Make a Wish (Revisando) escrita por allurye


Capítulo 12
Chapter - XII Losing My Mind


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, outro capítulo.
Espero que gostem e perdoe o titulo, estou meio sem imaginação pra isso hoje :P
Boa leitura!



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"Eu acordei, estava preso em um sonho. E você estava lá, estava rasgando tudo. E nós todos sabemos como fingir, baby. E nós todos sabemos o que fizemos." We Must Be Killers - Mikky Ekko

 

 CAROLINE

 

Corri para casa temendo olhar para traz e assim como no futuro não tão distante descobrir que ele me perseguia. Não demorei até chegar em casa e quando cheguei me atrapalhei com droga da chave pois minhas mãos tremiam. Quando finalmente entrei, fui direto para cozinha pegando um copo d’água e entornando em seguida. Fechei os olhos e tentei controlar minha respiração, tentando conter a onda de adrenalina que corria sobe minhas veias.

Enquanto tentava em vão me acalmar, minha mãe surgiu na cozinha com expressão zangada, mas logo mudou quando notou meu estado. Ela correu até mim agarrando meu rosto e verificando minha temperatura. Sua boca se movia, mas não conseguia escutar nada. Ouvia zumbido irritante nos ouvidos, sentia o chão se movendo como se estivesse num carrossel e de repente a dor na cabeça voltou. Uma pontada aguda na testa, a dor foi tão intensa que fechei os olhos e não muito tempo depois perdi a consciência.

 

(…)

2019 

 

Eu podia escutá-lo me chamando.

Caroline — ele dizia.

Era inevitável não lembrar da forma como seu nome soava, como rolava em sua língua. Ele costumava dizer meu nome pausadamente, como se saboreando cada sílaba. Ele dizia que meu nome era sua oração antes de me beijar ternamente nós olhos e encostar a testa na minha, sentindo sua respiração dançando contra seus lábios

Outra vez ele chama por mim, chegando cada vez mais perto. Meu corpo inteiro treme, as lágrimas queimavam meu olhos, sentia o terror começando a crescer  enquanto ele cantarolava.

Ca-ro-line, não se esconda de mim”

Paralisada pelo medo, tentei levantar e correr, mas o medo de dar um passo em falso e o atrai-lo era demais. Continuei escondida atrás de uma árvore, prendendo a respiração com os olhos fechados, fazendo uma oração silenciosa enquanto sua voz ressoava.

De repente ele parou. O som dos passos cessaram,  abri os olhos temerosa e olhei para os lados e aliviada e respirei quando não o avistei em lugar nenhum. Olhei em volta calculando para onde ir a seguir. Sonhando com uma noite tranquila em algum lugar longe dele. Me levantei me sentindo fraca e faminta, tinha que me afastar o suficiente para poder caçar, se não dessecaria em vida como os vampiros da tumba. Andando devagar, olhando para trás a todo momento, temendo qualquer barulho por menor que fosse. Estava a dez passos longe da árvore amiga que me escondeu, quando  encontrei um coelho morto. Uma poça de sangue envolta no pequeno coelho cinzento. Meu coração disparou, minhas veias surgiram e as pressas vieram em seguida. Sem conseguir conter a sede, corri até ele, sugando todo sangue que ainda restava. Naquele momento, não me perguntei porque o sangue estava quente. Não prestei atenção a minha volta, porque tudo o que sentia era sede.

Quando terminei de drená-lo, gemi de alívio e satisfação. Estava limpando o sangue dos lábios com as costas da mão, quando senti uma presença atrás de mim. Olhei para trás e nada encontrei. Levantei em alerta, olhando para todos os lados, com coração disparando. E de repente sem aviso prévio escutei um rosnado.

Quando olhei para trás encontrei um desconhecido com olhos vermelhos que olhava como se eu fosse um pedaço de carne. Dei um passo para trás, tentando encontrar um pedaço de madeira. Em outro momento poderia lidar facilmente com um Deles, mas ainda estava fraca e o pouco sangue do coelho em nada adiantaria.

O homem avançou até mim num piscar de olhos, jogando-a contra o chão com violência. Senti o ar sumindo de meus pulmões. Ele se colocou em cima de mim e  segurei seu ombro tentando afastá-lo, mas ele era mais forte e tentava em vão mordê-la. Lembrei que Damon desconfiava que Enzo tinha se tornando um deles pela mordida. Um vampiro que não era mais um vampiro. Era um zumbi sedento por sangue, qualquer um que fosse.  Não tive muito tempo para descobrir se foi mesmo isso que o transformou num monstro como Elena.

