Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 30
Chapter - XXIX Secrets are family heirlooms


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas
Primeiramente sorry pela demora. E por não ser um capítulo longo como os outros. Infelizmente estou com bloqueio terrível pra quase todas as minhas fics. Mas espremi esse limão e saiu isso Dedico esse capítulo a Gyo que me ajudou muitooooo a criar coragem e postar



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 “ Podemos voltar para o mundo que nós tínhamos? Com um amor tão doce que me deixa triste. Podemos voltar para o mundo que nós tínhamos? É o mundo em que tenho sonhado. Podemos voltar para o mundo que nós tínhamos? Cortados como diamantes, nós fomos feitos para durar. Podemos voltar para o mundo que nós tínhamos? É o mundo em que tenho sonhado." 1965 - Zella Day

BONNIE

Acordei com chute nas costelas e gruiu de dor. Com a cabeça pesada ergui a cabeça e demorei alguns segundos para identificar o lugar em que estava. Aos poucos fui me lembrando da noite louca que tive na noite anterior.

A festa estúpida de Jenna, as brigas intermináveis de Elena e Caroline, Elena beijando Tyler... Que por sinal, eca! Como ela teve coragem?

Indaguei olhando para rosto amassado de Elena, daí olhei para o outro canto e encontrei cabelos dourados por todo lugar.

E resposta era óbvia. Elena beijou o primeiro que viu para se distrair de Stefan e Caroline juntos na festa em que ela provavelmente planejava conquistar o namorado da amiga infância.

Isso era totalmente contra regras e ela sabia, se sentiu culpada e cumpriu sua penitência na boca do Tyler Lockwood

Esfreguei os olhos que pareciam secos e cheio de areia e arrastei a mão para alcançar o celular, mas acabei caindo de cara no chão.

— Aí – gemi alto esfregando o nariz

— O que foi, o que aconteceu? – Caroline levantou gritando olhando para lados e parou segurando a cabeça – Aí, minha cabeça.

Levantei me apoiando na penteadeira de Elena e Caroline franziu a testa, mas riu quando viu meu estado

— Você está um bagaço Bonnie.

— Valeu Caroline, mas você deveria se olhar no espelho antes – avisei e jogue travesseiro na cara dela

— Aí, bruta! Minha cabeça dói – se queixou esfregando as têmporas

— Quem mandou beber tanto?

— Olha quem fala, você bebeu tanto quanto eu...

— Argh, vocês duas querem calar a boca? Parem de gritar! – Elena gritou e cobriu a cabeça com travesseiro

— Puff, alguém acordou com pé esquerdo – Caroline zombou

— Também, depois do que ela fez ontem não é de se admirar

— Como se vocês duas não tivessem bebido ou feito nada de errado.

Engoli seco e desviei o olhar de Caroline que franziu a testa.

— Além de beber algumas doses do uísque da sua tia, eu não fiz nada de errado - deu ombros - Agora, enquanto a você Bonnie? 

— Eu o que? – me fiz de desentendida enquanto fuçava as gavetas de Elena e vestia uma camisa dela.

— Você sumiu boa parte da festa e depois surgiu toda estranha.

— Estranha, eu? Não fui eu que beijei Tyler Lockwood – acusei me sentindo acuada. E Caroline arqueou a sobrancelha com sorrisinho de quem não acreditou em nada do que eu disse.

— Eca, quem foi a louca que beijou o Tyler? – Elena inquiriu e eu e Caroline trocamos um olhar antes de cobrir a boca para abafar as risadas

Elena ergueu a cabeça e cabelo negro bagunçado ocultou o rosto todo e ela bufou.

— Qual é a graça? O que eu perdi?

— Tirando a memória, nada – Caroline explicou rindo

— Memória? Do que estão falando? O que aconteceu na festa, quem diabos beijou o Tyler?

— Hum.... Você!

Elena congelou é depois riu.

— De jeito nenhum. Eu jamais beijaria Tyler em sã consciência.

— Exatamente. Sã, nenhuma de nós faria algo tão... Louco. Mas já bêbada...

Elena balançou a cabeça e rindo, mas de repente ela congelou de novo. E sua expressão de horror foi em impagável. Ela levou as mãos a boca e murmurou

— Eu beijei Tyler Lockwood?! – assentimos com a cabeça e ela tapou a boca e saiu correndo para banheiro tropeçando em tudo pelo caminho.

