, quem o senhor Watanabe escuta, pegue o meu filho e leve ele para jogar como eu disse que era para fazer. – ela eu as costa e saiu levando o garoto com ela.

— Uau, quanto poder. – brinquei batendo palmas de leve e a vi sorrir.

— Empregados insolentes, às vezes acredito que ela queria meu lugar. Como se Hiroshi fosse olhar para ela, olhe pra mim. – indicou a si mesmo com as mãos. – Nem pareço que tenho um filho, e se tem algo que tenho certeza nessa vida é do amor do meu maridinho. – Fox era a mulher mais nova, tinha quase a idade da filha dele e sem sombra de dúvida era um troféu que ele admirava, não me surpreendia a confiança que ela tinha de que ele faria tudo que ela quisesse. – Mas me conte, Chaney ainda é próxima do seu marido?

— Sim, eles trabalham juntos.

— Nossa, e o filho dela nenhuma possibilidade de ser dele?

— Como?

— Não quero ofender, mas muita gente no Distrito 12 pensou isso quando a gravidez dela veio a público, também depois de tudo o que aconteceu não é para menos.

— Tudo o que Fox?

— Foi logo depois que você se mudou, não tinha mais como ela esconder estava aparecendo para os olhos mais atentos e os pais dela perceberam, até bem tarde na minha opinião, de qualquer forma o pai dela foi atrás do Marvel. Dizem que ele estava furioso, mas obviamente o Marvel negou ser o pai, parece que ele disse que Chaney era rodada que tinha dormido com vários caras e que ele tinha dormido sim com ela, mas que tinha usado preservativo. Foi um escândalo, pra completar ele se negou a fazer o DNA dizendo que só faria se todos os caras fizessem também, caso contrario só com uma ordem judicial.

— E a justiça não o obrigou a fazer o teste, quer dizer o pai dela não entrou com um processo?

— O pai dela expulsou ela de casa.

— O que?

— Katniss, você esta muito desatualizada sobre os babados antigos do Distrito 12. – brincou. – Esse foi o grande escândalo, eles a colocaram para fora de casa, vizinhos garantem que ouviram palavras como promiscua, libertina entre outras palavras de baixo escalão do pai dela, antes que ela saísse de casa. Ai ela acabou indo morar na casa do seu atual marido e isso gerou ainda mais falatório, basicamente as pessoas acharam que ele estava assumido que era o pai da criança. Até porque ele saiu do Distrito para ir fazer faculdade em algum lugar e ela ficou lá, mas quando o bebê nasceu ele não assumiu nem nada, virou padrinho então o falatório voltou. Claro que muitos ainda diziam que ele era o pai afinal ela continuou morando lá com os Mellark que cuidavam do garoto enquanto ela se formava na Newton, outro escândalo alias afinal os pais dela tem dinheiro e ela se formou na escola pública.

— Eu realmente não sabia. – os Chaney eram o tipo de família rica e que prezava muito a imagem, eram vistos em festas da alta sociedade do Distrito e pareciam próximos a filha, saber que eles a tinham colocado para fora me surpreendeu muito, ao mesmo tempo que saber que ela morou com os Mellark explicava toda a proximidade dela como a família.

— Mas então sem querer plantar a dúvida, você acha que o garoto pode ser do seu marido?

— Não, o garoto tem muitos traços do Marvel, não da para negar que seja filho dele.

Naquele momento os dois voltaram já vestindo roupas adequadas para uma partida de tênis, seguimos para a área onde a quadra ficava e nos sentamos em uma mesa para assistir enquanto conversávamos assuntos aleatórios. Fox havia mudado bastante, mas de certa forma ainda tinha muitos traços da nossa adolescência e sem dúvida se tivesse seguido carreira jornalística teria se dado muito bem. 

Às vezes olhávamos um pouco para a quadra onde a partida estava acontecendo, Hiroshi jogava bem e sempre dava dicas para Peeta que mesmo não sendo um bom jogador parecia estar se saindo bem, o loiro era rápido e bom com os movimentos e ambos pareciam estar se divertido.

