Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 18
Chapter - XVIII The best things don't make sense


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente.
Passando por aqui na maior sofrência pra postar um capítulo via celular. Peço desde já que perdoe-me pelos possíveis errinhos de ortografia.
Agradecendo de novo a sumida Lella, (bjo Lella) pela maravilhosa recomendação. Amei e me animou muitíssimo.
Boa leitura!



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"Eu só queria me divertir. Aprender a voar, aprender a correr. Eu deixei meu coração decidir o caminho quando eu era jovem. No fundo, eu provavelmente sempre soube que isso seria inevitável. Para ser melhor, eu teria que pagar e carregar minha alma. Sei que não sou a única que se arrepende das coisas que faz. Às vezes sinto que sou só eu que não aguenta o reflexo do que vê" Million yeas ago - Adele

 

 

CAROLINE 

 

Matt desabafou por horas a fio todo drama que vivia com Elena.  O convidei para entrar, servi uma taça de sorvete de creme e sentei ao lado dele no sofá e o escutei pacientemente. Tive que fazer um grande esforço para me concentrar no que ele dizia, pois meus pensamentos estavam em outro lugar. Mais precisamente no futuro, relembrando toda desgraça que novo morador de Mystic Falls trouxe consigo.

Assim como da primeira vez, Damon a perseguiu, oferecendo seu melhor sorriso sedutor, falando com voz macia e condescendente. Pronto para compeli-la e usá-la como uma peça descartável em seu jogo sádico contra seu irmão, ou Elena. A amargura a dominou ao lembrar-se do passado. Do dia em que o conheceu.

Um moreno lindo em seu conversível sorriu para mim. Pela primeira vez para mim.

Achei que finalmente poderia ter conhecido alguém legal que me amaria e a protegeria. E ele alimentou minhas ilusões porque sabia de todas as minhas inseguranças. Sabia como aumentar meu ego e  fazer com que sentisse especial. Então  me entreguei a ele sem medo, acreditando em cada palavra que ele dizia. Achando que ele havia me escolhido porque eu era especial.

Doce engano.

Desde primeiro instante ele sabia quem eu era. Ele estava no Grill escutando todo meu desabafo com uma Bonnie desinteressada e constrangida. Depois disso,  fui uma pressa fácil.

Nunca contei a ninguém, ou tive coragem o suficiente para dizer em voz alta que as cicatrizes que Damon Salvatore provocou  ainda continuavam ali. Maquiadas pelo tempo, mas com leve toque poderia sentir o relevo que elas tinham em meu coração. Tentei fingir que ele não me enganou e abusou e numa tentativa de esquecer essas dolorosas lembranças em prol de seus amigos que por algum motivo gostavam dele. Eu não podia desabafar com Elena que desde início desdenhou do meu sofrimento  e ela nunca ficaria a favor de mim e contra o Damon, afinal ela o amava.

Pouco depois a língua ainda coçava para desabafar e tirar aqueles demônios de dentro de si, mas as palavras se trancavam dentro  por medo de não ser compreendida por Bonnie que anos depois se tornou a melhor amiga dele.

A única pessoa que sempre a escutou, não gostaria de saber todas as coisas que  pensava de Damon.  E por amor a ele, tranquei  todas as lembranças e nunca mais procurei pensar nisso.

Mas agora as lembranças surgiam como uma cachoeira deixando meu coração dolorido.  Mordi as bochechas e novamente anui com a cabeça para Matt.

Tentando reprimir o turbilhão de sentimentos dentro de mim quando. Stefan me veio à cabeça. Me perguntei como ele estaria agora, o que Damon poderia ter feito na sua entrada triunfão. 

Odiava essa parte  que ainda si importava. Odiava aquele desejo idiota de ir até sua casa para saber como ele estava. Para abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem. Dizer a ele para abandonar toda a culpa, aceitar que a escuridão em Damon era parte dele e ele nada podia fazer para mudar.  Desejava poder fazê-lo entender que ele poderia sim, escolher sua felicidade por uma vez e deixar aquela cruz pesada para trás.

