Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 28
Chapter - XXVIII No one can save everyone.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente.
Outro capítulo, dessa vez com o número de palavras recomendados pelo Nyah. Não vai cansar ninguém. Na verdade tem outro motivo pela capítulo ser curto e explico lá embaixo. P
Espero que gostem



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Mas ninguém pode me salvar agora. Estou segurando uma luz. Estou caçando minha escuridão interna. Porque ninguém pode me salvar. Encarei essa ilusão por respostas que ainda virão. Escolhi a solução falsa, mas ninguém me provou que estava errado na primeira alucinação” Noubody Can Save Me - Linkin Park

 

ELENA

 

Depois de ficar chorando em seu peito. Implorando que ele nunca deixasse de me amar. Matt me afastou gentilmente e olhou envolta antes de anunciar que estava tarde. Ele retirou a jaqueta marrom de couro e colocou sobre meus ombros. Com a mão no meio das minhas costas ele me guiou em silêncio para Grill.

— Eu vou pegar as chaves, me espere aqui – ele explicou devagar como se tivesse explicando algo complexo para uma criança. Anui com a cabeça sem jeito e puxei o zíper até em cima e enfiei as mãos no bolso da jaqueta. Sentindo o perfume tão família da colônia de sálvia e limão.

Era desolador saber que nunca mais usaria sua jaqueta para me aquecer, era estranho não imaginar Matt na minha vida.

Acho que a realidade só caiu quando o vi sentado naquele balanço vermelho enferrujado rindo enquanto se balançava olhando para o lado.

Para a tal loira, que acabou por não ser Caroline.

Mas era igualmente parecida no jeito, tirando o estilo punk que pensei que nunca em um milhão de anos atrairia a atenção de Matt. Mas de alguma forma aquela estranha o tinha feito rir e brincar feito uma criança despreocupada. Algo que Matt deixou de ser há muito tempo.

Talvez fosse esse motivo de não ter me apaixonado por ele. Não tinha orgulho em admitir isso, mas as vezes ele me entediava com seus problemas. As vezes ele deitava na minha cama e me envolvia com seus braços e começava a jorrar sobre como seu dia tinha sido e como era difícil ser responsável por Vicky e seu trabalho no bar e as vezes bico no mecânico.

Quando eu mudava de assunto e contava sobre meu dia ele escutava cada palavra com atenção, mas logo começava a bocejar e suas pálpebras vibravam. Podia sentir o cansaço só de olhar e por vezes não rolava nada porque ele estava exausto. Exausto demais para sair a noite, exausto para fazer qualquer coisa divertida.

Namorar Matt era como namorar um homem de meia idade cuja a esposa e os três filhos exerciam mais importância do que a namoradinha de colegial.

Bonnie contorcia a cara em desgosto quando eu reclama disso, ela sempre dizia que a vida dele não era fácil, mas que ele fazia de tudo para me fazer feliz.

Mas agora esse tempo, esse desejo de me fazer feliz se esvaiu dele. Ele ainda me amava, disse ele e pude ter confirmação disso quando encostei o rosto em seu peito e escutei seu coração disparado.

Ele ainda me amava e talvez eu poderia fazê-lo mudar de ideia. Mostrar que eu o amava.

Virei o rosto abruptamente quando escutei uma voz conhecida cantar. Olhei para pequeno palco improvisado do Grill e para meu espanto encontrei Caroline cantando.

Ela deixou de fazer isso faz alguns anos, acho que quando os pais se separaram ela não tinha mais vontade de cantar feito uma princesa da Disney o tempo todo.

Então aquilo me fez franzir a testa e dar mais alguns passos para perto. A música era romântica, daquelas que grudam na cabeça. Algo que não imaginei ver Caroline cantando. Mas ao olhar envolta percebi que alguns estavam espantados e outros admirados.

Bonnie era um delas, bem no meio cantarolando junto algumas partes com o maior sorriso no rosto. Era óbvio que era com ela que Bonnie estaria, agora as duas andavam inseparáveis e não passavam pela cabeça delas me incluir nos planos dela.

Fechei as mãos e apertei sentindo as unhas contra a palma da mão me sentindo traída por elas. Mas a sensação só piorou quando Caroline parou de cantar e saiu correndo para fora parecendo perturbada, alguém saiu correndo atrás dela e não foi Bonnie.

— Ei, está tudo bem – Matt questionou apertando meu ombro e afirmei com a cabeça não confiando em mim mesma para dizer qualquer coisa – Okay, então... Podemos ir?

Matt me guiou para fora novamente com a mão no meio das minhas costas e me irritei me afastando de sua mão e de seu olhar preocupado.