Chutei e o empurrei  tentando em vão arrancar meu coração, mais ele continuava a tentar fazer o mesmo com comigo. E num momento de distração ouvindo passos novamente virei a cabeça para o lado, e nesse momento  ele se aproveitou. Enfiou a mão em meu peito, um grito silêncio escapou de seus lábios.

Aquele seria meu fim... Se não fosse por ele.

Quando a dor sumiu  fechei os olhos, esperando pelo pior. Esperando abrir os olhos e deparar com espaço negro, o nada. Mas quando o fiz me deparei com corpo do homem deitado sobre mim e agora não tinha mais uma cabeça sobre os ombros. O sangue quente e pegajoso respingava em meu rosto, tornando a visão turva e vermelha. Alguém retirou o corpo e pude respirar aliviada por um segundo, até reconhecer meu salvador.

Essa foi por pouco Caroline, você tem que tomar mais cuidado — Stefan reprendeu-me e sorrindo. Aquele sorriso frio e sem emoção — Ele estava prestes a arrancar seu coração. E nós dois sabemos que quem vai fazer isso sou eu. Ele pertence a mim, você me deu, se lembra?

Como eu poderia esquecer? O maior erro a gente nunca esquece — rebati. Me levantei com rapidez, prestes a correr, mas ele era mais rápido… Ele sempre era.

Prensou-me contra uma árvore e minhas costas doeram com impacto. Fechei os olhos e respirei fundo enquanto ele encostava testa na minha roçando os lábios nós meus. Ele beijou-me mais não correspondi. Me sentia entorpecida demais para si quer empurrá-lo para longe. Ele pareceu não gostar da minha recusa.

Sempre bancando a difícil — ele riu sem humor — O que é Caroline? Tem repulsa de mim agora, você me odeia?

O que você acha?

Eu acho — ele enrolou um cacho meu com seu dedo indicador e sorriu — Que a linha entre o amor é ódio e tênue.

Por que  mesmo ainda estou viva?

O que?

Por que não me matou Stefan? Por que não trouxe seu irmão de volta com maldita pedra. Por que resolveu me perseguir…

Quem disse que não vou matar você?

Ninguém, não é preciso. Se fosse já o teria feito. Ou será que seu lado perverso corajoso só aflora ao lado daquela cadela?

Não me tente Caroline — avisou — Eu ainda quero me divertir com você, antes de…

Arrancar meu coração — completei com desdém — Então o faça de uma vez! Eu não vou desligar a humanidade e me unir a você. Aliás por que quer tanto isso hein? Por que faz tanta questão de me ter ao seu lado? Será que não consegue fazer o desejo sozinho, tem medo que eu esteja certa, não é?

Cala à boca — ordenou apertando meu pescoço.

Por um segundo vislumbrei seu olhar quebrado e desesperado. As emoções flautavam em seus olhos. Ele soltou-me e cai no chão respirando fundo e ainda mantendo os olhos nele que agora encara o chão com olhar perdido.

Você tem medo que ele volte como ela! Somente um monstro, apenas uma casca do que seu irmão foi. Você ainda não me matou porque no fundo quer que alguém o empesa, você sabe que não há mais volta para Damon… Elena, Bonnie ou Matt. Tudo acabou. E só restamos nós dois.

Eu… preciso de você — ele sussurrou — Eu não posso… Não consigo fazer isso sozinho Caroline.

Ele se ajoelhou ficando na minha altura, lágrimas fluíam de seus olhos e quando ele me encarou. Perdi a fala. Queria afastá-lo… tinha medo que fosse mais um truque e que ele estivesse me enganando. Mas seus soluços ficaram mais altos e ele encostou sua cabeça na minha. Minha mão segurou suas costas e quando dei por mim o abraçava também.

Eu não posso fazer isso sem você — ele sussurrou entre soluços — Eu estou enlouquecendo Caroline…. Eu preciso de você.

Enquanto ele chorava nós meus braços, minhas mãos o acariciava. Enquanto ele implorava por ajuda, minha mão rastejou até o bolso de sua jaqueta pegando a maldita pedra. Ele permaneceu quebrado, chorando pela primeira vez a morte do irmão. Orei aos céus, qualquer deus que pudesse me escutar que ele se conformasse, que aceitasse que Damon Salvatore e todos que um dia conhecemos estavam mortos. Mas eu o conhecia bem demais para saber, que ele nunca desistiria do irmão.

