A new love escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 21
XXI. | Moscou


Notas iniciais do capítulo

E aí, como estão? Espero que bem. Gostaram do capítulo anterior? Espero que gostem dessa aqui também!

Boa leitura!



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Quando o sol começa a entrar no quarto por volta das cinco da manhã Caius fica de pé, ele busca no amontoado de suas roupas o elástico que usei em seu cabelo e o prende novamente, ainda nu ele entra na porta perto do piano. Ele volta trazendo consigo algumas roupas e uma mala, sento-me e ele me olha, dando um sorrisinho.

“Não vai se vesti?” ele pergunta.

“E você?”

Caius larga as roupas que tinha nas mãos e deita-se sobre o meu corpo, ele me beija com uma certa fúria e eu o entendo, retribuo o beijo na mesma intensidade e entrelaço minhas pernas em sua cintura enquanto ele desce seus beijos pelo meu pescoço. Caius volta a me beijar e nos beijamos por longos minutos, o fato de que agora não preciso parar um beijo para respirar é adorável.

Então alguém bate na porta.

Caius ergue a cabeça e sai de cima da cama, vestindo a sua boxer ele vai até a porta e abre uma fresta dela.

“De que horas iremos?” ouço a voz do Carlisle.

“Daqui a cinco minutos nós iremos descer.”

Caius fecha a porta e joga os restantes das roupas na mala, veste seu jeans que agora tem um rasgo no joelho e senta-se na cama para calçar seus coturnos pretos, vendo que não voltaremos a nos beijar eu me levanto, visto minhas peças íntimas e o meu jeans, ponho a minha blusa e calço as minhas botas, prendo o meu cabelo e espero Caius terminar de vasculhar as estantes atrás de livros para levar.

“Athenodora também ficava aqui?” pergunto.

“Neste quarto?” ele pergunta sem me olhar.

“É”.

“Não. Se ela passasse a noite aqui definitivamente alguém já deveria ter morrido.”

“Por que ela não passava a noite aqui?”

“Porque não queríamos. Quando eu queria alguma coisa eu a procurava e virse-versa”.

Ficamos em silêncio novamente. Caius começa a empilhar alguns livros em sua mão e a procurar mais livros na estante.

“Eu sou o dono do castelo” ele diz de repente.

“O quê?”

“Eu sou o dono do castelo, eu quem comprei o castelo”.

“E por que se deixou ser expulso?”

“Porque não existia nenhuma outra forma deu permanece no castelo e ir atrás de você.” ele explica.

“O que você vai fazer com ele agora?”

“Reformar, provavelmente. Talvez algum dia eu volte a morar aqui, o que acha?”

“Uma boa ideia”.

Ele põe os livros na mala e veste a sua camisa, após fechar as janelas nós descemos, descemos pela mesma escada escondida e encontramos com o restante do grupo no salão onde apenas cinzas roxas revelam a pequena batalha que se travou ontem à noite. Emmett lança risinhos em minha direção quando o Caius não está olhando, tento não prestar atenção.

“Vocês podem voltar pra casa” Caius diz aos outros, “não iremos precisar de tantas pessoas dessa vez e trata-se de algo mais particular, só eu e a Athenodora.”

“Tudo bem, se você prefere assim” Carlisle concorda.

“Eu posso ir também? Por favor, quero ajudar.” Emmett diz.

Caius, sem questionar, concorda.

Nós nos despedimos deles, Carlisle me dá um abraço apertado e Bella também me abraça e Jasper aperta a minha mão sorrindo. Carlisle e Caius se afastam do grupo e o vejo passar a mala para o Carlisle, isso significa que iremos retornar para Forks antes que realmente imos morar sozinho em outro lugar, isso me deixa satisfeita, ainda não estou pronta para dá adeus aos Cullens.

