Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 16
Chapter - XVI Devil in


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Dessa vez não demorei, né!?
Já começo capítulo dedicando a Lella pela recomeção maravilinda, brigada viu. Tú sabem que você já incentivou muito a continuar com essa fic, por isso muito obrigada. E outro obrigada para Killer Froxxt que me deixou um comentário maravilhoso di bunito que me fez pular de alegria é não figura de linguagem. Estava querendo um sinal dos deuses para saber si valia, ou não apena continuar e dai, veio tú Killer. Muito obrigada linda



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"O demônio e o profundo mar azul atrás de mim. Desaparecendo no ar você nunca me encontrará. Eu irei transformar seu rosto em alabastro. Então você descobrirá que seu criado é o seu mestre. E então você estará presa ao redor de meus dedos. Você estará presa ao redor de meus dedos. Você estará presa ao redor de meus dedos" Wrapped Around Your Finger Denmark + Winter

CAROLINE 

Uma semana havia se passado depois do incidente na clareira, mas todos continuavam a especular sobre a morte de Tracy e o ataque a Vicky e Colin. Alguns estavam temendo ir para floresta ou visitar a cachoeira com medo de serem atacados por ursos ou lobos. A policia local estava investigando a morte de Tracy confidencialmente, já que para todos, ela tinha sido vítima de um lobo solitário. Como eu sabia de tudo isso, não era algo para me orgulhar. Espionar minha  mãe nunca esteve nos meus planos, mas eu precisava saber e estar alerta para os possíveis novos ataques. E o mais importante era saber se minha mãe e o restante dos fundadores da cidade já tinham si dado conta do que estava acontecendo na cidade. E se por acaso ainda não tivessem pensando na possibilidade, precisaria incitar as pessoas certas.

Peguei outra caixa repleta de roupas que eu e mi  mãe separaram para doação, enquanto observava Carol Lockwood dando ordens a sua assistente. Continuei seguindo-a com os olhos, torcendo que Matt seguisse seu conselho de tentar fazer Vicky sair do quarto. Porque eu precisava que ele a trouxesse até lá para conversar com ela em local publico, de preferência com minha amada ex-sogra ouvindo cada palavra do ataque que ela sofreu.

Suspirei antes de fechar o porta-malas e se equilibrar para colocar a chave do carro no bolso e pegar a caixa. Só percebi o erro de segurar duas de uma vez quando tentou subir na calçada e teve minhas  caixas no chão, para minha sorte consegui me apoiar no poste evitando estatelar-se no chão. Irritada, me abaixou para recolher as roupas. Estava concentrada colocando-as na caixa que nem si quer percebeu uma presença atrás dela. Ergui a cabeça e encontrou uma mão estendendo uma blusa azul de lã.

— Acho que deixou cair – Stefan estendeu-a para mim e se abaixou para ajudar a colocar o restante das roupas na caixa. Ela forçou um sorriso agradecido e se levantou o mais rápido que pode.

— Obrigada – ela murmurou enquanto pegava a caixa do chão. Ele sorriu acenando com a cabeça e ela torceu que ele fosse embora, mas ele se colocou em sua frente bloqueando sua passagem, retirou a caixa de suas mãos.

— Para onde está levando-as?

— Para lá – apontei para salão ao lado da igreja onde um amontoado de gente conversa e entrava. Abaixei e peguei a outra caixa que estava visivelmente mais leve. Queria mandá-lo devolver a caixa e o mandar parar de me seguir todo o tempo, mas me contive. Mesmo sendo perigoso estar tão perto dele, agora era necessário fazê-lo confiar nela.

Stefan acompanhou-me em silêncio até dentro do salão. Colocou a caixa em cima de outra e estendeu a mão para pegar a que carregava, mas o ignorei colocando eu mesma em cima de outra pilha de caixas. Ele sorriu timidamente, balançando a cabeça. Revirei os olhos quando notei seu sorriso.

— Então, como foi com a sua mãe naquele dia?

— Normal. Gritos e castigos – menti. Não querendo contar da crise de choro que minha mãe teve – Estar aqui hoje é parte do castigo. Digamos que peguei serviços comunitários para uns dois meses – ele sorriu

— Eu sinto muito.

— Não sinta – dei ombros - Não é tão ruim quanto parece – expliquei pegando uma caixa de cima da pilha e colocando numa mesinha.

Comecei a separar as roupas de frio e ele logo se colocou ao meu lado fazendo o mesmo. Trabalhamos em uma estranha sincronia por alguns minutos. Eu dobrando as blusas e ele colocando-as em suas devidas caixas.

