O Maior Amor escrita por Sâmara Blanchett


Capítulo 15
Capítulo 15




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Por Henutmire

*Flash back on*

As estrelas brilham no céu anoitecido, mostrando o poder que têm de nos encantar. Já é tarde e ninguém mais transita pelos corredores do palácio, bem como no jardim. O vento é suave e delicado ao tocar minha pele descoberta e o perfume das flores parece invadir cada canto dentro de mim. Por alguma razão especial, esta noite eu perdi o sono e uma imensa vontade de vir ao jardim tomou conta de mim. Todos sabem que nós, os egípcios, tememos a noite... Talvez por isso muitos não saibam o quanto ela pode ser bela.

—Mamãe. — Hadany chama por mim ao entrar no jardim.

—Mas, o que está fazendo aqui? — Pergunto. — Deveria estar dormindo.

—Não consigo dormir. — Ela me olha com tanta ternura que não resisto a colocar minha filha em meu colo.

—Pelo visto, somos duas. — Falo e sinto sua pele um pouco fria ao tocar em seu braço. — Está com frio?

—Um pouco. — Hadany responde e no mesmo instante eu a abraço, colocando-a bem junto a mim para que o calor de meu corpo a aqueça. — O que a senhora estava fazendo aqui, sozinha?

—Olhando as estrelas. — Respondo.

—São tão lindas... — Ela fala, olhando para o céu.

—Assim como você, meu amor. — Falo ao acariciar seus cabelos. Cabelos que há algum tempo ela não deixa que sejam cortados e já estão na altura de seus ombros.

—Mamãe, é verdade que eu tenho um irmão mais velho, além de Uri? — Hadany pergunta.

—Como sabe disso? — Acabo respondendo com outra pergunta.

—Tio Ramsés disse para mim e para Tany que a senhora tem um filho, chamado Moisés.

—Seu tio não mentiu, Hadany. — Suspiro. — Moisés é meu primeiro filho, meu menino...

—E onde ele está? — Ela pergunta. Às vezes me esqueço do quanto minhas filhas são curiosas para meninas de apenas cinco anos.

—Eu não sei, e seria imensamente feliz se soubesse. — Respondo, tentando conter as lágrimas. — Moisés teve que ir embora e até hoje não tenho notícias dele.

—Por que a senhora deixou ele ir, mamãe? — Ela me olha com certa indignação.

—Eu não pude impedir, Hadany. — Falo e as lágrimas escapam de meus olhos sem que eu possa detê-las. — Eu não pude fazer nada para evitar que meu único filho fosse para longe de mim.

—A senhora pode trazer Moisés de volta, não pode? — Hadany pergunta com sua ingenuidade de criança.

—Quem dera eu pudesse, minha filha.

—Não chore, mamãe. — Ela fala ao secar minhas lágrimas com sua mão. — Ele vai voltar, a senhora vai ver.

—Se as coisas realmente fossem tão simples como são aos olhos de uma criança, tudo seria diferente. — Sorrio para minha filha. — Eu te amo muito, minha menina.

—Eu também te amo muito, mamãe. — Ela beija meu rosto. — Eu vou cuidar da senhora até Moisés voltar, prometo.

—Eu sei que vai. — Me emociono com as palavras de minha filha. — Agora, vou colocar a senhorita na cama porque já é muito tarde para crianças estarem acordadas.

—A senhora canta para eu dormir? — Hadany pede.

—Claro que sim, meu amor. — Concordo, mesmo sabendo que cantar não é uma de minhas melhores qualidades.

*Flash back off*

Ao lembrar daquela noite com minha filha no jardim, me dou conta de que realmente preciso fazer algo por Oseias. Eu posso não ter feito nada para impedir que Moisés fosse embora, mas farei o que estiver ao meu alcance por esse rapaz. Farei o que for preciso para que um novo sofrimento não chegue até a família hebreia de meu filho.

—Preciso conversar com você, meu irmão. — Falo ao entrar na sala do trono.

—O que deseja, Henutmire? — Ramsés me olha curioso, sentado no trono.

