Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 17
Chapter - XVII Hello Brother


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente. Outro capítulo novinho que espero que gostem. Com um novo ponto de vista de um personagem super querido, por muitos ( mesmo que não entenda o porquê)
Espero que gostem. Fiz com todo carinho :3
Boa leitura!!!



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"Deixe-me atrás das grandes, dispa-me da vergonha. Me acaricie com dor. Porque eu estou de joelhos e estou implorando enquanto você diz. Não chore, Misericórdia. Ainda tem muita dor por vir" Mercy - Hurts

DAMOM 

O som alto ressoava por todo andar da pensão em que me instalará. Podia ouvir os passos da velha chata que viria aos gritos reclamar do barulho. Ignorei as batidas e levantei indo até a cômoda, pegando um garrafa de uísque dando outro gole direito da garrafa, estiquei a mão e aumentei o som, agitando a cabeça no ritmo da musica.

Novamente os gritos e xingamentos da velha rugiram do lado de fora. Sorri largamente quando escutei outros passos, mais leves surgindo no corredor. Escutei a voz aveludada da neta da velha, pedindo que ela parasse de gritar. Ela a guiou até seu quarto e escutei os protestos da velha, em seguida o som da porta se fechando.

Tomei o último gole restante da garrafa e a joguei no chão. Limpei a boca com as costas da mão, e esperei em frente à porta até ouvir os passos suaves novamente, não tive que esperar muito. Sorri antes de abrir a porta. A garota estava a poucos passos da porta e arregalou os olhos assustada, quando a porta se abriu e encontrou um par de olhos azuis, olhando-a com volúpia.

Ela abriu a boca para dizer algo, quem sabe explicar-se, mas não lhe dei tempo para isso, podia sentir seu cheiro irritantemente doce e sua gengiva coçava, minha boca estava salivando querendo prová-la. Estendi a mão agarrando o pulso da morena que arregalou os olhos e murmurou desculpas desconexas. Sorri largamente, adorando ouvir a pulsação dela aumentar. Eu já havia flagrado ela me observando, sorrindo de lado cada vez que seus olhos por acaso esbarrava com os meus.

Escutava suas tentativas de acalmar avó todas as noites dizendo que o som não estava assim tão alto e que não havia nada de errado em trazer amigas que sempre saiam desorientadas de seu quarto, isso quando saíssem .

Eu bem tentei deixar a jovem donzela em paz, mas ela insistia em persegui-lo, e não gostava de desperdiçar alimento, principalmente quando ele vinha até mim com tão boa vontade. Estendi a outra mão e agarrei o rosto pálido da garota que enrubesceu no mesmo instante. Afastei um cacho rebelde de seu rosto e sorriu docemente para ela que deu sorriso incerto. Ele olhou profundamente nos olhos castanhos da garota.

Fique quieta!— ordenei.

As pupilas dela si dilataram por um segundo, voltando ao normal logo em seguida. Ela anuiu com a cabeça e a guiei para dentro do quarto fechei a porta. Acariciei o rosto da garota, beijei seu rosto e escutando o coração dela disparar, afastei alguns fios soltos que pendiam no pescoço e acariciei com dedos.

Admirando o pescoço pálido, as veias carótida que saltitava, segui descendo para clavícula em seguida para seios pequenos da moça. Ouvi a respiração engatar em antecipação segurei sua nuca e lambi o lóbulo de sua orelha e desci para pescoço. Fechei os olhos antes de deixar as pressas saírem, cravar os dentes no pescoço dela, me deliciando com gosto dela.

Ri internamente lembrando do meu irmão, caçando coelhos e servos para sobreviver. Era patético para não dizer deprimente a fé que ele tinha que poderia ser um estripador reformado. Suguei mais um pouco da garota que não movia um único músculo. Por um segundo ponderei em parar, deixá-la viva para outra hora, mas o sangue dela era doce demais para parar e sua sede ainda não tinha sanado, ele queria mais e assim continuou até sentir o corpo dela amolecer em meus braços. Segurei sua nuca e quebrei seu pescoço sem esforço e soltei deixando que seu corpo ainda quente caísse estatelado fazendo um baque chão.

Lambi os lábios saboreando os últimos resquícios do sangue dela me sentindo satisfeito, peguei a chaves do carro e sua jaqueta jogada no chão. Sai do quarto e desci as escadas velhas que rangiam com cada passo. Já era hora de voltar para casa e fazer uma visitinha ao seu irmãozinho.

 

(...)