— Você sumiu naquele dia — comentei, tentando iniciar uma conversa. Sentindo-me incomodada ao notar como ele estava tão concentrado em sua tarefa que nem ao menos tentou conversar como na outras vezes

— Sumi? — ele arqueou a sobrancelhas grossas confuso.

— No hospital... E no restante dos dias.

Ele abriu a boca parecendo lembrar-se a que me referia. Mas não se apressou em se explicar. Pelo contrário, ele sorriu largamente olhando para caixa antes de voltar para mim.

— Esteve procurando por mim? — inquiriu ele com sobrancelha direita arqueada e um sorriso pretensioso formando em seus lábios

— Eu? — ele assentiu veemente se encostando à mesa cruzando os braços. Agradeci aos céus por ele estar de jaquetas naquele momento. Seus braços sempre acabavam por me desconcentrar — Não, só fiquei curiosa. Lembro de olhar para trás e você ter desaparecido feito fumaça.

— Queria se despedir de mim, não é? — inquiriu ele não escondendo a diversão em sua voz

— Cala boca — resmunguei irritada com aquele sorrisinho pretensioso. Ele riu batendo seu ombro no meu antes de voltar seus olhos para pilha de roupas

— Eu tinha ido visitar a garota — ele confessou, me deixando intrigada. Porque ele estava dizendo a verdade?

— Ah é? Por quê? — ele deu ombros

— Curiosidade — explicou displicentemente — Queria saber como ela estava depois...

— Do ataque — completei e notei seu corpo enrijecer.

— Sim, depois do ataque — ele repetiu em voz baixa.

— E como ela estava?

— Na mesma.

Ele se voltou para a pilha de roupas e voltou a colocá–las na caixa. Parecendo estar perdidos em pensamentos.

— Uma moeda por seus pensamentos — brinquei  e ele sorriu, mas o sorriso não alcançou os olhos

— Não estou pensando em nada em especial — confidenciou. Arquei a sobrancelha em descrença, mas ele nada disse. Suspirei em derrota e me virei para sair e pegar mais roupas, mas ele me deteve segurando meu pulso — Espera.

— O que é? — inquiri não conseguindo esconder a rouquidão na minha voz. Senti meu pulso formigando, onde sua mão segurava. Ele soltou meu pulso, quando notou meus olhos em sua mão.

— Eu estava pensando numa maneira de te pedir uma coisa.

— Ah é? Posso saber o que é? — inquiri curiosa e ele assentiu com a cabeça olhando-me profundamente. Ele deu mais um passo para perto, deixando apenas alguns centímetros de distancias entre nós.

— Na verdade, eu vim cobrar uma promessa que me fez há alguns dias

— Promessa que eu fiz? – inquiri confusa e incomodada com voz baixa que ele usava. Parecia fazer de propósito para me forçar a me inclinar para escutá-lo melhor.

Ele sorriu acenado com a cabeça antes de erguer a mão e colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha me fazendo prender a respiração.

— Você me prometeu mostrar cachoeira da cidade – explicou e riu quando notou minha expressão atordoada. Respirei fundo e pisquei os olhos virando o rosto para lado, afastando sua mão do meu rosto.

— Eu não me lembro de ter prometido isso.

— Mas felizmente, eu lembro. Eu tenho uma memória incrível, sabia?

Eu posso imaginar — resmunguei em voz baixa enquanto pegava outra caixa

— O que disse?

— Eu disse que você esta tentando me enganar

— Eu? — ele apontou para si mesmo e assenti com a cabeça – Eu nunca seria capaz disso.

— Ah é? — duvidei seria, voltando meus olhos para os dele. Sentindo meu corpo inteiro formigar. Não sabia se era pela proximidade que estávamos ou raiva de vê-lo mentir tão descaradamente na minha cara.

— Sim! — afirmou veemente — Eu não estou enganando você, Caroline.

Permanecemos em silêncio por alguns segundos longos demais. Segundos que me sugaram para seus olhos de jade, me forçando a admitir que ele parecia estar sendo honesto.

— Então, o que mais eu prometi? — inquiri me forçando a lembrar de respirar lentamente e contar até dez mentalmente para acalmar todo meu corpo que parecia reagir a ele. Meu coração desobediente que insistia em disparar com qualquer toque ou sorriso que ele me desse. Suspirei tentando conter essas sensações ridículas e me perguntando o porquê ele ainda causava esse tipo de efeito em mim? Por que era tão difícil lembrar-se do mal que ele me causou quando ele sorria daquela maneira.

— Você prometeu me mostrar toda cidade.

— Hum, então é só isso?

— Yep! Vai cumprir com a sua palavra e me mostrar...