Todos nós saímos e caminhamos até a entrada da cidade onde corremos em direções opostas, minha ansiedade aumenta à medida que corremos em direção a Moscou, sei que não chegaremos hoje lá e provavelmente não iremos chegar até Athenodora com facilidade, mas só de imaginar que em breve estarei com meu bebê nos braços já me deixa em êxtase! A preocupação também tem seu lugarzinho reservado, não sou vampira a tempo suficiente para entender completamente o império dos Volturi, mas sei o quão grande eles são, e como todo tirano tem os seus apoiadores, os Volturi devem ter os seus que ficarão bastante zangados ao descobri que nós os matamos, que Caius os matou, quero firmemente acreditar que ninguém irá se opor ao Caius e nem aos Cullens, peço internamente que todos eles criem, misteriosamente, consciência da brutalidade que os Volturi realmente foram, do que Aro foi.

Corro atrás do Caius que também parece imenso em seus pensamentos. Imagino como seremos daqui a cem anos, nós dois e o Charles, juntos em uma casa vivendo nossas vidas imortais e passar a eternidade sendo amada pelo Caius me parece ser a melhor de todas as opções, e apesar de que eu escolhi perder o prazer de envelhecer e construir uma enorme família com vários filhos, netos e bisnetos eu sei que a melhor escolha foi a que fiz, ser uma vampira, morrer por causa de um filho e escolher o amor ao invés de permanecer humana, porque apesar de ser uma opção cruel essa é a realidade, todos nós um dia teremos que sair de casa e construir nossas vidas, nossas famílias, todo mundo em algum momento irá passar por isso, por mais doloroso que seja.

Continuamos a correr por todo o dia, paramos pela noite em uma cidade pequena, provavelmente já na Rússia. Emmett parece animado com a viagem e eu acho que ele só veio para fugir da Rosalie e de toda a sua fúria por ter vindo conosco ao invés de ficar com ela.

“Por que paramos?” pergunto.

“Preciso me orientar” Caius responde.

Nós entramos na cidade, a cidade é pequena e calma, as pessoas usam roupas pesadas graças ao extremo frio que com certeza deve estar fazendo, elas nos olham ao passamos, essa deve ser uma daquelas cidades onde todos se conhecem. Caius se dirigi até um café onde o acesso à Internet é liberado, nós entramos, ele olha o mapa e constata que amanhã pela manhã, se seguimos sem pausa em direção ao norte nós chegaremos em Moscou, lá nós alugaremos um carro e iremos para o hotel onde Athenodora está, ele paga o computador e nós saímos iniciando novamente a nossa corrida.

* * *

Moscou está coberto por uma camada de gelo quando nós chegamos, todos usam casacos pesados e cachecóis, a primeira coisa que fazemos é passar em uma loja, compramos casacos e nos vestimos, ao saímos a procura de um lugar para alugar os carros as pessoas param de nos olhar. Caius aluga um carro da Ford, nós entramos e ele logo está dirigindo acima da velocidade até o hotel que fica fora da cidade, todo o trajeto é feito no completo silêncio, Caius está totalmente concentrado e Emmett está olhando a paisagem pela janela, totalmente sério, eu não ouso nem ao menos pensar em nada.

Uma hora após a nossa chegada nós estamos descendo do carro. O hotel tem quatro andares, é largo e pintado de branco, árvores sem folhas decoram a paisagem e vários carros estão estacionados, uma fonte em frente à entrada está congelada e vários homens de casacos seguem homens de ternos e casacos para dentro e levam malas, entram em carros, todos eles falam ao mesmo tempo diversas línguas diferentes, se eu pudesse eu ficaria com dor de cabeça.

Caius entra no hotel, nós o seguimos. O hall de entrada do hotel é ainda mais bonito do que o lado de fora, toda a iluminação destaca todos os mínimos detalhes em dourado do local, os enormes quadros com pinturas esplêndida, um enorme balcão com várias mulheres atrás de notebooks está do lado esquerdo e do lado direito fica um bar, uma enorme lareira com vários sofás ao redor e uma porta leva a um salão cheio de mesas onde provavelmente fica o restaurante.

Caius caminha até uma fila pequena de pessoas que aguarda informação, Emmett aparece logo em seguida e faz um gesto para que eu o acompanhe. Viro-me imediatamente para o Caius.

“O que você vai fazer?”

“Vou tentar persuadir a recepcionista, se eu obtiver sucesso ela me deixará subir para o andar onde Athenodora está” ele responde.