Caroline e eu caímos na cama lacrimejando e com abdômen doendo de tanto rir

— Alguém aí tem antisséptico bucal... Ou água oxigenada, creolina? – indagou Elena gritando de dentro do banheiro.

Rimos mais ainda

— Ah para! Beijar o Tyler não é tão ruim, ele até que beija bem – defendeu Caroline

— É como é que senhorita sabe, por acaso já ficou com aquele idiota? – indaguei me virando e me apoiando com cotovelo para encarar Caroline que mordeu os lábios e corou - Aí meu Deus, Care. Você também! O que há de errado com as garotas dessa cidade?

— Foi no sexto ano tá! Sete minutos no céu na casa da Mandy. Não me julgue! Você beijou o Scott naquela noite se esqueceu. Ele tinha um bafo horroroso de...

— Eca, não me lembre disso. Eu deletei isso da cabeça.

— Pois estão não nós julgue por beijar o Tyler. Ele pode ser o maior idiota egocêntrico, mas pelo menos é um idiota atraente.

— Okay, okay agora eu estou realmente enjoada – zombei

— Ah Bonnie, Bonnie – ela cantarolou – Já ouviu aquele ditado?

— Qual?

— Quem muito desdenha, quer comprar.

— Ah cala boca!

— Ei, essa frase a minha!

Joguei travesseiro nela que riu e suspirou alto antes de se aproximar do meu rosto

— Eu sei do seu segredo Bonnie – ela sussurrou

— O que, do que está falando? – indaguei com coração palpitando.

A culpa parecia que ia me engolir a qualquer instante. Afinal, eu estava mentindo para ela. Não contei do meu acordo com seu cunhado. Alguém que Caroline parecia desprezar com todas as forças e lá estava eu falando e assumindo compromissos com ele.  

Mas o que podia fazer naquele momento? Negar ajuda de alguém que poderia me ajudar a decifrar aquela droga de grimório? Não, eu não estava em condições de negar qualquer ajuda mesmo que essa ajuda fosse tão insuportável como Tyler, mas pelo menos ele não me chamava de aberração.

— Eu sei o que você fez na noite passada – ela zombou engrossando a voz – Estava com algum garoto na biblioteca.

— Ah... Hum. Como descobriu?

— Eu sabia! Você estava estranha demais, sabia que tinha algum cara na jogada. Quem é ele?

— Era um... Eu não sei. Era mais velho. Não era do colégio. Acho que era algum amigo da Jenna - menti

— Uhu, você pegou um cara mais velho?

— É peguei, eu estava bêbada e ele era agradável, tinha um papo legal.

O que de fato, tinha. Damon era mais velho, aparentava seus vinte cinco anos ou mais. Mas ao mesmo tempo parecia ser tão mais velho. Às vezes eu olhava para ele e aquela imagem do meu sonho de uma árvore velha e seca com corvo negro nos galhos surgia. Não fazia ideia do que aquilo poderia significar. Não entendia bem como esses poderes bizarros funcionavam. Mas sabia que não podia confiar naquele cara. Então eu ia usá-lo como ele parecia estar querendo fazer comigo.

— Pegou o número dele?

— Ah...Não, não sei nem o nome dele.

— Droga, que pena Bon.

— É uma pena mesmo. Acho que nunca mais vou ver aquele cara na vida.

— Que cara? – indagou Elena secando o rosto com uma toalha.

— Vem cá, senta aqui. Agora vamos contar tudo que rolou na sua festa – Caroline deu uma palmadinha na cama e Elena franziu a testa e fez uma careta antes de se jogar na cama e cobrir o rosto com travesseiro

— Okay, pode contar. Eu estou pronta!

— Okay, você que pediu – avisei e Caroline – Primero nós duas saímos no tapa

O que? - gritou Elena se levantando rápido e olhando para Caroline e depois gemeu de dor – Caramba, eu devo mesmo ter bebido todas.

— É mentira dela, Elena. Ela só está brincando. Vocês duas brigaram, mas não ao ponto de saírem no tapa.

— Ufa, pelo menos isso – ela voltou a se deitando outra vez – Mas então, o que mais eu fiz de vergonhoso?

— Ah, nada demais... Só um strip tease – menti e Caroline gargalhou com gemido de frustração de Elena e não pude deixa de sorrir ao ver as duas em paz.