Mas sabia que ele jamais a escutaria, ele nunca desistiria do irmão porque o laço entre eles era inquebrável. Damon em breve escolheria Elena e machucaria todos ao seu redor para mantê-la salva. Em breve a obsessão pela vingança ao seu irmão se tornaria pequena em comparação ao amor doentio a Elena. Eles se apaixonariam e o resto do mundo desapareceria, incluindo o ex-amor épico e irmão.

E não podia evitar o pesar por saber de toda dor que ele viria a enfrentar, mas tentava sempre lembrar-se que era a escolha dele.

Ele escolheu Damon.

— Eu estou enchendo você, não é?! Desculpa.

— Anñ, não. Claro que não, Matt.

— Estava sim – teimou sorrindo sem graça – Eu estou há horas enchendo você com os meus problemas.

— Matt, para! Não está me enchendo, eu juro. É que por um segundo, ou dois eu viajei. Lembrei de algumas coisas enquanto me contava à maneira que se sente com a Elena agora.

— Do que se lembrou?

— De como é uma bela droga amar alguém que...

— Não ama de volta – completou tristemente. Abri a boca pronta para desmenti-lo, mas ele suspirou e negou com a cabeça – Não precisa mentir Care. Eu já percebi a algum tempo que Elena estava deixando de me amar... Si é que me amou algum dia.

— Ela amou Matt. Existem vários tipos de amores na vida. O de vocês foi o primeiro, aquele doce e inocente que lembramos anos depois com carinho e saudade. Mas que não é único. Passa com tempo, como uma estação do ano.

Matt franziu a testa olhando para parede, parecendo refletir cada palavra que disse. Pensei por um segundo em me desculpar, mas tudo que disse era a verdade. Uma verdade inspirada nele.

O primeiro cara que amei e abri meu coração. Infelizmente enquanto eu o amava ele ainda pensava em outra, comparando cada qualidade e defeito que tínhamos e mais tarde,  quando ele finalmente descobriu que me amava, foi no exato momento em que ele não cabia mais em meu mundo.

— Desculpe se fui muito...

— Não se desculpe. Você está certa – ele murmurou ainda com seus olhos de safira fixos na parede – Elena e eu não estamos destinados a ficar juntos. Talvez com tempo eu acabe mesmo rindo disso... Mas agora.

— Dói como o inferno – completei – Eu sei.

Ele riu fraco concordando com a cabeça. Seus olhos estavam levemente marejados, ele desviou os olhos para lado por um segundo para disfarçar. Me perguntei se não tinha cometido um erro ao dizer aquilo. Agora ele estaria se preparando para terminar com Elena, mas conhecendo-a como conheço, ela estava pensando no mesmo nesse exato momento, criando coragem para esmagar o coração dele.

— Obrigada por me escutar hoje. Eu sei que você e eu não nós falamos muito... E na verdade eu nem sei porque. Nós éramos amigos até pouco tempo.

— É eu também me lembro. Foi antes  de eu me tornar uma líder de torcida fútil e controladora.

— Caroline...

— Qual é Matt? Eu sei que é o que todos, incluindo você pensam de mim – rebati impaciente. Ele suspirou enquanto mantinha os olhos no chão, mas depois maneou a cabeça.

— Pensava, admito! Mas desde acidente você mudou. Voltou a ser a garota que conheci.

— É isso é uma coisa boa?

— Claro. A antiga Caroline não me escutaria por dois segundos.

— Talvez seja por que ninguém a escutava por um segundo que seja – rebati chateada. Ele suspirou alto, mas assentiu com a cabeça.

— Você tem razão. Eu nem ao menos tentava falar com você.

— E por que tentaria? Eu era apenas a amiga irritante da sua namorada, vim de brinde no pacote Elena Gilbert.

— Isso não é verdade.

— É tem razão, desculpe. Eu fiquei um pouco amarga. Me ignore!

— Não ignoro. Si quiser conversar... Estou à disposição. Afinal, você me aturou por horas e ainda me deu sorvete.

— Isso não é nada. Só faz parte do heartbreak 101

— O que é isso?

— Ai Matt, você ainda tem tanto a apreender. Infelizmente só poderá ter a carteirinha  do clube quando estiver com coração partido...

— Ah, não se preocupe. Vai ser em breve. Si não for eu a terminar, será ela.

