Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 21
Chapter - XXI They know about us.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Como foi carnaval de vocês?! O meu foi super mara, maratona de netflix, livros e fanfics stydia pra entrar na sofrência com força total. Por isso este capítulo vai ser mais curto que os últimos dois. Ansiedade com June Wedding está demais. Espero que dona Carolzita goste. Dedico a ela e Effy e todos os fantasminhas de plantão.
Boa leitura!!




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"A luz de um desconhecido aproxima-se lentamente. O coração sem lar de um desconhecido. Você põe as suas mãos na cabeça. E então sorrisos cobrem o seu coração" Fade into you - Mazzy Star

CAROLINE 

— Não vai me convidar pra entrar? – inquiriu Bill Forbes. Meu pai. Alguém cuja  o rosto o tempo começou apagar.  Mau conseguia lembrar dos tempos bons, ou aqueles em que era tão pequena que não  me lembrava como era as brigas e gritos trocados com minha mãe.

Abri a boca e fechei sem conseguir pensar em nada para dizer. Na ultima vez em que o viu, ele estava morrendo em meus braços. Não conseguia lembrar de nada fora isso. Bill suspirou exasperadamente e entrou para dentro quase me derrubando no processo. Ele trazia uma pequena mala preta, uma bem semelhante aquela que ele levou consigo quando partiu de casa.

— Sua mãe, já voltou?- indagou olhando envolta. Franzi a testa confusa.

— Sim, ela já chegou do trabalho.

— Ótimo! – ele fez menção de subir as escadas para ir ate o quarto dela. Mas agarrei seu braço, ele virou o rosto e fixou os olhos na minha mão parecendo genuinamente confuso.

— Está tarde e ela está dormindo. – avisei. Ele franziu as sobrancelhas em questionamento – Não vai acorda-la.

— E por que não? E um assunto inadiável e ela e xerife dessa cidade...

— Exato ela é. E no momento e apenas isso que ela sua. Então amanhã a partir das 7 você a procura como qualquer outro civil... Na delegacia.

Meu pai manteve os olhos azuis arregalados por uns dois segundos antes de crispar os lábios como eu mesma fazia quando estava nervosa.

Ele suspirou pesadamente antes de olhar para cima e voltar seus para mim.

— Posso subir para quarto de hospedes ou é melhor eu procurar um motel qualquer?

— Eu vou arrumar o quarto. Pode esperar no sofá... Ou em pé. Tanto faz.

Subi os degraus rumando para quarto. Sentindo um peso no peito. Metade de mim queria ter tido outra reação e o abraçado como fiz com a minha mãe, mas com ele era diferente. Mesmo tendo perdoado ele pelo que fez, não conseguia esquecer. Principalmente agora nessa maldita e confusa linha do tempo.

Quando sabia que ele voltou para caçar vampiros e por sorte do destino não seria eu a sofrer nas suas mãos. Mesmo assim ele não voltou por sua família ou filha. Eu era a ultima coisa em sua mente agora.
 


 
LEXI
 

Jackson insistiu em me deixar na mansão Salvatore, mas queria fazer uma surpresa e sua Harley Davidson era barulhenta demais e Stefan reconheceria de  longe. Resolvi   ir andando nos poucos quilômetros que faltava e caçar algo. Andar por aquela floresta era nostálgico e ao mesmo tempo assustador. Mesmo tendo mais de cem anos agora, era difícil me acostumar com a ideia de que todos que conheci estavam enterrados sobe aquele solo.

Aquela cidade amaldiçoada que sempre atraia as piores criaturas, incluindo eu mesma. Bufou para si mesma, questionando pela milionésima vez porque voltou para lá.

Então me lembrava de um cara de olhos de azeitona coberto de sangue que parecia a criatura mais perdida que tinha visto na vida. Ele ignorou todos os avisos e voltou e como eu temia, encontrou um motivo para ficar.

Um motivo exatamente igual a Katherine Pierce e infelizmente ele não seria o único. Suspirei enquanto olhava para o céu estupidamente estrelado com a luz pálida da lua cheia iluminando tudo como um farol. Meteu as mãos no bolso da jaqueta de couro e continuou andando em busca de algum coelho ou cervo, de preferência um cervo porque a sede estava terrível aquela altura da noite.