(…)

Quando recobrei os sentidos minha mãe estava ao meu lado com celular na mão prestes a ligar para hospital.

— Mãe chamei. Ela arregalou os olhos surpresa e notei qual avermelhados eles eram. Me odiei por deixá-la mais preocupada. Ela correu até mim se sentando ao meu lado medindo minha temperatura — Não precisa chamar o médico mãe, eu estou bem

— Bem? Você desmaiou Caroline — ela colocou a mão na minha testa e suspirou — É ainda está febril. Pode ser alguma sequela do acidente...

— Isso é impossível mãe — afirmei. Lembrando que fiquei bem por 24 horas. O sangue de vampiro impediu que assim como na minha morte original eu morresse com algum edema ou coisa do tipo.

— Mesmo assim é melhor irmos ao médico e fazer alguns exames — ela fez menção de levantar-se mais segurei sua mão.

Ela franziu a testa e abriu a boca para protestar, mas seus olhos azuis arregalaram-se. Notei que estava chorando, no começo um choro silêncio que transformou-se em uma torrente de soluços e gemidos. Aquela era primeira vez que chorava em muito tempo. E mesmo chorando um rio, ainda sentia que dentro de mim ainda restava uma represa.

— Por favor, mãe… Fica – pedi ela assentiu se sentando ao meu lado.

Deitei a cabeça em seu colo e chorei, sentindo suas mãos acariciarem meu cabelo… Enquanto ela sussurrava que tudo ficaria bem.

A mesma mentira que eu disse a ele.

Adormeci logo em seguida e dei graças aos céus por ser um sono sem sonho. Quando olhei para lado encontrei minha mãe adormecida ao meu lado. Ainda estava escuro lá fora. Tentei fechar os olhos e assim como era quando criança deixar que  o calor da minha mãe me fizesse me sentir  protegida.

Mas não consegui, meus olhos não queriam se fechar.  O sono tinha fugido de mim.  Levantei com cuidado para ir para o banheiro, retirei a roupa não me importando em dobrá-las e colocas no sexto. Abri o chuveiro e deixei a água escaldante lavar meu corpo, minha alma. Esperando que a pequena dor que água quente provocava, anulasse aquela dor dentro de mim.

Enquanto a água quente escorria sobre meu corpo não podia deixar de me perguntar se as coisas seriam diferentes, se houvesse lhe dado uma chance. Se eu tivesse confiado nele, será que poderia evitar que ele enlouquecesse?

Terminei o banho e fiz o meu melhor para parar de pensar nele. Vesti uma roupa confortável, moletom e pantufa. Não pretendendo pisar os pés fora de casa. E daí que tinha uma missão esperando por mim lá fora. Não conseguia me importar menos com destino quando ele insistia em brincar comigo. Usar-me de marionete para me auto-destruir, não importa se no futuro ou no passado. Estava começando a me dar conta que aquilo não foi uma chance, não era um milagre em minhas mãos.

Voltar no tempo e reencontrá-lo era minha punição. Eu estava perdendo minha mente e em pouco tempo me tornaria como ele. Desci para cozinha e preparei panquecas, tentando ocupar minha cabeça. Mas nada funcionava. Uma torrente de lembranças com Lizzie, Josie, Alaric e Stefan insistiam em surgir.

O riso alegre de ambas enquanto fazia carinhas sorridentes com chantili. Alaric cantarolando ao meu lado enquanto prepara a lancheira das meninas. Era uma família de margarina. Perfeita como a que nunca tive.

A vida que foi roubada de mim, era tão ou mais perfeita do que eu imaginava. Mas era apenas um sonho, uma ilusão. Elas não eram realmente minhas filhas e o pai dela não era o homem que eu amava. Bebês surgiram dentro de mim sem que eu pudesse escolher se as queria ou não. E sem que pudesse controlar a situação me peguei presa a elas. Deixada sozinha por ele que prometeu voltar, que prometeu que nada aconteceria comigo. 

Mas aconteceu.

Caroline Forbes, a garota cheia de sonhos que planejava a eternidade ao lado de Stefan Salvatore, morreu. No lugar dela nasceu uma mãe.

Uma que estava disposta a casar-se com alguém,  apenas para manter as aparências.

Tudo, porque ele a deixou.

E mais uma vez a centelha de ódio, tornou-se uma chama. Uma chama que a consumia. Ele a deixou, destruiu e a matou. E sinceramente  não conseguia decidir pelo que o odiava mais.