—Eu vim pedir que tenha um pouco de sensatez e pare com esse castigo absurdo. — Falo sem rodeios. — Aquele rapaz pode morrer.

—É essa a intenção. — Ele fala friamente. — Aquele escravo insolente teve a ousadia de me afrontar, o único que merece é a morte.

—Isso não justifica tamanha cruedade! Ele não fez nada além de respeitar a sua crença no deus dos hebreus. — Argumento. Subo os degraus do trono até ficar frente a frente com meu irmão. — Por favor, mande libertar o rapaz.

—Agora entendo porque nosso pai dizia que com seus olhos você conseguia o que queria dele. — Ramsés olha atentamente para mim.

—Se isso fosse verdade, meu filho não teria ido embora do Egito fugindo da fúria do faraó Seti. — Rebato.

—É melhor você se retirar. — Ramsés ordena. — Eu não vou fazer o que me pede, é um absurdo.

—Você está jogando fora a chance de mostrar a seus súditos o quanto o rei pode ser benevolente com seu povo. — Insisto. Não posso me dar por vencida diante da teimosia de meu irmão. — Eu suplico, perdoe o hebreu e deixe que ele siga sua vida.

—Sabe que eu não nego nada a você, não sabe? — Ele segura minha mão. — Mas, desta vez, não vou atender ao seu pedido.

—Aquele rapaz é sobrinho de Moisés. — Uso meu último argumento, afim de convecer meu irmão a me dar ouvidos. — Você sempre considerou Moisés como um irmão, faça isso por ele.

—Ikeni. — Meu irmão chama o oficial, que logo se aproxima dos degraus do trono. — Vá até o local onde o escravo está sendo castigado e liberte-o.

—Agora mesmo, soberano. — Ikeni faz uma reverência e em seguida sai para cumprir as ordens do rei.

—Satisfeita, minha irmã? — Ramsés pergunta ao voltar suas atenções para mim.

—Muito obrigada, meu irmão. — Falo sorrindo ao segurar suas mãos.

Por Hadany

—Você não vai entrar? — Mayra me convida a me refrescar com ela e Tany na piscina.

—Prefiro somente olhar vocês duas. — Respondo.

—Sei... — Ela se aproxima sorrateiramente de mim e de súbito me abraça.

—Mayra, você está toda molhada. — Falo rindo.

—Por isso mesmo. — Ela ri ao se soltar de mim e ver que me molhou também. — Você tem medo de água fria, é?

—Claro que não. — Respondo.

—Pois parece. — Minha prima fala, antes de se jogar em um mergulho dentro da piscina.

—Obrigada. — Agradeço a serva que me dá um pano fino de linho para que eu me seque.

—Você parece nervosa. — Tany fala ao se aproximar da beirada da piscina, sem sair da água. — Aconteceu alguma coisa?

—Soube o que nosso tio fez? — Pergunto.

—Sim, e confesso que não concordo nem um pouco com sua atitude. — Ela revela. — Soube também que um parente do rapaz veio interceder por ele, mas o rei não quis recebê-lo.

—É um senhor chamado Anrão, pai de Moisés. — Falo. — O rapaz é seu neto e sobrinho de nosso irmão.

—Como sabe disso? — Ela demonstra curiosidade.

—Anrão pediu para falar com nossa mãe e eu presenciei a conversa dos dois. — Respondo. — Ele pediu a ela para intervir na sentença do rei.

—Por Ísis! — Tany fala, surpresa. — E nossa mãe? Atendeu ao pedido do hebreu?

—Sim, e é por isso que estou preocupada. Ela não deixou que eu a acompanhasse e foi sozinha falar com nosso tio.

—Acha que ele vai dar ouvidos a nossa mãe?

—Eu espero que sim. — Falo, esperançosa. — Ou do contrário, os dois vão se desentender mais uma vez.

—Com licença, alteza. — Chibale fala, tímido, ao se aproximar de mim. — Aqui estão as frutas que sua irmã pediu.

—Obrigada, Chibale. — Agradeço com um sorriso. Acidentalmente, ao pegar a bandeja com as frutas, minha mão se encontra com a dele, fazendo com seu rosto tome um tom rubro de vergonha.