— Sim — respondi notando seus olhos verdes se arregalando levemente antes de um sorriso cheio de dentes surgir em seu rosto – Eu sou uma garota de palavra. Eu posso te mostrar o restante da cidade, si quiser.

— Eu quero! – ele afirmou me fazendo rir com rapidez que ele concordou. Ele abaixou a cabeça escondendo o sorriso. Ele se colocou ao meu lado me entregando uma blusa, fazendo questão de tocar minha mão.

Peguei a blusa e coloquei na caixa. Sorrindo timidamente, tendo certeza que ele fazia o mesmo. Mesmo que quisesse ignorá-lo e dizer não. Lembrei que precisava ganhar a confiança dele. Precisava que ele confiasse tanto em mim que contasse seu segredo de boa vontade sem que eu precisasse fazer um plano maluco para revelá-lo.

Virei-me para pegar outra caixa e notei os olhos de Elena sobre ele. Ela notou meus olhos sobre ela e arregalou os olhos parecendo envergonhada de ter sido pega no flagra. Ela forçou um sorriso e acenou com a mão. Mas não tive estômago ou vontade para corresponder seu sorriso. Ela franziu a testa surpresa quando não sorri de volta. Abaixou a cabeça deixando que parte do cabelo ocultasse o rosto que com certeza estaria enrubescido de vergonha. Olhou para lado e notou Bonnie olhando de esguelha para Elena. Ela suspirou parecendo um tanto irritada antes de erguer a cabeça e sorrir para mim.

Correspondi o sorriso antes de me voltar para minha mesa e voltar a dobrar outras blusas. Olhei de esguelha para ele que ainda ostentava um sorriso tímido cada vez que seu braço roçava no meu.

 

Elena

Querido diário.

Você já se sentiu tão confuso e perdido que não conseguia entender nada. Seus próprios pensamentos torcidos como novelo de lã. E você tenta desenrolar, mais quanto mais o faz, mais enrolado fica?

É assim que me sinto ultimamente. Tentando esquecer essas questões e novos sentimentos que nunca havia experimentado. Tudo isso por causa dele: Stefan Salvatore.

Tentei de todas as maneiras não pensar nele. Tentei colocar o conselho de Bonnie em prática e me concentrar em Matt. Mas ele estava agindo estranho, estava distante. Talvez fosse todo o drama com sua irmã, ou estresse pela dubla jornada de estudo e trabalho, mas a verdade é que ele não era o mesmo comigo. Ele não era tão atencioso, ou interessado em fazer planos, como sair e passar mais tempo juntos. E mesmo me odiando por isso, meus pensamentos sempre acabavam voltando para ele. Sei que é errado. Pois tenho  o namorado perfeito que me ama e faria de tudo por mim. Mas não consigo evitar de prender a respiração e sentir meu coração disparar sempre que esbarrava naqueles olhos verdes. Desde a primeira vez que o vi, me senti atraída por eles, por aqueles olhos que pareciam esconder os segredos do univers

— Elena. Anda logo, vamos acabar nós atrasando — reclamou Bonnie.

— Tudo bem, já terminei.

Fechei o diário e coloquei dentro da cômoda. Estava na porta quando parei segurando a maçaneta. Olhei para cômoda com temor crescendo dentro de mim. É se alguém lesse seu diário?

 Balancei a cabeça ignorando aquele pensamento. Meus pais nunca fariam algo do tipo... Mas Matt costumava ficar no meu quarto esperando.   Estremeci ao pensar nele ou qualquer pessoa lendo meus pensamentos e desejos mais secretos. Voltei e coloquei o diário na bolsa e desci correndo quando escutou Bonnie buzinar impaciente. No caminho ate a igreja Bonnie não disse nada, ela andava meio distraída depois do incidente com a Vicky na clareira. Tentei fazer com que ela me dissesse o que estava incomodando-a, mas ela parecia não querer compartilhar o que estava angustiando-a.

Encostei a cabeça em sua janela, admirando o céu anil daquela manhã. E mais uma vez meus pensamentos vagaram para ele. Me perguntando o que mais eles tinham em comum além de escreverem diários. Eu desejava poder saber tudo que aqueles olhos verdes escondiam.

Bonnie cutucou seu ombro sem muita sutileza

— Ai – reclamou, esfregando o braço que provavelmente ficaria roxo — Machucou!

— Foi mal — ela deu ombros — Mas você não respondia, parecia estar em outra dimensão. — disse ela com sobrancelha arqueada, enquanto me dava o famoso olhar Bennett, aquele que parecia estar lendo a minha  alma e pensamentos. Ela desviou os olhos para frente focando na estrada. 