Me perguntei se Stefan já tinha encontrado com Damon e quem tinha saído mais machucado. Porque no fundo sabia que no fundo daquele abismo chamado Damon Salvatore ele se importava ao menos um pouco com irmão mais novo.

Stefan sempre revirava os olhos quando eu dizia que odiar não era o mesmo que não si importar. Ele sempre ficava amuado, fincava a testa e fitava o nada amargando o passado e se culpando pelo destino de Damon.

E foi remoendo aquela expressão triste que decidi adiantar a viagem. Sabia que ele estava precisando de mim e sua vida deveria estar uma verdadeira bagunça. Ignorei os pedidos de Jackson e Julie para ficar mais um tempo em Lancaster. 

Foi difícil deixar todos para trás, mas sabia que Stefan faria o mesmo por mim. Principalmente si eu encontrasse uma duplicata de Steven  na minha cidade natal.  A cabeça dele deveria estar uma loucura por causa de Elena e se já não bastasse ela, tinha a misteriosa Caroline.

Que era misteriosa demais para o meu gosto. A historia que Zach contou sobre o acidente parecia estranha demais, tinham peças ali que não si encaixavam. Como por exemplo, ela saber o nome de alguém que tecnicamente nunca tinha visto e depois não lembrar. E ainda era filha da xerife da cidade. Eu sabia por experiência própria que algumas das famílias daquela cidade escondiam tantos ou mais esqueletos do que eu em meu armário.

Estava concentrada tentando encaixar as peças desse quebra-cabeça quando escutei o barulho nítido de galhos pequenos e folhas sendo amassadas. Um cervo estava à meio metro de distância. Lambi os lábios esquecendo qualquer trama bizarra que aquela cidade estranha tinha e corri até ele. Para meu azar o cervo era rápido, mas não tanto quanto eu.

Corri desviando de árvores e galhos e de repente notei que tinha ultrapassado a trilha e estava na estrada. O cervo que era muito mais esperto do que eu, desviou do carro há  tempo... Já eu não tive a mesma sorte.
 

(...)
 

— Vire a direita – instruiu o garoto loiro de incríveis olhos azuis e queixo quadrado. Acatei ordem mesmo sabendo de cor e salteado onde ficava.

O garoto apoiou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos em seguida. O rosto estava muito pálido o que contrastava com pequeno corte na testa que estava coagulando. A camisa azul turquesa estava salpicada de sangue. Coisa que só fazia minha gengiva coçar com a sede.

Estremeci com a onda subida de sede que eu quase sempre controlava muito bem, mas fome era tanta que garoto dos olhos azuis começou a parecer um hambúrguer gigante com molho barbecue.  Balancei a cabeça e fixei meus olhos na estrada. Parei em um sinal vermelho, esperando um casal de namorados passarem sem pressa alguma.

Comecei a tamborilar os dedos no volante enquanto olhava de esguelha para garoto sem nome que parecia adormecido.

— Ei – chamei suavemente e suas pálpebras   vibraram, mas não se abriram – Ei! Acorda.

— Já chegamos? – inquiriu rouco com olhos semicerrados.

— Não ainda não. Meu guia meio que dormiu e esqueceu de dizer qual e próximo passo. E eu mencionei que ele realmente não pode dormir?

— Por que não? – ele resmungou bocejando. Sorri da expressão contrariada que ele fez antes de fechar os olhos mais uma vez. Estendi a mão e cutuquei seu ombro de leve. Ele abriu os olhos sobressaltado resmungando algo incompreensível.

— Você é estranho – comentei e ele franziu a testa e balançou a cabeça antes de encostar a cabeça na janela não escondendo o sorriso.

— Eu estranho? É  você que corre no meio da estrada e tenta... Hipnotizar os motoristas para que não si lembrem do acidente.

— Não tão estranho quanto o cara que atropela, acredita na louca da estrada e a deixa dirigir seu carro  sem ter a menor idéia  de onde ela está  te levando.

— Humm, verdade. Eu deveria ser mais cuidadoso – zombou ele — Uma loira médium que pesa, o que?  56 quilos?! É  realmente uma psicopata em potencial.

