Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 8
Chapter - VIII Chasing her




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"Cada movimento que você faz. Cada promessa quebrada, cada sorriso falso, cada reclamação sua. Eu estarei observando você" Every Breath you take 

 

STEFAN

Passei a noite insone fitando o teto com milhares de perguntas na cabeça. Tentei juntar as peças daquele quebra-cabeça e me lembrar se eu a conhecia. Como poderia aquela garota saber meu nome e me conhecer quando nunca trocamos uma palavra, quando nunca estiveramos cara a cara.

Okay, eu já tinha visto ela ao lado de Elena algumas vezes, mas não prestei muita atenção nela, ou em qualquer coisa além de Elena.

A única vez que meus olhos se demoraram sobre a loira, foi num breve momento quando as amigas a deixaram-na sozinha num café. Elena comentava animada sobre o fim de semana na casa de sua tia, convidando a neta de Sheila sem lembrar de fazer o mesmo convite a Caroline. Observei ela por alguns segundos, seus olhos azuis seguindo-as com a expectativa de quem sabe uma delas voltar e lembrar dela. Depois de um  minuto ela pegou o celular e fingiu ler mensagens enquanto seus olhos continuavam a segui-las.

Não me demorei mais nela depois disso, voltei a seguir Elena, deixando-a para trás. E agora me arrependia disso e gostaria de voltar no tempo e prestar mais atenção naquela garota.

A curiosidade começou a corroe-lo por inteiro, depois de rabiscar no diário, tentando em vão puxar na memória outros momentos com ela, mas nada saia.

E no dia seguinte mesmo com a evidente desaprovação de Zach, resolvi ir até o hospital quando anoitecesse para vê-la. Com sorte ela estaria dormindo  e estaria sozinha. Esperei em frente ao hospital dentro do carro de Zach até que a xerife fosse embora.

Entrei dentro no hospital e compeli uma recepcionista a dizer em que quarto ela estava. Esperei o corredor se esvaziar um pouco até entrar em seu quarto. Quando entrei a encontrei adormecida, com umas das mãos em cima da barriga, com cabelos dourados espalhados por todo lado. Me aproximei um pouco mais e permaneci olhando-a dormir.

Dizer que aquela garota o intrigou era eufemismo. Eu fiz de tudo para ficar fora do radar, temendo me denunciar se alguém por acaso descobrisse sobre mim. E agora aquela garota poderia ser minha ruína. Se ela soubesse realmente quem eu era sendo filha da xerife seria muito perigoso permanecer na cidade já era ariscado de qualquer maneira.

Lexi havia o alertado que minha tradição de voltar para Mystic Falls nunca terminaria bem e que sempre correria o risco de ser reconhecido. Mas nunca me preocupei muito com isso, até agora. Estendi a mão afastando uma mecha do rosto dela. Admirando o ritmo constante de seu ressoar. Sua boca rosada estava levemente entreaberta enquanto respirava profundamente.

Me peguei preso ali à poucos centímetros nos afastando  velando seu sono. Preso pela estranha curiosidade de saber mais sobre ela.

Sabia seu nome ao menos, era Caroline. Mas apenas isso começou a não ser o suficiente na noite insone em que revivi o acidente, tendo um pressentimento estranho de que ele mudaria sua vida para sempre. Minha mão novamente se esticou até ela como se tivesse vida própria tocando suavemente seu rosto e lembrando  do olhar que recebi dela. Ela não parecia muito feliz por reencontrá-lo e mais uma vez se perguntou o porquê.

Percebi no segundo seguinte que meu impulso foi um erro quando ela abriu os olhos sobressaltada e  eu deveria ter corrido, mas não o fiz. Permaneci estático  preso nos olhos azuis dela. A maquina que a monitorava apitou mais alto, ela se sentou desajeitadamente levando a mão para peito com olhos arregalados de surpresas enquanto me  encarava. 

E novamente me deu aquele olhar. Um olhar que desejei poder traduzir em palavras. Era um  misto de surpresas e raiva que o repeliu para um passo mais longe dela. Ela desviou os olhos para lado parecendo procurar por alguém, quando voltou seus olhos para mim, sua expressão estava em branco. Minha razão me mandava compeli-la a esquecer que eu estive ali e correr antes que ela gritasse. Enquanto a outra não conseguia sair dali, preso demais pela curiosidade e o magnetismo que aqueles olhos começavam a exercer sobre mim.

— Quem é você? – perguntou ela parecendo confusa e me deixando dez vezes mais confuso do que antes… Embora, algo no olhar dela o fazia questionar se não era fingimento.

— Você não se lembra quem eu sou?