“Sozinho?”

“Claro que você irá comigo, fique perto do elevador.”

Concordo e vou com o Emmett, nós nos sentamos em um sofá e esperamos. Emmett começa a ler uma revista onde diversos famosos estão sendo exibidos na capa, ele está tão concentrado que não ouso atrapalha-lo, dessa forma eu volto para os meus pensamentos e dessa vez penso em meus amigos. Como Elizabeth irá reagir a minha morte? Eu e ela somos inseparáveis desde o sexto ano, ela é basicamente a minha irmã mais velha, sempre cuidou de mim e esteve me ensinando tudo, desde garotos até cozinhar, fora a Elizabeth eu também tinha outras amigas e amigos, eu nunca cheguei a ser popular, mas a minha lista de amigos é enorme e provavelmente muitos deles irão ficar atordoados ao ficarem saber que morri fugindo com o meu namorado, e dói saber que nunca mais poderei voltar a entrar em contato com eles, com quem irei comer pipoca só por que quero comer? Quem irá me arrastar para um cinema assisti algum filme extremamente ruim somente por que não quer assisti mais televisão? Nunca mais terei amizades duradouras como tive com a Elizabeth e com os meus outros amigos, perder o contato com eles ainda dói um pouco, mas sei que em breve ou não, essa dor irá passar e eu poderei conviver em paz.

“Grace?” Caius me chama. Ergo meus olhos e o vejo parado ao meu lado. “Vamos? Ela está na cobertura”.

Se meu coração ainda batesse ele provavelmente estaria indo à loucura, fico de pé juntamente com o Emmett e seguimos o Caius, ele vai em direção ao elevador somente nós entramos, Caius aperta o botão correspondente ao quarto andar e logo a porta está se abrindo revelando diversas portas, Caius segue em direção a última porta e à medida que nos aproximamos o som do choro de um bebê aumenta cada vez mais, quando chegamos na porta eu não espero ninguém bater, abro a porta usando a força e entro, Athenodora está de pé próxima a lareira balançando o Charles de um lado para o outro, por sua expressão ela está impaciente e Charles chora, seu rosto está vermelho. Quando Caius para ao meu lado ela abre os olhos, seus olhos são tão vermelhos quanto os meus.

“Olhe Charles, são seus pais!” Athenodora diz, Charles abre seus olhos azuis e nos olham, um sorriso aparece em seu rosto à medida que ele vai olhando para mim e para o Caius.

“Mama!” ele murmura, sorrio orgulhosa.

Athenodora vira-se e o põe em um cesto que parece muito com um berço. Ela volta sua atenção para nós, seus olhos analisam o Caius de cima a baixo.

“Você mudou” ela diz. “Até esta de cabelo preso, usando jeans. Você é o homem mais maravilhoso que conheci, sabia? Não é de se ficar surpresa que ela tenha caído de amores por você, quem não cairia? Tão lindo. Tão perfeito”.

Aperto meus punhos com vontade de soca-la.

“Surpreende-me que você ache tudo isso de mim” Caius diz. “Pensei que eu fosse sem coração, idiota e arrogante, um homem extremamente cruel e sem sentimentos. Não me venha com suas ladainhas, não sou mais seu marido e nem gosto de você, nunca gostei de verdade”.

“Eu sempre soube. Você acha que eu acreditava em suas juras de amor eterno milhares de anos atrás? Você era um estúpido recém-criado, não tinha consciência da eternidade que viveria e nem do que o amor significa para um vampiro”.

“Então por que ficou?”

“Porque sou tola. Porque eu não era uma estúpida recém-criada e sabia o significado do amor para um vampiro, infelizmente me apaixonei por um que nunca me amou, mas você, sua vadia, você o roubou de mim, durante anos eu aguentei o desprezo desse homem por mim, aguentei ser usada como um objeto de prazer e de repente você o conquista? Você o faz lutar contra as pessoas que ele sempre chamou de família? Mas não bastou isso, você foi além, sua estúpida vadia, você engravidou, você teve um filho dele, do homem que eu amo! Então eu arrumei o Anthony, sem o Caius eu nunca fui nada para os Volturi, precisei mostrar o meu valor para o Aro e convenci a roubar o híbrido, o precioso híbrido. Você me pegou algo e eu peguei algo seu, maravilhoso não?”