— Na verdade é  58, mas obrigada pelo elogio. E  saiba você que as pessoas podem surpreender. Nunca ouviu aquele velho ditado do lobo em pele de cordeiro?

Ele virou o rosto em minha direção e esperei que ele sorrisse como das outras vezes. Mas ele permaneceu sério me analisando com aqueles olhos azuis que agora estavam brilhando.

— Tem razão – suspirou enquanto cruzava os braços – Eu sou estranho.

Ele voltou seu rosto para janela com maxilar trincado parecendo fazer força pra não chorar. 

— Ei, o que ouve? Está doendo alguma coisa?

Ele riu seco e negou com a cabeça.

— Nada que possa ser concertado – ele murmurou e não precisei ler mentes ou ser medica pra reconhecer aquele olhar.

— Qual é o nome dela?

— O nome de quem? – inquiriu franzindo a testa.

— A garota que partiu seu coração.

Ele abriu e fechou a boca parecendo atordoado.

— Como sabia que...

— Reconheço um coração partido a quilometro de distância garoto.

— Ah é? Teve o seu partido muitas vezes? – dei ombros em resposta

— Menos do que deveria si quer saber. Mas eu tenho um amigo que sofre desse mal... Há décadas. Ele do tipo Romeu. Sempre grave, sempre escolhendo a garota errada....

— Assim como eu – ele completou fitando a estrada com olhar distante provavelmente pensando na tão garota.

Virei a esquerda e estacionei em frente  ao hospital.  Ele estava tão absorto remoendo sua fossa que si quer notou o carro parar. Cutuquei seu ombro e ele saltou de susto me fazendo sorrir um pouco.

— Chegamos.

— Ah sim – ele anuiu com a cabeça e descompactou o cinto, mas parou ainda segurando a trava – Você disse que não sabia como chegar.

— E não sabia mesmo.

— Então como...

Apontei para cabeça e ele revirou os olhos sorrindo.

— Ah é! Eu tinha me esquecido dos seus poderes.

— Exatamente. Eu tenho o dom incrível de ler as placas e assim chego aos lugares que desejo. Não é um poder incrível?

Ele se ateu apenas a sorrir fitando o próprio colo antes de abrir a porta e sair. Desci do carro  e fui até ele estendendo sua chave. Estava prestes a me despedir, quando ele cambaleou parecendo que iria desmaiar. Segurei ele antes que tivesse a chance de cair.

— Você está péssimo, não está? Quantos dedos tem aqui?

— Quatro... Ou cinco – franzi a testa quando fitei minha própria mão com apenas o dedo indicador levantado – Eu estou ótimo.

— Ahãm, claro que está – passei seu braço por cima do meu ombro e envolvi meu braço envolta da sua cintura e ajudei a entrar. Ele disse seu nome de forma enrolada e a recepcionista franziu a testa sem entender

— Ele sofreu um acidente. Bateu com a cabeça - expliquei

Ela anuiu com a cabeça e chamou outra pessoa que trouxe uma cadeira de rodas. Estava seguindo-o quando ela chamou.

— Tem que preencher a ficha – avisou ela estendo a caneta azulada presa a um barbante da mesma cor.

— Merda! Espera ai – gritei e o enfermeiro que o levava parou de má vontade fazendo uma carranca que ignorei – Onde está sua carteira?

— Não faço ideia – suspirei esfregando a testa – Talvez no carro?!

Me inclinei até ele verificando seus bolsos. Ele arregalou os olhos assustado e corando sua face pálida.

— Ei! – exclamou se encolhendo quando coloquei a mão dentro do bolso de sua bermuda.

— Achei seu celular. Tem alguém que possa ligar? – inquiri verificando as ultima chamadas –  Care... Ou Lena?

— Não. É melhor a Vicky. Ela preenche tudo quando chegar.

O enfermeiro saiu arrastando ele para dentro da ala de emergência. Peguei seu celular e liguei para tal Vicky que não atendeu, deixei um recado apressado pois a recepcionista não parava de perguntar o  maldito número do plano de saúde. Olhei para ambos ao lados antes de me inclinar sobre o balcão e olhar diretamente para íris castanha da garota que franziu a testa e abriu a boca pronta para jorrar mais perguntas.

— Você não vai fazer mais nenhuma pergunta sobre o cara que acabei de trazer. Vai me avisar assim que ele sair, entendeu?!