— É impressão sua — menti. Ela anuiu com a cabeça e calou-se pelo resto da viagem

Saímos do carro e seguimos para um salão ao lado da igreja. Onde uma boa parte da cidade separava roupas em caixas de papelão para doar para nossa cidade vizinha que sofreu com uma tragédia natural que ela nunca teve o interesse de perguntar. Mas mesmo assim ela foi obrigada a ir. Não que não gostasse de ajudar os outros, mas sua cabeça estava em outro lugar agora. Preferia mil vezes estar com Matt ou escrevendo do que estar ali. Essa sensação de desanimo piorou ainda mais quando entrei e avistei Caroline.

Ela estava diferente há algum tempo. Sua personalidade solar e controladora parecia ter desaparecido. No lugar dela restou alguém que ela desconhecia. Mesmo Bonnie comentou que algo tinha mudado. Caroline Forbes parecia escutar cada palavra que dizíamos e ao contrário do que se esperava ela  parecia sempre ter uma resposta na ponta da língua. Às vezes ela ficava em silêncio com o olhar distante e ela pensava que ela não estava prestando atenção, esperava que ela fosse sorrir brilhantemente e abrir um pequeno espelho e se admirar antes de dar uma de suas clássicas respostas superficiais e começar a falar sobre ela e seus planos para férias. Mas não agora.

Caroline voltava seus olhos azuis para mim e parecia ler minha  mente. Parecia saber de coisas que nem mesmo eu sabia. E sinceramente, comecei a sentir saudade da antiga Caroline. Aquela que apenas comentava sobre garotos e roupas da moda.

Costatei com certa amargura que era esse novo jeito que parecia atrair Stefan. Ele parecia ser atraído por esse lado misterioso dela como eu era do dele. Suspirei enquanto dobrava uma blusa qualquer, não prestando atenção em que pilha estava colocando porque o sorriso dele a impediu de raciocinar por alguns instantes. Ele ria de algo que Caroline dizia. Ela revirou os olhos e o mandou calar a boca parecendo irritada. Mas um pequeno sorriso surgiu quando ele bateu seu ombro no dela para provocá-la. De repente os olhos de ambos se encontraram e riso alegre se desfazia. Os olhos dele viajando para os lábios dela que fazia o mesmo.

Senti um nó formando-se na garganta quando notei a cabeça dele parecendo inclinar em direção a ela. Para decepção dele, ela virou o rosto e se afastou dele, dizendo que precisava de outra caixa. Ele assentiu timidamente parecendo atordoado. Por um segundo os olhos dela esbarram nos meus. Sorri sem jeito, me sentindo estúpida por estar espionando-os descaradamente. Acenei para ela que para minha surpresa não retribuiu... Nem o aceno, muito menos o sorriso. Havia algo em seu olhar que a fez encolher internamente. Desviei meus olhos para blusa e agradeci por meu cabelo ser longo e cobrir minha face que com toda certeza estava vermelha de vergonha.

— Elena... Você precisa parar — Bonnie avisou.

— Do que esta falando?

Ela suspirou alto, balançando a cabeça. Automaticamente me senti um lixo. Bonnie tinha aquele dom de dizer o que pensava sem precisar abrir a boca. E naquele momento seus olhos diziam tudo que ela procurava ignorar. Bonnie colocou a blusa que eu dobrei no lugar correto e ergueu a cabeça olhando para Caroline que pegava outra caixa. Meus olhos vagaram ate ele que correu para ajudá-la.

— Bonnie... Você acha que ela...

— Sim, Elena. Ela gosta dele. Ela pode tentar negar e disfarçar o quanto quiser, mas ela gosta dele.

Assenti com tristeza me odiando por fazer uma pergunta tão estúpida e indevida. Bonnie apertou meu ombro e sorriu com pesar.

— Elena. Eu sei que você se sente atraída pelo Salvatore...

— Eu não!

— Lena, você não precisa mentir pra mim... Ou para si mesma.

Suspirei em derrota voltando meus olhos para ele que mantinha seus olhos em uma blusa, mas sorria de lado parecendo divertisse com lado mandão de Caroline

— Eu sei que parece difícil agora, mas você precisa...

— Esquecer ele. Afinal, ele gosta dela.

— Isso também. Mas o mais importante você sempre parece esquecer — retrucou com voz dura — Matt. Você parece se esquecer que ainda está com ele.

— Eu não me esqueci dele — protestei odiando o julgamento na sua voz

— Não é o que parece Lena. E si quer saber, até ele já percebeu como você olha para Stefan. Será que não percebe o quanto esta machucando ele.

— Eu... Eu não quis...