 

Voltar para minha cidade natal sempre trazia lembranças amargas, por mais que o tempo passasse continuava a voltar para lá. Era como se aquela cidade maldita o atraísse, como se houvesse algo lá que o chamasse. Sabia que meu irmão padecia da mesma maldição que ele, podia demorar, mas ele sempre voltava. E lá estava ele, sem aquelas roubas ridículas grunges e cabelo longo que ficavam horrível nele. Ele estava no cemitério, na cripta da família em silêncio. Provavelmente pensando em nosso pai, relembrando a bala no peito que ele nos dera como último presente. Ele saiu pouco depois andando devagar, com olhos postos no chão, mas parou quando escutou um barulho.

Pensei que talvez ele tivesse finalmente notado a minha presença, mas não. Meu irmão estava enferrujado, ou distraído demais para notar que estava sendo seguido. Seus olhos de azeitona estavam fixos num coelho cinza perto de um tronco caído, ele ficou imóvel seguindo os movimentos do animal atentamente.

Talvez estivesse reunindo coragem para correr atrás do animalzinho indefeso que com toda certeza não sanaria um décimo da sede que ele sentia naquele momento. Revirei os olhos quando em movimento rápido ele pegou o coelho, agachou-se e com postura ereta torceu a cabeça do coelho e enfiou as presas, sugando sangue insosso e com direito a pelinhos nojentos de brinde.

Ele deixou coelho no chão e se levantou. Voltei a seguir seu caminho cabisbaixo, preso em mar de lembrança e culpas. Nem precisava estar de frente para ele para saber que sua testa estava vincada e olhos marejados, mergulhados em dor e angustia. Sorri de satisfação com a dor do irmão, mas o sorriso alargou-se mais ainda quando pensei nas milhares de forma que o faria pagar por ser um covarde.

 

(...)

 

Fazia duas semanas que ele perseguia o irmão. E já estava começando a estranhar a permanecia dele em Mystic Falls, ele costumava ficar apenas uns três dias e depois partia ao encontro de Lexi. Mas agora havia algo estranho na maneira como ele parecia perturbado. O flagrei voltando correndo para casa no dia anterior e no dia seguinte ele saiu apressado, peguei o carro de Zach e foi para colégio. Revirei os olhos entediado enquanto o observava parecendo incerto se saia do carro de Zach entrava na escola.

Provavelmente iria matricular-se mais uma vez, fingindo ser um aluno comum de dezessete anos. Mas, ele não saiu do carro em momento algum, ficou estacionado mantendo certa distância do colégio vendo o fluxo de adolescentes apressados. Ele inclinou a cabeça no banco e bocejou. Pensei em me revelar para ele, mas sabia que só matar Zach não seria o suficiente, eu queria mais. Queria fazê-lo se arrepender de ter nascido, ou melhor, continuar vivo. Se ao menos a loira estivesse com ele. Bufei irritado, apertei o volante e estava pronto para dar partida no carro quando meus olhos foram atraídos para uma garota.

Uma morena alta e magra com cabelos castanhos escuros, lisos que balançavam quando ela andava. Ela estava de costas e não pude ver o rosto dela, mas algo nela fez meu coração morto bater diferente. Desviei os olhos a pulso dela para Stefan e notei que seus olhos a seguiam também. Voltei os olhos para ela que agora estava acompanhada de uma morena baixinha e uma loira que tagarelava. E de repente, alguém chama um nome.

Elena.

Ela se vira e o meu coração parece parar por um segundo, minhas mãos agarram o volante com tanta força que escutei o som metálico dele se torcendo sobre seus dedos.

Katherine, era ela! Ela estava viva e fora da tumba todo esse tempo. O mundo a minha volta parecia desfocado e a única coisa clara, era ela. Minha Katherine, a maldita que e o enganou com meu irmão, mas que nunca consegui rasgá-la do peito.

Ela sorriu para morena, de algo que a loira disse e senti todo meu corpo formigando como se estivesse em chamas, acordando de um longo sono. Era o sorriso que eu adorava e venerava. O que não faria para mantê-la feliz, para fazê-la rir. Olhei para os lábios rosados em formato de coração e lembrei do gosto doce que eles tinham e do olhar cheio de malícia e mistério que ela ostentava antes de inclinar e tomar os meus lábios para ela, antes de afundar seus dentes perolados e afiados em meu pescoço.

De repente fui inundado com tantas lembranças e sentimentos torcidos que minha cabeça girou. Ela ainda ria ao lado das outras amigas, parecendo doce e inocente como a primeira vez que a vi. Soltei o volante estiquei a mão para maçaneta, mas não consegui abri-la.