— Eu sinto muito.

— É eu também sinto – lamentou-se encolhendo os ombros.

Estendi a mão e apertei a mão dele, ele saltou assustado parecendo ter sido acordado e um transe. Ele forçou um sorriso triste e colocou sua mão sobre a minha. Foi nesse momento que a porta si abriu revelando minha mãe que fechou a boca entreaberta e franziu a testa.

— Oi mãe! – cumprimentei rindo da expressão surpresa no rosto dela.

— Ah, oi filha... Matt.

— Oi, senhora Forbes – cumprimentou ele sem graça. Se levantou e alternou os olhos entre nós duas e coçando a nuca – Bem, eu já vou indo. Está tarde.

Minha mãe apenas acenou com a cabeça, passou por ele colocando o casaco no cabideiro.

— Eu te acompanho até a porta – ele anuiu com a cabeça. Levantei e abri a porta, ele passou e parou em frente a ela.

— Obrigado por hoje, Caroline. Foi bom poder... Falar com alguém.

— Você é bem-vindo.

Ele acenou com a cabeça e desceu os degraus indo em direção a seu carro. Entrei logo em seguida e me deparei com minha mãe com braços cruzados e sobrancelha arqueada em desconfiança.

— Por que esse olhar?

— Hum, nada!

— Mãe?!

— Desde quando você é amiga do Donavan?

— Sabe que eu não sei. Mas de acordo com ele, nós éramos muito amigos no jardim.

— Hum!

— Nossa porquê o choque? – inquiri me sentando no sofá e ligando a televisão.

— Nada. Eu só não lembrava de você dois juntos.

— Como poderia? Nós realmente não conversávamos muito. Bonnie sim é a melhor amiga dele.

— Então por que ele não estava com ela?

— Não sei – dei ombros – Talvez porque o assunto em questão seja Elena. E ele sabe que a Bonnie colocaria panos quentes para defender ela. Eu acho que ele só queria falar, não importava muito com quem seria, sabe?

— Hum – ela anuiu com cabeça, mas ainda parecia confusa. Sentou ao meu lado e fixou seus olhos na tevê.

Estava passando um episódio qualquer dos Simpsons. Permanecemos no mais absoluto silêncio, olhando para tevê, mas não a enxergando. Olhei de esguelha para ela e notei as olheiras profundas e semblante exausto.

— Como foi seu dia?

— Normal. Outro dia insanamente louco.

— Acharam outro corpo?

— Sim, infelizmente.

— Já sabem a causa, tem alguma suspeita?

— Não, mas porquê  a curiosidade súbita sobre isso? – inquiriu ela, arqueado a sobrancelha, ligando seu modo xerife.

— Nenhuma – menti – Só estava puxando assunto.

Minha mãe suspirou e pareceu relaxar um pouco depois disso. Pensei que ela compartilharia os detalhes, mas não.

— Eu não gosto de trazer os problemas pra casa – explicou e se calou.

Demorou-se por mais cinco minutos e depois disso anunciou que ia dormir. Inclinou-se e beijou minha testa. Subiu as escadas bocejando.

Afundei no sofá frustrada. Ultimamente frustração e raiva eram tudo que sentia. Frustração por ainda não ter um plano mestre para livrar a cidade de todos os perigos que viriam.

Frustração por sempre acabar me  esquecendo de todos os problemas quando encontrava com Stefan. Raiva por sentir meu coração disparar com um mero sorriso, ou olhar dele. Eu odiava o quanto ele me afetava.

Todo meu plano de salvar a cidade dependia de odia-lo. Entrega-lo em uma bandeija de prata para pessoas que um dia  a torturaram , acusaram de ser um monstro frio e sem alma. Queria  poder odiar os vampiros, mas temia que jamais conseguisse tão coisa porque parte minha sempre seria uma.

Bufei derrotada, estiquei a mão e peguei o celular. Encarei meu próprio reflexo na tela preta, mordicando os lábios tentando conter a ansiedade. Podia tentar até fingir, mas não conseguia desviar seus pensamentos dele.  A preocupação estava fazendo torção em meu intestino. Damon tinha voltado antes do tempo  indiretamente por minha causa,  Stefan saiu das sombras para conhecê-lá e isso atraiu atenção do irmão.

