O Maior Amor escrita por Sâmara Blanchett


Capítulo 53
Capítulo 53




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Por Paser

 

O Egito calou-se após a partida dos hebreus, o reino entregou-se ao silêncio de seu luto. Assim foi durante todo o dia e assim continua sendo agora que a noite caiu. E apesar da imensa felicidade que sinto pela liberdade dos que partiram, é impossível não me entristecer ao observar Nefertari deitada em seu leito. O brilho dos olhos de minha filha desapareceu por completo, agora eles contemplam o vazio de forma insistente procurando algo que nunca mais irão encontrar. Seu silêncio e sua dor parecem ser sua melhor companhia.

 

—Você precisa reagir, minha filha. — Falo com doçura, tentando chamar sua atenção para mim. — Você é a rainha do Egito, o reino precisa de você.

 

—Como eu posso cuidar e proteger os filhos do Egito se não pude fazer o mesmo por meu próprio filho? — Ela pergunta com voz melancólica.

 

—A morte de Amenhotep não foi sua culpa. — Afirmo. — Você fez tudo o que pôde para convencer Ramsés a mudar de ideia e salvar a vida de seu filho, mas a decisão cabia apenas a seu marido.

 

—Eu nunca irei perdoá-lo, pai. — Nefertari afirma com notável ressentimento.

 

—Com certeza irá, mas não agora. — Falo e ela se senta na cama, olhando-me intrigada. — A vida segue, minha filha. O tempo encarrega-se de tudo, até de amenizar as dores mais intensas.

 

—Eu sinto que esta dor nunca irá passar, mesmo que eu queira que seja assim. — Seus olhos são tomados por lágrimas. — Quando vi Amenhotep morto em meus braços eu senti pela primeira vez a minha incapacidade de ser mãe, de cuidar de uma vida que depende de mim. Eu me senti incapaz como mãe, como rainha e até mesmo como esposa. — Ela retira a coroa de sobre sua cabeça e passa a olhá-la com atenção. — Eu não a mereço. Deveria entregá-la a alguém que usaria com sabedoria e justiça o poder que ela representa.

 

—Você pensa em renunciar? — Pergunto.

 

—Pensei, mas só o faria se Ramsés me prometesse que Henutmire seria a rainha do Egito em meu lugar. — Sua resposta me surpreende. — Mas, minha cunhada partiu em busca de viver sua felicidade longe daqui. Assim sendo, o que me resta é continuar sendo rainha e esperar pelo dia em que entregarei a coroa a minha filha. O Egito verá Mayra reinar em lugar de seus pais.

 

—Não tenho dúvidas de que ela seria uma excelente soberana para o reino. — Falo, nervoso. — Mas, isso não irá acontecer.

 

—Como não? — Nefertari me olha confusa.

 

—Há algo que você não sabe, mas por favor procure manter a calma. — Peço, preocupado com a reação de minha filha. — Mayra deixou o Egito.

 

—O quê? — Ela exclama, incrédula.

 

—Ela partiu com a princesa Henutmire. — Falo com o máximo de cuidado possível, mas de nada adianta.

 

—Está dizendo que Henutmire sequestrou minha filha? — Ela pergunta, furiosa.

 

—Mayra partiu porque esta era a sua vontade. — O rei responde em meu lugar ao entrar no aposento real e nos surpreender com sua presença. — Nossa filha me fez um pedido e eu concedi.

 

—Você deixou Mayra ir embora? — Nefertari indaga e, furiosa, vai em direção ao marido. Ela cerra seus punhos e logo difere socos no peito do rei. — Como você pôde fazer uma coisas dessas sem me dizer nada? Eu sou a mãe dela!

 

—VOCÊ NUNCA FOI! — Ramsés esbraveja ao segurar com firmeza os braços da esposa e assim conseguir contê-la. — Você nunca foi a mãe que Mayra precisava, da mesma forma que por sua culpa eu nunca fui o pai que ela merecia ter.

 

—Não tem o direito de me julgar, Ramsés. — Ela faz por onde se desvencilhar das mãos do marido. — Como sua irmã foi capaz? Henutmire levou minha filha embora sem sequer se importar com o que eu sentiria.