— Vou avisar assim que ele sair – ela repetiu mecanicamente enquanto suas íris dilatada voltava ao normal.

Bufei estressada, não fazia nem duas horas que tinha voltado para aquela cidade e tudo já estava indo de mal a pior. Olhei por cima do ombro para ala de emergência e me perguntei se o garoto estava bem. Era uma droga não ter conseguido compeli-lo para dar meu sangue a ele.  Aliás  isso era um péssimo sinal. Ou aquele garoto era alguma coisa sobrenatural, ou ele estava tomando verbena.

Me sentei em uma cadeira de plástico azul e cruzei os braços encostando a cabeça na parede. Estava exausta e faminta e estar num hospital era o último lugar que deveria estar agora. Quando fechava os olhos, podia escutar dezenas de batidas de coração. Alguns batendo normalmente e outros eram batidas suaves quase parando.

Mas seja qual fosse o ritmo, minha imaginação levava o melhor. Podia até mesmo ouvir o sangue circulando pelas veias e o cheiro invadia meus sentidos, fazendo a gengiva coçarem para saírem.

Naqueles momentos é que  entendia o calvário de Stefan. No grande dilema de si manter no controle, tendo que estar sempre alerta para não permitir que a besta sedenta por sangue se libertasse. Raramente eu ficava daquele modo, mas hoje era um daqueles dias onde me sentia como ele.

Querendo provar apenas uma gota quente de uma veia ainda saltitando enquanto escutava o ritmo acelerado pelo terror.

Mordi o lábio com força e contei até dez lentamente. Quando abri os olhos, eles foram atraídos para uma máquina de salgadinhos. Quase saltei até ela, procurei a carteira na jaqueta e peguei um dólar, enfiando na maquina impaciente. Retirei um doritos e quando abri o saco, derramei um monte no chão ganhando um olhar azedo de uma senhora no banco.

Forcei um sorriso amarelo para ela antes de enfiar uma boa quantidade de doritos que era salgado demais para o meu gosto, mas serviria para sublimar a sede violenta.

Estava encostada na parede observando com tédio as pessoas passando pelo corredor quando algo vibrou no meu bolso.  Apalpei os bolsos até encontrar o aparelho com foto de uma moça negra de grandes olhos verdes e lábios carnudos que sorria com queixo apoiando num balcão. Ponderei por um segundo se deveria atender ou não, pois se fosse a namorada dele, com certeza não iria gostar que outra mulher o atendesse. Mas o garoto precisava de algum conhecido  no hospital para ficar com ele. Apertei o botão e coloquei o aparelho na orelha.

Matt, fala comigo... Alô.

— Olá, não é o Matt.

—  Eu liguei errado?! Desculpe.

— Não, não, espera! Ligou certo. É o celular do...Matt!

Ah tá. É  você seria...

— Uma amiga... Si é que pode chamar assim. Eu estou com ele no hospital.

Ai meu deus...

— Calma, ele está bem. Só bateu com a cabeça e agora esta fazendo alguns exames... Que estão demorando mais do eu esperava. Enfim, ele precisa de algum conhecido aqui e não sei nem sobrenome dele.

Eu estou indo...

— Ótimo! Você por acaso e a namorada dele ou...

Não. Eu sou a melhor amiga...

— Vicky?!

Não essa é a irmã dele. Eu sou a Bonnie.

— Okay. Então eu te espero aqui...

Uma moça entrou no hospital correndo ate a triagem e começou a gritar com a recepcionista chamando a minha atenção. Estava prestes a desviar meus olhos e voltar a falar com amiga dele quando a garota gritou um nome.

— Meu irmão. Matt Donavan. Qual é?! Eu já repeti o nome três vezes, você e surda ou idiota?

— Com licença – toquei sei ombro e ela se virou com rosto enrubescido de raiva parecia que estava prestes a gritar – Você é Vicky Donavan?

—   Sim, por quê?

— Fui eu que liguei e deixei o recado.

— Onde está o meu irmão? – inquiriu olhando para os lados parecendo desesperada agora – Ele... Ele... Se machucou muito?

— Não. Só bateu com a cabeça e provocou um cortezinho de nada. Eu trouxe para o hospital por precaução

— Você bateu no carro dele?

