Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 6
Chapter – VI She knows me


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo, especialmente para ti Lella.. Espero que goste :3



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"Seus olhos de navegante. A água na fonte. A sede pra matar. Abaixe seus braços. A purificação da escuridão. A queda para libertar" Beautiful Girl - William Fitzsimmons

 

STEFAN 

Enfiei as mãos no bolso da jaqueta enquanto andava pela ponte. E por mais que tentasse pensar em outra coisa, meus pensamentos sempre gravitavam até ela. Por mais que tentasse ficar longe não conseguia. Afinal, isso era uma desejo impossível. Depois de mais de cem anos, eu a reencontro alguém com o mesmo rosto que ela.

Não conseguia deixar de pensar em como ela era parecida com Katherine, ou melhor como elas eram idênticas. A única coisa que as diferenciava era o jeito. Enquanto uma era dissimulada e maliciosa e escondia suas verdadeiras intenções com sorrisos e olhares de inocência a outra era o completo oposto. Elena Gilbert era autêntica, quando ela sorria podia ver sua inocência. A sinceridade em cada sorriso quando estava cercada pelos amigos e família.

Por um tempo tive dificuldades de crer que não era mesmo Katherine e tive que me controlar para não ir até ela e sacudi-la até que ela deixasse aquele teatro. Queria esganá-la com minhas próprias mãos e perguntar a ela o porquê de ter me feito tanto mau, ter destruindo minha vida.

Mas com o tempo, observando Elena, percebi que não era Katherine. De algum jeito inexplicável havia outra garota com mesmo rosto de Katherine Pierce, mas que diferente dela, era humana.

E depois dessa descoberta não pude parar a perseguição, mesmo depois de ter certeza que não era minha ex-namorada psicopata, não conseguia conter o desejo de saber mais sobre aquela garota, precisava saber o porquê dela ter o mesmo rosto de Katherine.

Naquela noite a persegui como estava fazendo incansavelmente nas últimas semanas. Observando-a rir ao lado dos amigos e namorado. Era estranho o sentimento que crescia dentro mim quando a encontrava com ele. Abraçando-o, rindo para ele. Eram sentimentos mistos de raiva, tristeza e por vezes, um alívio que não conseguia compreender.

Uma grande parte minha embora não quisesse admitir para ninguém, ainda se perguntava como seria minha vida se Katherine nunca tivesse cruzado meu caminho.

Essa parte era o alívio que sentia quando encontrava Elena nós braços de outro. Essa parte que conseguia imaginar uma vida feliz e humana, onde eu não odiava o meu irmão por uma mulher.

A raiva e a tristeza, as vezes surgia com força. Quase sempre quando ela sorria e era nesse momento que eu me pegava preso aquele sorriso, naqueles olhos de corça que brilhavam quando olhava para namorado. Essa parte minha que me fez permanecer ali e persegui-la. Essa parte que por mais que odiasse teimava em se sentir atraído pelo rosto da mulher que eu deveria odiar e esquecer.

Depois de algumas horas seguindo-a até o momento que presente se mistura com passado e eu me imaginava estando com ela, sendo o homem para qual ela sorria e dizia que amava. Corri para longe deles o mais rápido possível tentando afastar aquele desejo tolo que começava o consumir… Queria me revelar para ela, queria conhecê-la. E sabia que fazer isso seria meu maior erro.

Estava atravessando a ponte, andando devagar. Fitando o céu estrelado que fazia, tentando em vão lembrar dos conselhos de Lexi e Zach, quando um carro conhecido surgiu logo a atrás. Não me lembrava bem a onde o tinha visto, mas lembrei que já vira Elena próxima a ele. Me perguntei aflito se ela não estaria nele e me amaldiçoei por ter fugido dela antes de vê-la voltar para casa em segurança.

O carro estava vindo na minha direção, pude ouvir o som alto do som com uma voz feminina cantarolando junto com música, antes de tornar-se um chiado agudo de rádio. No momento seguinte, o carro desviou de outro e bateu com violência contra ponte. Levou apenas três segundos para que meu cérebro reagisse e quando o fez, pulei no rio e mergulhei.