Ele não rebateu, ou perguntou novamente se eu estava bem. Seguiu para o carro não me esperou e isso só me fez ferver ainda mais. O que tinha acontecido com meu namorado, afinal.  Cadê o cavalheirismo e companheirismo que eu tanto gostava.

Estava com a mão erguida para puxar a maçaneta do carro quando algo chamou minha atenção. Uma voz chamou dolorosamente familiar.  

Deixe-me ser sua exceção —  Stefan implorou enquanto agarrava o rosto enrubescido e úmido de Caroline.

E aquela onda de enjoo veio com força, como se estivesse acabado de descer de uma montanha russa e levado um soco no estômago em seguida.

Eles se beijaram em seguida. E de repente a voz de Damon e Bonnie se misturavam e ressoavam feito disco arranhado.

Ele é apaixonado por ela”

Não era por mim, ele não sentiu o mundo se dissolver quando nossos olhos se cruzaram, não sentiu o puxão no estômago e nem os arrepios na base da coluna que subiam e arrepiavam os pelos do braço e faziam seu coração disparar.

E difícil não ser a primeira escolha, não é?”

A voz de Damon parecia mais alta agora, gritando zombando de mim.

Matt suspirou alto e isso me despertou abruptamente e olhei para ele que mantinha a expressão neutra. Não estava enrubescido de raiva o ciúme, não estava triste ou desapontado e aquilo foi outra facada no peito.

— Ainda quer a carona Elena? – indagou mais cansado do que impaciente.

Stefan e Caroline resolveram desgrudarem a boca nesse instante e Caroline me olhou por cima do ombro de Stefan.

— Elena – ela sussurrou e Stefan se virou devagar, mais ainda manteve as mãos envolta da cintura dela.

Entrei no carro sem responder Caroline. Não conseguia olhar para Stefan agora e não chorar.  Matt deu adeus a eles educadamente e entrou no carro. Não disse nada e nem si quer olhou na minha direção. Ligou o som, mas não colocou na minha estação favorita.

Colocou em uma que tocava punk velho como os que Jeremy escutava agora. Franzi o nariz e cruzei os braços em desgosto e estava prestes a estender a mão e trocar de estação quando notei seus lábios se movendo.

Ele estava cantando e tamborilando o dedos no volante balançando a cabeça suavemente. Foi quando olhei para painel e não reconheci nada.

— Que carro é esse?

— Do Trey.

— Por que está usando o carro dele?

— Deixe-me me ver – ele fez uma pausa parecendo refletir – Porque o meu está quebrado e na oficina.

— Mas o que... O acidente! – lembrei e me senti horrível por nem perguntar como ele estava – Eu nem te perguntei....

— Como eu estava – ele completou com voz calma – Nem dava tempo. Entre acusações de infidelidade e ficar olhando o Stefan. Ia ficar admirado se conseguisse pensar nisso.

— Eu me preocupei! Fui na sua casa e sua irmã me escorraçou de lá e depois te procurei no Grill e não...

— Que seja Elena. Não estou te acusando de nada. Você não tem mesmo porque si preocupar com a minha vida.

— É claro que tenho! Você é meu namorado....

— Era, não sou mais.

Encolhi quando ele rebateu friamente. Alguns minutos si passaram e único som que ressoava naquela caminhonete velha era música deprimente de banda velha.

— Desde quando você escuta essas músicas?

— Desde sempre – ele deu ombros

— Desde sempre nada. Eu saberia se gostasse.

Ele riu e olhou para mim erguendo a sobrancelha em descrença.

— Saberia como? Você sempre mudou de estação ou pois seus CDs sem perguntar o que eu queria ouvir. Só pra constar, Britney Spears, Plumb e Taylor Swift não são minhas cantoras favoritas.

Emudeci sem saber como rebater aquilo.

— Você nunca reclamou – rebati emburrada

— Eu era educado e queria agradar você. Mas se fosse um pouquinho mais atenta teria visto os discos no porta luva.

— Você está bem... O Acidente foi...

— Sim estou. Não chegou nem perto de como foi o da Caroline.

— Como foi...

— Eu atropelei uma pessoa.

— O que? A pessoa esta bem?

— Sim, melhor do que eu com certeza ela está.

— Mas como aconteceu. Você é sempre tão atento.

— Eu estava distraído tá legal! Tinha acabado de terminar com você e de repente alguém se joga na frente do meu carro.

— Alguém se jogou...

— Sim! E não, ela não era uma suicida.

— Como sabe? Porque se jogar na frente de carros não é muito comum em pessoas sãs. Ela poderia ter matado você junto.