Voltei no tempo e de algum modo bizarro tinha mudado o curso natural das coisas e agora temia que estivesse sofrendo um efeito borboleta.

Fechei os olhos e tentei lembrar do número dele. Os números surgiram sem muito esforço, disquei e coloquei o aparelho pequeno e ultrapassado no ouvido. A cada toque que ele não atendia,  sentia o peso no estômago piorar. Milhões e milhões de cenários se formando na cabeça.

Por um segundo a imagem dele machucado com alguma madeira empalhada dentro dele surgiu. Um calafrio percorreu a espinha e ouriçou os pelos da nuca. Balancei a cabeça negando aquela idéia. Damon não o mataria, ele queria tortura-lo e para isso usaria as pessoas ao redor de Stefan.  Sabia que maior ponto fraco dele era empatia com outros e Damon também.

Mesmo assim a imagem dele machucado, fraco em algum lugar daquela casa ainda estava assombrando-a e ele não atender o celular só piorou a sensação.

Levantei inquieta e fui para cozinha, peguei um copo enchi de água e bebi devagar. Tentando pensar em outra coisa e convencer a si mesma que não se importava com destino de Stefan.

Demorei meia hora para tomar a decisão mais estupida possível. Peguei a chaves do carro de sua mãe e com todo cuidado do mundo para não fazer barulho, saiu. Ia para casa dele verificar. Sua intuição gritava que havia algo de errado. Sabia que Damon não deixaria sua chegada triunfão em branco e única idéia em sua mente era machucar Stefan.

Durante o percurso tentei raciocinar e voltar, parou o carro no meio da estrada a poucos quilômetros da casa dele. Apoiei a cabeça no volante xingando a si mesma por ser impulsiva, por ainda me importa tanto com ele a ponto de esquecer que se ele chegasse a morrer, metade dos meus problemas se resoveriam. Mas o medo dentro dela de perdê-lo destruia os planos maléficos e máscara de indiferença que impunha. Liguei o carro e parti para casa dele de uma vez, querendo que aquele sentimento ruim passasse de uma vez.

 

STEFAN 
 

O tempo parecia estar correndo lentamente nos minutos seguintes ao ataque de Damon. Zach ainda permancia com a cabeça apoiada em meu colo. Eu deveria levá-lo para hospital para que se recuperasse, mas não conseguia me mover. Meus olhos continuavam fixos no rosto pálido do meu  penúltimo parente humano vivo.

Pensando no sangue que tinha sobre as mãos, no mal que causei aos meus descendentes. Zach o avisou que nada de bom sairia daquela tradição estúpida de voltar para aquela cidade, mas como sempre  ignorei e agora todos estavam em perigo por minha causa .

A respiração pesada de Zach era o único som que reverberava em toda a casa.  Respirei aliviado quando o batimento cardíaco  se normalizou. Ele estava se curando, lentamente mas estava. Ele ficaria bem e com sorte um dia o perdoaria.  Não sabia com exatidao quanto tempo permaneci no chão com Zach foi somente com um barulho de carro estacionando  que despertei. 

 Escutei  o barulho da porta do carro si fechando e passos suaves indo em direção à  casa, logo em seguida uma batida na porta. Ergui o corpo de. Zach e coloquei na cama. Levatei a camisa empapuçada de sangue e notei que o ferimento já tinha se fechado.

Outra batida na porta, dessa vez mais insistente.  Sai do quarto andando devagar até a escada. As batidas continuavam e  desejei que seja lá quem fosse, desistisse de uma vez.  Hesitei por um segundo antes de abrir a porta, mas um resmungo famíliar chamou minha atenção.

 Abri a porta  não contendo a curiosidade e paralisei quando reconheci os cabelos dourados balançando enquanto ela seguia de volta para o carro.

— Caroline – chamei incerto.

Temendo que ela fosse alguma alucinaçao que fosse se desmanchar com o vento.  Ela virou assustada e abriu a boca para falar, mas  fechou quando seus olhos se desviaram pra mim. Franzi a testa e confuso, tentando desifrar o que aquele olhar significava, quando notei a onde seus olhos estavam. Minha mãos ainda estavam insanguentada.

