Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 3
Chapter – III A butterfly effect




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"Você não pode girar para trás as mãos do tempo. Basta deixá-lo ir e você vai ficar bem. O que está feito está feito e está tudo bem. Você não pode girar para trás as mãos do tempo" Rachel Diggs - Hands of time
 

Bonnie decidiu que eu não estava bem o suficiente para ir para casa sozinha. Depois que Matt foi embora, ela pegou a chaves do meu carro, mas teimei dizendo que tinha que ir até a casa dos Gilbertes, mas ela ignorou-me completamente e me levou até a casa dela.

Fiquei em transe no carro, tentando entender como tinha feito aquilo, voltado no tempo. Não havia nenhuma bruxa para jogar algum feitiço… Quer dizer, existia.  A cadela da Valerie, mas ela nunca faria algo do tipo sabendo que correria o grande risco de mudar todo o futuro. Então si não foi ela ou algum feitiço qualquer, como tinha voltado?

Foi quando me lembrei da maldita coisa que ferrou minha vida ... Lembrei da pedra. Foi ela, ela me fez voltar. Desejei de todo coração com sangue nas mãos numa noite de tempestade... Desejei concertar tudo, salvar a todos e esconder a pedra de Yahto longe de todos. Um desejo não egoísta que protegeria a pedra.

— Caroline!

— Desculpe-me, o que disse?

— Disse que chegamos na minha casa - explicou e balançou a cabeça suspirando -  Você realmente está me deixando preocupada.

— Ah claro.Desculpa, eu estava distraída.

Ela abriu a porta do carro me esperando com lábios franzidos, desafivelei o cinto e sai, ela abriu a porta para mim e me deu passagem para entrar em seguida fechou a porta. Logo quando entrei encontrei Sheila Bennett sentada no sofá com um largo e terno sorriso nos lábios quando Bonnie se inclinou para beijar o rosto dela e pedir a benção. Sheila abençoou a neta e depois se voltou para mim.Fui tomada por outra onda de emoções que era incapaz de conter. Rencontrar todas aquelas pessoas que pouco tempo estavam mortas era assustador.

Sheila se levantou e avisou a Bonnie que tinha preparado uma torta de amora para ela. Bonnie perguntou-me se gostaria de pedaço, assenti com cabeça e ela logo sumiu no corredor indo para cozinha. Sheila permaneceu olhando-me de um jeito estranho.

— Caroline há quanto tempo… Está tudo bem?

— Sim, tudo – menti forçando um sorriso que com toda certeza soou como uma careta.

— É com está sua mãe? Faz tempo que não a vejo.

— Ela está bem, apenas trabalhando muito.

— Oh sim, diga a ela que mandei um abraço… Mas chega de recados! Sente-se aqui…

Ela puxou-me pela mão e parou com os olhos vidrados em mim. Sabia que ela estava fazendo uma coisa bruxa pois senti um arrepio percorrer minha espinha.

— Quem é você? — inquiriu-me com voz grave segurando minha mão com força.

— Como assim quem sou eu? — ri nervosa — Eu sou a Caroline Forbes.... Amiga da sua neta desde... Sempre.

— Não, você não é!

— Pronto aqui está o pedaço da torta — anunciou Bonnie trazendo dois pratinhos com torta de amora. Peguei o prato de sua mão e agradeci — Está uma delicia…

Ela parou quando olhou para Sheila

— Está tudo bem vó?

— Sim… Apenas uma dor de cabeça. E se não for incomodo, gostaria que buscasse uma aspirina para mim.

— Claro vovó.  Vou na cozinha pegar…

— Não! — ela gritou. Bonnie se virou para olhá-la confusa — Acabou a aspirina, eu quero que vá a farmácia buscar outra.

— Tudo bem, eu vou — ela pegou a carteira na mesinha de centro em frente ao sofá e a chave do carro — Vem comigo Care.

— Não — Sheila respondeu por mim e engoli seco com olhar dela sobre mim

— Você não vai demorar, ela pode esperar por você aqui, enquanto come a torta que fiz.

— Tudo bem — concordou ela com olhos semicerrados olhando desconfiada para avó dela que sorriu docemente para ela acenando e mandando que não tivesse presa e dirigisse com cuidado. Quando a porta se fechou sua expressão doce e sorridente mudou imediatamente. Ela encarou-me séria, um tipo de olhar que sua neta aprenderia com maestria com passar do tempo. Sheila parecia ver através de mim e dizer que aquilo era incomodo, era eufemismo.

— Eu vou perguntar mais vez, quem é você?

— Caroline Forbes…

— Não — afirmou enfática e por um segundo pensei que ela jogaria um feitiço em mim. Em vez disso ela estreitou os olhos e segurou minha mão — Pelo menos não a “nossa” Caroline.

Arregalei os olhos atônita. Como ela poderia saber disso apenas pegando em minha mão? Eu tinha algum tipo de áurea diferente ou para bruxos eu tinha alguma marca que me denunciava. Ela soltou minha mão e esperei uma baita dor de cabeça, mas ela apenas sorriu.