— Eu sei que não. Mas isso não muda nada. Seja honesta consigo mesma e... Termine com ele.

— O que? — indaguei chocada

— Termine com ele, Lena. Se você não o ama como ele merece. Não o engane! Termine e faça o que tem que fazer. Mas faça sem machucar ninguém.

Ela suspirou e olhou para Caroline que olhava para Stefan revirando os olhos antes de afastar-se com sorriso brincalhão nos lábios.

Abri a boca pronta para protestar, mas Bonnie balançou a cabeça em negação e se afastou antes que eu pudesse dizer qual errada ela estava. Eu nunca seria capaz de machucar Matt... Ou Caroline. Afirmei para mim mesma enquanto olhava para ele que pela primeira vez naquele dia olhou para mim e acenou com a cabeça antes de voltar toda sua atenção para minha amiga que sorridente entregou lhe outra caixa. Os dois perderam-se em seu próprio mundinho partícula, mundinho que eu me odiei por invejar e querer fazer parte.

 

Caroline

Tive que esperar Stefan ir embora, depois de uma ligação que pareceu perturbá-lo para me aproximar de Vicki. Ela estava sentada numa cadeira olhando para chão. Matt que deu um sorriso cansado quando me aproximei, ele olhou na direção de Elena parecendo entristecido. Acenei com a cabeça que ele fosse atrás dela. Sentei-me ao lado de Vicki que suspirou irritada, cruzou os braços e começou a balançar a perna parecendo inquieta.

— Cai fora! — ela ordenou — Não precisa ficar de babá, só porque meu irmão pediu.

— Eu não vim ficar de babá. É acho que você esta muito crescida para precisar de uma – ela revirou os olhos e deu sorriso torto olhando para o irmão que estava em frente à mesa de Elena.

— Anda, pergunta.

— Perguntar o que?

— Pergunta como foi o ataque e todo resto, não foi para isso que se aproximou?

— Você realmente tem mania de perseguição não tem? – perguntei irritada. Vicky  conseguia me tirar do sério, sempre rebatendo e desconfiando de todos, era chato — Caso tenha se esquecido eu estava lá. Não preciso saber de mais nada.

— Ah sim... Você estava — ela murmurou parecendo ter se esquecido disso. Ela deixou os olhos vagarem para chão novamente antes de olhar de esguelha para mim — Si está esperando um...

— Agradecimento — completei — De você? — ri

Ela revirou os olhos mais sorriu de lado.

— Vai ficar querendo mesmo — ela resmungou, mas seu tom não era azedo como sempre. Suspirei e dei ombros. Apoiei meu cotovelo na perna e apoiei meu queixo na mão, olhando entediada para as pessoas até notar Carol Lockwood logo ao lado.

— Mas então, você está melhor?

— Obvio, não está vendo como eu estou ótima.

— Eu me referi a alucinações, dizem que você estava tendo várias com...

— Não eram alucinações! – cortou irritada

— Ah qual é Vicky, vampiros, mesmo?

— Eu sabia que você ia zombar como todos os outros – ela se levantou, mas corri e segurei seu braço a tempo.

— Espera!

— Me solta, garota!

— Eu solto... Si me contar exatamente o que aconteceu.

— Como se fosse acreditar.

— Eu tenho a mente aberta Vicki. Me conta exatamente o que aconteceu.

— Por que está tão interessada nas minhas “alucinações”? — inquiriu ela fazendo aspas com as mãos

Puxei seu braço afastando-a dos outros, mas percebendo o pescoço de Carol se esticar em nossa direção. Aproximei-me do ouvido de Vicki e sussurrei

— Porque eu acredito em você.

— Ah tá — ela zombou revirando os olhos, pronta para sair

— Eu acho que o que atacou você, tentou me atacar também... Pouco antes de eu achar você naquele dia.

Ela parou de costas e se virou lentamente me olhando com olhos arregalados

— Eu não contei pra ninguém... Porque achariam que... Eu enlouqueci, ou usei algum tipo de droga — ela arqueou a sobrancelha ofendida — Sem ofensa!

— Obrigada por isso, alias. — dei ombros em resposta.

Ela se virou para ir embora, mas parou e se virou novamente. Olhou envolta para ter certeza que o irmão não estava perto, deu dois passos para mais perto de mim.

— O que exatamente você viu?

Sorri satisfeita e puxei seu braço levando para o lado de fora. Vicky não protestou quando sugeri uma pausa no Grill. Acenei para Matt, apontando para fora e ele acenou mecanimante enquanto continuava a escutar Elena. Enquanto arrastava Vicky notei um par de olhos sobre mim. Mas um arrepio que percorreu minha espinha me deixou em alerta. Olhei para os lados e estremeci quando constatei que não era Carol.