Os vidros do carro estavam fechados e dentro dele a pessoa estava se debatendo. Quebrei a maçaneta quando ela emperrou. Podia ouvir o coração dela parando e me desesperei. Quando abri a porta rasguei o cinto e a puxei de dentro do carro.

Coloquei meu braço envolta da sua cintura e nadei para cima até a beirada e a coloquei no chão. Seu coração não mais batia, então comecei a compreensão cardíaca e alternando sobrando ar em sua boca. Estava quase desistindo quando na última tentativa, ela reagiu cuspindo água enquanto tossia. Segurei sua cabeça inclinando para o lado para que não engasgasse. Quando ela finalmente parou ofegante levou as mãos na cabeça gemendo.

Foi quando percebi que cabelo loiro estava laranja e sangue começava a deslizar da testa. Prendi a respiração numa tentativa falha de não me seduzir pelo cheiro metálico de sangue. 

Mas minhas gengivas coçaram com cheiro doce de seu sangue. Respirei e expirei tentando conter o desejo insuportável de provar seu sangue, as veias sobe meus olhos surgindo e minha respiração tornando-se descompassada.

Minha boca salivando olhando para sua testa ensanguentada. Era melhor deixá-la ali e ir embora antes que fizesse uma besteira. Mas a garota abriu os olhos, gemendo mais de dor. Ela tentou levantar-se, mas não conseguiu e começou a desfalecer.

Segurei sua cabeça antes que batesse no chão e foi nesse momento que algo inesperado aconteceu. Eu não somente a reconheci como sendo uma das amigas de Elena… Como ela me reconheceu.

Stefan— murmurou com a voz fraca quase inaudível olhando diretamente nos meus olhos antes de desmaiar em meus braços. Afastei o cabelo molhado de seu rosto para vê-la melhor.

Era loucura, ou ela me conhecia?

Não sabia muito bem se chamava a ambulância ou levava ao hospital. Mas uma vez toquei sua testa e não pude deixar de notar como ela estava gelada. A batida na cabeça poderia ser mais grave do que eu pensava. Podia ouvir seus batimentos batendo num ritmo menor agora, retirei a mão de sua testa e notei minha mão manchada com seu sangue.

Fechei os olhos inspirando o doce cheiro de seu sangue. As veias surgiram, e meus olhos escureceram. Me afastei dela como se houvesse levado um choque, quando minhas presas saíram. Fechei os olhos e respirei fundo por dez segundos, limpei o sangue das mão na calça jeans. E ainda com os olhos fechados me concentrei nas batidas de seu coração, batia lento quase parando.

Abri os olhos e a encarei. Sua respiração lenta e o tórax subindo e descendo lentamente. O sangue em sua testa permanecia ali, o chamando. Resisti a vontade de correr para longe porque a garota provavelmente morreria se fizesse isso. Com as mãos trêmulas voltei para lado dela e me ajoelhei colocando sua cabeça contra minhas pernas. Afastei uma mecha dourada de seu rosto e tentei ignorar como minhas mão tremeram mais.

Olhei para ela atentamente mais uma vez me perguntando se escutei errado. Como ela poderia ter dito meu nome. E mesmo sabendo que era arriscado mordi o pulso deixando que algumas gotas entrassem em sua boca. Massageei a garganta dela até ter certeza que ela tinha engolido.

Estava prestes a pegá-la no colo quando escutei o barulho de um carro parando. Alguém se inclinou até a ponte e saiu quase no mesmo instante ligando para ambulância. Esperei não muito distante dela, escondido na penumbra da noite esperando até que ela fosse resgatada. E para sorte dela o resgate não demorou a chegar e junto com ela uma viatura policial. Dois policiais desceram junto com socorristas e para minha surpresa um dos policiais a reconheceu.

— Merda!

— O que foi Steven?

— Não está reconhecendo ela? – o outro policial negou com a cabeça e o outro com semblante assustado coçou a barba e disse:

— Essa é a filha da Xerife. É a Caroline Forbes, estuda com a minha filha.

Outro policial arregalou os olhos enquanto observava a garota, sendo colocada na maca.

— Caramba… Acha que ela…

— Está viva – completou o outro.