Algo me impediu, uma duvida surgiu Olhei para o meu irmão que parecia tão perturbado quando eu e me perguntei o porquê dele ainda não ter saído do carro e sacudindo-a pelos ombros. Ele a odiava agora, ou pelo menos era isso que ele queria que ele pensasse.

Franzi a testa alternado os olhos entre ambos e minha confusão se tornou pior quando escutei a loira que já estava há alguns passos de distância das duas chamá-la de Elena novamente. Porquê ela tinha mudado de nome, por que estava se passando por uma adolescente novamente?

Eram tantas perguntas somadas as outras milhares que guardei por todos aqueles anos que senti vontade de virar a chave para desligar todas elas. Mas não podia, eu queria sentir. Queria sentir a alegria de arruinar as esperanças do irmão, matar todos aqueles que ele amava e reclamar Katherine para mim, sem o medo constante de perdê-la para meu irmão. Fiquei no carro e observei Katherine sumir de vista com suas amigas no calcanhar. Stefan saiu logo em seguida e demorei alguns segundos para ir atrás.

 

(...)

 

Ela não era Katherine.

Era humana, e o completo oposto de Katherine em quase tudo. Somente na aparecia elas pareciam a mesma e essa semelhança que estava o enlouquecendo. Meu irmão tinha chegado à mesma conclusão há alguns dias, mas não deixou de persegui-la mesmo assim.

E eu entendia o impulso dele como ninguém, mesmo que uma parte minha estivesse decepcionada por ela não ser Katherine, não conseguia deixar de olhar para ela. Aqueles olhos de corça me prendiam como imãs, gravitavam até ela mesmo sem perceber. Observei os trejeitos dela, notei como ela ria diferente, seu olhar era doce e inocente enquanto os de Katherine eram misteriosos e cheio de malícia. Até mesmo o modo como andava era diferente. Ela andava mais livre, como as garotas de hoje dia, à vontade com próprio corpo e sabendo bem o efeito que provoca em quem olhava.

Ela tinha um namorado e eu tinha que me conter para não vomitar ou arrancar a cabeça do loiro irritantemente pegajoso que andava com sorriso bobo toda vez que olhava para ela. Ela sorria de volta para ele, estendia os braços envolta de sua cintura e o abraçava. E quando isso acontecia, desviava os olhos, contendo o desejo de matá-lo. Corria para floresta e depois ia para estrada atrair alguma alma caridosa e descontava todo ódio que fervia por dentro. Com tempo descobri que alguns jovens iam para cemitério à noite, fazia uma fogueira não muito distante dali facilitando todo meu trabalho.

Permaneci nas sombras observando o Stefan e Elena. Mas alguns dias depois, algo aconteceu. Stefan deixou de perseguir Elena. E descobri por caso enquanto seguia Elena, que ele tinha outro foco agora.

A loira tagarela, amiga de Elena tinha sofrido um acidente e suspeitava que Stefan pudesse tê-la salvo. Ele começou a observá-la como fazia com Elena, mas agora ele não era tão cuidadoso para ser discreto. E me surpreendi quando o encontrei andando nas ruas cumprimentado o namorado de Elena. Ele revelou-se para Elena, mas ao contrário do que esperava não estava tentando aproximar-se dela, parecia o oposto disso. Ele parecia reticente a falar com ela, que parecia muito interessada em seu irmão.

Ri amargamente quando os flagrei em frente a uma livraria. Ela correu até ele e sorriu a todo o momento, puxou conversa e tentou convencê-lo a deixá-la mostrar-lhe a cidade, mas ele negou educadamente. Notei como ombros dela caíram e seu olhar se desviou dos dele e sua animação pareceu esvair-se dela, mas ela ergueu a cabeça e tentou novamente iniciar uma conversa que Stefan participou distraído, anuindo com a cabeça, respondendo monossilabicamente

É a historia parecia se repetir novamente. Elena parecia cada vez mais atraída por meu irmão assim como Katherine. A diferença e que dessa vez o interesse não era recíproco.

Entendi o motivo pouco depois quando ele saiu do Grill correndo atrás da loira, a famosa Caroline.

O nervosismo era visível em seu rosto enquanto tentava convencê-la dar-lhe cinco minutos. Deu para ver a troca de olhares e tensão sexual pairando entre eles feito uma nuvem quando ele a segurou pela cintura impedindo-a de ser atropelada. Mas a felicidade do meu irmão durou pouco, Elena o seguiu novamente e garota inventou uma desculpa e saiu acompanhado do garoto Lockwood.