Nós estarmos na casa de Elena fofocando sobre festas sem nenhum drama romântico ou sobrenatural. Naquele momento éramos apenas três melhores amigas adolescentes compartilhando os micos e risadas como nos velhos tempos.

LIZ

Verão de 1987

O calor que fazia naquela noite era insuportável. Nenhum dos três ventiladores da casa pareciam fazer qualquer diferença.

Ensopada e salgada pelo suor, meu invejado cabelo dourado estava pegajoso e colando no pescoço. Desejei poder ir ao Falls ver Dean naquela tarde, ou si nada desse certo, andar nua sobre rua para me refrescar. Mas isso estava fora de questão estando de castigo e com Will Forbes monitorando-a como carcereiro.

Bufei e algumas mechas voaram e se prenderam no rosto. Grui irritada e me estiquei para pegar um papel em cima da cômoda e me abanar.

Foi quando Keith resolveu entrar no quarto e riu ao ver meu estado. Ele abriu as gavetas sem pedir permissão, revirando todas as minhas roupas

“Ei” gritei “Está bagunçando tudo” me queixei, mas não me levantei totalmente. Apenas me apoiei pelos cotovelos e o vi olhando para lados.

“Vigie a porta Liz!” ordenou.

“Não!”

“Anda Lizzie, por favor. Eu preciso pegar aquilo logo”

“Você escondeu maconha no minhas coisas?” inquiri indignada por ele ter colocado meu quarto na mira de Will e ainda não ter tido a educação de me chamar para roda.

“Bem que poderia maninha, mas o meu fornecedor saiu da cidade” ironizou “Deixa de ser idiota. Você sabe bem o que vim buscar. Escondi aqui em algum lugar”

“Por que não escondeu no seu quarto?”

“Porque o seu pai vasculha todas as minhas coisas. Estou em condicional, esqueceu? Agora anda, maninha, por favor” pediu juntando as palmas da mão e ostentando aquelas covinhas e olhos esverdeados.

Bufando me levantei a custo e segurei a porta, enfiei a cara para fora e o único sinal na casa era o som de Alan Jackson tocando ao fundo.

“Está limpo” avisei com uma careta ao ouvir meu pai colocar outra música de Alan com arranjos de banjos intermináveis

Keith deu uma piscadela e bateu no fundo falso do guarda roupa e de lá tirou sua flecha.

“Sério mesmo que vai sair hoje à noite? E lua cheia Keith...”

“É exatamente por isso que vamos sair Liz. Vai haver a maldita festa na represa essa noite e nós dois sabemos que eles estão de volta”

“Isso é besteira! Essas coisas simplesmente não existem Keith” neguei.

Querendo deletar os horrores que fui forçada a ver no verão passado. Quem sabe se fingisse que nada aconteceu as coisas voltassem a serem como antes e eu pudesse ser uma adolescente normal como qualquer outra. Que só tinha o baile de primavera e o concurso de Miss Mystic Falls para me preocupar.

“Ah é? Então me explique os treze corpos drenados?”

Franzi os lábios e fitei meu quadro colorido de Cindy Lauper com as assinaturas de Kelly e Abby no centro e não conseguir ter uma boa resposta para isso.

“Você sabe que não é nenhuma fantasia dos irmãos Grimm, vampiros existem e estão matando pessoas inocentes Lizzie”

Ele colocou as balas de madeira, frasco com verbena e cordas encharcadas com líquido dentro da bolsa e colocou a alça no ombro direito e abriu a o restante da janela para que pudesse sair.

“Ei idiota, tome cuidado”

“Eu vou maninha, não se preocupe. Bill, Grayson e Chuck irão comigo”

“Ah grande consolo. Aqueles três idiotas” 

“Qual é Liz, pare de implicar com meus amigos. Eu não fico implicando com Abby e a Kelly”

“Óbvio que não implica, você tem uma queda pela Kelly”

Ele revirou os olhos e saiu pulando a janela. Fiquei encostada no batente da janela vendo seu Vista Cruiser azul desbotado sumir na estrada.

Fiquei observando a estrada sentindo aquele aperto familiar no peito sempre que Keith saia para suas caçadas noturnas.

Não sei por quanto tempo fiquei parada observando e estrada e a lua estupidamente cheia brilhando no céu até que a ansiedade levou o melhor de mim. Fui até o guarda roupa e bati no fundo. Tirei a velha besta e admirei as iniciais de Keith nela. Antigamente costumava ser a sua arma favorita contra demônios sanguessugas, mas mudou depois de se aproximar de Bill.