— Ela não queria causar acidente nenhum e no fim foi ela que me salvou.

— Como?

— Ela me levou no hospital. A garota do parque... É ela.

Demorei alguns segundos para processar a informação e quando meu cérebro assimilou a lembrança da garota loira e alta que parecia uma Barbie versão punk cruzou meus olhos.

— Aposto que ela gosta dessas bandas – acusei sem conseguir me conter

— É ela adora. Tem gosto musical incrível. Aprosito, chegamos – ele anunciou.

Destravei o cinto apressada e a porcaria emperrou. Com mãos trêmulas resmunguei tentando me soltar e Matt ergueu o dedo indicador e apertou o botão laranja desbotado e o cinto se soltou.

Desci quase correndo para fora e esperei inutilmente que ele me seguisse ao menos para se desculpar por agir feito babaca. Mas continuou no carro e quando cheguei na porta ele acenou com a mão e deu partida sem olhar para trás.

Entrei em casa e Jeremy estava no sofá jogando videogame com Andrew que parou de jogar e me cumprimentou alegremente. Os ignorei e subi as escadas quando meu pai estava descendo me parou segurando meus ombros.

— Opa, quanta pressa. Vai acabar tropeçando assim abóbora – avisou sorridente e não tinha humor para ser chamada de abóbora. Quantos anos ele achava que eu tinha – Ei, está tudo bem?

— Tudo maravilhoso, perfeito na verdade. Eu vou agora para meu quarto deitar na cama e rir de felicidade até minha barriga doer

Pelo visto o encontro com Matt não deu muito certo — cochichou Jeremy para Andrew

— Cala a boca Jeremy! – gritei

— Elena – meu pai ergueu meu rosto – O que aconteceu?

Senti vontade de gritar com ele, mas o desejo se dissolveu quando olhei naqueles olhos azuis que tanto queria ter puxado. Lembrei da paciência dele nessas últimas semanas com as minhas constantes mudanças de humor e meus ombros caíram derrota. Ele me puxou e beijou minha cabeça. 

— Vocês brigaram de novo?

— Sim – murmurei – E só o que fazemos agora.

— Mas você voltaram? – inquiriu ele tentando soar indiferente, mas sabia que ele estava torcendo para que eu Matt reatacemos 

— Não. Matt não me quer mais. Já tem outra na jogada. 

— O que? – ele me afastou incrédulo e abriu a boca para dizer algo, provavelmente dizer que eu estava louca quando minha mãe apareceu em frente a escada. 

— Grayson, estamos atrasados vamos perder o voo.

— Ah sim – ele verificou as horas no relógio de prata no pulso que pertencerá ao sei bisavô e estava destinado a ser de Jeremy assim como o anel que ele nunca tira do dedo anelar na mão esquerda – Conversamos quando eu voltar sobre isso okay? Toma conta do seu irmão pra mim?

Dei ombros e assenti com a cabeça. Ele me deu beijo na testa e desceu as escadas e mandou Jeremy desligar o vídeo game.

— Ah fala sério!

— Jeremy, já é tarde – alertou minha mãe impaciente olhando para Andrew que sorriu e antes que ela pudesse negar Jeremy anunciou que o amigo dormiria em casa de novo. Estremeci de raiva. Aquela noite só melhorava

— Ei Lena – minha mãe chamou – Esta...

— Tudo bem – completei – Tudo ótimo mãe. Por que todo mundo fica perguntando isso o tempo todo?

— Porque você esta com um humor dos diabos. Essa tpm não acaba mais não? – inquiriu Jeremy passando por mim correndo. Tentei acertar um tapa em suas costas, mas falhei.

— Filha, ignora ele. E eu não ia perguntar isso?

— Não? – inquiri confusa

— Não, eu ia perguntar se esta com fome. Tem pizza.

— Você odeia pizza, mãe. 

— Sim, mas você e sua.... Quer saber, porque não sobe para o seu quarto. Tem uma surpresa pra você.

Franzindo a testa desconfiada subi o restante dos degraus e bati na porta do Jeremy o mandando baixar o volume da tevê e entrei no meu quarto em seguida e me deparei com malas cor de rosa e chapéu de veraneio e echarpe azul em cima da minha escrivaninha.

— Tia Jenna?! – chamei e ela se levantou da cama e cabelo loiro bagunçado cobriu metade do rosto.

— Já amanheceu?

— Mau anoiteceu tia.

— Ah é? Caramba, sua mãe não me acordou. Eu tinha uma festa pra ir.

— Ah festa vai ficar pra depois.