“Você é doente” digo.

“Os Volturi estão mortos” Caius diz. “Eu os matei e irei fazer o mesmo com você, eu sei que você sabe que farei isso, Charles nunca estará seguro enquanto você ainda for viva, espero, profundamente, que me odeie pelo resta da sua eternidade quando estiver morta”.

Athenodora olha para o Caius, um sorriso diabólico surge em seu rosto, Caius não demostra nenhuma emoção diante da reação da sua ex-esposa, eu por minha vez fico assustada, o que irá acontecer?. Athenodora caminha até onde o Charles está e olha para o meu bebê.

“Eu sempre quis ser mãe” ela diz. “Talvez esse seja o sonho qualquer mulher, ter um bebê dentro de si e ensina-lo o que é o mundo, ver um pequeno ser humano crescer e se tornar alguém, mas não pude, me tiraram essa oportunidade e essa é uma dor que carrego até hoje. Você, humanazinha, é sortuda! Você, apesar de ser recém-criada, já sabe qual a intensidade do amor dos vampiros, da forma que durará para sempre, Marcus me avisou isso, e eu te invejo, você deu a ele um filho e ele a ama, duas coisas que nunca tive e que sempre irei sofrer, você pode me matar, mas lembre-se Caius: os Volturi nunca irão acabar, uma parte sua sempre será um Volturi”.

Caius dá um passo à frente e arranca a cabeça da Athenodora, seu corpo é desmembrado em pedaços pequenos e colocados nas fronhas dos travesseiros que Emmett encarrega-se de levar para fora do hotel. No momento em que Emmett fecha a porta Caius caminha até o berço, ele abaixa-se e pega o Charles nos braços, o bebê solta uma gostosa risada e quando Caius se vira eu vejo seus gorduchos bracinhos estendidos para o queixo do Caius, ele para a minha frente, um nó se forma em minha garganta e sei que estou prestes a chorar, um choro sem lágrimas.

Caius põe o Charles em meus braços.

Charles não é mais um recém-nascido, ele já tem um mês, mas seu corpo é de uma criança com seis e sua mentalidade já deve ser mais avançada, mas mesmo assim eu só consigo ver um bebê, não o vejo como um híbrido e nem o seu dom extremamente poderoso, em meus braços está o meu filho, o meu bebê indefeso que precisa de proteção e cuidado, seu coraçãozinho bate em um ritmo calmo e seu pequeno sorriso praticamente esquenta o meu corpo gelado, olhando para as suas íris azuis parece que tudo ao redor some e compreendo o real significado se ser mãe, eu não sou uma super-heroína, mas definitivamente serei capaz de fazer o impossível para não o ver triste, eu daria a minha própria vida somente para o proteger e nem sei se é possível sentir tanto amor por alguém. Ergo os meus olhos e vejo Caius sorrindo para mim, definitivamente se é possível amar alguém da forma que eu amo o Caius e o Charles, pelos dois eu seria capaz de fazer a Terra girar na direção oposta.

“Eu amo você” digo ao Caius. “Eu amo vocês dois!”

Charles ri e segura o meu dedo quando eu mexo em seu queixo, tão idêntico ao do Caius.

“Eu também amo vocês dois” Caius diz, ele beija a testa do Charles e em seguida me dá um selinho que é interrompido pelo Charles. “Agora nós temos um vigia” Caius brinca.

“Mama!” Charles murmura sério enquanto olha para o Caius. “Mia mama”.

“Oh, eu acho que ele está com ciúmes! Ganhei um segurança!”

Charles ri e estende os braços para o Caius, quando ele é passado para os braços do pai e encosta sua cabeça platinada no ombro do dele eu me encho de orgulho, Caius sorri feliz para mim e beija repetidas vezes a testa do filho, onde alguns fios quase brancos caem por suas, inexistentes, sobrancelhas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!

Esse final, a conversa entre Athenodora e Grace, é uma das minhas partes favoritas ♥