Passei o dedo sobre K. F entalhado lá pelo canivete do nosso avô. Ele que nos ensinou tudo sobre “caçar” tinha dado a besta para Keith e para mim sua Colt antes de morrer.

Olhei para janela de relance e podia lembrar da voz austera de Thomas Forbes dizendo que sempre tínhamos que ser pela família.

Levantei decidida, prestes a trocar de roupa quando Abby Bennett entrou em meu quarto sorridente, vestindo vestido verde longo com cabelos ondulados.

“Liz porque ainda está vestida assim, esqueceu da festa do John...” seu sorriso se desmanchou quando viu a besta em minhas mãos.

“Ah não, não mesmo. Você não vai fazer isso Elizabeth!”

“Fazer o que?” Miranda indagou surgindo atrás de Abby

“Nada!”

“Ela está com a besta, Mia”

“Liz, não!”

“Meu irmão saiu essa noite para caçar aqueles demônios. Não só ele, como Grayson e Chuck. Eu não vou ficar aqui sentada esperando pelo pior. Eu vou até essa festa sim, mas pra matar algum sanguessugas desgraçados”

“Liz...”

“Não tem Liz” imitei Mia e Abby revirou seus olhos impaciente “Todas vocês sabem que sou muito melhor atirando do que Keith. Seja com a minha Colt ou essa besta idiota. Eu vou atrás dele e nenhuma de vocês podem me impedir” comuniquei trocando o vestido por uma calça e camiseta preta.

“Okay, nós não podemos mesmo fazer você mudar de ideia quando quer alguma coisa”

“Ótimo Abby, ainda bem que você entendeu”

“É eu entendi Forbes. E por isso, eu vou com você”

“De jeito nenhum!”

“Eu vou sim e ponto final. Vou cobrir suas cotas”

“Abby você enlouqueceu”

“Ela tem razão Abby, você mau sabe segurar uma arma”

“Quem precisa de armas quando si tem... Inteligência” disse ela daquele modo estranho, misterioso e decidido que não admitia discussões. Abigail Bennett era tão teimosa quando eu.

Miranda ficou para trás apreensiva tentando nos dissuadir de todas as formas possíveis, mas não lhe demos ouvidos. Abby e eu plantamos um beijo em seu rosto e pulamos a janela em silêncio indo atrás daqueles idiotas.

(...)

28 de agosto de 2009

— Mãe, você está me ouvindo? – indagou Caroline estalando os dedos impaciente

— Hum, desculpe filha. O que estava dizendo mesmo?

— Que ainda dá tempo de desmarcar esse jantar estúpido – explicou emburrada e não pude conter um sorriso.

Caroline e eu éramos exatamente iguais, quando jovem eu tinha os mesmos trejeitos e manias. Bill e Keith sempre disseram que ela era uma pequena copia minha. Não puxou nada do pai e minha mãe se vangloriava disso e de fato na aparência éramos mesmo iguais.

Ela franziu a testa quando me flagrou sorrindo para ela e pois a reclamar da gravidade do assunto.

Ela estava apavorada com o primeiro jantar do namorado em casa. Aliás, o primeiro oficial que ela levaria em casa. Podia entender o nervosismo, mas ainda sim havia uma coisa que não se encaixava naquela recusa. Era como si ela tivesse medo de Stefan se aproximar mais. E isso não combinava com a minha menina.

Desde pequena sonhando com príncipes encantados que se apaixonariam por ela com um só olhar e aquele garoto parecia realmente no amor com minha filha, então era difícil de entender o que se passava na cabeça dela.

Ela estava tão mudada neste últimos tempo que era assustador. Por mais que agora estivéssemos mais próximas do que em qualquer outra época. Ela não parecia ser a mesma pessoa.

A sensação que eu tinha, era que ela foi abduzida por alienígenas e substituída por clone perfeito. Maduro, responsável e cheio de segredos que pesavam-lhe os ombros.

Gostaria tanto que ela ainda fosse pequena e corresse para mim sempre que houvesse um problema que não poderia resolver.

Mas minha garotinha cresceu e se tornou uma mulher da noite para o dia e cada vez mais se parecia com seu tio.

— Mãe – ela chamou apertando meus ombros e me olhando profundamente com testa franzida – Você está bem?

— Claro que estou. Porquê a pergunta?