— Então eu estou certa — abri a boca para rebater mas não consegui — De onde você é?

— Bem eu… Você não acreditaria.

— Experimente, conte me. Acredite em mim já vi coisas que fariam mal pra sanidade de qualquer um. Vá em frente e fale.

— Eu sou do futuro — disse de uma vez. Ela permaneceu com expressão tranquila e como se perguntasse de algo corriqueiro como tempo, ela disse:

— Imaginei.  Mas ainda sim, como conseguiu esse feito, um feitiço?

— Não. Na verdade eu não sei muito bem como voltei… Ou melhor…

— Continue…

Refleti por um momento se deveria dizer a verdade. Se essa decisão não alteraria o futuro, mas se o futuro não quisesse ser alterado por que me mandaria para o passado? Respirei fundo olhando para Sheila, decidindo, por fim, contar, afinal quem melhor que uma bruxa Bennett para saber algo sobre pedras amaldiçoadas. Contei uma versão resumida de tudo que aconteceu enquanto contava ela permanecia quieta, sem esboçar reação alguma.

— Elena foi condenada com feitiço de sono até o dia em que Bonnie morresse — tomei fôlego e encarei Sheila que mantinha o rosto calmo, calmo demais para alguém que acabou de descobrir o destino da neta e suas amigas de infância.

— Quem ligou a vida delas?

— Lily Salvatore, a mãe de Stefan e Damon. Ela era uma estripadora como Stefan, mas ela não era somente isso. Era uma herege também. Ela uniu-se com Kai queriam vingar-se de Bonnie e dos meninos e ligaram a vida delas. Elena tinha acabado de tomar a cura e durante o casamento de Jo e Alaric ela caiu em sono profundo. Depois disso muita aconteceu. Os hereges trouxeram o caos a cidade e logo em seguida veio a Reyna a caçadora, que colocou Stefan e Damon no inferno. Bonnie conseguiu uma forma de trazê-los de volta. E quando tudo parecia estar se resolvendo com morte de Reyna. Damon estava perturbado, queria Elena a qualquer custo. Ele se isolou por meses  pesquisando uma maneira de trazê-la de volta.

— Ele descobriu sobre a pedra? — assenti — Eu já ouvi falar dela.

— Ouviu? — ela assentiu — O que exatamente você sabe sobre ela? Porque Damon não sabia quase nada, se sabia nunca nós contou.

— Lembro vagamente de ler sobre Yahto num dos grimórios, não tenho muitas informações além das suas. Apenas que Yahto era uma índia mestiça, era fruto de um estupro. Sua mãe morreu logo após dar a luz a ela que  recebeu esse nome  por causa dos olhos azuis que tinha. Olhos azuis que herdara de seu pai. Yahto não nasceu diferente apenas na aparecia, ela nasceu dotada de poder. Ela conseguia coisas como; manipular o tempo,fazer chover e manipular o volume do rio. Com tempo ela foi aperfeiçoando seus dons, passou a curar outros de sua tribo e ensinar tudo que sabia para as outras mulheres de lá. Tudo corria muito bem, até que um dia ela foi capturada. Ela foi mantida presa por um homem que se encantou por ela. Ela o odiava com todas suas forças e tentou de tudo para se libertar do cativeiro onde ele a trancafiou. Ele contou para resto de seus comparsas sobre localização de sua tribo e ela foi dizimada. Quando finalmente conseguiu se libertar encontrou sua aldeia em cinzas e o local dominando por americanos que queriam a posse das terras que continha uma mina não muito distante do riacho que ela crescera.

— Essa parte Damon me contou. Mas ele nunca contou que ela era amaldiçoada.

— Ele não contou porque a pedra não é amaldiçoada.

— O que? Como não é? Ela destruiu minha vida… A vida de todos..

— Yahto não criou a pedra para o mal. Seu avó carregava aquela pedra consigo e dizia que pertencia a sua mãe, era apenas uma pedra simples que eles acreditavam que afastavam os maus espíritos. Quando ela voltou para aldeia e encontrou muito deles como escravos. Lá também estava   o seu avó que lhe entregou a pedra. Dizendo que ela sempre pertenceu a ela. Naquele mesmo dia ele tentou protegê-la  de Jonh, que a encontrara e queria levá-la com ele. Jonh e seus comparsas o mataram em sua frente… Despertando assim todo poder de Yahto. Uma grande tempestade caiu sobre eles, a maré do rio tomou quase todo o lugar, u. raio caiu sobre a mina obstruindo sua passagem e prendendo a maioria deles dentro. Yahto conseguiu livrar-se de quase todos eles, mas Jonh ainda a perseguia. Ela estava fraca e sozinha no mundo, na beira do rio onde sua mãe morrera, ela agarrou a pedra e pediu com todas as forças que tivesse mais poder para  que pudesse libertar seu povo. Outra tempestade caiu sobre eles dessa vez mais forte e devastadora. Jonh a encontrou e tentou arrastá-la com ele,mas ela conseguiu manipular um raio que o atingiu em cheio. Mas usar todo aquele poder teve seu preço.

