Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 4
Chapter - IV Save the cheerleader, save the World




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Eu pensei e penso, o que e como dizer-lhe. Tenho vivido aparentemente sem aprender a ser verdadeira Mas todas as palavras que eu disse foram pra valer, das loucas as divinas. E eu faria tudo de novo, como se pela primeira vez” Do You – Carina Round

CAROLINE 

Se me perguntassem  qual era a pior coisa de voltar ao passado, com certeza, não seria a tecnologia.  Por mais atrasada que estivesse de onde  eu veio. O pior de tudo era, sem dúvida, voltar a ser humana.

Naquela semana  compreendi com exatidão e simpatia o calvário de Katherine Pierce. Se adaptar a um corpo humano não era fácil muito menos prazeroso como Elena fez parecer.  Sentia fome toda hora, ia no banheiro como uma idosa de oitenta anos e sentia cólicas horríveis. Em uma hora sentia ou muito frio, ou muito calor. Minha  pele não parecia tão impecável feito porcelana e agora tinha um medo em comum com todos, a morte.

Não que vampiros fossem imortais, nem mesmo Klaus conseguiu esse feito. Mas agora eu era uma simples humana, com sangue circulando por meu corpo e uma ampulheta em cima da cabeça com cada dia sendo um à menos. E pelas minhas  contas eu não teria uma vida-longa, não iria muito além dos dezessete.

Morreria de traumatismo craniano se Bonnie não tivesse aceito a ajuda do diabo. Suspirei alto, me jogando no sofá amarelo zapeando canais com programas e séries que já sabia de cor, me entupindo de salgadinhos enquanto reformulava um plano maluco de impedir o acidente dos Gilbertes.

Eu tinha que impedi-los de passarem pela ponte. Minha primeira ideia foi pedir a minha mãe que interditasse a ponte, mas ela apenas riu da ideia. Sem escolha  liguei para prefeitura e disse a família Lockwood, ou melhor minha querida ex-sogra que ponte estava condenada e repletas de rachaduras.  Consegui o feito de interdição por uns dois dias, mas logo depois a farsa foi descoberta. A ponte ia muito bem obrigado e minhas ideias foram tornando-se escassas e cada vez mais malucas. Como por exemplo; sequestrar os pais de Elena. Estava começando a surtar. Verifiquei as horas no celular e decidi sair já que minha mãe naquela época nunca estava em casa.

A noite estava agradável, caminhei pela cidade a pé. Agora caminhar não era uma perda inútil de tempo, caminhar era algo que prolongaria minha curta vida. Caminhei com as mãos metidas no bolso da jaqueta curtindo a brisa contra meu rosto. Vendo a cidade aos poucos fechando as portas. Estava em frente ao cemitério quando senti um calafrio. Quando olhei por cima do ombro observei com terror um corvo em cima do muro observando-a, olhando diretamente para ela.

Apressei o passo decidindo fazer algo para mudar o maldito futuro antes que fosse tarde demais. Corri até a casa de Elena e estava em frente a varanda ofegante. Apertei a campainha  e esperei impaciente que alguém a atendesse. E quando a porta se abriu me deparei com Elena que com sorriso forçado me encarou

— Caroline, oi.

— Olá Elena. 

Fiquei parada encarando-a por um momento. Fazia muito tempo que não a via. Lembrei da despedida antes que ela fosse condenada a ser uma bela adormecida. Embernar por 60 anos,  ou mais para voltar a viver. Lembrei do corpo dela sumir e o  desespero de todos em busca dela e quando finalmente a achamos ela estava morta. Bonnie se colocou em risco para salvar Damon de Julian e quase foi morta pelo mesmo.

Damon e Enzo conseguiram salvá-la a tempo o que não sabíamos e que o feitiço encarou sangue de vampiro como tentativa de quebrar o feitiço. Elena acordou nos poucos minutos em que Bonnie estava morta com sangue de vampiro em seu sistema. Julian se aproveitou da distração e para vingar-se de Damon a matou. Enquanto Bonnie acordava como vampira… Elena morria nos braços de Matt.

— Care… Está tudo bem?

— Sim eu.... Me distraí.

— Entra – ela se colocou para lado me dando passagem para entrar.

Na sala de estar encontrei uma cena que apertou meu coração. Os pais de Elena e Jeremy rindo enquanto assistiam a um filme de Chaplin. Miranda desviou os olhos da televisão e se voltou para mim.

— Caroline, como vai?

— Bem – respondi com voz embargada. Elena franziu a testa para mãe e se voltou para mim com olhar preocupado e apertou minha mão

— Care... Você está.... Vem vamos para o meu quarto.

Concordei com a cabeça e dei leve aceno para Miranda que deu-me um sorriso simpático. Elena guiou-me ate o seu quarto e quando entrei, lembrei de sua casa em chamas.

— Care — ela estalou os dedos em frente aos meus olhos — O que ouve?

— Nada.

Ela arqueou a sobrancelha em descrença e puxou-me pela mão me guiando para sentar-se com ela na cama.