— O que foi? — Vicki perguntou confusa olhando para os lados.

— Eu... Senti como se... Deixa pra lá. Vamos para Grill e lá te conto tudo.

Ela franziu a testa confusa e olhou para os lados não muito convencida, mas mesmo assim me seguiu. Segui com ela para Grill, não conseguindo espantar a sensação de estar sendo observada.

(...)

Vicky tinha acreditado em mim quando contei do possível vampiro que me atacou. Demorou alguns minutos parecendo decidir se contaria ou não, o que aconteceu com ela. Por fim, ela apertou as mãos nervosamente enquanto contava de maneira confusa e nebulosa como um homem com rosto demoníaco a atacou.

Os olhos eram negros e os dentes afiados. Ele correu para Colin e enfiou as presas afiadas em seu pescoço. Ela gritou e tentou fugir, mas ele foi mais rápido.

Sentindo-se nauseada demais para qualquer coisa que não dormir por um dia inteiro. Deixei Vicky com Matt que agradeceu por fazer companhia a sua irmã. Ele me perguntou se ela voltou a falar sobre as alucinações e menti dizendo que não e que ela parecia melhor. O que era uma grande mentira, Vicky  estava mais perturbada que antes, se é que era possível. Sai do Grill, fechou os botões da blusa, estremecendo com vento gelado. Inclinou a cabeça e olhou para céu sentindo uma garoa fina começando a cair. Peguei o celular e verifiquei  as horas e me assusteu quando notei as horas. Tinha que voltar logo para casa, antes que minha  mãe voltasse. Sabia que ela surtaria de novo. Comecei a andar mais rápido, procurando um ponto de táxi, enquanto amaldiçoava o seguro correr tão lento para liberar seu carro. Senti o celular vibrando no bolso e suspirei quando li  a mensagem da minha  mãe perguntando onde eu estava. Apressei o passo na rua, mas pareu quando senti uma presença atrás de mim. Olhou para trás, mas nada encontrei.

Coloquei o celular no bolso e voltei a andar. Fazendo seu melhor para se acalmar e convencer a si mesma que não era nada. Mas os pêlos a arrepiados em na nuca avisavam que meu coração disparado dizia o contrario. Estava olhando para os lados, pronta para atravessar quando sentiu um assopro em sua nunca. Fecheu os olhos e prendeu a respiração.

Por um milésimo de segundo pensei no relato de Vicky e na minha  mentira. Tentei acreditar que era apenas meu subconsciente pregando peças, um castigo por mentir para Vicky depois de colocá-la em perigo. Mas  sabia que não era imaginação. A adrenalina correndo por suas veias era muito familiar. Era mesma sensação que muitas vezes a salvou do perigo quando os Outros a perseguiam.

Virei lentamente com a respiração presa. Mas soltou ar aliviada quando não encontrou ninguém. Ri  e balancei a cabeça para si mesma, mas meu sorriso congelou assim como todo sangue corrente em suas veias quando esbarrou em algo duro.  Mantive os olhos fechados por um segundo antes de reunir coragem para abrir os olhos e encarar a pessoa que segurava meus ombros impedindo-a de cair. Meu rosto congelou em uma expressão de horror completo quando encarou aqueles olhos azuis diabólicos. Os mesmos olhos que foram responsáveis por trazer o inferno na sua vida.

— Opa! Cuidado — avisou. Sorrindo, ostentando seus dentes perolados e afiados — Você podia acabar si machucado. E seria uma pena...

Ele deslizou as mãos dos meus ombros para pescoço e logo em seguida para meu rosto.

— Se algo ruim acontecesse com um rosto tão bonito.

Demorei alguns segundos para conseguir despertar e quebrar o contado com aqueles olhos malignos que me hipnotizaram. Por um segundo, voltei no passado e me vi ingênua e frágil sendo seduzidas por palavras bobas que desejava ouvir, para logo em seguida ser usada como bolsa de sangue e uma manobra para atingir Stefan.

Pisquei com força, forçando ao meu cérebro a lembrar que apesar do meu estado frágil de humana, eu não era mais uma adolescente ingênua que se deixaria ser usada como objeto dos jogos sádicos de Damon. Retirei suas mãos com tapa, afastando-as do meu rosto. Ele arregalou os olhos parecendo surpreso. Decidi não esperar para ver sua reação, atravessei a rua sem olhar para trás e tentei correr para uma área movimentada.

Mas não fui rápida suficiente, senti um aperto no meu ombro. Virei a contragosto e o encontrei com a sobrancelha arqueada e sorrisinho insolente nos lábios. Ele tirou as mãos quando notou meus olhos o fuzilando.