— Porque a senhora está entrando em transe, em outro universo toda hora. Aconteceu alguma coisa, aquele idiota te ofendeu...

— Opa, calma delegada – zombei e ela rolou os olhos – Não aconteceu nada entre eu e seu pai, aliás você deveria chamá-lo de pai, não idiota ou Bill

— É porque não? Si ele é mesmo um idiota

— Filha...

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Mas que senhora está estranha, está.

— Acho que é a folga, não estou a costumada...

— Descansar de vez em quando

— Isso, exatamente.

— É o que mais, anda mãe, cuspa! – ordenou soando exatamente como eu.

— Hoje é aniversário deles.

— Deles quem?

— Keith e Dean.

— A o tio Keith. Eu não fazia ideia. Quanto anos ele faria hoje?

— 39

— É esse tal de Dean, quem era?

— Era meu namorado e um dos melhores amigos do seu tio.

— É onde está esse tal de Dean?

— Morto – ela suspirou alto – Ele morreu jovem, ainda mais novo que o seu tio.

— Nossa... Mãe, eu sinto muito.

— Não sinta, já faz tanto tempo.

— Na verdade eu sinto sim. Esse tão de Dean poderia ser meu pai – gargalhei e ela riu revirando os olhos – Como ele era, aliás como os dois eram? Eu quase não lembro do rosto do Tio Keith. As vezes esqueço que você teve um irmão.

— Eu não culpo você. Eu mesma já esqueci algumas coisas. Não o rosto dele e a voz, ele era muito belo para ser esquecido.

— Keith, ou Dean?

— Os dois. Eles eram muito bonitos quando jovens. Keith era ruivo como sua avó e tinha olhos verdes e covinha como as suas.

— E o Dean. Como ele era? É como se conheceram....

— Ei calma. Uma pergunta de cada vez, okay? – ela assentiu e cruzou as pernas na cadeira e bebericou sua xícara de café me olhando com os olhos brilhando exatamente como fazia quando assistia algum filme de princesa ou Oz – Okay, deixe-me ver por onde começo. Ah, ele era novo na cidade. Entrou no colégio no primeiro dia e não havia uma garota que não tivesse se apaixonado por ele.  

Caroline sorriu olhando para xícara e murmurou algo sobre a xícara

— É eu sei exatamente como é.

— O que disse?

— Nada. Mas agora me conta o resto.

— Ele era da Califórnia, então você pode imaginar como ele era. Cabelo loiro longo até ombro, pele bronzeada e impressionante olhos verdes, queixo quadrado e ombros largos. Ele era lindo.

— Gostoso você quis dizer – ela zombou – A senhora está corando só de lembrar.

— Caroline!

— Ah para mãe! Deixe a vergonha atrás da porta e agora desembucha. Quando foi que ficaram juntos? Foi paixão a primeira vista...

— Hum, infelizmente não. Ele teve uma paixão a primeira vista, mas não por mim e sim pela minha melhor amiga. Kelly Donavan

— Puta merda! A senhora só pode estar me zoando.

— É porque eu faria isso – inquiriu confusa

— Porque eu vivi a mesma situação. Mas... Caramba! Kelly Donavan. Ela era sua melhor amiga?

— Ahãm. Éramos inseparáveis desde sempre. Éramos Kelly, Mia e Abby contra mundo.

— Abigail Bennet?

— Ela mesma!

— É essa tal de Mia?

— Mia é Miranda Gilbert, que na época era só Summers mesmo.

— Então a senhora está dizendo que você era amiga da mãe das minhas melhores amigas?

— Sim, eu era.

Caroline riu passou os dedos pelos cabelos

— Isso é uma...

— Caroooline!

— Eu ia dizer coincidência mãe.

— Sei?!

— Enquanto a Kelly, por que deixaram de ser amigas?

— Porque ela achou que eu roubei o Dean dela.

— E você roubou?

— Roubou – uma voz grave ressoou atrás de mim. Franzi os lábios e respirei fundo olhando para rosto irritado de Caroline – Os dois quase fugiram da cidade juntos.

— Bem, uma pena que ela não fugiu. Tenho certeza que ela teria feito uma escolha muito melhor do que se casar com você – rebateu Caroline se levantando e passando por Bill que apenas sorriu. Ele sentou na cadeira, ainda olhando na direção em que Caroline saiu.

— Ela está diferente – disse ele com sorriso.