— Na verdade foi ele que bateu em mim – expliquei e ela franziu a testa – Deixa isso pra lá.

Ela abriu  a boca para protestar, mas a porta azul se abriu revelando o enfermeiro mal encarado que sorriu quando me viu acenando com a mão. Fui até ela com a irmã dele me seguindo.

— Como ele está?

— Bem, não acusou nada na ressonância, mas o doutor preferiu deixa-lo em observação.

— Eu quero vê-lo, onde ele está?

— Quarto 212 – Vicky anuiu com a cabeça e esta a prestes a cruzar a porta quando parou e me olhou por cima do ombro

— Você não vem?

— Eu acho melhor não. Ele deve estar descansando...

— Só familiares estão...

— Alguém te perguntou alguma coisa? – rebateu Vicky – Ela é  noiva dele.

Dito isso agarrou meu pulso e me arrastou pelo corredor. Tentei parar e dar meia volta, mas a garota me ignorou completamente e já estava pensando em tentar compeli-la a me esquecer, mas e si ela fosse como o irmão?

Não tive tempo para decidir mais nada. Cruzamos a porta e estava tentando soltar meu braço quando ela mesma o fez. Ela estava parada em frente a cama do irmão, olhando os aparelhos que monitoravam.

Empalideceu quase de imediato, ela desviou os olhos para chão e  seu queixo tremeu. Ela olhou para teto e quando voltou os olhos para o irmãos,  os olhos já se encontravam secos sem vestígios algum de esteve prestes a chorar.

De repente ele abriu os olhos azuis olhando diretamente para irmã parecendo ter sentido sua presença. Um sorriso fraco enfeitou seus lábios um tanto secos.

— Por que essa cara? Parece ate que viu um fantasmas? – ele zombou.

A garota bufou revirando os olhos e se aproximou devagar e descruzou os braços  olhando para testa com curativo.

— Eu estou bem Vicky.

— Ahãm. Claro que está – ironizou com escárnio. Ele estendeu a mão e agarrou a dela que mordeu o lábio fitando a mão dele.

— Eu estou bem. Eu sou um Donavan, esqueceu? Minha cabeça e dura demais pra quebrar numa batinha de nada.

Ela demorou a desviar os olhos e encara-lo e quando fez um meio sorriso surgiu em seu rosto. Algo que fez os olhos dele se iluminarem. Ela pigarreou soltando a mão dele e olhando para mim que estava com a mão na maçaneta querendo sair desapercebida, mas falhei.

— Ei, garota!

— Indo sem se despedir – ele sorriu quando notou meu embaraço

— Eu ia esperar  outra boa alma pra me dar outra carona.

— Se esperar umas  doze horas pode pegar uma comigo, ou melhor eu pego com você.

Sorri impotente lembrando da noite louca que estava tendo.

— Eu vou indo agora – apontei para porta

— Ei, garota! – Vicky se aproximou e estendeu a mão fazendo o Matt arregalar os olhos comicamente – Obrigada.

— Não me agradeça... Eu não fiz nada além  de...

— Salvar meu irmão – completou ela. Apertei sua mão sorrindo sem jeito quando pensava que fui a causadora do acidente pra começo de conversa.

— Foi um prazer então – rebati olhando pra ele que sorriu de novo.

— Adeus, garoto – murmurei antes de sair.

— Até logo – respondeu Vicky acenando com mão ostentando um sorriso maroto que preferi ignorar. Sai pela porta e escutei o riso dela ficando mais alto.

— Dá pra parar! – ordenou ela.

— Claro que eu posso, garoto— zombou ela.

Sorri escutando ele resmungando e mandando ela parar de rir dele, com toda certeza era o irmão mais velho. Isso m fez lembrar do meu irmão mais novo, sentindo que ele precisava mim.
 

 

STEFAN 
 

Naquela noite eu fiz algo que não fazia há muito tempo. Deixei que raiva tomasse conta de mim e acabei machucando Damon. Gostaria de dizer que senti remorso por ferir meu próprio irmão, mas não senti nada.

Porque quando ele mencionou Caroline, o pouco sangue que circula em minhas veias ferveu. A raiva tomou conta de qualquer razão. É incrível o poder que essa garota tem sobre mim em tão pouco tempo. Lexi sempre diz que costumo me apaixonar com apenas um olhar, mas não foi assim com Caroline Forbes.