Abri a boca para explicar, mas ela não me deu tempo, ela correu até mim examinando minhas mãos, procurando ferimentos. 

— O que aconteceu, quem fez isso com você?

— Ninguém...

Ela agarrou meu rosto e olhou me profundamente, como se tentando detectar a mentira. Engoli seco e abri a boca para explicar, mas o toque dela me desconcentrou. Sua mão era macia e quente, ela acariciou de leve meu rosto. Fechei os olhos impotente, inclinando o rosto em direção a sua mão.

— O que aconteceu, Stefan? – inquiriu, com voz suave.

Abri os olhos encontrando com os dela e encontrei tanta paz neles que soltei o ar. Sentindo a dor no peito, o peso do passado sobre os ombros tornasse menor.

— Ei, o que foi?

— Caroline... É melhor você ir... E melhor ir embora.

— O que? Não, de jeito nenhum!

— Por favor – pedi retirando suas mãos do meu rosto, sentindo subitamente vazio com a perda do toque dela.

— Não, eu já disse que não!

— Caroline...

— Stefan, me diz o que aconteceu.

— Um acidente...

— Com você?

— Não, com Zacary. Mas... Foi minha culpa... Eu não deveria ter voltado..

— Shiuuu – ela sussurrou e embalou meu rosto – Respira! - ordenou, obedeci de imediato não conseguindo desviar os olhos dela que parecia tão pacífica.

Os olhos de safira estavam levemente mais claros, cristalinos. Aquele era o primeiro olhar que consegui desvendar. E ao contrário das outras vezes não encontrei raiva e tristeza e sim  preocupação, carinho flutuando dentro deles. Sabia que deveria compeli-la a ir embora, afasta-la  antes que ela corresse ainda mais perigo, mas não consegui.

Fui engolido por aquela paz nos olhos dela e descobri que não tinha forças e nem desejo de ser liberto. Queria permanecer ali, trancado com  aquele olhar, sentindo seu calor irradindo.

Queria mais, muito mais.

Ela guiou-me com facilidade para dentro de casa, agarrou minha mão e me fez sentar na poltrona. Ajuelhou-se entre as minhas pernas e com as mãos apoiadas em meu ombro perguntou pacientemente.

— Onde está o Zach?

— Lá em cima.

— O que exatamente aconteceu?

— Ele caiu – menti.

Ela franziu os lábios, não parecendo minimamente convencida e esperei pela torrente de perguntas que viria a seguir, me odiand por ter que mentir ainda mais pra ela.

— Como ele está? – franzi a testa confuso por ela aceitar tão facilmente aquela explicação.

— Melhor, eu acho.

— Não seria melhor levá-lo ao hospital?

— Não, ele já esta se recuperando.

— Tem certeza?

— Tenho.

— Okay – concordou e se levantou. Estendeu a mão pra mim que aceitei sem pestanejar. A segui pela sala até que ela parou abrubtamente.

— Onde é o banheiro?

— No final do corredor – expliquei.

Ela anuiu com a cabeça e guiou-me até lá sem nenhuma dificuldade. Era como si ela já conhecesse a casa. Ela encheu a mão de papel, abriu a torneira e os umideceu. Pegou minha mão e começou a esfregar o papel que em segudos tornou-se rosado. Ela continuou o processo devagar, mordendo o lábio em concentração. Enquanto eu permanecia parado, incapaz de me mover, ou dizer qualquer coisa. Fascinado demais com aquela pequena figura que limpava o sangue das minhas mãos pacientemente, sem si quer imaginar o efeito que causava em mim com qualquer toque. Ela jogou restante do maço de papel com uma mão e quando terminou, agarrou minha outra mão me guiando para fora.

— Onde ele está?

— Lá em cima – respondi mecanicamente.

Ela subiu as escadas me arrastando atrás dela. Indiquei o quarto no final do corredor e ela hesitou antes de entrar. A nossa espera estava um Zach adormecido. Ela sentou-se ao pé da cama e verificou a temperatura dele.