Um sorriso que eu odiava. Depois de passar quatorze anos casado com uma pessoa era inevitável não conhecê-la. E já vi aquele olhar em seu rosto muitas e muitas vezes. Ele costumava surgir sempre que ele tramava algo. Keith e ele era iguais nesse ponto.

Caçar vampiros não parecia um fardo perigoso que poderia matá-los e sim um meio mais radical de obter adrenalina.

— Nem pense nisso, Bill! – adverti – Ela não vai fazer parte disso é nova demais.

— Você era muito mais nova que ela quando começou a caçar.

— Ela não sou eu!

— Tem razão... Ela como ele.

Engoli seco me lembrando do meu irmão. De como ele parecia ter mil anos mesmo quando tinha apenas treze. Keith carregava um peso enorme nas costas e era sempre o mais cuidadoso do grupo. E talvez tenha sido isso que o matou, pensar nos outros demais. Era ele que deveria ser o xerife dessa maldita cidade, não eu.

— Você precisa sair – avisei

— O que?

— Eu disse que você precisa encontrar outro lugar para ficar essa noite.

— Você está me expulsado Lizzie?

— Não me chame assim! É sim, eu estou. Eu e Caroline temos planos para esse noite.

— Que tipo de plano?

— Aquele que não é da sua conta. Anda Bill, vai embora. Só por hoje. Eu tirei folga para ficar com a minha filha e não quero que você fique aqui pressionando a entrar numa seita.

— É um conselho Liz, não uma seita. Mas tudo bem. Eu entendo – ele se levantou e bebericar um gole do meu café – Vou dormir no Chuck então.

— Mas é claro que vai – cuspi e Bill congelou por segundo

— Tem algo que queria dizer Elizabeth?

— Hum, nada – dei ombros e dei melhor dos meus sorriso e ele retribuiu cerrando os dentes – Tenha uma boa noite Billy

 

STEFAN

 

 

— Ei, Stefan. Entre! – Liz deu passo para lado dando abertura para suficiente para que eu entrasse.

— Boa noite Liz – cumprimentei oferecendo as orquídeas roxas

— São para mim? – ela sorriu olhando-as – É muito gentil da sua parte Stefan. Vou colocá-las num vaso. Porque não soube e chama a Caroline.

Assenti com a cabeça e subi as escadas. Não sabia qual era quarto dela, mas a segunda porta a esquerda estava aberta. Chamei por ela, mas não obtive respostas.

Entrei no quarto e sorri vendo um urso em cima da cama metodicamente arrumada com uma concha amarela. O mural repleto de fotos dela e suas amigas espelhadas ponderadas por alfinetes coloridos.

É na cabeceira uma dela andando de bicicleta com Liz logo atrás.

Peguei o porta retrato e sorri vendo sua versão criança sorrindo.

Escutei o som da porta se abrindo atrás de mim. Caroline saiu do banheiro vestindo um roupão rosa cheio de patos amarelos tirando o excesso de água dos cabelos com uma toalha menor. Ela bocejou e se espantou quando se deparou comigo

— Stefan, o que está fazendo aqui... Tão cedo?

— Eu vim fazer o jantar. Se esqueceu? Belo roupão a propósito.

Ela revirou os olhos e se aproximou de mim me empurrando

— Fora do meu quarto! Como vê, eu não estou pronta ainda.

Me virei e num movimento rápido enlacei sua cintura e a beijei. Ela riu e ordenou que fosse embora, mas não me deteve quando a abracei e afundei meu rosto em seu pescoço.

— Stefan – ela choramingou quando espalhei beijos por sua clavícula e sugeri algumas gotas d’água solitárias ali – Para vai!?

— O que, estou com sede – respondi beijando seus lábios outra vez. A intenção era descer e começar o jantar, mas ela entreabriu os lábios e não resisti a isso. Agarrei seu rosto e aprofundei o beijo arrancando gemidos dela.

— Eu espero que a porta esteja aberta – gritou Liz do andar de baixo.

Caroline se afastou e apoiou a cabeça no meu peito. Beijei o topo de sua cabeça e ela riu

— É melhor eu descer e começar a fazer o jantar

Ela apenas anuiu com a cabeça e franziu os lábios ainda corada. Abaixei para pegar a toalha no chão, quando algo me chamou atenção na cadeira em frente a sua penteadeira

— Você guardou isso?

