A new love escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 22
XXII | Voltando a Forks


Notas iniciais do capítulo

Oi :)



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Ao saímos do hotel nos certificamos que ninguém irá mais procurar pela Athenodora em seu quarto, nós vamos de carro até o aeroporto onde Caius compra as passagens para retornamos para Forks e ficamos, por um dia, hospedados em um hotel no centro da cidade onde Charles fica com o Caius durante toda a manhã, eu aproveito para comprar um grosso casaco e algumas roupas para o Charles, pela tarde ao empacotar o Charles por completo em suas roupas de frio nós saímos para que Caius pudesse me mostrar um pouco da cidade.

Charles permanece quieto durante todo o passeio, seus olhos fixos no Caius e absorvendo cada palavra que o pai diz, quando parávamos em algum lugar víamos pessoas nos olhar, obviamente achando um pouco estranho, afinal eu tenho dezoito e Caius aparenta ter os seus vinte e três, muitas pessoas devem pensar o quão irresponsável nós fomos. Charles parece entender a mesma coisa porque sempre abria um sorriso para essas pessoas e agarrava-se ao meu pescoço, quando já estava anoitecendo nós voltamos para o hotel, enquanto Caius paga a diária eu subo, encontro o Emmett assistindo televisão.

“Olá, Charles, gostou do passeio?” Emmett pergunta, Charles assente furiosamente e estende os braços sendo passado imediatamente para o Emmett.

Enquanto Emmett conversa com o Charles, eu aproveito para ir ao quarto e arrumar a pequena bagagem do Charles colocando juntamente com algumas roupas que comprei pra mim, Caius retorna trazendo consigo um bebê conforto, colocamos Charles nele após uma série de protestos e saímos, o carro alugado já havia sido devolvido e tivemos que pegar um táxi, chegamos no momento em que nosso voo estava sendo anunciado, iriamos de Moscou até Nova York sem fazer nenhuma pausa. Acomodamo-nos em nossos assentos, já no avião, e Charles dorme quando o voo começa.

“Eu estive pensando, que tal compramos uma casa na Rússia?” Caius me pergunta após um longo tempo. “Não em Moscou, em uma cidade pequena e com muita neve, posso comprar uma casa afastada da cidade e podemos passar até mais de cinco anos por lá”.

“Rússia me parece uma boa ideia.” digo. “Eu até posso terminar o colegial por lá, afinal eu perdi os últimos meses de aula.”

“Não é uma boa ideia você terminar seus estudos agora, acredite. Deixe passar alguns anos e aí você poderá voltar.”

“Mas por quê?”

“Grace, você ainda terá que aprender a se comportar realmente como um humano, olhe a forma como está sentada, a coluna toda ereta e os ombros para trás, relaxe a coluna, haja como humana” ele explica.

Relaxo a coluna curvando-me um pouco, Emmett tem uma sobrancelha arqueada e ri baixinho, Caius também sorri e seu sorriso aumenta à medida que eu tento me sentar como antigamente, ombros para dentro e a coluna curvada, não funciona, cada tentativa é pior do que a outra.

“Parem de ri” reclamo. “Pra vocês é fácil, vocês são velhos!”

“Oh!” Emmett diz pondo a mão no coração. “Machucou!”

Caius ri, eu resolvo que ignorar ele por uma boa parte da viagem é uma boa ideia, ele tenta chamar a minha atenção mais desiste após um tempo, contenta-se em mexer em uma mecha solta do meu rabo de cavalo, ele permanece fazendo cachinhos na mesma mecha por quase metade da viagem, quando Charles acorda, quando estamos ainda sobre o Atlântico nós nos voltamos a nos falar, a aeromoça passa distribuindo comida e Caius escolhe algo com frango para o Charles que a princípio não gosta da ideia.

“Ei, não dê trabalho” Caius reclama ao tentar lhe dá mais um pouco. “Quando chegamos em Nova York eu arrumo o sangue, agora contente-se com o frango!”

Observo a cena com um sorriso no rosto, poderia passar um bom tempo só olhando para o Caius cuidando do Charles. Ele definitivamente será um bom pai e eu me encho de orgulho ao vê-lo ser tão carinhoso e prestativo. Quando Charles finalmente mastiga, relutantemente, um pedaço do frango e tenta esconder sua satisfação de nós dois e o Emmett rimos, as bochechas dele ganham um leve tom de vermelho.

“Viu? Não é ruim!” digo. “Ele precisa comer muita comida humana?”

“Não, eu acho que só as vezes.” Caius responde e volta a dar o restante da comida, descobrimos rapidamente que Charles não gosta de cenoura e nem de coentro, riscamos também da lista suco de manga.