— Okay, agora me conta.

— Contar o que?

— O que está acontecendo com você. Matt e Bonnie me contaram que você não está andando muito bem.

— Ah, está falando sobre isso – forcei um sorriso – Não foi nada. Eu só estava de TPM.

— Caroline...

Suspirei alto sem saber o que dizer. Eu amava Elena de todo o coração, mas naquela época não éramos realmente amigas. Nunca contei a ela sobre meus problemas, ou melhor não os contava a ninguém. Sempre que por acaso tentei recebi aquele olhar de pena ou indiferença.

A dura verdade é que nenhum deles era meu amigo. A primeira pessoa que pareceu importasse comigo foi Stefan… E bem, hoje eu sei que muitas das vezes foi por Elena. Ele usou-me como isca mais de uma vez. Assim como para seu irmão eu era apenas uma ferramenta descartável. Aquele pensamento me feriu ainda mais.

— É pelo seu pai não é?

— O que?

— E pela separação dos seus pais – explicou ela – Não deve estar sendo fácil.

—Sim… Não está.

—Eu não posso imaginar o quanto isso é difícil. Eu sinto muito Care.

— Não sinta, era pior quando ele estava em casa – confessei, lembrando-me dos últimos tempos.

Das brigas constantes, dos silêncios na mesa de jantar. Na época não sabia qual deles odiava mais. Se meu pai por destruir tudo, ou minha mãe por não fazê-lo ficar.  Suspirei alto, percebendo o quanto fui infantil e confusa  eu era. Não foi fácil pra nenhum deles. Meu pai vivia em eterno conflito consigo mesmo tendo que viver uma mentira por tanto tempo que não havia outra maneira a não ser aquela. Sair de casa e procurar sua felicidade. E enquanto minha  mãe,  agora podia entender o motivo dela ter enterrado-se no trabalhando, focando apenas nele. Seu casamento tinha fracassado, seu marido a deixara por outro homem e sua filha a odiava gratuitamente. Olhando para trás agora,  podia enxergar qual errada eu esteva sobre tudo.

— Se meus pais se divorciassem, eu não sei o que faria – Elena murmurou fitando o chão. Naquele momento lembrei-me do meu objetivo, ou melhor, minha missão. Salvar os pais de Elena.

—Você não precisa se preocupar com isso. Seus pais se amam.

— Eu sei, mas sei lá… — ela deu ombros — Todo amor pode acabar um dia.

— Não um amor como os deles. Seus pais são completamente apaixonados um pelo outro Elena. Eles serão aquele tipo de casal que envelhece junto, que caminha de mãos dadas e lê livros na varanda.

— Você está diferente — cortou ela com testa franzida. Arregalei os olhos em alerta, será que havia sido descoberta?

— Diferente, eu? Acha que engordei?

Ela riu maneando a cabeça. Torci que meu comentário bobo e fútil a convencesse que continuava sendo a mesma patricinha rasa que apenas se importava com a aparência. Torcendo que como sempre meu sorriso camuflasse o que se passava dentro de mim.

— Não Care, você está magra e esbelta como sempre. Estou me referindo… Não sei explicar, mas você está diferente.

— Espero que seja para melhor — rebati incerta

— Sim é — ela apertou minha mão e sorriu.

— Eu acho melhor voltar pra casa.

— Está cedo, porque não fica mais e assiste a outro filme com gente?

— Eu não sei.

— Ah qual é, vai ser legal. A não ser que tenha algo contra o Chaplin? Porque meu pai adora os filmes deles. Estamos fazendo maratona… Mas si quiser tem o vento levou ou a noviça rebelde…

Sorri olhando para Elena que enganchou seu braço no meu e guiou-me para sala. Seus pais abriram espaço no sofá alegremente. Feliz por ter outra jovem que apreciava a genialidade dos filmes antigos como disse o senhor Gilbert. Assisti ao filme com ele e realmente me diverti e me convenci mais ainda que tinha que salvá-los.

Depois de provar um mouse que Miranda preparou para sobremesa decidi ir embora. Miranda beijou-me no rosto e mandou lembranças a minha mãe. Elena me acompanhou até a porta e para minha surpresa abraçou-me. Correspondi abraço de imediato sorrindo. 

— Fiquei feliz que tenha vindo me visitar.

— Eu também.

Me virei para ir embora, mas parei no primeiro degrau.

— Elena — chamei e ela colocou a cabeça para fora da porta

— Sim — disse ela

— No sábado, por motivo algum passe naquela ponte com seus pais. Faça outra maratona de filmes ou qualquer coisa. Mas, por favor, não vá ate lá.

Elena franziu testa e olhou-me como se estivesse ficado louca.

— Prometa-me Elena. Prometa que não vai. Eu sei que parece loucura… Mas, por favor…

— Tudo bem… Eu prometo. Não vou passar naquela ponte com meus pais no sábado. Eu prometo.

Sorri em agradecimento torcendo para que ela cumprisse o que prometeu.

 


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Notas finais do capítulo

XOXO



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