 

—Não deve fazer mal juízo da senhora Henutmire. — Falo. — Ela apenas honrou uma promessa feita.

 

—Do que está falando? — Ela pergunta, cada vez mais nervosa.

 

—Mayra fez Henutmire prometer que se um dia deixasse o palácio a levaria consigo. — Ramsés responde e passa a olhar com seriedade para a esposa. — Por que acha que nossa filha teve uma atitude como esta? Porque Henutmire desempenhou o nosso papel, ela sempre foi a verdadeira mãe da filha que você só teve o trabalho de trazer ao mundo.

 

—Basta! — Nefertari esbraveja. — Você matou o meu filho e agora mandou para longe de mim a minha única filha.

 

—Ao menos ela partiu com alguma boa lembrança de mim, pois eu tentei reparar meu erro de alguma forma. — Ramsés rebate e isso deixa minha filha ainda mais irritada. — Já você nunca fez nada por ela! Sua filha nunca terá a lembrança de um momento de carinho que teve com você.

 

—Maldito o dia em que me casei com você, Ramsés! — Nefertari dispara sem nem pensar no que está dizendo, mas logo parece se dar conta de que foi longe demais. — Desculpe, eu não quis dizer isso.

 

—Mas, foi o que disse. — O rei fala tomado pela tristeza.

 

—Ramsés... — Ela chama pelo marido ao vê-lo fazer menção de se retirar. Todavia, seu rosto empalidece de repente e no mesmo instante seu corpo perde as forças que o sustentam.

 

—Nefertari! — O rei exclama ao segurar a esposa antes que seu corpo se choque contra o chão. — Nefertari, acorde!

 

—Filha, fale comigo. — Peço, mas ela permanece desacordada nos braços do marido.

 

Por Henutmire

 

Observo ainda admirada a coluna de fogo que nos ilumina e aquece, enquanto usamos a noite para descansar da caminhada de todo o dia. Creio que ainda não estamos tão longe do Egito, mas eu me sinto como se a distância de meu antigo reino fosse imensa. Observo também algumas pessoas já entregues ao sono próximas a suas fogueiras, enquanto alguns homens permanecem acordados servindo como vigias a toda esta multidão.

 

—Shalom, princesa. — Arão diz com um sorriso ao se aproximar de mim.

 

—Shalom. — Correspondo ao seu sorriso. — Falei certo?

 

—Quase perfeito. — Ele ironiza e ri. Logo percebo seu olhar fixo em meu ventre. — Acha que é menino ou menina?

 

—Tenho certeza que é um menino. — Respondo.

 

—Eu posso? — Ele pergunta ao fazer menção de tocar em meu ventre.

 

—Sim. — Permito e logo sinto a mão de Arão suavemente sobre meu ventre.

 

—Há de ser um belo garoto, assim como sua mãe. — Arão elogia me deixando um tanto quanto envergonhada. — Pode parecer estranho o que vou dizer, mas de certa forma seus filhos são como meus irmãos, já que são irmãos de Moisés.

 

—Alguns parentescos são complicados de se entender. — Falo divertida, fazendo-o rir. Ele então retira sua mão de sobre meu ventre e passa a me olhar atentamente.

 

—Gostaria que me tivesse como um amigo, princesa. — Ele diz. — Alguém que a senhora poderá contar para o que precisar.

 

—Me trate por você. — Meu pedido o surpreende. — Não é necessário tanta formalidade, somos da mesma família agora. Além disso, não sou mais uma princesa.

 

—Eu sempre verei a senhora... — Ele se interrompe. — Digo, eu sempre verei você como uma princesa.

 

—Talvez isso tenha um lado bom, afinal, não posso negar tanto o sangue que tenho. — Falo rindo.

 

—Henutmire. — Hur chama por mim ao se aproximar. Seu semblante fechado tão atípico me assusta. — Interrompo alguma coisa?

 

—Claro que não, meu marido. — Respondo. — Arão e eu estávamos conversando.