Continuei parado olhando para ele me sentindo inútil, relembrando a dor e decepção nos olhos dele antes de ser atacado por mim. Ela olhou-me por cima do ombro e suspirou.

— Você tem uma caixa de primeiro socorros?

— Hum, não. Acho que não.

Ela anuiu com a cabeça e saiu do quarto sem dizer mais nada. Pouco depois voltou com uma bacia com água e um pano. Colocou em cima da cômoda e sentou-se ao lado dele.

— Me ajuda a tirar a camisa dele  – pediu ela abrindo os primeiros botões da camisa dele.

O ferimento tinha si fechado, mas uma crosta de sangue seco formou no abdômen. Ela torceu o pano e passou suavemente sobre a barriga dele. Não fez nenhuma pergunta sobre a falta de um corte, apenas limpou o resto do sangue e o cobriu com a coberta quando terminou.

Peguei a bacia para ela e em seguida descemos para sala de estar. Ela estava com braços cruzados fitando a lareira quando voltei.

Não disse nada, nem fez perguntas.

Seus olhos se mantinham na lareira apagada, com semblante em branco, mas podia ver uma tempesatade se formando naqueles olhos.

Não sabia se deveria ficar feliz ou frustrado por mais uma vez ela surpreendê-lo e fazer o completo oposto do que eu imaginava. Eu deveria agarra-la e beijá-la como queria, ou obriga-la a esquecer tudo sobre mim?

Desejei  ter forças o suficiente para ser altruísta  e mais uma vez e fazer o que era certo. Apagar todo e qualquer vestígio da minha  existência da sua memória, mas a simples idéia de não mais existir para ela era desoladora demais.

Principalmente agora que tinha vislumbrado o lado doce e preocupado que ela insistia em manter guardado do mundo.  Não conseguia esquecer aquele olhar de pura e total compreensão, não conseguia esquecer a sensação de suas mãos  sobre mim. Balancei  a cabeça e esfregando o rosto frustrado demais para raciocinar e tomar uma decisão, abri os olhos e olhei para ela. 

Vestida com uma calça jeans surrada, sapatilha azul e casaco rosa. Os cabelos dourados que eu tanto amava estavam presos em rabo de cavalo que me permetia ver seu pescoço fino e um pedaço dos ombros deixando sua pele leitosa amostra, meus dedos e gengivam coçavam para provar.   Desviei  os olhos por um segundo tentando estourar aquela bolha que insistia em formasse sempre que ela surgia. Aquela que me fazia esquecer do mundo e dos problemas que o perseguiam e Zach foi uma vítima de minha imprudência.

Voltei  meus olhos para lareira e me coloquei ao lado dela.

— O que veio fazer aqui? – inquiriu ele não resistindo  a vontade de entender aquela garota.

Ela não respondeu de imediato e nem si deu o trabalho de mover seus olhos até mim, apenas deu ombros e com meio sorriso que eu daria tudo para poder congelar na memória para sempre.

— Nada, eu  só  queria conhecer a famosa mansão Salvatore.

— A essa hora? – duvidei e ela riu. 

— Bem, é! Eu nunca entrei aqui, mas sempre fiquei imaginando como seria o interior dela e principalmente como seria viver aqui – confessou olhando envolta com um olhar saudocista  – É já que nunca recebi um convite...

— Ei, eu ia te convidar...

— Ah é? Quando?

— Quando você aceitasse sair num primeiro encontro, no segundo talvez. Eu a levaria pra casa depois de uma noite agradável e convidaria você para conhecer a minha casa. Não queria assustar você.

— Me convidando para conhecer sua casa? – inquirou ela com sobrancelha fina arqueada e sorriso brincalhão nos lábios.

— É claro. Eu sou um cara a moda a antiga.

— É da pra perceber.

— Agora é sério. Porquê veio ate aqui?

— Porque eu queria ver você.

— Queria?

— Porque eu mentiria? Eu fiquei preocupada com você

— Comigo?

— Sim, você pareceu perturbado quando atendeu aquela ligação. Não consegui afastar uma sensação estranha de que algo ruim iria acontecer e...

— Que eu precisaria  de você – completei assustado e encantado ao mesmo tempo. Sem perceber tinha dado mais um passo em direção a ela, estando agora a pouco centímetros do seu rosto.