Minha mãe surgiu bocejando no batente da porta. Ela olhou para mesa com panquecas, frutas e cereais com testa franzida.

— De onde surgiu isso? — sorri em resposta, colocando outra rodada de panquecas no prato. Ela sentou-se a mesa, ainda sonolenta. Esfregou os olhos olhando para panquecas como se fosse algum bicho de sete cabeças.

— Anda,  experimente! Não deve ser tão ruins quanto a suas – provoquei.

Ela revirou os olhos mais deu a primeira garfada e sua careta de medo se transformou num gemido de prazer. Ela sorriu me olhando com misto de surpresa e incredulidade

— Quando foi que apreendeu a cozinhar?

— Enquanto você esteve fora — expliquei.

O que não deixava de ser verdade. Seu sorriso se desmanchou e ela voltou a fitar o prato. Me sentei  ao lado dela e em silêncio tomamos café. Ela olhava furtivamente para mim, quem sabe reunindo coragem ou escolhendo a melhor maneira de perguntar. Olhei para minha mãe desejando poder contar toda verdade e nunca mais mentir para ela. Mas não podia.

— Caroline… Nós precisamos falar sobre..

— Ontem — completei — Eu sei.

— O que exatamente aconteceu… Ou melhor, o que está acontecendo com você ultimamente?

— Nada demais mãe… Acho que estava de TPM – menti, ela arqueou a sobrancelha em descrença.

— Ninguém chora daquele jeito por TPM, Caroline.

— Eu estava um pouquinho deprimida.

— É pela separação…

— Não! Quer dizer, isso também. Mas eu entendo o porque o Bill… E você se separaram. Eu sei que seria um inferno para vocês dois continuarem juntos apenas pelas aparências… Ou, por mim.

— Então si não é por isso e pelo quê?

— Eu reencontrei uma pessoa mãe. Alguém que... Me feriu muito no passado

— Quem é essa pessoa, e o que ela te fez?

— Ei, calminha Xerife! — ri — Foi só um ex-namorado. Não foi nada demais na verdade.

— O que ele fez?

— Ele… Me traiu – confessei. Ela suspirou e balançou a cabeça. Segurou minha mão apertando de leve

— Eu gostaria de poder dizer a você que essa é a última vez que você terá seu coração machucado. Mas eu estaria mentindo. Eu queria poder tirar essa dor de você…

— Mas não pode.

— Não, não posso. O pior de ser mãe é isso. Ver os filhos crescerem, sair da barra da nossa saia e trilhar seu próprio caminho e se machucarem.

— Eu sei mãe — respirei fundo tentando conter as lágrimas. Querendo dizer que sabia exatamente como ela se sentia agora. — Mas chega de falar sobre isso. Você deve estar atrasada para trabalho.

— É impressão minha, ou você está querendo se livrar de mim?

— Impressão sua mãe — lhe dei língua — Por mim você tirava uma folga, aliás  quando foi a última vez que você tirou uma?

— Sabe que eu nem me lembro mais — ela deu ombros — O Julius já ligou aqui não é?

— Quatro vezes! Aquela mala não se vira sem você. 

— Ele não é tão ruim filha… Só um pouquinho... 

— Preguiçoso — completei, ela maneou cabeça sorrindo.

Colocou o prato na pia e se aproximou de mim verificando minha testa. Quando se convenceu que estava bem, beijou-me na testa e subiu para quarto para tomar um banho.

Não muito tempo depois ela foi para trabalho. E eu fiquei sozinha em casa, mais precisamente vegetando no sofá o dia inteiro. Me sentindo exausta física e emocionalmente.

Fiquei assistindo programas velhos, vendo reprises de I love Lucy, tentando em vão me distrair. Acabei adormecendo no sofá e só acordei com som da campainha. Quando levantei gemi de dor no pescoço, acabei dando jeito nele por ter dormindo feito a menina do exorcista.

Enquanto bocejava e me espreguiçava não me atinei que poderia ser ele. Foi somente quando coloquei a mão na maçaneta que meu cérebro despertou. Queria dar meia volta e fingir que não estava em casa, mas a altura da televisão me denunciaria. Abri a porta devagar e somente uma fresta. Respirei aliviada quando encontrei Elena e Bonnie na porta. Cheias de sacolas coloridas e sorridentes

— Até que enfim! Pensei que tinha se esquecido.

— Me esquecido de que? — inquiri abrindo espaço para que elas entrassem. Bonnie gemeu de frio e se apressou para descalçar os sapatos e pegar uma pantufa confortável na sacola.