 

—Não irei mais tomar o tempo de vocês. — Arão sorri para mim, antes de dirigir um olhar amigável para Hur. — Shalom.

 

—Shalom, Arão. — Falo e logo em seguida ele se retira. Olho para Hur e vejo que seu semblante ainda é de seriedade. — Sou capaz de apostar com você que ele se assustou com essa sua cara.

 

—Do que está falando? — Meu marido indaga.

 

—Da forma como se comporta sempre que Arão está perto de mim. — Respondo. — Você quase se transforma em outra pessoa.

 

—Tolice sua. — Ele afirma, mas sabe tão bem quanto eu que sua aparente firmeza nas palavras não me engana.

 

—Pare de se dar ao trabalho de sentir ciúmes de mim. — Seguro seu rosto entre minhas mãos, fazendo com que olhe únicamente para mim. — É você o homem que eu amo e que sempre irei amar.

 

—Apesar de não estar sentindo ciúmes, fico feliz em ouvir isso. — Ele sorri.

 

—Você é um péssimo mentiroso, Hur. — Falo rindo. Logo faço por onde sentar-me devido ao peso de meu ventre.

 

—Tome, precisa ficar aquecida. — Hur diz ao se sentar a meu lado e colocar um cobertor macio sobre meus ombros.

 

—Sempre preocupado comigo. — Digo ao envolver meu corpo sob o cobertor.

 

—Com vocês dois. — Ele pousa sua mão em meu ventre. — Como se sente?

 

—Um pouco cansada, mas feliz. — Respondo e passo a acariciar meu ventre.

 

—Em que está pensando? — Pergunta ao me ver pensativa.

 

—Em Uri. — Sorrio. — Mais precisamente em uma ocasião especial de quando nossas filhas completaram oito anos.

 

Flash back on

 

—Uri! — Hadany exclama com um sorriso ao ver o irmão no jardim. Ela e Tany correm para o abraçar e quase o derrubam ao fazê-lo.

 

—Algum dia vão me jogar no chão. — Ele fala divertido.

 

—Sabe que dia é hoje? — Tany pergunta, entusiasmada por ser seu aniversário.

 

—Não. — Uri responde tentando parecer sério. — Alguma data especial, senhora Henutmire?

 

—Não saberia dizer, Uri. — Falo rindo.

 

—E você, Leila? — Ele pergunta.

 

—Também não faço ideia, meu marido. — Ela ri.

 

—Vocês não podem me dizer que dia é hoje? — Ele pergunta para as irmãs.

 

—Você tem que adivinhar. — Hadany diz. — Não é tão difícil.

 

—Não sou bom em adivinhações. — Meu enteado fala e eu sorrio por vê-lo se divertir com as duas crianças fazendo-se de esquecido. — Podem me dar uma pista?

 

—Quantos dedos tem aqui? — Tany então mostra oito dedos abertos diante de Uri.

 

—Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito. — Ele conta. — O que isso quer dizer?

 

—Oito anos. — Hadany responde um tanto quanto indignada, o que me faz rir. — Hoje é nosso aniversário, Uri.

 

—Claro! Como eu pude me esquecer? — Uri faz uma careta de reprovação a si mesmo e isso faz minhas filhas rirem. — Que péssimo irmão eu sou.

 

—Você é um bom irmão, mas tem uma memória muito ruim. — Tany ressalta.

 

—Mas, será que eu me esqueci mesmo? — Ele pergunta, deixando as duas meninas confusas. — Vou precisar que façam uma coisa para mim.

 

—O quê? — Tany indaga, curiosa.

 

—Fechem os olhos e só abram quando eu mandar. — Ele pede e elas assim o fazem. Uri se afasta um pouco e de detrás de uma planta com flores retira duas pequenas caixas de madeira. — Podem abrir.

 

—É um presente. — Tany fala sorridente assim que ela e a irmã abrem os olhos. — Você não esqueceu nosso aniversário.

 

—Jamais esqueceria. — Meu enteado coloca uma caixa na mão de Hadany e outra na mão de Tany. — Espero ter acertado na preferência de cada uma.