Sorri largamente ao ver a irritação no rosto de Stefan com partida dela em companhia de outro cara. Agora sabia que ele tinha outro ponto fraco. Não teria que esperar Lexi aparecer, podia me contentar com a nova loira que meu querido irmão estava afim.

 

 

STEFAN

 

Zach ligou pela quarta vez enquanto estava com Caroline, fiquei relutante e falar com ele, temendo ouvir suas reclamações e críticas novamente. Mas ele insistiu tanto que Caroline pediu que eu atendesse e sem escolha atendi.

Outro corpo tinha sido encontrado, numa pensão próxima da cidade. Ainda atordoado me despedi de Caroline e corri para casa. Enquanto dirigia para lá, pensava nos conselhos de Zach. Ir embora era mesmo a melhor opção a seguir agora porque estava colocando as pessoas em perigo atraído outros vampiros... Ou melhor, ainda mentia para si mesmo, em acreditar que poderia ser outro vampiro descuidado. Entrei em casa e estranhei o silêncio, chamei por Zach, mas ele não respondeu.

Fui direto para bar querendo algo forte para sublimar agonia que começava dominá-lo. Peguei um copo e o enchi de uísque e o entornei de uma vez sentindo o líquido amargo aquecendo a garganta.

Sentei na poltrona sem energia para subir para quarto. Sabia que deveria estar atrás de Zach, ou espreitando a delegacia para obter notícias, mas não conseguia levantar e fazer isso porque estava esgotado. Fechei os olhos e encostei a cabeça na poltrona. Lembrei dos dias infernais caçando o possível vampiro, seguindo seu rastro que nunca o levava a lugar nenhum. Hoje foi o único dia que me permiti parar e graças a minha imprudência outra pessoa tinha morrido. O sentimento de culpa começava a crescer tanto que conseguia oprimir a alegria de encontrar Caroline.
Sorri amargamente lembrando do momento terno com ela.

Eu estava dentro do carro seguindo para floresta procurando novamente pistas com Zach, mas parei o carro quando a avistei do outro lado da rua carregando mais caixas do que deveria. Zach praguejou, tentou convencê-lo a ir embora, mas o ignorou. Corri até ela e quando encontrei com aqueles olhos cinzentos, todos os problemas do mundo pareciam ter se dissolvido.

Consegui convencê-la a dizer sim, ela iria sair comigo e mostrar a cachoeira como sugeriu no nosso primeiro encontro. E por alguns minutos nós trabalharamos em silêncio, numa sincronia estranha e confortável que apreciei cada segundo. Caroline era um sopro suave em meio ao calor do verão, ela conseguia me fazer desligar do mundo quando estava ao lado dela.

Doce engano o meu, pensar que os problemas se congelariam e esperaria pacientemente por mim. Afundei mais ainda na poltrona me sentindo fraco e inútil. Fixei os olhos na lareira apagada estava no breu da sala, não querendo sair dali. Mas meus sentidos acordaram quando escutei passos no andar de cima, sentei ereto e aguçei os ouvidos tentando ouvir o ruído novamente.

Por um segundo, nada escutei e quase voltei a afundar na poltrona quando outro som distinto de passos chamou minha atenção. Levantei devagar me perguntando si poderia ser Zach, mas descartei a ideia quando estava no décimo degrau pisando o mais leve possível. Zach o responderia de imediato, com toda certeza estaria o esperando com uma torrente de lamentos e acusações.

No corredor, pisei cada passo devagar. Olhando envolta e nada vi, ou escutei. Bufei irritado com minha paranoia e a irritação me trouxe sede e estar com sede nunca o deixava de bom humor. Virei para descer as escadas, mas parei quando escutei outro barulho vindo do meu quarto. Acelerei até lá e franzi a testa quando não encontrei ninguém.

Mas a janela aberta e cortina esvoaçando pela corrente de ar adentrando o quarto denunciava que alguém estivera ali. Olhei envolta procurando alguma pista do invasor. Meus olhos pairaram na cômoda entre aberta, deu dois passos e abri a gaveta. Revirei-a mas não encontrou meu diário, tinha certeza que tinha colocado ali.

— Procurando por isso? – uma voz conhecida perguntou. E ele senti minha respiração engatar e se meu sangue ainda corresse normalmente, sabia que teria congelado. Virei lentamente, temendo reencontrá-lo, ainda desejando que estivesse em um pesadelo.