— Vai? – inquiriu confusa e me sentei ao lado dela assentindo

— Ahãm. Código sete solicitado.

— Você terminou com Matt? Está com o tal garoto — indagou falando tudo de uma só vez.

— Não. Na verdade foi ele que terminou e o tal garoto está com a Caroline.

— Humm, vou pedir outra pizza – ela se esticou e pegou o celular – Alô, eu quero uma pizza bem grande de peperoni

Deitei na cama e fiquei ouvindo minha tia pedir várias coisas numa mesma pizza.

 

BILL

 

— Charles – chamei pela segunda vez elevando a voz e estranhei a escuridão na casa. Charles tinha dito que estaria em casa. Peguei a maçaneta e para minha surpresa a porta se abriu.

No breu da sala não consegui enxergar quase nada, todas as cortinas estavam fechadas. Olhei para paredes e instante e estranhei não ver os quadros de cristo que ficavam pendurados na parede. Chamei por ele e comecei a me preocupar, mas ao dar outro passo escutei barulho sobe os meus pés.

Cacos de vidros, um monte dele espalhados pelo chão, tateando pela parede desci as escadas quando escutei um som vindo de baixo.

Barulho de vidro se partindo e pisos no assoalho, algo se arrastando.
Quando abri a porta congelei por um segundo antes de reagir

— Chuck não!

Charles estava em cima de cadeira segurando uma corda. Corri até ele lutou, me empurrou e tentou manter a corda envolta do pescoço, mas consegui desfazer o nó depois de lhe dar soco no rosto.

Ele sentou-se cambaleando na cadeira esfregando a bochecha direita

— Você me deu soco?

— Eu deveria ter dado dois. Que porra essa Chuck? – ergui a corda

— Ei, sem palavrões aqui.

— Ah claro, perdoe meu sacrilégio. E errado dizer palavrão, mas tudo bem se enforcar com porra de corda. Que diabos estava pensando?

Charles suspirou e seus ombros caíram, sua cabeça pendeu para cima se apoiando no encosto da cadeira

— Eu não tenho mais nada, Bill. Meg se foi e me deixou cuidado da nossa garotinha... Ela nem chegou a conhecer a filha e agora Tracy também si foi. Não me resta mais nada.

— Sim, resta.

— O que, Deus? – ele riu – Se ele existisse mesmo não permitiria que seres demoníacos sangue sugas existissem e matassem a minha filha.

— Eu não ia dizer Deus. – arrastei outra cadeira e me sentei em frente a ele com nessa redonda de madeira nos separando. Peguei a garrafa de Gim e dei gole e senti líquido queimado a garganta e aquecendo meu corpo 

— Eu ia dizer que você ainda tem a mim. Continuo sendo seu melhor amigo. Keith se foi, mas continuo aqui. E nós vamos caçar aquela coisa e fazê-la sofrer e si arrepender de ainda existir sobre a fase da terra. 

— Você promete Bill?

Estendi a mão e apertei a dele.

— Prometo. Nós vamos vingar a morte de Tracy e expulsar os malditos demônios daqui. Nós já fizemos isso antes.

— Nós éramos jovens e mesmo assim perdemos um. Qual é nossa chance real...

— Confie em mim. Não estamos tão velhos assim. Ainda dá tempo de uma última caçada. Tenha um pouco mais paciência. Espere pela reunião. O Gilbert vai trazer a metade que falta. Então pegaremos o desgraçado e acabaremos com ele.

 

STEFAN

 

 

Caroline puxou a gola da minha camisa enquanto mordiscava meu lábio inferior. Minhas mãos percorriam sua cintura, subindo até fecho de seu sutiã.

Eu deveria me conter, estava tentando, mas ela não ajudava muito soltando pequenos gemidos e mordendo meu lábio e pescoço.

Tive que contar até dez e respirar fundo para não afastar as mechas loiras que pendiam sobre seus ombros e morder seus pescoço.

Ela se inclinou um pouco mais apoiando a mão em minha coxa e subindo devagar. Agarrei sua mão e ela arregalou os olhos surpresa e um pouco confusa.

— O que foi? – inquiriu inocentemente com lábios vermelhos inchados e com os olhos um tom mais escuro que o normal as pupilas dilatadas e bochechas coradas.

Meus olhos foram atraídos para seus lábios novamente e ela sorriu e se aproximou devagar. Sua mão se soltou da minha e deslizou por meu peito deslizando dolorosamente lento. Ela brincou com botões antes de abrir dois deles, seu rosto se aproximou mais e sua boca roçou a minha.