— Eu... – ela coçou a nuca e fechou a cara quando tentou pegá-la mais ergui a mão e ela não alcançou

— Eu esqueci de devolver tá! Ela ficou dentro do guarda roupa esquecida

— Ahãm. E por isso que ela tem seu perfume?

— Ela não tem não! – ela tentou tirar da minha mão

— Admita, Caroline! Você dormiu com ela esse tempo todo, apenas admita – ela rolou os olhos e bufou

— Da pra parar de sorrir desse jeito? Não se ache tanto por isso. Eu só gostei da jaqueta – rebateu cruzando os braços e se afastando

Abracei pelas costas, apoiando meu queixo em seu ombro e mordendo de leve seu pescoço. Ela zumbiu e riu quando a apertei mais contra mim

— Ah sim, ela bem quente não é? Mas o perfume é o dono dela não influenciaram em nada né – provoquei e ela me deu uma cotovelada rindo

— Não, nada mesmo.

Ela se virou e colocou os braços envolta do meu pescoço

— Eu já tive várias jaquetas como essa

— Ah é? E por acaso eram de...

— Ex namorados ou estranhos cavalheiros que gostam de manter sua menina aquecida – completou com sorrisinho atrevido, ela mordiscou os lábios rosados atraindo toda minha atenção para eles – É, acho que alguns. Mas sabe, nunca tive uma do time...

— Então eu acho que vou te providenciar isso pra você - seu sorriso se alargou e novamente ela mordiscou os lábios piscando os cílios pra mim.

Impotente a beijei e matei a vontade de substituir seus dentes pelos meus, mordendo seu lábio, seu queixo. Arrancando gemidos, que procurei guardar na memória. Mapear cada centímetros de pele que fizesse sentir prazer.

Mas de repente os beijos e mordidas se tornaram mais intensos. As batidas de seu coração pareciam me hipnotizar, meus lábios e língua deixando rastros em seu pescoço esguio.

Sem me dar conta, meus olhos se fixaram na veia saltitante, a boca salivou e a memória do cheio do sangue dela só piorou tudo. Senti a coceira na gengiva e quando dei por mim, elas saíram livres.

Dei um pulo para trás horrorizado quando percebi o que estava prestes a fazer.

— Stefan, ei... – ela tocou meu ombro, querendo que eu a olhasse.

Mas não podia, me sentia envergonhado pelo que estava prestes a fazer.

Lembrei dos constantes avisos de Lexi e como era difícil manter o controle quando se está apaixonado por um humano. Um descuido, um deslize era tudo que bastava para o controle escorrer pelos meus dedos e acabar machucando a pessoa amada.

Fechei os olho e prendi a respiração, me sentindo em pânico.

— Eu vou... Descer pra... Ajudar a sua mãe

Não tive coragem de encará-la e queria manter distância dela o mais rápido possível, mas ela se colocou na minha frente.

— Caroline, eu preciso fazer o jantar...

— Não antes de... - ela agarrou meu rosto e seu olhos azuis se encontraram com os meus e sua expressão preocupada se suavizar – Apenas, respire Stefan – ordenou massageando meu rosto e pescoço. Respirando devagar e sem perceber estava imitando-a, sendo guiando por sua voz doce e tranquila.

Olhei abismado para aqueles olhos azuis que agora me pareciam com o universo, me tragando para dentro dele. Hipnotizando a besta que rugia por sangue, sendo domado pelo brilho contido naqueles olhos.

Ela sorriu e beijou meus lábios e apoiou a testa na minha. Sem dizer mais nada ela se afastou entrando em seu banheiro avisando que logo desceria.

Desci para baixo mecanicamente me sentindo leve e completamente aturdido com a maneira com que ela me acalmou. Era como se ela soube exatamente como lidar com o monstro dentro de mim. E de repente as dúvidas sobre ela começaram a dispersar.

De algum jeito louco, ela sabia. E não podia mais fingir que era apenas coincidências. Caroline disse meu nome na ponte, ela me reconheceu. Sabia quem eu era, ela sabia de tudo.

 

 


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Notas finais do capítulo

TBC...
Demorou, mas caiu a ficha do Stefan. Resta saber o que ele vai fazer com essa confirmação Infelizmente o jantar fica para próximo capítulo como expliquei acima, foi difícil terminar o capítulo. Queria muito fazer um de 10k novamente pra compensar, mas não deu.

Sorry pela demora
Um feliz Natal e ano novo pro cês
XOXO



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