Eu a conheci enquanto perseguia Elena feito louco e meus olhos nunca se fixaram por mais de um segundo na líder de torcida que sempre andava junto com  Elena Gilbert. Meus olhos e mente estavam ocupados demais pensando nos lábios em formato de coração, perdido nas memórias que uma boca igual aquela causou em mim.

Foi depois do acidente que realmente prestei atenção, ou melhor, que enxerguei aquela garota de cabelos dourados e olhos azuis profundos que guardava tanto ou mais segredos que  eu.

Cada dia depois disso, ela dominou meu pensamentos. Tudo que fiz desde então foi tentar decifrar aquele olhar. A tristeza contida naquele oceano que eu queria tanto mergulhar e resgatar a garota sorridente e despreocupada que seguia as amigas como uma adolescente qualquer. Comentando sobre festas e roupas enquanto carregava pompons e  um livro grosso de aritmética que ela folheava com atenção quando ninguém estava olhando. Queria conhecer a versão sem máscaras dela. A Caroline verdadeira que agora parecia tão distante.

Amigos.

Ela pediu amizade, confessou entre lágrimas que não podia dar aquilo que ansiava dela, não podia ama-lo. Foi então que entendi a sombra por de trás daqueles olhos. Seu coração fora esmagado como o meu e ela desaprendeu a acreditar no amor. Por vezes me perguntava quem seria essa pessoa que a feriu tanto e ao mesmo tempo duvidava si foi somente uma decepção amorosa que deixou assim.

Mas então lembrava de mim aos dezesseis anos. Humano, ingênuo com coração sempre posto a prova para quem quisesse. O mesmo que sonhava com a garota de seus sonhos e fazia poesias sobre ela, mesmo antes de conhece-la.

Então sorria com tristeza ao lembrar da tarde com ela. Da cabeça dela apoiada em meu ombro, do seu cheiro inebriando cada parte minha que ainda lutava por controle.

Da promessa de ser o que ela precisava mesmo querendo mais, querendo tudo com ela. E mais tarde no primeiro encontro que nem podia ser considerado como um, com tantos a nossa volta para atrapalhar.

Elena foi a responsável por tudo, pelo convite e pelo desconforto pairando entre todos.

Tentei ignorar os olhos castanhos seguindo-me a cada passo, tentei não pensar naqueles olhos e nas coisas que ainda provocava, no puxão irritante que me fazia corresponder aquele olhar mesmo que por um segundo. Parecia algum tipo de feitiço que o tirava da realidade e o transportava para um outro mundo e se esquecia que aquele mesmo rosto arruinou minha vida.

Me concentrei na única coisa capaz de me deixar são de novo, na única pessoa que parecia quebrar aquele feitiço que o perseguia mesmo no sonhos.

O som mais lindo que já tinha escutado, riso de Caroline. O primeiro genuíno que tive o prazer de escutar. Infelizmente não fui a provoca-lo e sim sua melhor amiga. Sorri impotente, quando as encontrei brincando como duas crianças na represa.

Meus olhos estavam presos aos lábios rosados esticados em um sorriso que evidenciava as covinhas na bochecha. Foi  então que um jato de água fria encontrou meu rosto. Fechei os olhos por um segundo. Escutando o coração dela disparando enquanto ela gemia de vergonha e surpresa.

Abri os olhos e encarei uma Caroline com uma das  mãos cobrindo a boca. As bochechas vermelhas tornando-a adoravelmente avergonhada.

Fiz questão de provoca-la por isso, não conseguia ser sério quando estava com ela. Que escolheu aquele momento parar  se levantar revelando o biquíni azul marinho que atenuava suas curvas. Engoli seco enquanto meus olhos verificavam seu corpo esguio descaradamente.

Para minha surpresa ela também parecia ter o mesmo desejo de provocar. E tinha que admitir que nisso, ela era melhor do que eu. Mordi as bochechas e prendi a respiração quando senti sua mão deslizando sobre mim. Sua pequena mão, tão macia e delicada.