—De-desejam mais alguma coisa? — Ele pergunta, mas parece ter certa dificuldade para articular as palavras.

—Não, obrigada. — Respondo tentando disfarçar meu riso.

—Se precisarem, é só chamar. — Chibale sorri para mim. — Com licença.

O filho de Gahiji faz uma reverência para mim, em seguida se retira a passos lentos, olhando várias vezes para trás, em minha direção. Chibale e eu crescemos juntos, aprontando todas na cozinha de Gahiji. Sempre fomos muito amigos e sua companhia me agrada muito. Mas, de um tempo para cá, eu sinto que há algo diferente entre nós, algo que tem me feito olhá-lo com outros olhos e que faz com que ele se comporte de uma forma um tanto engraçada na minha frente.

—Agora eu entendi tudo. — Tany sorri de uma forma estranha.

—Do que está falando? — Questiono, ao colocar a bandeja em cima da mesa.

—Ainda não percebeu? — Ela me olha incrédula. — Chibale está apaixonado por você.

—Não diga besteiras, Tany. — Eu a repreendo. — Nós somos amigos e somente isso.

—Nenhum amigo olha para o outro como Chibale olha para você. — Minha irmã argumenta. — E pelo visto, você também gosta dele.

—É claro que não! — Nego com a maior veracidade possível. — Quer dizer, não dessa forma que você está dizendo.

—Negar é a maior prova de que eu tenho razão, Hadany. — Ela ri. — Ao menos você vai cumprir a antiga tradição onde a filha mais velha é a primeira a se casar.

—Quem vai se casar? — Minha prima aparece de repente ao lado de minha irmã.

—Ninguém, Mayra. — Respondo antes que Tany diga algo.

Por Hur

São muitas coisas acontecendo em tão pouco tempo. Primeiro, a notícia da volta de Anat, que foi capaz de tirar a paz de Henutmire e fazê-la contar a verdade a nossas filhas. Em seguida, a reação inesperada de Tany. Depois, a ousadia de Hadany em enfrentar o soberano para defender um rapaz hebreu. E agora, o doloroso castigo que o rei impôs a esse mesmo rapaz. Algo me diz que a paz do palácio está começando a se desfazer, e com ela a paz de minha família.

—Preocupado com a volta de Anat? — Uri pergunta ao notar meu silêncio.

—Também. Eu sei que Henutmire não perdoou o que ela fez. — Respondo. — Se Anat não tiver mudado, vai começar uma guerra entre as duas.

—Acha que ela pode fazer algum mal a princesa?

—Ela vai tentar, mas não vai conseguir. — Falo com certeza. — Anat sabe melhor do que ninguém do que Henutmire é capaz.

—Eu espero que quando ela chegar, volte o mais rápido possível para Om. — Uri fala.

—Com licença. — Henutmire fala ao entrar na oficina, acompanhada por Leila.

—Princesa. — Uri faz uma reverência.

—E então, o que o tal homem queria? — Pergunto de uma vez.

—Que eu intercedesse a favor do rapaz que meu irmão mandou castigar. — Minha esposa responde.

—E a senhora falou com o rei? — Meu filho pergunta.

—Sim. — Ela fica em silêncio, nos deixando apreensivos. — Ramsés aceitou meu pedido e mandou libertar o rapaz.

—Ao menos uma boa notícia. — Respiro aliviado. — Imagino a aflição que a família dele devia estar sentindo.

—Anrão parecia desesperado, mas ao mesmo tempo confiante de que eu poderia ajudar seu neto. — Henutmire fala.

—Anrão, o pai de Moisés? — Indago.

— Sim, era ele o homem que queria falar comigo. O rapaz se chama Oseias e é sobrinho de Moisés. — A expressão de minha esposa é de quem acaba de ficar intrigada com algo. — Ele é filho de Miriã?

—Não, senhora. — Leila responde. — Oseias é filho de Arão, o irmão de Moisés.