Todo meu auto controle acabou com aquela provocação, com aquele sorrisinho convencido quando a puxei sem dificuldade para o meu colo. Suas pernas ficaram envolta da meu quadril e ela agarrou minha nuca e me beijou desleixada mente. Suas mãos ainda descendo e subindo abrindo outro botão.

Estava tão absorvido na sensação de tê-la em cima de mim, sua língua flertando com a minha que todos os meus sentidos vampirescos foram para segundo plano e esse foi o meu erro.

Uma batida na janela fez Caroline pular no meu colo e tive que mordeu a língua para não gemer. Ela saiu do meu colo feito foguete e fez o melhor para se recompor alisando o cabelo e descendo a bainha da camisa.

Outra batida, dessa vez mais impaciente.

Abaixei o vidro e fui recebido por uma lanterna ofuscante nos olhos. 

— Mãe! Precisa mesmo disso?

 

(...) 

 

Elizabeth Forbes ofereceu um refresco e aceitei distraidamente com a cabeça. Fiquei sentado desconfortavelmente no sofá amarelo de Caroline e ela parecia estar do mesmo modo, só que mais enrubescida.

— Desculpe por isso – ela sussurrou baixo aproveitando que Liz tinha ido até a cozinha

— Não se desculpe. Eu queria mesmo conhecer sua mãe melhor... Só não dessa forma.

— Argh! – ela gemeu cobrindo o rosto

— Você está vermelha – brinquei

— Para! – ela ordenou insistindo em cobrir o rosto – Eu estou morrendo de vergonha. 

— Dá pra ver.  Até  sua orelha ficou vermelha – ela me deu cotovelada e puxei sua mão e entrelacei nossos dedos e beijei as costas de sua mão e ela suspirou e sorriu e Liz escolheu esse momento para voltar

— Aqui está – ela estendeu um refresco laranja para mim e Caroline recusou o dela.

— Obrigada senhora Forbes.

— Me chame de Liz, não precisa de tanta formalidade assim. Afinal você está...

— Mãe, por favor... 

— O que foi Caroline? – ela inquiriu inocentemente – Eu só estava...

— Querendo saber as minhas intenções com sua filha – cortei Caroline que me olhou espantada.

— Na verdade é exatamente isso.

— Ai deus – Caroline gemeu – Mãe...

— Eu gosto da sua filha, senhora... Elizabeth. Eu realmente gosto muito dela e... – olhei para Caroline e sorri lembrando de sua voz doce dizendo que era eu sua exceção. Instintivamente peguei a mão dela que estava em cima da coxa e ela sorriu corando. Escutei seu coração disparar.

Liz pigarreou e quando erguemos a cabeça ela estava sorrindo.

— Bem já é tarde – Caroline anunciou se levantou nada sutilmente ainda segurando a minha mão. 

— Mas eu...

— Você tem que ir para casa. Está muito, muito tarde e seu tio vai ficar preocupado. E nenhum de nós quer isso, quer? – divagou alternando o olhar um tanto arregalado para mim e sua mãe e sorriu

— Ótimo, então. É melhor ir logo.

— Okay, Caroline. Não precisa expulsar o garoto.

— Mas eu não estou!

— Imagina se não está. Só faltou chuta-lo porta fora.

— Eu não fiz isso, fiz Stefan?

— Ann...

— Viu, ele concorda comigo.

— Ele não disse nada.

— Disse sim, com olhos – ela agarrou meu rosto e apontou para meus olhos – São bem expressivos, vê?

Não pude segurar o riso e Liz balançou a cabeça sorrindo também.

Caroline me guiou até a porta e lembrei dela parar em frente a ela e me convidar a entrar quase sussurrando. Me virei para encarar Liz e estendi a mão, ela deu um aperto suave e sorriu.

— Então, boa noite Senhora Forbes. Foi...

— Bom me conhecer. É eu sei – ela semicerrou os olhos para Caroline – Por que não volta na sábado?

— Sábado, o que tem no sábado? – Caroline inquiriu franzindo a testa e amassando um pouco nariz.

— Nada importante. Só que vou ter parte do dia de folga e então...

— Mãe, eu acho que o Stefan vai estar muito ocupado...

— Na verdade não. Eu adoraria fazer o jantar se senhora permitir?

Caroline fechou os olhos e mordeu o lábio esfregou o rosto quando Liz estendeu a mão e me deu um aperto firme

— Não, na verdade e uma ótima ideia. Se não oferecesse, provavelmente seria pizza. Boa noite Stefan – ela disse e deu um aperto suave no ombro de Caroline que saiu junto comigo, fechando a porta atrás de si.