— Damon.

— Olá irmão – cumprimentou ele com sorriso.

Um sorriso que enrijeceu todo meu corpo de imediato. Seus olhos azuis brilhavam, mesmo no breu do quarto, reconheci aquele olhar. O ódio contido neles parecia fagulhas que me miravam. Engoli seco e entrei em alerta, todo sem corpo parecia acordado agora a espera do ataque que viria.

— Damon... O que está fazendo aqui?

— Eu? – apontou para si mesmo e começou a andar pelo quarto, com dedo esticado passando por minha instante de livros – Não é óbvio – ele sorriu por cima do ombro – Vim matar a saudade do meu irmãozinho querido. E tenho que te parabenizar pelo... Novo visual. Aquele visual grunge horrível não combinava com você e aquele cabelo... Eca!

— Quando chegou?

— Há alguns dias. Sabe como é, eu não podia perder a oportunidade de visitar nossa cidade natal. É como se algo me atraísse para cá... Hum, mas isso você deve entender, não é irmãozinho?

— Tá fazendo o que aqui?

— Já disse, saudades do meu irmãozinho e da nossa cidade...

— Cidades pequenas sempre te entediaram.

— Hum, eu tenho me mantido ocupado. E pode ser que a cidade não seja tão sem graça assim, tem alguns atrativos...

— Você matou aquela garota hoje, ou melhor, todas elas. E nem teve nenhum cuidado em encobrir seus rastros...

— Ops! Acho que isso é um grande problema – zombou – Mas pra você!
Respirei fundo, aceitando que não conseguiria afetar Damon com isso, tudo que ele fez era uma armadilha pra mim.

— Porque voltou, o que realmente veio fazer aqui, Damon?

— Eu podia fazer a mesma pergunta, irmãozinho, mas tenho quase certeza que seu motivo pode ser resumido em uma palavra.

Ele sorriu e sentou na minha cama, olhou envolta atentamente e esticou a mão e colocou meu diário em cima de sua perna e começou a folheá-lo. Estiquei a mão e tentei retira-lo, mas ele o ergueu para o outro lado.

— Elena, Elena e Elena.

Peguei o diário e ele riu e se levantou e foi até a estante novamente.

— Está dando certo ficar perto dela, entrar em seu mundo, conhecer os amigos... Si sente vivo assim?

— Ela não é a Katherine.

— Graças a deus por isso, nós dois sabemos como terminaria.

— Damon, deixe ela em paz – avisei. Não gostando do brilho doentio que seus olhos ganharam.

— Oh irmão, porque me toma? – ele pegou outro diário e folheou fazendo uma careta e jogando-o no chão – Por quê acha que eu a machucaria ?

— Eu não acho que você a machucaria – confessei e ele virou com sobrancelha arqueada.

— Ah não? – inquiriu ele com sorriso torto.

— Não.

— Me deixa adivinhar? Porque eu sou melhor do isso? – zombou ele imitando-me

— Não. Você não a machucaria porque ela si parece com Katherine. Você não seria capaz de fazer mal algum a ela. Você deve ter voltado pra me atormentar, e acabou descobrindo Elena por acaso e ela o fez ficar.

Damon parou, mas não se virou para me encarar.

— Ela o intriga. Não somente por compartilhar o mesmo rosto que Katherine... O jeito dela é diferente, ou melhor, Elena e Katherine são como água e vinho. E você deseja conhecê-la.

— Está muito enganado, irmãozinho. Eu tenho um motivo muito mais forte do que qualquer curiosidade sobre a copia da Katherine. Eu fiz uma promessa, si lembra?

— Destruir a minha vida – respondi exausto.

 Querendo  que ele acabasse de vez com a minha vida e desse fim aquele jogo de gato e rato que jogamos por décadas. Mas Damon não faria isso, ele não o queria morto. Morte seria misericórdia demais e essa era uma palavra que meu irmão desaprenderá com tempo.

— Exato! – ele sorriu novamente. Um sorriso largo e cheio de dentes – É agora uma perguntinha. Como anda sua dieta? Está dando certo?
Suspirei exasperado e ele riu.

— Há quanto tempo não prova sangue humano? Deve ser difícil não é? Estar tão perto dela e não desejar provar o gosto que ela tem.

— Eu nunca feriria a Elena, Damon.

— É quem disse que estou falando da Elena? – inquiriu ele com sobrancelha arqueada e aquele sorriso diabólico surgindo em seu rosto. Fiquei paralisado olhando pra ele.