—Eu não sabia que Joquebede tinha outro filho. — Henutmire fala e ri. — Aliás, o que eu sei sobre a família hebreia de Moisés, não é mesmo?

(...)

—O que houve entre Uri e Leila? — Henutmire questiona. — Eles pareciam tão sérios.

—Bezalel quer ir embora do palácio. — Falo e ela se surpreende. — Ele diz que não se sente bem vivendo com tanto luxo e conforto, enquanto o nosso povo é escravizado.

—Admiro o modo de pensar de Bezalel. É um bom rapaz, tenho muito carinho por ele. — Ela fala. — Mas, ele foi criado no palácio, não sabe como é a vida fora desses muros.

—É por isso que Uri não concorda com a decisão do filho e os dois não conseguem se entender. — Falo. — Leila também não está tão de acordo, mas sabe que meu neto está decidido a ir viver na vila.

—É preciso muita coragem para deixar a vida no palácio para viver como escravo. — Henutmire sorri. — Espero que Bezalel seja feliz, mesmo que para isso tenha que ir para longe de nós.

Antes que eu possa dizer alguma coisa, Bezalel entra ofegante na oficina, aparentemente nervoso, o que assusta a mim e a Henutmire. Seus olhos arregalados demonstram o quanto está assustado com algo ou com alguém.

—Desculpe entrar desse jeito, vô. — Ele fala. — Mas, o senhor não sabe o que aconteceu.

—Se você não me contar, eu não vou saber. — Falo e meu neto fica em silêncio. — Fale de uma vez, Bezalel!

—O rei ordenou que dez hebreus fossem mortos no lugar de Oseias. — Bezalel fala e Henutmire fica incrédula.

—Tem certeza disso, Bezalel? — Ela pergunta.

—Sim, senhora. Não se fala de outra coisa no palácio. — Ele responde. — Os oficiais acabaram de sair, foram a pedreira escolher os dez homens que serão mortos.

—Isso não pode estar acontecendo! — Henutmire faz menção de sair da oficina.

—O que vai fazer, meu amor? — Seguro sua mão, detendo seus passos.

Por Henutmire

Não é possível! Ramsés perdeu completamente a razão! Eu sei o quanto meu irmão é intolerante com os escravos, mas desta vez ele ultrapassou todos os limites. Mandar matar dez hebreus inocentes? Nada no mundo justifica um ato insano como esse!

—Mãe, eu... — Encontro com minha filha no corredor, vindo não sei de onde.

—Agora não, Hadany. — Eu a interrompo.

—Por que a senhora está nervosa desse jeito? — Ela nota meu nervosismo, mas eu não diria que estou nervosa e sim irada.

—Eu explico depois, minha filha. — Respondo. — Preciso falar com Ramsés.

—De novo? — Hadany me olha sem entender. — Pensei que já tivessem conversado. Aliás, meu tio concordou em libertar o rapaz, não é?

—Seu tio está louco! — Falo, deixando minha filha espantada.

—Espera! — Ela pede ao ver que meus passos me distanciam dela. — Eu vou com a senhora.

Não impeço minha filha de me acompanhar, apenas caminho cada vez mais depressa em direção a sala do trono. Hadany não tem dificuldade de acompanhar meus passos, mas parece intrigada com o motivo que me causa tamanho nervosismo. Sei que também deixei Hur preocupado ao sair de repente da oficina, sem dizer nada. Eu não queria que meu marido tentasse me impedir de colocar para fora toda a indignação que estou sentindo pela atitude de meu irmão.

—RÁMSES! — Grito ao entrar na sala do trono, sem me importar de aparecer na presença do rei sem ser anunciada.

—Mas, o que é isso? — Seu olhar é severo, mas não me deixo intimidar. — Como ousa aparecer diante de seu soberano gritando dessa maneira?

—Você não tem palavra! — Falo firmemente ao subir um dos degraus e olhá-lo de frente.

—Que tipo de acusação é essa? — Ele fala, incrédulo. — Da minha palavra depente todo o equilíbrio da ordem cósmica.

—Que se dane a ordem cósmica e seu maldito equilíbrio! — Falo sem pensar. — Você prometeu que libertaria o sobrinho de Moisés.