— Não... Mas eu deveria? Nós conhecemos? Se sim, me desculpe… Eu estou um pouco confusa — desculpou-se esfregando a testa e reparei que corte tinha cicatrizado. 

— Não se lembra de ontem à noite, do seu acidente?

— Não, não consigo lembrar de muita coisa. — disse ela dando ombro, fitando as costas da mão com uma agulha presa a ela. A pele pálida atenuava a veia que me fez seguir olhando para braço, até chegar ao pescoço. 

Estremeci um pouco quando me concentrei na veia saltitando em seu pescoço. Lambi os lábios inconsciente mente e franzi a testa duvidando de sua afirmação. Ela estava sendo evasiva demais, mantinha os olhos inflexíveis enquanto o encarava. Sua voz era suave e aveludada, mas podia notar o nervosismo pingando em cada palavra que saia de sua boca. Aquele discurso parecia algo ensaiado, era como se ela esperasse que eu fizesse aquelas perguntas.

— Do que se lembra?

— De voltar da casa de uma amiga e passar pela ponte.... Eu me distrai por um segundo, acho que foi para mudar a estação do rádio e sem notar tinha passado para outra faixa… Não conseguir desviar  do outro carro e acabei batendo na ponte.

— É só disso que se lembra? — inquiri descrente

— Sim, é! — afirmou impaciente — Agora a pergunta mais importe acho que eu é que tenho que fazer. Por que está tão interessado em saber sobre meu acidente… Por  acaso é da polícia?

— Não…

— É claro que não é — ela sorriu —  É muito jovem para ser um,  não é mesmo?

Forcei um sorriso, começando a me sentir estranhamente encurralado por uma adolescente de dezessete anos. 

— Sim sou.

— Quem é você afinal?

— Ninguém – dei ombros — Só um curioso que passou pela ponte. Eu vi seu carro afundado no rio e chamei a ambulância.

— Oh — ela  abriu a boca  surpresa — Então acho que lhe devo um obrigado. Você salvou minha vida.

— Não me deve nada. Quem a salvou foram os médicos…

— De qualquer maneira, muito obrigada. Eu devo a você ter tido uma segunda chance.

Ela sorriu parecendo agradecida, mas notei aquele brilho raivoso surgindo novamente em seus olhos. Correspondi o sorriso me perguntando o porquê daquele olhar, porque aquele agradecimento soava falso e forçado aos meus ouvidos.

— Fico feliz em ter ajudado de alguma forma. Só queria mesmo saber se estava bem.

— Eu estou ótima, graças a você.

— Fico feliz em ouvir isso…. Agora vou deixá-la descansar.

Lhe dei as costas caminhando devagar até a porta com uma parte enorme dentro de mim querendo ficar e força-la dizer a verdade, enquanto a outra queria correr para longe dela. 

— Ei estranho — chamou. Me virei para encará-la e ela sorriu docemente, endireitando-se na cama.

— Será que eu posso pelo menos saber o nome do meu salvador?

Meus olhos se perderam nos dela novamente. E mesmo sendo loucura, sabia que ela estava mentindo. Ela sabia meu nome, sabia quem eu era, se lembrava perfeitamente de ontem à noite.

Ela sabia de tudo.

— Stefan. Meu nome é Stefan.

Stefan — ela disse lentamente como se estivesse saboreando cada sílaba e sorriu brilhantemente para mim

— Foi um prazer conhecê-lo Stefan… Espero te ver uma outra vez.

— Se depender de mim nós  nos veremos em breve, senhorita Forbes.

Seus olhos vacilaram por um segundo antes de voltarem a serem inflexíveis e glaciais. Ela sorriu novamente cruzando os braços e antes de fechar a porta, tive um leve vislumbre dela fazendo uma careta. Fui embora tendo a plena certeza que Caroline Forbes sabia muito mais sobre mim do que deixou transparecer. Ela sabia demais e eu não sabia nada sobre ela.

Sai em direção à floresta com minhas gengivas coçando com o cheiro doce e inebriante de seu sangue impregnado na minha memória. Peguei  um coelho velho e enquanto sugava seu sangue grosso e insoso tentei fingir que aquilo era o suficiente e tentei esquecer o desejo lancinaste por sangue, o sangue quente e doce que ela deveria ter.

Caminhei para casa pensando nela e querendo descobrir tudo sobre aquela garota. Foi somente enquanto transcrevia meu encontro com ela em meu diário que me dei conta que aquele dia foi o primeiro em que não citava o nome de Elena, si quer lembrei dela aquele dia. Tudo que ocupava meus pensamentos era ela. Era  olhos azuis impenetráveis que queria a todo custo desvendar.

 


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Notas finais do capítulo

TBC.
Pronto! Por hoje é só
FUI!
XOXO



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