 

Minhas filhas abrem as caixas ao mesmo tempo, revelando dentro delas um colar cujo o pingente é uma única pedra brilhante lapidada em uma forma como de gota de água. Todavia, a pedra do colar de Hadany é de um tom de azul claro. Já a do colar de Tany é de um tom de azul bem escuro.

 

—Que pedras são estas? — Pergunto.

 

—Ambas são ágatas, senhora. Escolhi por serem iguais, mas de cores distintas. — Uri responde. — Assim como são minhas irmãs, gêmeas mas diferentes entre si.

 

—Podemos colocar, mamãe? — Hadany pergunta eufórica.

 

—Claro que sim. — Respondo e logo ajudo Hadany a tirar o colar que está usando, enquanto Leila faz o mesmo com Tany.

 

—Para Hadany, o azul do céu do dia. — Uri diz ao colocar o colar em seu pescoço. Em seguida, sua atenção se volta para Tany ao colocar em seu pescoço o seu colar. — E para Tany, o azul do céu da noite.

 

—Foi você mesmo que fez? — Tany pergunta.

 

—Sim. — Ele sorri. — Para que saibam que, aconteça o que acontecer, eu sempre estarei perto de vocês, seja dia ou seja noite.

 

Flash back off

 

—Uri sempre gostava de presentear as irmãs quando eram pequenas, vivia enchendo-as de mimos e pequenas jóias que podiam usar devido a idade. — Hur fala, nostálgico. — Eu ainda não consigo aceitar que o meu filho está morto, Henutmire.

 

—Não se obrigue a isso, meu amor. — Peço ao abraçá-lo quando vejo seus olhos tomados por lágrimas. — Se permita sentir a dor da ausência de seu filho e deixe que o tempo transforme esta dor em lindas lembranças do que viveu com ele.

 

—O tempo cura tudo, não é mesmo? — Ele indaga e eu afirmo que sim. Hur então repousa sua mão em meu ventre e passa a sorrir. — O Senhor sabia o que estava fazendo quando permitiu que você gere esta criança em seu ventre.

 

—Não entendo. — Falo, confusa.

 

—Uri se foi, mas Deus nos deu este filho. Meu filho caçula irá amenizar a dor da perda do meu primogênito. — Meu marido me olha. — Não que ele vá suprir a falta de Uri, mas eu terei a alegria de ouvir mais uma pessoa me chamar de papai.

 

—E se ele disser mamãe primeiro? — Pergunto divertida.

 

—Não se dá por satisfeita por Hadany e Tany terem dito mamãe primeiro? — Ele ri.

 

—Posso pensar antes de responder? — Falo rindo.

 

—Você é de fato o motivo que eu tenho para sorrir acima de qualquer circunstância. — Hur sorri e seu olhar se prende ao meu. Logo sinto sua mão acariciar meu rosto com toda a delicadeza de que é capaz. — Eu te amo, Henutmire.

 

—Eu te amo, Hur. — Sorrio antes de unir meus lábios aos dele. Todavia, eu acabo por interromper nosso momento ao sentir meu filho se mexer com um pouco mais de força que o normal. Mas, isso não me causa desconforto e sim risos. — Acho que alguém quer um pouco de atenção também.

 

—Já está roubando sua mãe de mim antes mesmo de nascer? — Ele ri ao fazer tal pergunta para nosso filho, que parece respondê-lo ao se fazer notar novamente.

 

Por Hadany

 

Um sincero sorriso nasce em meus lábios ao avistar meus pais a certa distância. Depois de tanto tempo afastados, vê-los juntos e felizes é mais do que uma imensa alegria para mim. Principalmente pelo fato de que minha mãe carrega consigo mais uma vida que é símbolo do amor tão sincero e intenso que existe entre ela e meu pai. Amor este que é visível a qualquer um que olhe para eles.

 

—Onde quer que você esteja agora, certamente está feliz por nós. — Falo ao olhar para o colar que Uri me deu quando completei oito anos.

 

—Você trouxe. — Tany me surpreende com sua presença e noto seu olhar fixo no colar em minhas mãos.

 

—Não poderia deixá-lo para trás. — Falo com um tímido sorriso.