Queria tanto estender minha mão e entrelaçar nossas mãos, puxa-la sem cerimônia a para os meus braços e provar o céu contido naqueles lábios rosados tão convidativos. 

Queria mergulhar as mãos em seu cabelo enquanto me afundava na profundezas daquela boca querendo que aquele fogo que sua mão começou os incendiasse por completo e sabia que o desejo era mútuo. Mesmo com a muralha que ela construiu envolta de si, podia ver o desejo em seus olhos, escutar seu coração clamando o mesmo que dele e cheirar  sua doce excitação inebriando-o por completo.

Mas sempre havia um mas quando eles se encontravam. Elena sumiu na floresta os forçando a quebrar aquele momento que desejou que se perdurasse para sempre.

Foi ela que o lembrou do que sempre esquecia quando colidia com os olhos dela. Elena estava sozinha no meio da floresta. E isso era tudo que Damon esperava. Um momento, um descuido para si aproximar dela.

E para meu azar foi o que aconteceu. Encontrei Elena não muito depois ao lado de Damon que ostentava um sorriso vitorioso e um olhar malicioso quando notou minha mão agarrada a de Caroline.

Elena parecia perdida no meio deles, alternando o olhar entre ambos quando descobriu do parentesco entre eles. Caroline pelo contrário encarava Damon e Elena com um olhar muito similar a pânico completo. Ela não pareceu si abalar quando ele contou que eles já si conheciam, ignorou-o e puxou Elena pelo braço, tirando-a do alcance de Damon. Ela partiu apressada usando Bonnie como desculpa e talvez fosse mesmo isso, era nisso que queria acreditar.  Era mais fácil essa versão do que a outra.

A  verdade que queria a todo custo ignorar  era que a garota por quem estava me apaixonando escondia coisas. Escondia como sabia tanto sobre mim e meu irmão e parecia ter o mesmo instinto de preservar Elena de Damon como se soubesse o que ele pretendia.

Ignorar aquelas perguntas que só faziam aumentar a  cada encontro com ela, era melhor do que ter que lidar com quebra cabeça que ela era. Foi sobrecarregado com aquelas vozes lhe dizendo para ter cuidado com ela que o controle deslizou de meus dedos quando Damon ameaçou tocar nela.

Na única coisa boa que encontrei depois de tanto caos. Sabia que tinha feito exatamente o que ele queria. Tinha declarado como Caroline era importante e agora Damon estaria se vangloriando por ter achado um ponto fraco que poderia usar sem ferir Elena.

 

Fechei o diário  o deixando no sofá, olhei para pequeno balcão e sem conseguir me conter peguei o copo e garrafa de uísque, mas preferi tomar no gargalo quando fitei minha mão com resquícios do sangue de Damon.

Entornei a garrafa e odiei o vampirismo pela enésima vez, não poder me embebedar até que perdesse a consciência, ainda era uma droga. O máximo que conseguia era meia hora alcoolizado até que o maldito sangue o curasse, tirasse qualquer vestígio do álcool e seus efeitos que queria tanto sentir agora.

Queria calar as malditas vozes me dizendo que tudo que tocasse seria destruído e que a garota que estava me apaixonando escondia algo de mim. As palavras de Damon ressoavam agora como um disco arranhado. A duvida tinha sido semeada  e sem perceber ela crescia a cada dia

Fechei os olhos apertando a garrafa. O fantasmas dos lábios de Caroline sobre os meus.

O gosto e os gemidos que escapuliam de sua boca enquanto a beijava ainda o assombrava, despertava todo meu corpo que queria correr até ela e beija-la até que ela esquecesse o maldito ex, mundo e  o próprio  nome e só conseguisse dizer o meu. O som e a dor do vidro se partindo em pedacinho o despertou.

Olhei para minha mão ensanguentada e a realidade mais uma vez bateu com um martelo. O corte se curando em seguida era a grande diferença que o separava de Caroline.

Mesmo tentando ignorar que ela era humana, ignorar que desejava seu sangue cada vez que estava perto dela. Ignorar que daqui há cinquenta anos ela envelheceria enquanto eu permaneceria igual, esperando pelo momento que ela deixasse aquele mundo como todos os outros. Fechei os punhos com força, sentindo a mão e olhos úmidos.

Sangue e lágrimas era tudo o que o futuro reserva para mim. 