E primeira coisa que fez foi bater no meu ombro com soco

— Ai – gemi esfregando o braço surpreso – Por que ganhei um soco?

—  Você não sabe? – ela deu outra tapa no outro ombro e agarrei seu pulso a tempo e puxei para mim e aproximei meu rosto do dela sem conseguir disfarçar o sorriso com a irritação dela.

— Não, eu não faço a menor ideia. Você me confundi um pouco Caroline. Primeiro canta pra mim,  me ataca no meu carro...

— Eu não ataquei você... Argh! Não muda de assunto não.

— Eu não estou mudando. Só fiquei confuso.

— Você tinha mesmo que aceitar?

— Mas é claro.

Desci os dedos de pulso para seu braço e seus olhos acompanharam o movimento

— E ainda se ofereceu para cozinhar – ela revirou os olhos.

— Não pude resistir – acariciei seu rosto e afastei a mecha de seu cabelo do pescoço e deslizei o dedo por seu pescoço e ela inclinou a cabeça para o lado. Lambi os lábios e engoli seco, sentindo minha boca subitamente seca

— Resistir ao que? Bancar o cara perfeito. Aposto que vai fazer alguns de seus molhos secretos...

— Como sabe sobre os molhos? – inquiri curioso e ela abriu e fechou a boca – Lexi te contou?

— É... Sim, foi ela.

Ela se afastou com braços cruzados e decidi não ir a fundo naquilo. Sabia que ela não diria como sabia disso e força-la a dizer só a afugentaria como sempre. Ela franziu os lábios e desviou os olhos para os degraus. Provavelmente lembrando de nós dois sentados ali, decidindo sermos apenas amigos, fingindo que poderíamos ser apenas isso um do outro.

— Então – ela colocou uma mecha atrás da orelha e ergueu as sobrancelhas

— Então – a imitei me aproximando mais tocando seu rosto, deslizando o dedo na sua bochecha. Não conseguindo manter distância e minhas mãos longe dela.

— Então você gosta muito de mim, hein?

— É, um pouquinho – brinquei e ela deu empurrão suave no peito e peguei sua mão

— Só um pouquinho? – ela inquiriu se aproximando e pouca luz da varanda fez seus olhos brilharem um pouco mais e cabelo dourado parecia reluzir com sobe a luz da lua.

Envolvi meus braços envolta de sua cintura e beijei-a lentamente. Sem pressa e envolvi minha mão entorno do seu cabelo. Querendo demostrar o quanto eu gostava dela. Acho que gostar não era palavra.

Ela me fazia sentir nas alturas com leve roçar de lábios, com sorriso, um olhar. Aqueles oceanos que me tragaram para dentro e estava feliz por me afundar nele.

Cair fundo e sem controle como Lexi dizia.

Separei a pulso sentindo-a ficar ofegante. Ela permaneceu de olhos fechados e a boca inchada entre aberta. Encostei a testa na dela ela envolveu os braços entorno do meu pescoço. 

— Isso responde a sua pergunta?

— Mas ou menos. Acho que vou precisar de outra demonstração – disse ela acariciando minha nuca e puxando ao fios no processo e aquele gesto me descontrolava.

Tudo que queria era atacar sua boca e segurá-la apertado, levá-la para quarto e fazê-la minha mais uma vez, mas para minha decepção ela se afastou e empurrou meu ombro.

— É  melhor você ir agora – ela lembrou e olhou envolta parecendo apreensiva – A não ser que queira que Xerife desça novamente.

— Hum, melhor não. Na próxima vez tenho que causar uma impressão melhor do que essa.

— Isso é verdade.

— Então margaridas ou...

— Orquídeas.

— Okay, eu vou preparar o jantar. Assim posso conhecer seu pai.

— Não!

— Acha que ele não vai gostar de mim?

— Não é isso. E só que não me importo com ele. Ele não faz mais parte dessa família. Não quero contar nada pra ele.

— Tudo bem. Então o jantar pode ser quando ele não estiver?

— Está ótimo para mim – ela se inclinou e beijou minha bochecha — Boa noite, Stefan.

— Boa noite, Caroline.

Ela sorriu e entrou para dentro e fiquei parado em frente a sua porta ainda incrédulo com a minha sorte, desci os degraus e fui para carro. Mas notei um suv preto estacionado no outro lado do tive impressão que havia alguém lá dentro. Ignorei e entrei no carro, queria encontrar logo Lexi e contar tudo a ela.

 

CAROLINE

 

Encostei na porta e fechei os olhos não conseguindo parar de sorrir feito uma idiota. Eu deveria estar me arrependendo, puxando os cabelos pela roubada em que acabei de me  meter. Mas estava distraída demais lembrando das mãos dele sobre mim, da boca deslizando pelo meu pescoço para pensar no futuro e na sua versão demoníaca.