“Papai!” Charles choraminga após terminar de comer, era provável que se Caius abrisse um sorriso maior seu rosto rasgaria. Entrego o Charles ao pai e observo enquanto Charles escala a camisa branca do Caius e deita novamente a sua cabeça no ombro dele, colocando sua cabeça entre os fios platinados do pai, surpreendentemente o tom de cabelo dos dois é o mesmo, eu espero que seu cabelo não escurecesse nunca.

Caius me aconselha a fingir que estou dormindo pelo restante da viagem da forma como Emmett estava fazendo a um bom tempo, acomodo-me e fecho os olhos, abro os olhos novamente quando ouço o anuncio que iriamos pousar.

Descemos em Nova York no início da manhã, pego a mala onde encontra-se as roupas do Charles. Compradas as passagens para Seattle nós saímos, tínhamos cinco horas até o voo sair, nossa primeira parada foi em um hospital e pergunto-me como o Caius ia conseguir bolsas de sangue sem levantar suspeita, ele volta minutos depois trazendo uma sacola, compramos um refrigerante e após derramar o refrigerante em uma lixeira Caius põe o sangue no copo, eu seguro o copo enquanto Charles chupa todo o conteúdo, talvez não exista bebê mais feliz nesse mundo.

“Por que os olhos dele não mudam de cor?”

“Porque ele é metade humano.” Caius diz.

“Ei, eu estive pensando” Emmett diz ao nosso lado. “O que vai acontecer agora que os Volturi não existem mais? Eles eram os lideres, Aro era a autoridade máxima do mundo vampiresco, apesar de toda a brutalidade nós não podemos negar que eles faziam um bom trabalho em mantêm o nosso mundo em segredo”.

“Isso é verdade, mas novos líderes irão surgir, muitas pessoas querem a posição que Aro ocupava em nosso mundo e não irá demorar para o mais forte subir ao poder”.

“E se mais de um quiser o trono?” pergunto. “Iriamos viver basicamente como naquela série antiga, Game of Thrones”.

“Game o quê?” Caius pergunta franzindo as sobrancelhas.

“Esquece, depois te mostro. Resumindo: iria haver uma guerra”.

“Por mais ambicioso que um vampiro seja, ele não será idiota o suficiente para travar uma guerra com outro, imagine um exército de vampiros, imagine eles lutando entre si e matando-se sem parar, os humanos iriam perceber e então acabariam descobrindo que dividem o mundo com nós e apesar de sermos mais fortes, os humanos tem mania de querer se defender, proteger a própria vida e então seriamos caçados, sozinho os humanos não podem nos derrotar e seria um genocídio, e apesar de tudo nós devemos proteger o nosso alimento” Caius explica.

“Bom, é verdade” Emmett concorda. “Vampiros que se alimentam de sangue humano prezam a vida dos humanos, o que você acha que aconteceria se todos os humanos morressem? Alguns milhares de vampiros iriam ficar bastante insatisfeito, seria o fim.”

“Eu espero que seja realmente assim” digo. Entrego o copo seco ao Caius que enche novamente, distraidamente ele toma um longo gole e devolve ao Charles após um alto protesto do filho.

Caius entra em uma loja de eletrônicos e é atendido rapidamente por uma mulher incrivelmente bonita e negra, vejo que outra vem em minha direção e sorrio sinalizando que estou com o Caius. A vendedora leva Caius até os celulares e ele me diz para escolher um, Charles largou o canudo e agora olha para os celulares também soltando pequenos muxoxos quando eu rejeito algum, concluo que ele está concordando comigo, nós dois acabamos concordando com um celular grande e dourado, Caius escolhe um preto e escolhe dois notebooks iguais, ele paga com o seu cartão e nós saímos com Caius carregando uma mochila preta com os dois notebooks, aproveitando um caixa eletrônico ali perto Caius foi ver o saldo da sua conta, deixo Charles com o Emmett e o sigo.

Caius acabará de colocar o cartão e eu aproveito para espiar por cima do seu ombro, arregalo meus olhos ao ver a enorme sequência de números, espanto-me mais um pouco ao ver ele repeti o ato com mais dois outros cartões, cada um dos cartões tem uma sequência maior do que a outra.

“Como você conseguiu todo esse dinheiro?” pergunto. Caius guarda quatro míseras notas de vinte dólares na carteira juntamente com seus cartões e sorri antes de me responder.