— Da nossa festinha do pijama – explicou Elena correndo para cozinha com pote de sorvete.

— A Elena me contou que ia preparar uma para você…

— Ah... Sim. Eu lembro — acenei com cabeça. Observando-as colocarem algumas almofadas no chão e se sentaram no chão.

— Eu trouxe várias opções para você escolher, tem de Clueless, The Breakfast Club e Mean Girls!

— Acho que pode ser qualquer um — dei ombros me jogando no sofá. Bonnie e Elena se entreolharam surpresas — O que é? Por que esse olhar?

— Nada — disseram uníssono. Bonnie escolheu Mean Girls, enquanto assistíamos ao filme Elena pediu pipoca.

Bonnie foi comigo até a cozinha me ajudar. Elena ficou na sala preparando esmaltes e máscaras para passar no rosto. Bonnie ficava me olhando com os cantos dos olhos tentando puxar assunto. Mas eu respondia no piloto automático ou me distraia. 

— Care… Você está bem?

— Añ… O que disse?

— Perguntei se você está bem? Está parecendo um pouquinho distraída.

— Não é nada. Eu só não dormi direito hoje — menti e forcei um sorriso. Enquanto abria o micro-ondas e colocava as pipocas numa bacia.

— Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

— Eu sei, Bonnie — sorri — Mas não há nada pra contar, nada acontecendo.

— Ah não? Tem certeza que não tem nenhum motivo pra você estar em outro planeta? Quem sabe um motivo alto de olhos verdes.. Ou quem sabe seria um moreno de olhos escuros que é muito, chato e convencido...

— O que… Tyler?  — ela assentiu — Não! Tyler e eu não temos nada.

— Humm – ela concordou com a cabeça e jogou uma pipoca para dentro da boca. Depois de mastigar semicerrou os olhos e apontou o dedo para mim.

— Então eliminamos o Lockwood. O que só nós deixa com Salvatore misterioso! É nele que você está pensando?

— Não! — neguei com a cabeça. Ela arqueou a sobrancelha em descrença e bufei irritada — Não, eu não estou pensando nele.

— Okay, me enganada que eu gosto — ela piscou. Pegando a bacia com pipoca e seguindo para sala.

— Ei, eu estou falando sério! — ralhei. Ela deu ombros

— Se você diz - concordou dando ombros

— Diz o que? — Elena inquiriu sentando-se no meio, enchendo a boca de pipoca.

— Sobre o gato misterioso do Salvatore.

— Oh sim! — Elena assentiu e seu sorriso se alargou. O que me incomodou um pouquinho — É ai você não contou como vocês se conheceram?

— Foi… Por aí. 

— Por ai a onde exatamente? Deixa de ser tão vaga — Bonnie reclamou — Vocês pareciam estar tendo um bom tempo — ela piscou maliciosamente pra mim e revirei os olhos para ela.

— É… Vocês pareciam mesmo — Elena concordou e colocou mais pipoca na boca e como não respondi a pergunta perguntou ainda com os olhos fixos na televisão — Vocês estão saindo?

— Não… Eu só estava mostrando a cidade pra ele. Não é nada demais.

— Então você não esta afim dele? — Elena perguntou curiosa. Curiosa demais para meu gosto. Estava prestes a negar, quando minha língua tomou mente própria.

— Eu não sei — dei ombros — A gente acabou de se conhecer…

— Ou seja, tá enrolando de novo! — Bonnie ralhou – Você está afim dele sim, ou não?

— Talvez — rebati e ela riu alto.

— Mas é claro que sim, quem não ficaria afim… Ele é muito gato, gostoso…

— Bonnie! — censurei corando. Ela riu mais alto me jogando pipoca

— O que? Eu menti por acaso?

— Ele é bem interessante mesmo — Elena concordou, enrolando uma mecha do cabelo escorrido, olhando para televisão sem piscar

— Interessante não é como definiria aquele homem — Bonnie rebateu se abanando e Elena forçou um sorriso, desviando os olhos para chão — É agora vocês duas estão comprometidas e eu aqui chupando o dedo.

— Eu não estou comprometida!

— Por enquanto — ela zombou – Mas namorando ou não, pelo menos você tem um pretendente e não tenho ninguém — ela fez beicinho.

— Não tem porque não quer, Bonnie.

— Porque eu não quero? Não tem ninguém interessante naquele colégio.

— Ah… Tem alguns — Elena franziu a testa tentando lembrar-se de alguns. 