Comecei a compreender que existia duas versões dele, essa era pela que me apaixonei e como poderia evitar e fazer de outra forma? Como separar as duas pessoas, como julgá-lo e condená-lo por algo que ele ainda não havia feito e poderia nem chegar a fazer, afinal eu tinha sido mandada para passado para algum motivo.

E quem sabe, ele fosse o motivo.

Abri os olhos quando escutei pigarro, descolei a testa da porta e minha mãe estava com braços cruzados e com sorriso torto no rosto.

— Já parou de sonhar acordada?

— Eu não estava.

— Ah, então você costuma apoiar a testa na porta e refletir sobre a vida com frequência?

Revirei os olhos e passei por ela indo para cozinha. Abri a geladeira vasculhando entre os vegetais e até achar um pote de manteiga de amendoim e escondido no fundo da geladeira.

Peguei um pacote de torradas e passei manteiga em cinco delas e comecei devora-las tentando ignorar minha mãe me observando enquanto bebia um copo de água sem tirar os olhos de mim.

— Quer?

— Não, eu não estou com fome. Mas pelo visto você está. Quer que eu peça uma pizza?

— Okay, mãe. Eu desisto! — sentei na mesa — Pode falar, manda!

— Tem certeza? – ela arqueou a sobrancelha – Está pronta pra isso?

— Sim, pode mandar o interrogatório Xerife. Eu aguento – afirmei enquanto engolia a outra metade da torrada.

— Então...  esse era o tal cara?

— Cara, que cara? – inquiri confusa

— Aquele que você disse que a traiu?

— Não – menti.

E tentei manter a voz calma. Minha sabia detectar mentirosos e quando se tratava da filha ela podia farejar a mentira no ar. 

— Há quando tempo vocês dois estão...

— Mãe, não! Nós não estamos... 

— Ah Caroline, não precisa mentir. Eu sei que não é mais...

— Deus, eu tinha esquecido como esse tipo conversa é  constrangedora – esfreguei o rosto

— Constrangedora porque filha? Fui eu que te levei no ginecologista....

— Tá, eu me lembro. Eu estava lá – suspirei — Eu e o Stefan... É meio complicado de explicar. 

— Complicado porquê? Vocês parecem apaixonados um pelo outro. O que tem complicado nisso?

— Ah você nem faz ideia. Ou faz. Já teve dezessete anos. Ainda si lembra como é?

— Ei, eu não sou tão velha assim – rebateu ofendida, mas suspirou com um olhar distante – É eu sei.

— Na verdade, hoje foi praticamente o começo. Pelo menos oficialmente. Mas existe um porém.

— Qual? – ela inquiriu pegando uma de minhas torradas e passou outra camada de amendoim. 

— Você deveria comer menos disso aí.

— Mas você está comendo a mesma coisa — rebateu ela franzindo a  testa. 

— Sim, mas eu tenho dezessete anos isso não vai direto para minas artérias...

— Caroline é só manteiga de amendoim. Você já tirou quase tudo de saboroso da geladeira. Agora dá pra parar de fiscalizar minha alimentação? Caso tenha si esquecido, eu sou a mãe aqui e você esta mudando de assunto.

— Eu não estou mudando de assunto.  É senhora deveria me  agrader por isso,  estou cuidado de você. Sabia que a maioria dos alimentos embutidos tem uma alta incidência em aumentar o riscos de si ter câncer...

— Okay – ela largou a torrada – O que é que está acontecendo com você?

— Humm, nada. Só adolescência, você sabe. "Hormônios".

— É eu conheço adolescentes e seus hormônios. Mas não acho que seu comportamento seja... Muito de uma adolescente.

Engoli seco e desviei o olhar não suportando o peso do olhar dela. Era tão difícil mentir para ela. O engraçado que quando realmente tinha dezessete anos mentir, não era problema. Minha mãe nunca soube metade das coisas que fiz e pelo que passei. Damon era um dos segredos que mantive dela para não fragilizar uma das únicas amizades que ela tinha na vida.

— Mãe, eu acho que você está com problemas de memória. Por acaso se esqueceu do acidente, ou de quando desobedeci a senhora e fui parar no meio da floresta? Foi perigoso e imprudente e eu ainda bebi um pouquinho de álcool.

— Bom saber disso mocinha. Eu poderia te deixar de castigo se você já não fizesse isso por si mesma.

— O que?