— Tire as mãos de mim! — ordenei entre dentes. Ele levantou as mãos e rendição e deu um passo para trás rindo

— Uou, Okay! — ele riu — Retirei, não precisa ficar nervosinha.

Mordi a língua para conter o desejo de respondê-lo e mandá-lo para o inferno como ele merecia. Respirei fundo e me virei para ir, mas ele se colocou na minha frente me bloqueando. Tentei sair pela esquerda, mas ele me bloqueou indo para esquerda.

Mordi o lábio para conter o desejo de xingá-lo. Mesmo que meu sangue estivesse fervendo, sabia que não podia fazer nada contra ele. Irritá-lo sempre era pior. Respirei fundo antes de erguer a cabeça e encará-lo. Forcei um sorriso, e andei para direita, mas ele continuou com aquele jogo estúpido.

— Você podia me dar licença? — pedi com dentes cerrados. Ele sorriu largamente e ficou de lado, estendendo a mão para direita. Sorri e acenei com a cabeça e passei por ele o mais rápido possível. Soltei um suspiro aliviado, quando passei por ele, mas a minha felicidade derreteu quando ele agarrou meu braço.

— O que você quer? — gritei irritada.

— Calminha! — ele riu, mas não soltou meu braço — Eu queria uma ajudinha sua.

Retirei meu braço e forcei um sorriso amarelo para ele.

— É uma pena que não posso te ajudar.

— Ei — ele se colocou na minha frente — Não seja mal educada, doçura.

Ele apertou meu queixo e virei o rosto de imediato.

— Arg! Doçura, sério? — revirei os olhos para ele que riu.

— Okay é realmente um apelido ridículo e não tem muito a ver com você, não é mesmo?

— Diz logo o que quer, e me poupe de ouvir suas cantadinhas e apelidos ruins, por favor!

— Hummm — ele riu e colocou a mão no queixo com aquele sorrisinho insuportável que aprendi a odiar com passar dos anos. Ele me rodeou, parecendo me analisar — Esquentadinha!

— E o que?

— Ou prefere apimentada? Aposto que você deve ser uma cheerleaders, deve adorar aquele filme — o fuzilei com os olhos, sentindo todo meu sangue fervendo. Ele gargalhou e apertou meu queixo — Calma loira! Por acaso não tem nem um pouquinho de senso de humor?

— Com você, acho que não!

— Ow, isso doeu!

— Ótimo, espero que tenha mesmo. Agora si me der licença tenho mais o que fazer — ele segurou meu pulso com força.

Olhou-me diretamente nos olhos e seu sorriso zombeteiro se desfez. Engoli seco, sentindo todo meu corpo tremer. Ele estava com a boca aberta, pronto para me compelir quando escutei alguém gritar meu nome. Virei à cabeça e encontrei Matt do outro lado acenando para mim. Acho que o  terror no meu rosto foi tanto que ele franziu a testa e o sorriso no rosto dele desvaneceu. Ele olhou para ambos os lados antes de atravessar a rua e chegar até mim.

— Care, está tudo bem? — indagou ele encarando Damon, que olhou para ele de um jeito estranho.

Desconfiei que ele já conhecesse Matt, ou pelo menos,  já soubesse que ele era namorado de Elena. Estremeci de imediato, me amaldiçoando por atraí-lo direto para boca do leão.

— Sim, está — menti.

Matt não mordeu a isca, continuou a encarar Damon desconfiado, desviou os olhos dele para mim e seus olhos se fixaram nas mãos de Damon em meu braço.

— Esse cara tá incomodando? — inquiriu ele dando mais um passo em direção a Damon que sorriu. Aquele sorriso diabólico cheio intenções ruins. Sabia que precisa tirar Matt dali, antes que Damon o machucasse, e tirasse mais um obstáculo até Elena.

— Não, ele não está. Ele... só... Estava me pedindo uma informação — gaguejei. Damon desviou os olhos de águia de Matt para mim e franziu a testa, mas não escondendo um sorrisinho

— Era exatamente isso — apontou ele ostentando um sorriso cheio de dentes.

Matt alternou seus olhos de safira entre nos dois parecendo decidir se acreditava, ou não em nossa mentira. Por fim respirou fundo e deu um ultimo olhar semicerrado a Damon.

— Okay — anuiu ele — Já tem a informação que queria, ou não?

— Infelizmente não, fui interrompido antes que pudesse si quer perguntar — cantarolou Damon com dentes cerrados

— O que quer saber? —indaguei, impedindo que Matt dissesse mais alguma coisa.