— Ela morreu? — Sheila assentiu

— Sim, seu povo… Ou melhor, o que restou dele se libertou. A mina que atraia toda cobiça e mal para eles fora destruída na tempestade. Uma das índias tuteladas de Yahto encontrou a pedra na beira do rio e o corpo de Yahto nunca foi encontrado. A pedra ganhou uma coloração azulada, tal qual eram os olhos de Yahto. A menina protegeu a pedra e conseguiu mantê-la segura, ensinando aos seus filhos e netos que ela salvou sua tripo. Contando que espírito de Yahto estava preso a pedra e os protegia do mal.

— Se a pedra protegia do mal, então porque…

— Porque Damon fez um desejo egoísta. Ele desejou trazer Elena dos mortos e todos sabemos que isso tem um preço.

— E, eu sei. Ela voltou como ele queria… Mas não era mais ela.

— O desejo egoísta dele de trazer Elena dos mortos apenas porque não podia viver sem ela, era desejo egoísta. Contrário a tudo que Yahto representava. Por esse motivo ela voltou como uma mera casca.

Assenti com a cabeça me lembrando os olhos castanhos de Elena. Olhos vazios que não pareciam conter nenhuma emoção. Um arrepio percorreu meu corpo quando lembrei-me de Elena tentando dar fim ao próprio inferno que lhe acometia.

— Só há uma coisa que me intriga em tudo isso. A pedra puniu a todos pelos desejos, todos antes de Damon… Mas não você?

— Bem… É! Ou, pelo menos, acho que sim. Talvez estar aqui seja minha punição. Talvez Yahto tenha me feito voltar no ano que tudo começou para que eu veja tudo acontecer sem poder fazer nada.

— Não, não acho que seja isso. Você voltou com um único propósito.

— E qual seria ele? Porque eu não faço ideia…

— Você se lembra do que desejou?

— Desejei que pudesse ter outra chance de salvar todos, de concertar tudo e destruir… A pedra.
Sheila sorriu enquanto terminava de falar e realização afundava. Pegou minha mão e apertou afetuosamente.

— Eu sinto muito por tudo que teve que passar. Você, Elena e minha neta não mereciam esse destino. Mas agora você tem a chance de mudar tudo. Salvar Elena pode mudar o curso de tudo. Mas não direi que será uma tarefa fácil porque o tempo e o destino não querem ser alterados. Tem que estar preparada para consequências que virão com cada nova escolha que fizer. Mexer com passado sempre causa consequências Caroline. Você pode escolher não fazer nada e deixar o destino seguir seu curso. Ou pode mudar tudo. E fazendo isso, pode mudar tudo, inclusive a vida que conheceu.
 

Assenti lembrando-me do momento mais especial e feliz da minha vida. O momento que dei a luz a duas lindas garotinhas. Senti as lágrimas ameaçando caírem novamente. Um filme passando pela minha cabeça. Lembranças de minha mãe, Matt, Katherine, Tyler, Klaus, Alaric e ele.

Não me permitia pensar nele porque a dor e decepção ameaçavam explodir meu peito. Sentia-me como se estivesse contendo as águas de rio com tronco velho de árvore. O nome dele, pensar nele e no que ele me fez desde que tive a infeliz ideia de me apaixonar por ele. Era a chave pra fazer minha pequena e frágil represa estourar de uma vez.

Stefan Salvatore, causou-me apenas dor e sofrimento, todo resto que julguei sendo amor e amizade foram apenas um mar ilusões. Desde do momento em que ele pisou os pés naquela cidade se deixando levar por sua obsessão egoísta pelas Petrovas, ele sentenciou destino dela e de seus amigos. Fechou os punhos com nítida lembrança dele rejeitando-a dizendo que eles nunca se envolveriam. Riu amargamente de si mesma, do desejo imediato de conhecê-lo e conquistá-lo. Se pudesse escolher, eu nunca o conheceria.

Sheila apertou minha mão e forcei um sorriso fraco porque não tinha desejo algum de rir de qualquer coisa. O peso do futuro parece do crescer e transformasse em toneladas sobre meus ombros. Eu tinha uma semana para decidir o que fazer. Se usaria o desejo que me foi concedido fazendo tudo diferente, ou se faria tudo exatamente igual.

Bonnie chegou pouco depois, trazendo aspirinas. Comemos a torta conversando sobre nada em especial. Com minha mente voando para longe, mas precisamente no futuro. Mas sabia que por mais doloroso que fosse abrir mão de ser mãe, já tinha minha cabeça feita quando escutei o riso de Bonnie.
 

A garota incrível que lutou como leoa por todos os que amava, que confiou a mim o poder de proteger a pedra. Bonnie merecia outra chance. Uma ao lado de sua vó com futuro longe de feitiços e sacrifício ou ligação de sono eterno. Bonnie, Matt, Tyler, Elena todos mereciam mais do que aquele futuro tinha reservado. Eles mereciam ser felizes. E eu faria que todos eles fossem.
 


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Notas finais do capítulo

Outro capitulo, esse explicando um pouco mais sobre a pedra e sem flashbacks :P Espero que gostem ;)
Xoxo



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