— Essa vitória foi para você minha rainha. – vi Fox sorrir quando o marido se aproximou e lhe deu um selinho carinhoso após o jogo. – Não que tenha sido difícil ganhar do senhor tecnologia. – brincou.

— Desculpe não ter ganhado nada hoje para dedicar a você querida. – Peeta se aproximou e ficou atrás da minha cadeira, as duas mãos em meus ombros de modo suave. – Mas em minha defesa meu adversário era muito bom, e sou péssimo. – disse se aproximando levemente me abraçando, não que estivesse muito suado, mas podia sentir seu corpo quente ao redor de mim.

— Com um pouco de treino você ganha querido. – comentei tentando soar normalmente.

— Vou treinar, então jogamos novamente.

— Com certeza, quem sabe as duas jogam também.

— Acho pouco provável Katniss querer encarar uma partida. Ela sempre gostou de torcer. – comentou beijando meu rosto de leve e olhando meus olhos, quem visse de fora pareceria um ato de carinho, mas vi nos olhos dele que estava zombando de mim.

— Nunca me desafie amor. – realmente jogar tênis não era algo que gostaria de fazer, mas não iria admitir isso.

— Eu estou fora. - Fox nem pensou duas vezes antes de se pronunciar contra. – Mas podemos marcar algo no fim do mês, essa semana iremos até outros Distritos, mas antes de irmos embora vamos voltar aqui em duas semanas.

— Em duas semanas vamos estar no 12. – tentei não demostrar surpresa com essa nova informação. – Aniversário da minha mãe, sempre passo lá com ela.

— Acho que vai ter que ficar para uma próxima visita então.

— Melhor irmos nos trocar ou vamos perder a reserva do restaurante. – antes de sair em direção ao hotel, Peeta se inclinou sobre mim e beijou meus lábios com naturalidade. – Te vejo em alguns minutos. – observei por um momento enquanto ele e afastava.

— Acho que agora consigo ver o que você viu nele.

— O que?

— Quando me disse que estava casada com o Mellark, não consegui achar um único motivo para você ter feito isso, confesso que depois de pesquisar um pouco aqui e ali descobri que ele estava rico e pensei. É isso. Desculpa amiga, mas pensei, porém vendo ele agora vejo que ele é muito o seu tipo.

— Meu tipo?

— É, bom ninguém pode negar que ele foi de patinho feio para cisne, com todo respeito, mas aquele corpo, uau. – comentou olhando disfarçadamente para o loiro. – Se as meninas do colegial imaginassem que ele ficaria dessa forma, garanto que os garotos do time seriam bem menos bajulados. Isso sem contar a tensão sexual entre vocês. – olhei para ela surpresa.

— O quê? Fox você está vendo coisas demais. Peeta e eu nos reencontramos e resolvemos pensar no agora, deixar o passado e viver algo novo que cresceu.

— Se você diz, mas acredite o modo como se olham se tocam pode ser sutil e dar a impressão de amor e carinho para olhos inocentes, contudo vejo certa tensão em vocês talvez por serem recém casados e o sexo ainda seja como posso dizer “novidade” – disse fazendo aspas com as mãos. – Mas quando vocês se tocam é puro desejo, como se quisessem agarrar um ao outro.

Meneei a cabeça e voltei a atenção para minha bebida, aquilo não tinha o menor sentido já que independente dele ser bonito ou não a única coisa que queria na maior parte do tempo era bater em Peeta Mellark, não agarrá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, será que a Fox esta certa? Ou já esta vendo coisas onde não tem?
Particularmente não consigo tirar a imagem do Peeta jogando tênis da cabeça kkk.
Espero que vocês tenham gostado do capitulo.
Um excelente ferido prolongado a todos.
Beijos
Obs: Saindo totalmente do assunto alguém por aqui leu as Crônicas de amor e ódio? Preciso falar sobre esses livros kkkk