— Sim – ela sussurrou com voz rouca.

Nossos olhos se encontraram e de repente aquele feitiço que ela jogava em mim veio com toda força me fazendo esquecer que meu mundo estava prestes a ruir. Tomando por uma onda de coragem ou loucura, estendi a mão segurando seu rosto, acariciando e estudando cada detalhe.

Meu polegar estragando a maça de seu rosto. Ela suspirou, seus olhos piscaram algumas vezes parecendo ter dificuldade de permanecerem abertos por mais tempo.

— Você estava certa – murmurei encostando minha a testa na dela. Fechando os olhos e me deixando envolver por ela. Por seu cheiro doce, sua pele macia, corpo quente que me chamava para mais perto – Eu preciso de você. Acho que sempre precisei... Só não sabia o quanto.

— Stefan..

— As vezes eu tenho a impressão que nos conhecemos. As vezes tenho a sensação que você me conhece mais do que diz, mas do que eu me conheço.

— Isso não esta fazendo o menor sentido – ela sussurrou com voz risonha. Abri os olhos e sorri de volta.

— Eu sei, mas as melhores coisas da vida não fazem.

Agarrei outro lado de seu rosto e sem pestanejar uni meu labios aos dela.  Gemi impotente sentindo meu corpo vibrar, meu labios formigarem.

Ela tinha gosto de hortelã e café. Mas o mais importante e era que ela tinha gosto de casa. Era familiar e novo ao mesmo tempo. Agarrei seus cabelos constatando que era exatamente como eu imaginava, sedosos. Sua boca se movia tímida, quase receosa no inicio, mas logo ela entregou-se ao beijo.

Explorando minha boca com igual desejo e necessidade. Suas mãos agarram meus ombros e ela inclinou o corpo contra o meu parecendo amolecer contra mim. Levei uma das mãos a sua cintura fina, trazendo-a mais para mim, desejando toca mais sua pele. Provar outras partes dela, cada pedacinho.

Ela empurrou-me gentilmente e ofegante buscou ar. Esqueci-me por um momento que não tinha a mesma necessidade por oxigênio que ela. Sua boca estava avermelhada e inchada, sua iris azul-escura dilatada. Podia ouvir seu coração batendo desgovernado. É a melhor coisa é que era por mim. Sorri impotente agarrando seu rosto e provando o céu mais uma vez.

E naquele momento percebi que não conseguiria partir, não conseguiria ser altruísta e abandonar aquela cidade em prol do bem maior. Por ela eu seria egoísta, por ela eu ficaria. Porque ela valia a pena toda guerra que viria a seguir.

Mas ela afastou-me atordoada, deu um passo pra trás com a mão sobre os lábios. Ela se virou lentamente e encarou-me por um segundo nada disse e esperei qualquer coisa, qualquer palavra, xingamento e explicação... Menos aquilo.

— Damon... Você conhece?

— Sim... Conheço. Mas a pergunta mais importante é como você o conhece?

— Eu não o conheço. Ou melhor não o conhecia.... Até hoje.

— O que?

— Nós nos esbarramos no meio da rua e ele disse que estava atrás do Zach. Quem é ele Stefan?

— Ele é alguém que eu costumava conhecer – omiti o parentesco entre nós, mas não menti quando disse que ele era um estranho agora.

Um estranho que voltou do passado, disposto a cumprir sua promessa. Destruir minha vida, torna-lá miserável  e vazia. Ergui a cabeça e olhei para Caroline, tendo a desesperadora conclusão que ele já sabia exatamente como conseguir isso.

 


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Notas finais do capítulo

TBC...
E, rolou o bendito beijo finalmente!!!
Espero que perdoem a demora, mas é como expliquei no capitulo anterior, me mudei e me ferrei bonito. Não tenho mais wifi nem PC e por isso e difícil atualizar, continuo firme e forte escrevendo no meu pretinho que é WP quem tem sabe qual é a sofrência de escrever nele. Então peço paciência aos que ainda leem, não abandonei essa historia, amo ela e prosseguirei postando quando der.
Si não der as caras em breve, deixo meu feliz Natal e um próspero ano novo :p
XOXO



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