“Esqueceu que eu sou um dos vampiros mais velhos que existe?” Caius diz. “Achou que eu passei todo esse tempo só sentado naquele trono? Eu sou dono de algumas coisas bastante lucrativas, nenhuma é ilegal, eu também compro ações e quando elas estão super valorizadas eu as vendo. Além do mais, estou por aqui a mais de dois milênios, espere até você fazer pelo menos cinquenta anos, aí você verá a quantidade de dinheiro que você irá acumular”.

“Por que precisarei do meu próprio dinheiro se você tem todo esse dinheiro?”

“Espertinha!”

Charles é passado novamente para os meus braços, nós seguimos para o aeroporto. Chegamos lá faltando meia-hora para o nosso voo, quando o voo é chamado nós somos os primeiros a entrar no avião, Charles deita sua cabeça no meu ombro fazendo da mesma forma que faz com o Caius, meu cabelo cobre o seu platinado e o deixa ruivo, ele ri deixando à mostra os seus dentinhos. Ele dorme mais um pouco e imagino que ele esteja bastante cansado, talvez ele não tenha dormido muito tempo enquanto estava com os Volturi.

A viagem é curta e logo chegamos em Seattle. Assim que descemos e pegamos as nossas coisas Caius liga para o Carlisle, sentamos na praça de alimentação e esperamos por meia-hora, Emmett é o primeiro a ficar de pé ao avistar sua família, caminho rapidamente até eles percebendo que senti falta deles dois, apesar do pouquíssimo tempo em que convivemos juntos eu sei que Carlisle e Esme agora serão a figura paterna e materna que perdi ao ganhar a imortalidade, a partir de agora eu já sei que sempre podei contar com eles para qualquer coisa.

Esme coloca a mão na boca de surpresa ao me ver com o Charles nos braços, Carlisle sorri satisfeito e acena brevemente. Entrego o Charles para o Caius e abraço a Esme, ela me aperta contra seu corpo calorosamente, quando ela me solta viro-me para o Carlisle e, envergonhada, o abraço. Quando nos soltamos eu seguro a mão dos dois, disposta a agradecê-los.

“Eu nunca cheguei a agradecer vocês pelo que fizeram por mim” digo.

“Não precisa agradecer, querida!” Esme tranquiliza. “Nós faríamos tudo novamente se precisássemos”.

“Eu posso então pedi algo a vocês?” pergunto.

“Claro” Carlisle diz.

“Bom, vai parecer inusitado e estranho, mas tendo em vista que Charles não terá os meus pais e nem os pais do Caius, eu pensei comigo mesma que vocês seriam mais que perfeitos, além de que eu já os considero os meus novos pais. Carlisle, Esme, vocês aceitariam ser os avós do Charles?”

Esme arregala os olhos e sorri, Carlisle somente sorri, eu podia ver que eles estavam extremamente satisfeitos com a minha proposta e imediatamente soube a resposta deles.

“Com uma condição, é óbvio!” Esme diz ficando séria. “Terão que passar o natal, ano novo, Páscoa, ação de graças e alguns feriados conosco, sem falar que terão que ligar todos os dias e nos mostrar o crescimento do Charles. É isso que os avós fazem, certo?”

“Mesmo que você não tivesse pedido” Carlisle diz “nós teríamos nos autodenominado avós dele”.

Abro um imenso sorriso e os abraços novamente.

Charles é passado para o braço da Esme e nós saímos do aeroporto. Nos acomodamos dentro da Mercedes do Carlisle e ele dirigi para casa, durante todo o percurso nós ficamos em silêncio, ninguém querendo exatamente saber e reviver o que aconteceu ao seguimos viagem sozinhos. Cerca de meia hora depois nós chegamos a casa dos Cullens, ao descemos todos estão a nossa espera e sorriem ao nos ver, todos menos a Rosalie, ignoro esse detalhe. Charles sorri imediatamente e à medida que cada novo integrante o conhece ele vai sorrindo cada vez mais, entramos na casa e encontramos na sala o Eleazar e uma outra vampira sentados no sofá, Caius resmunga ao ver o Eleazar.

“Caius, como eu demorei tanto tempo para reparar que você é um escudo?” ele pergunta franzido as sobrancelhas.

“Eu não sou um escudo” Caius diz.

Bella franze as sobrancelhas.

“Eu não estou conseguido lhe cobri, o meu escudo repele exatamente como faz com a Grace” Bella diz.

Olho imediatamente para o Charles, ele tem um dedo na boca e ri.

“Foi o Charles” digo.

“Como assim o bebê?” Eleazar pergunta.

“Foi o dom dele. Aro explicou que roubou o Charles por causa do seu dom, ele consiste em pegar o dom de outro vampiro e transferir para outro ou para si próprio, Charles pegou o meu e transferiu para o Caius”.