— Você se isolou, se trancou em casa e deixou as festas e reuniões com suas amigas e ainda manteve esse garoto que você parece realmente gostar afastado. E ainda começou a cozinhar e fazer as compras, me liga chamando atenção por comer um cheesburguer. 

— Tem muito gordura nisso, sem contar o salito....

— Viu! É disso que eu estou falando. Você age como uma adulta.

— É isso não é  é bom? Ter uma filha responsável não é o que todos os pais sonham?

— Sim. Sonhamos com isso e em ver filhos encaminhados e responsáveis, mas antes disso eles erram muito, nós fazem perder noite de sono...

— Mãe, você está mesmo reclamando por eu não te dar trabalho?

— Não – ela agarrou minha mão e ficou olhando para ela passando o dedo com olhar saudoso — É que foi tão de repente. Um dia você estava aqui tão pequeninha e precisando da minha ajuda com tudo e no outro era uma moça linda que fazia faxinas melhor do que eu, mas ainda sim, precisava...

— Mãe, eu sempre vou precisar de você. Não importa quantos anos eu tenha, eu vou sempre precisar de você – disse sem conseguir conter as lágrimas e isso fez com que ela chorasse também.

Levantei e circundei o balcão e abracei apertado e ela fungou enquanto acariciava meus cabelos como fazia quando eu era criança. Estava com sorriso feliz no rosto, pela primeira vez desde que toda aquela loucura de voltar no tempo começou tudo parecia bem. Então ergui os olhos um pouco e encontrei uma figura vestida de preto encostada no batente da porta olhando para nós duas com sorriso.

Me desprendi do abraço dela e ela virou o rosto para encarar meu pai.

— Desculpe, eu não queria interromper.

— Mas interrompeu – rebati irritada e senti toda alegria sendo roubada de mim.

Minha mãe apertou meu ombro e sorriu de lado para ele, lhe deu um olhar compreensivo e isso me fez querer sacudi-la pelos ombros até que ela lembrasse o que aquele homem fez. Como ela podia ser tão simpática e compreensiva com alguém que a enganou por todos aqueles anos e ainda abandonou sem mais nem menos por outro cara. Suspirei alto balançando a cabeça para os dois.

— Eu vou me deitar agora, mãe – anunciei beijando seu rosto e fazendo o melhor para não encostar em Bill quando murmurei um boa noite por pura educação.

Afinal quando ele iria embora? O que  estava prendendo ele naquela cidade  que ele tanto detestava. Foi então que meus olhos foram atraídos para a jaqueta de Stefan na cadeira. 

E senti um súbito enjoo quando lembrei da pequena câmera de tortura, da verbena queimado a minha pele como fogo.

Da palavra monstro se repetindo tantas vezes que parte minha nunca deixou de acreditar que de fato eu era apenas aquilo, um monstro.

Sentei na cama me sentindo tonta. Era tão irônico justamente  quando parei de tentar planejar algo maligno para atrair vampiros e expulsá-los da cidade e me rendo a paixão por um deles...

Meu pai volta.

E junto com ele o resto dos amigos se uniriam a causa e fariam justiça a Tracy e ao que tudo indica ao meu tio Keith, morto por um vampiro.

A náuseas piorou e tive que tapar a boca para não vomitar na cama, corri para banheiro e me ajoelhei diante do vaso e despejei tudo que havia comido.

Quando as contrações no estômago passaram me arrastei até a parede fria de azulejos azuis e apoiei minha cabeça nela.

Me perguntando como eu poderia manter Stefan e Lexi a salvo,  sem trair a minha própria família.


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Notas finais do capítulo

Finalmente SC junto e se assumindo e os Fundadores se armando contra os vampire. Como eu disse lá em cima, o capítulo é mais curto porque não estou muito bem. Fiquei triste de verdade com a morte do Chester Bennington do Linkin Park, quando soube estava a todo vapor escrevendo capítulo com ideias para o próximo e depois de ter certeza que era verdade não consegui terminar. Sem que isso não de relevância com a fic ou qualquer outra coisa, mas esse cara me ajudou muito, me salvou com suas músicas e foi minha companhia quando não tinha ninguém e fiquei sem chão com forma como ele si foi e até agora está difícil de acreditar. Mas seja como for e onde ele estiver eu agradeço por ter me inspirado a ser uma pessoa melhor e uma pessoa mais forte.


Então peço desculpas se capítulo estiver entediate ou dramático. Não consegui mudar muita coisa. Mas espero que tenha ficado bom a sua maneira.

XOXO
PS: Pretendo que o próximo seja longo, mas se gostarem dele curtindo me avisem porque faço com o mesmo número de palavras.



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