— Não, não tem. Os que valem a pena são gays, ou estão comprometidos — disse ela cutucando Elena na cintura – É você conseguiu o melhor partido da cidade.

— É… Sim.

— Olha eu até pegaria o Matt — Bonnie colocou a mão no queixo fingindo pensar. Elena arregalou os olhos surpresa — Se ele não fosse quase um irmão.

— É eu pensando que você diria que não ficaria com ele porque ele namora sua melhor amiga! — Elena jogou pipoca em Bonnie que riu, pegando-a e mastigando-a

— É por isso também. Mas o principal motivo e porque ele nem olharia para lado. Ele completamente apaixonado por você.

— É eu também… Gosto muito dele — afirmou desanimada.

Eu e Bonnie nós entreolhamos e suspiramos ao meu tempo. Elena sempre foi assim, sempre começava super-apaixonada e animada e com tempo ia perdendo o interesse. Pelo visto com Matt não seria diferente, me perguntei se esse desinteresse repentino não se devia ao novo alguém. Mas precisamente sua alma gêmea ter aparecido. Um nó se formou no meu estômago com esse pensamento.

— Por que o suspiro? — Elena perguntou com testa franzida.

— Nada! — Bonnie mentiu e quando Elena continuou a insistir e eu respondi por ela impaciente.

— Porque você pareceu tão animada ao falar do Matt — ironizei

— Mas eu estou animada! Eu gosto muito dele...

— É exatamente esse o ponto. Você gosta dele — Bonnie rebateu. Elena continuou com testa franzida em confusão e Bonnie suspirou exasperada — É ele te ama. Só gostar dele não é o suficiente, entende?

— Mas por quê  não? Eu e Matt nós damos bem. E estamos felizes

— Porque vocês estão juntos há um ano Elena e você só… Gosta dele — expliquei

— Matt é louco por você desde do oitavo ano.

— Na verdade e desde do sexto — corrigi me lembrando de um baile estúpido que fantasiei por semanas que ele me convidaria, mas e lógico que ele preferiu convidar Elena.

— Que seja — Bonnie deu ombros — O que realmente importa aqui é que ele ama você.... É você?

— Não o ama da mesma forma — completei por Elena que parecia que estava prestes a ter uma pane cerebral.

Bonnie me censurou com olhos e dei ombros e aumentei o volume da tevê preferindo focar em Regina George e ignorar a cara de taxo que Elena fazia. Provavelmente se dando conta que Bonnie e eu estávamos certas e que ela não queria mais o sabor de baunilha quando tinha um novo sabor mais atrativo, tipo chocolate!

Revirei os olhos odiando o sabor amargo surgindo na boca, quando me lembrava da troca de olhares entre eles, sentindo minhas entranhas se retorcerem. Eu sabia que Stefan e Elena eventualmente se apaixonariam… Afinal, era o destino deles. Mesmo que no futuro ele não ficassem juntos, eles teriam que se encontrar… Tudo culpa da maldição das duplicas. De todo jeito, isso seria o melhor. Stefan focado em manter Elena bem e feliz para não perdê-la para o irmão, me daria tempo e sossêgo para conseguir a pedra da lua e impedir Klaus de liberar sua maldição.

Tinha que arrumar um jeito de não somente manter os vampiros na tumba como dar fim a eles antes que pudessem pensar em sair. Olhei de relance para Bonnie olhando o colar em seu pescoço. Fazendo uma anotação mental. Destruir o maldito colar antes que Damon voltasse. Encostei a cabeça no sofá, fechando os olhos, sentindo minha cabeça latejar.

E acabei me perguntei se Yahto não estava apenas brincando comigo, punindo-a como puniu todos os outros, apenas usando uma forma diferente. Porque quanto mais o tempo passava, mas certeza eu tinha que estava perdendo minha sanidade. Estava entrando no mesmo barco que Stefan… Estava enlouquecendo.

 


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Notas finais do capítulo

Então gente, o que achararam do Flashword? O que acharam da escolha da Caroline? Vocês acham que ela errou com Stefan também? E a reunião Barolena foi muitoooo chata, deu sono? Si deu, então me perdoe. A gripe me pegou, me chamou de amor e não quer me largar. Então minha inspiração e criatividade estão comprometida no momento :P
Ah pra quem ficou com saudade de interação SC nesse capítulo no próximo vai ter! Si bem que teve um pouquinho deles, vai?! ;)
Por hoje é só!
Até quinta-feira que vem
XOXO