— Queria saber onde eu poderia encontrar um parente meu... Mas deixa para lá. Duvido que vocês o conheçam.

— Diga quem é talvez eu conheça — Matt sugeriu, ainda mantendo o tom sério

— Zach  Salvatore.

Matt desviou os olhos dos dele para mim e arqueou a sobrancelha desconfiado.

— Eu o vi agora pouco no Grill, se correr vai alcançá-lo — avisou Matt apontando para final da rua.

Damon apenas anuiu com a cabeça para Matt e se voltou para mim me dando uma piscadela.

— Obrigada pela ajuda, Loira — ele começou a andar e colocou as mãos no bolso de sua jaqueta, olhou para trás e gritou quando já estava a uns dez passos de nós – Nós nos vemos por ai.

Um arrepio percorreu todo meu corpo de imediato. Aquilo não soou como um simples aviso e sim como uma ameaça. Matt chamou meu nome umas duas vezes até que conseguisse reagir de novo.

— Você tem certeza que aquele cara não estava incomodando você?

— Añ, claro que sim! – menti, forçando um sorriso

— Você o conhecia? – neguei com a cabeça e ele novamente arqueou a sobrancelha em descrença — Ele estava atrás do Zacary, ele não é tio do seu amigo?

— Hum, sim. Eu acho que é — murmurei e ele assentiu com a cabeça e voltou seus olhos na direção que Damon tinha saído.

— Vem, eu te acompanho até em casa.

— Matt, não precisa...

— Care, eu insisto. Essa cidade anda... Perigosa demais — disse ele em voz baixa, dando um ultimo olhar para trás, quando voltou-se para mim sorriu — E além do mais, eu preciso conversar com alguém agora.

Concordei com a cabeça e sorri agradecida pela preocupação dele. Andamos devagar até onde carro dele estava estacionado e durante o percurso até o carro dele. Tentei engolir o pânico e raciocinar. Minhas mãos estavam tremulas e meu coração ainda sentia o efeito do encontro com Damon. Stefan cruzou meus pensamentos novamente, lembrei da ligação que ele recebera e como suas feições sorridentes se desmancharam. Talvez ele já soubesse que o irmão estava de volta e que traria o caos com ele para conseguir Katherine de volta.

— Mas então, o que quer conversar? — inquiri distraidamente — E sobre sua irmã?

— Também – ele anuiu com a cabeça, mas seus olhos si mantiveram no chão — Mas também é sobre Elena.

— Você quer conversar sobre Elena, comigo? — perguntei, estanhando aquilo. Ele sorriu de lado e assentiu dando ombros.

— Eu sei que nos dois não costumamos conversar... Mas é que... Eu queria conversar com alguém que... Eu não sei como explicar. Eu só... vi você com a minha irmã hoje no Grill e você foi a única além de Peter que conseguiu fazê-la falar sem uma torrente de gritos e xingamentos. Daí, eu pensei em você de novo quando...

— Queria conversar sobre Elena – completei e ele assentiu. – Tudo bem, si eu puder ajudar em alguma coisa. Coisa que desde já aviso que improvável! – ele riu

— Não tem importância, eu acho que só preciso... Conversar com alguém.

Concordei com a cabeça e entrei no carro. Tentei concentrar em escutar Matt, mas confesso que toda minha atenção e medo si encontrava em moreno dos olhos azuis que podia destruir todo o meu plano.


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Notas finais do capítulo

Entonces, o que acharam?
Damon finalmente chegou, o tal do diabo dentro. Falar nisso sorry pelo titulo horrível, tava sem inspiração e ficaria mais bonito em Inglês, porém não dava :P E olhando bem o Damon, até que faz sentido né. Mas foi inspirado em uma musica do Digital Daggers. Si alguém aqui curte PLL, vai entender a referência ;) E é mais sobre diabo que ele vai despertar nas pessoas, como Caroline, por exemplo ;)
A quem lê, muito obrigada, mesmo os que só acompanham. Sem que as vezes dá uma puta preguiça de comentar, ou vergonha, ou acha uma droga mesmo que não vale a pena o tempo. A tia aqui não vai ficar com raiva si exporem suas opiniões seja ela qual for. Mas se um dia sentirem voltade de comentar e me dizer o que gostaram, ou o que gostariam que mudasse pode falar comigo sem medo que tia não morde, tá! Tem TT e TB no meu perfil, pode me caçar lá si quiserem
No próximo teremos um reencontro esperado, Defan is coming :)
Killer Froxxt já vou ler seu comentario, vi agorinha tá. E brigada de novo, ganhei meu dia ;)
XOXO