—E libertei. — Ramsés se senta novamente no trono, como se nada estivesse acontecendo, o que me deixa ainda mais nervosa. — Você mesma viu quando dei ordens para soltá-lo.

—Mas, a vida daquele rapaz não deveria custar a de outros dez hebreus! — Esbravejo.

—Então, é isso? — Hadany se manifesta. Por um momento, me esqueci de que minha filha está presente.

—Eu sou o Hórus vivo, o amado de Ptáh. — Ramsés fala. — Não poderia permitir que uma afronta como essa ficasse impune.

—COMO O SENHOR FOI CAPAZ? — Agora é Hadany a gritar diante do rei, demonstrando toda a sua indignação.

—Basta! — Meu irmão ordena. — Eu não vou permitir que vocês falem comigo nesse tom. — Ele fala. — Podem ser minha irmã e minha sobrinha, mas eu sou o rei. — As últimas palavras de Ramsés são tão plenas de soberba que me causam repulsa.

—O senhor é um monstro! — Hadany esbraveja. — Um rei sanguinário, pior do que foi o meu avô.

—BASTA! — Ramsés grita ao derrubar a pequena mesa que fica ao lado do trono, fazendo com que as taças e a jarra de ouro que estavam em cima dela vão de encontro ao chão. — Hadany, não me faça perder a calma com você, ou...

—Ou o que? Vai mandar me matar, como fez com os hebreus? — Minha filha enfrenta o rei. — Eu não sou um dos seus escravos! Não pode me calar com um chicote.

—Henutmire, pegue sua filha e saia imediatamente daqui. — Meu irmão ordena.

—Vamos, Hadany. — Falo ao me aproximar de minha filha e segurar suavemente seu braço direito. — Não há mais nada para fazermos aqui.

(...)

—Então, Bezalel vai mesmo deixar o palácio? — Hadany pergunta, enquanto caminhamos pelos corredores do palácio.

—Pelo que seu pai me disse, sim. — Respondo.

—Leila deve estar arrasada.

—Ela apóia a decisão do filho, mas isso tem causado constantes brigas entre ela e Uri. — Paro de andar. — Eu me preocupo tanto com ele, filha. Uri é teimoso e eu tenho medo que essa teimosia acabe o afastando de sua esposa e de seu único filho.

—A senhora preocupada com meu irmão... — Hadany me olha, sorrindo. — É um gesto bonito de sua parte.

—Uri não é meu filho, mas é filho do homem que eu amo e eu me importo com o bem estar dele.

—A senhora é uma pessoa maravilhosa, mãe. — Ela me elogia. — A cada dia me surpreendo mais com a bondade de seu coração.

—Ser bom ou ruim é questão de escolha, depende de cada um. — Desvio meu olhar de minha filha. — Mas, a verdade é que nem sempre eu fui tão boa como deveria, ou tão má quanto gostaria.

—Com licença, princesa. — Simut fala ao se aproximar de nós, com um papairo nas mãos. — Chegou isto para a senhora.

—Para mim? — Estranho. Pego o papiro das mãos de Simut e o abro no mesmo instante.

—De quem é, mãe? — Hadany pergunta e eu permaneço incrédula diante do que acabo de ler e ao me dar conta de quem o mandou.

—É de Anat. — Respondo. Como essa mulher pôde ter a ousadia de me escrever? Como ela é cínica! Certamente ela não mudou nada! Agora, tenho ainda mais certeza de que devo estar preparada para a sua chegada, e muito bem preparada.

—O que ela diz? — Minha filha indaga ao ver minha reação.

—Não importa! — Enrolo o papairo novamente e o entrego a Simut. — Destrua isso agora mesmo.

—Como quiser, senhora. — Ele sai apressadamente para cumprir minha ordem.

—Posso saber o que estava escrito? — Hadany pede.

—O único que precisa saber é que uma guerra está para começar. — Falo. — E eu garanto que não serei eu a sair derrotada.


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Notas finais do capítulo

Que venham os tiros entre Henutmire e Anat...



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