— Stefan – escutei Zach chamar-me no andar de baixo.

Alternei os olhos entre meu irmão e a porta e Damon fez o mesmo. Corri para ela querendo chegar até Zach, mas Damon me impediu. Acelerou até mim e jogou-me contra parede com força. Sufoquei um gemido de dor, o ar em meus pulmões pareciam ter desaparecido. Ele levantou-me com uma mão e agarrou meu pescoço.

— Pelo visto os coelhinhos que tem matado, não o ajudaram muito.

— Stefan? – Zach chamou outra vez e pude ouvir os passos dele subindo a escada.

— Você ainda não respondeu minha pergunta, maninho. Como é estar tão perto dela, querendo provar aquele lindo pescoço o sugar até a ultima gota do sangue dela? – ele riu, apertando ainda mais os dedos envolta do meu pescoço

— Eu tenho que admitir que fiquei surpreso quando não te vi perseguindo a Elena. Mas lembrei que você sempre teve um fraquinho por loiras.

— Fica longe dela! – rosnei o empurrando. Ele cambaleou para trás rindo.

— Uhu, eu acho que atinge um nervo! Então o que quer dizer é que não posso chegar perto de Elena, nem da doce Caroline? Tsk, Tsk, irmão! Eu acho que está sendo um pouquinho egoísta aqui. Você não pode ficar com as duas, ou melhor... Proteger as duas.

Reuni todas as forças que tinha o empurrei, ele bateu na parede, mas sentou-se sem o menor esforço.

— Fique longe dela! – avisei ainda ofegante. Sentindo meu sangue ferver com sorriso cínico dele, a satisfação em me tirar do sério.

— Isso é um aviso, ou uma ameaça? E a qual delas você si refere? Porque ficou meio difícil de entender.

— Fique longe das duas, Damon.

— Si não?

Ele se levantou e virou a cabeça olhando para porta com outro sorriso, um sorriso maligno que o deixou em alerta.

— Nosso tio está chegando – cantarolou ele rindo.

Olhei para cadeira e corri para ela quebrando-a no meio, com pedaço de madeira na mão corri para cima de Damon, querendo impedi-lo de machucar Zach. Mas ele foi mais rápido. Ele segurou Zach olocou em sua frente. Arregalei os olhos e abri a boca tentando achar as palavras que ficaram presas na garganta quando encarei os olhos marejados e cheios de dor

— Stefan – choramingou ele, desviando os olhos para seu estômago. Damon riu e soltou Zach, ele cambaleou e o segurei nos braços.

— Zach... eu sinto... sinto tanto.

Zach não respondeu, seus olhos se moviam freneticamente parecendo procurar algo. Ele começou a tossir violentamente e sangue começou a escorrer da sua boca. Mordi o pulso e ignorei seus protestos para me impedir.

— Não, não – ele empurrou minha mão – Me leva pro hospital.

— Você não vai resistir até lá.

— Então eu prefiro morrer – cuspiu ele com ódio.
Ódio de mim.

— Não, não prefere – coloquei o pulso e em sua boca com força e fiz engolir, ele protestou e tentou empurrar-me, mas não conseguiu.

De repente ele parou e para meu desespero notei seus olhos fechados. O sacudi, chamei por seu nome, mas ele não reagia. Mas para o meu alivio seu coração ainda batia. Ele iria ficar bem, ele iria ficar bem!

Ergui a cabeça e olhei para porta. Damon estava encostado no batente da porta sorrindo feliz com a desgraça que provocou. Num piscar de olhos ele sumiu e tudo que conseguia pensar era no mal que tinha trago pra aquela cidade e perigo que impus a Caroline.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram do reencontro Defan? É o tio Zack, será que vai vestir o palito de madeira,ó coitado?!
Obrigado de novo a quem leu até aqui. E queria dar um aviso que em breve entrarei em hiatus indeterminado. O motivo não é bloqueio, preguiça ou birra. E que me mudarei e pra onde eu vou internet e dificil. Até consegui uma, vai ser pauleira. Mas continuarem escrevendo no meu celular e postarei quando puder. Acho que até o final desse mês eu posto, mais um ou dois, tá!
Agradecendo desde já pela paciência e pedindo pros fantasiminhas me darem o ar dá graça, que é muitoooo triste pra tia aqui, ver que geral ta lendo e acompanhando, mas não dizem si está legal ou uma merda. É triste de doer,viu :(
XOXO
E ATÉ LOGO ;)