Ele se aproximou da ambulância que ela estava sendo colocada e perguntou a um enfermeiro se ela estava bem. Ele voltou até o companheiro com uma expressão seria e por momento temi que ela estivesse morta. Fechei os olhos e me concentrei em escutar a batida de seu coração. Haviam seis batimentos, mas ele conseguiu reconhecer o dela. Batendo fraco e quase parando. A ambulância se fechou e partiu com ela para o hospital.

— Alguém tem que avisar a Xerife.

— Eu faço isso.

— Como acha que ela conseguiu escapar dessa?

— Não sei — ele olhou para rio com carro submerso e se dirigiu até a viatura — O que sei é que ela teve muita sorte de ter escapado com vida. Só espero que ela resista até o hospital.

Depois que eles subiram para isolar a ponte, corri para longe. Fui para casa e quando cheguei fui direto cozinha Precisava lavar as mãos tirar qualquer resquícios do cheiro dela que ainda fixo na minha memória, impregnado em minha roupa e na pele.

Corri para pia lavando as mãos tentando tirar os resquícios de seu sangue. Esperando que com isso o desejo doloroso de prová-la desaparecesse.

Enquanto fazia isso, respirando lentamente. Recapitulei tudo que acabou de acontecer. Aquela garota havia dito meu nome, ela me olhou diretamente e disse meu nome, com a voz trêmula e assustada antes de desmaiar.

Não estava louco, escutei nitidamente meu nome saindo de seus lábios, podia até mesmo lembrar do choque misturado com outro sentimento que ainda tentava identificar quando ela me encarou.

Sequei as mãos num pano e abri o armário, procurando por álcool. Uísque seria bem útil agora. Enchi o corpo e tentei ignorar a semelhança com certo alguém enquanto virava o copo no gargalo tentando acalmar a si mesmo.

— Chegou tão cedo. Pensei que ficaria mais tempo perseguindo a garota — Zach zombou, surgindo atrás de mim encostado no batente da porta. Ele sorriu, mas não escondeu o tom de desaprovação em sua voz. Sem responder passei por ele levando comigo a garrafa, ignorando seu olhar intrigado. Me joguei no sofá e fechei os olhos. Lembrando dela, um par de olhos azuis se repetindo sem parar — Aconteceu alguma coisa?

— Sim, aconteceu.

— O que foi?

— Eu… acabei de salvar uma das amigas de Elena, que por acaso e filha da Xerife da cidade.

— É isso por acaso não é uma coisa boa? – inquiriu ele confuso.

— Sim…é.

— Então por que essa cara?

— Porque Zach — abri os olhos e o encarei — Ela me reconheceu, ela sabe quem eu sou… Sabia até mesmo meu nome.

— E você a conhecia?

— Não. Mas ela me conhece.

— Como isso é possível? Você não pisa em Mystic Falls há anos. Como ela poderia conhecer você… Quantos anos ela tem?

— Dezesseis no máximo.

— Com essa idade e impossível que ela…

— Eu estive aqui em 93. Ela teria dois de idade…

— Ou seja, você salvou uma garota que você não sabe nada sobre e não a conhece, mas ela sabe quem é você…

— Exatamente.

— É isso não seria o tão sinal que esperava para ir embora? — encarei Zack desanimado e ele suspirou antes de sentar-se no sofá — Não me leve a mau Stefan, não tenho nada contra você. Mas você sabe que não ira demorar muito para que seu irmão descubra que voltou para cá. E nós dois sabemos que o Damon…

— Só traz destruição por onde passa — completei e ele assentiu — Sim, eu sei. Mas não posso partir agora, não sem antes…

— Saber mais sobre Elena Gilbert — completou ele com tom exasperado
— Não. Quer dizer, saber sobre ela também. Mas agora eu preciso descobrir como aquela garota me conhece.

— E como pretende descobrir isso? Ela é filha da Xerife e arriscado demais…

— Eu sei Zach – concordei, apoiando os cotovelos na perna e massageando as têmporas que latejavam – Mas eu preciso descobrir isso. Eu preciso saber como diabos Caroline Forbes me conhece.


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Notas finais do capítulo

Então é isso.
Até semana que vem, lá pela quinta ou sexta.
XOXO