Charles ri e assente.

“A transferência é permanente?” Eleazar pergunta.

“Acho que não” Caius diz. “Mas afinal, o que diabos você faz aqui?”

“Ajudar”.

Caius olha para o Carlisle aguardando uma resposta.

“Essa é Zafira, a vampira que irá ajudar a contar sobre a morte de vocês dois aos pais da Grace. O seu amigo já falou sobre a fuga de vocês dois e contou que era o detetive responsável pelo caso, vocês dois não devem de forma alguma aparecer na cidade.”

Eu e Caius concordamos, em breve meus pais receberão a pior notícia da vida deles e eu preferia não está aqui para ver isso, queria ir logo embora para a Rússia com a minha família. Pego o Charles e sem pedi licença saio em direção ao quarto, ponho ele sentado na cama e deito-me ao seu lado fechando meus olhos, no exato momento uma pequena parte de mim gostaria de sumir.

Os outros, inclusive o Caius, continuam na sala conversando sobre algo que eu finjo não ouvir. Charles deita-se ao meu lado e também adormece. Após uns vinte minutos Caius entra no quarto, ele senta-se ao meu lado e eu abro os olhos, ele sorri pra mim.

“Alice teve uma visão” ele diz.

“Sobre o quê?”

“Sobre a morte dos Volturi e as consequências”

“Mas não se passou nem uma semana, como todos já sabem?”

“Alguém deve ter ido no castelo, deve ter visto as cinzas e os sinais de luta. Eles estão começando a falar em um novo líder, de uma maneira totalmente civilizada.”

“E quem eles estão colocando no poder?”

“Carlisle”.

“Carlisle?”

“Sim, ele é bastante conhecido e todos conhecem a sua nobreza, é uma boa opção.”

“E o que diz a respeito? Ex-líder”.

“Eu concordo. Eu não quero mais isso, amanhã irei viajar para a Rússia, achei uma casa para comprar em uma cidade pequena, tem cerca de mil habitantes e a casa é afastada da cidade, tem cinco quatros e seis banheiros, uma cozinha enorme, sala de jantar e estar, área de serviço, garagem pra três carros e um jardim enorme, literalmente enorme”.

“Quanto custa?”

“Uma boa quantia em rublo russo”.

“Isso não será um problema para os seus cartões de debito”

“Com certeza”.

Estico os meus braços e o puxo para um abraço, Caius fica ao meu lado e logo Charles está nos escalando até sentar sobre a minha barriga. Caius o segura pela barriga e o puxa para si, ele gargalha e segurando Charles acima de nossos corpos ele me beija.

“Quanta ruindade!” digo pegando o Charles de volta. “Você vai passar quanto tempo na Rússia?”

“Talvez dois dias”.

Alice bate na porta, eu a abro e vejo ela com um retângulo debaixo do braço. Ela entra e começa a montar o que ao final se torna um berço, ela se despede e assim que ela sai eu pego Charles, dou-lhe um banho e o ponho em uma confortável roupa e deixo-o no berço, Caius está sentado na cama e eu me sento ao seu lado observando enquanto Charles vira-se de um lado para o outro e acaba dormindo.

“Eu vou escrever uma carta” digo.

“Para quem?”

“Para os meus pais, uma carta de despedida, eu mereço isso e eles também. Eles precisam realmente entender porque fiz isso, eu preciso disso ou não irei aguentar muito tempo. Você entende, certo?”

“Na verdade não” ele diz, olho e vejo ele abrir um sorriso culpado. “Eu nasci antes de Cristo, naquela época os pais não eram dessa forma”.

“Se você diz” digo. “Amanhã eu entrego ao Isaac e ele pode entregar aos meus pais, pode dizer que achou no meu quarto após revistar o local, não pode?”

“Isaac pode falar qualquer coisa para os seus pais e eles irão acreditar. Se isso te deixa mais confortável, faça. Amanhã à noite nós iremos executar o restante do plano, quero que pegue o Charles e vá para Seattle, será pior se você ficar aqui, ok?”

“Certo. Eu te amo!”

Caius beija a minha testa e eu saio do quarto e vou para o escritório do Carlisle, pego uma folha e uma caneta e desabafo no papel.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem.

Preciso terminar esse capítulo contando duas notícias, uma é ruim e a outra é boa.
1) Primeiro a ruim, é obvio. Esse é o último capítulo da estória, o próximo já será o epilogo :(
2) Talveeeeeez, somente talvez eu escreverei uma continuação, mas não será nada com a Grace e o Caius, será com outros personagens nesse mesmo universo.

Não esqueçam de comentar!