Abri os olhos quando sentir uma presença. Um vento na nuca, como se alguém tivesse passado correndo pelo sala. Olhei envolta e agucei os sentidos tentando escutar algo e escutei passos, novamente em meu quarto.

Subi as escadas tentando não fazer ruído algum enquanto postergava outro embate com Damon que provavelmente teria si alimentando de alguma inocente no caminho e estaria forte o suficiente para esmaga-lo com facilidade.

Segui pelo corredor e agarrou a maçaneta entorpecido, desejando que ele arrancasse meu coração ou causasse alguma dor mais profunda do que aquela que sentia quando pensava nela, mas não encontrou Damon em seu quarto. Uma figura estava deitada em sua cama com as mãos postas em cima do estômago. Minha boca se congelou aberta, quando estreitei os olhos e reconheci as botas jogadas ao lado da cama.

— Lexi?!

— Ah finalmente subiu. Pensei que ia ficar escrevendo naquele diário a noite toda.

— Você chegou quando?

— Faz um tempinho. Estava pensando na melhor maneira de te surpreender, mas estou cansada demais pra isso. Fica pra próxima!

— Cansada porquê?

— Tive uma noite muito longa e confusa.

— É mesmo? Pode me contar dela pra me distrair...

— De pensar em Caroline – completou. Sorri dando mais um passo para perto dela.

— Sim – concordei fazendo-a rir – Mas antes disso, queria um abraço?

— Um abraço? Argh! Justo hoje que não quero dar um.

— E por que isso? Você ama abraçar os outros, principalmente os que odeiam.

— Cansaço, já disse. Estou destruída. Mas já que insiste – ela estendeu o braço e peguei sua mão, sem aviso ela puxou-me para cama e cai ao lado dela.

Ela riu e depois fechou os olhos suspirando, soando realmente cansada. Fitei o teto por um minuto até me voltar para ela.

— Como foi sua noite?

— Digamos que agitada. Fui atropelada por um cara...

— Você está...
Ela virou a cabeça e me encarou com sorriso torto e sobrancelha franzida.

—  Eu estou ótima, velhinho! – zombou ela apertando meu nariz – O garoto e que saiu numa pior, bateu com a cabeça. Então o levei no hospital.

— Hospital? Mas por que não...

— Dei meu precioso sangue – completou – Porque ele não podia ser compelido.

— O que?

— Sim, essa foi exatamente a minha reação quando tentei e ele riu na minha cara. Tive que inventar uma historia louca que ele por acaso acreditou. Ele deve mesmo achar que sou louca.

— Pera ai, Lexi. Me conta isso direito.

— Ele não podia ser compelido, Stef. Ou ele era um bruxo ou vampiro... Coisa que descartei logo em seguida quando o corte na testa não curou... Ou ele toma verbena.

Virei a cabeça e voltei a olhar o teto me lembrando de Vicky

— Eu acho que é a segunda opção. Aconteceu o mesmo comigo, com aquela garota da clareira, Vicky...

— Donavan – completou ela me fazendo franzir a testa ao tentar me lembrar de ter contado o sobrenome a ela

— Como sabe o sobrenome dela?

— Porque eu a conheci hoje. Ela era irmã do cara...

— Matt

— Sim, é esse mesmo.

Eu e Lexi viramos a cabeça ao mesmo tempo nos encarando outra peça se encaixando

— Sabem sobre nós – dissemos em uníssono. Lexi suspirou e reuniu as mãos em cima do estômago

— Mas que bela hora que resolvi te visitar. A recepção dessa cidade continua a mesma, uma bela....

— Droga – completei e ela riu e sem perceber juntei-me a ela. Rindo de toda a desgraça que nós acontecia, mesmo que não tivesse a menor graça. Era sempre mais fácil rir de toda e qualquer desgraça quando estava ao lado da minha melhor amiga.
 
 
 
 
 
 


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Notas finais do capítulo

Lexi finalmente chegou pra ajudar seu bff.... E o Papi da Care tbm! O que será que ele quer com a Mama Forbes? Alguém ai surtando com as fotos do casório SC? E com a volta da BisKath? PQP ela vai matar o Stefan meu zeus o.o escrevam o q estou falando, ele vai morrer. O.O
XOXO



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