 

—Eu tampouco. — Ela então me estende sua mão e mostra o colar que também lhe foi dado por nosso irmão naquele dia. — Quis trazê-lo como lembrança, para nunca me esquecer de Uri.

 

—O azul do céu do dia e o azul do céu da noite. — Suspiro. — Ele estará sempre conosco, Tany. As pessoas que amamos são eternas, porque as levamos dentro do nosso coração.

 

—Tem razão. — Ela sorri, mas logo passa a me olhar de forma furtiva. — Mas, esta frase não saiu de você.

 

—Não menospreze o meu dom de ser poética quando quero. — Falo séria, mas logo começo a rir.

 

Por Paser

 

Alguns dias se passaram desde a partida dos hebreus. No entanto, mesmo após este tempo, Nefertari não consegue superar a morte do filho. A rainha do Egito agora é apenas uma mulher fragilizada e amargurada. Me sinto péssimo por nada poder fazer para ajudá-la. E mesmo que pudesse, o que faria? Nada traria de volta a alegria de Nefertari, exceto aquilo que é impossível: devolver a vida a Amenhotep.

 

—Nunca o vi tão calado, Paser. — O rei chama minha atenção para si.

 

—Perdão, soberano. Estou muito preocupado com minha filha. Há dias ela não diz mais que duas ou três palavras, não se alimenta direito e ainda assim tem tido constantes enjôos. — Falo, preocupando meu genro. — Receio que Nefertari esteja adoecendo gravemente sem que ao menos possamos perceber.

 

—Eu perdi meu filho, deixei minha irmã partir com suas filhas e uma criança em seu ventre. Deixei minha única filha ir para longe de mim. — Ele me olha. — Nefertari é tudo o que me restou, Paser. Eu não suportaria perdê-la também.

 

—Não vamos perdê-la, senhor. — Afirmo. — Se Nefertari não tem forças para lutar por sua vida, devemos lutar por ela.

 

—Soberano! — Ikeni entra afoito na sala do trono. — A rainha está fora de si.

 

—Do que está falando? — Ramsés pergunta, confuso.

 

—Ela está no campo de treinamento, com uma espada nas mãos, destruindo tudo o que vê pela frente. — O comandante responde. — Eu tentei contê-la, mas foi inútil. Temo que ela acabe se ferindo por não saber manusear uma espada.

 

(...)

 

—Nefertari! — Ramsés chama pela esposa assim que chegamos ao campo de treinamento. Completamente enfurecida, ela desfere inúmeros golpes de espada em um boneco de madeira usado nos treinos até jogá-lo no chão.

 

—Se acalme, minha filha. — Peço ao me aproximar dela, mas sou obrigado a recuar assim que a espada em suas mãos é direcionada a mim.

 

—Você pode se machucar, Nefertari. — O rei pede e se aproxima cautelosamente. — Me dê esta espada.

 

—Você não fez nada para salvar nosso filho, Ramsés. — Ela diz. — Amenhotep morreu por sua culpa!

 

—Eu sei! Mas, nada do que fizermos vai mudar o que aconteceu. — Ele dá um passo em direção a esposa. — Me dê a espada.

 

Nefertari então entrega a espada a seu marido e eu respiro aliviado por já não ver uma arma em suas mãos e por aparentemente parecer que seu descontrole momentâneo passou. Todavia, logo um grito estridente sai de sua boca e ela desaba em lágrimas sobre o chão. Os braços de Ramsés rapidamente a amparam, enquanto minha filha chora copiosamente. Dou um primeiro passo na intenção de me aproximar, mas é neste momento que Nefertari cessa suas lágrimas e olha firmemente nos olhos do rei.

 

—Eu quero Moisés morto! — A rainha decreta sem pensar duas vezes. E nos olhos que herdou de sua mãe já não se vê a dor de ter perdido seu filho e sim o brilho do mais puro ódio.

 

 

"As pessoas que amamos são eternas, porque as levamos dentro do nosso coração."
(Sâmara Blanchett - 01/10/2015)


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Notas finais do capítulo

A travessia do mar vermelho está chegando, meus caros.



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