Cross The Line escrita por bmirror


Capítulo 2
Capítulo 2 - O (não) ano da Lily


Notas iniciais do capítulo

♥ procurei postar antes do fds pra vocês se enrolarem na cama nesse friozinho rs ♥ Comentem, comentem, comentem! please! bjbj



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5 motivos pelo qual eu não posso mais confiar em Marlene McKinnon:

1- Ela não tem muita paciência para detalhes, e por isso sempre me fala que estou bonita sem nem mesmo ver como eu estou. Uma vez ela me deixou sair com um risco enorme de delineador na bochecha porque não queria se atrasar para a festa de natal do Clube do Slugue. Só percebi quando Amos Diggory ficou encarando meu rosto por mais ou menos 15min, enquanto eu divagava sobre a poção zumbi, e percebi que algo estava errado, porque um homem daquele não me encararia tão centrado.

2-Por ela ser popular e extrovertida e eu...bem, não sendo tanto assim, Marlene às vezes desaparece entre as aulas (e depois delas), me deixando completamente sozinha vagando pelo castelo, como um fantasma ruivo esquecido. Quando estou perto de Emmeline Vance posso matar meu tempo com ela, mas isso é raro, já que ela também é extrovertida e popular. Mary e Alice me acompanham de vez em quando, mas elas tem namorados e também acabam me largando. Ou seja: Eu sou a minha própria melhor amiga.

3-Ela não quer me dar as botas pretas de jeito nenhum. Ela ganhou de natal há dois anos atrás, e a mãe dela comprou numa loja trouxa, ou seja: é a minha cara. Tudo bem, são coturnos pretos, mas eles estranhamente femininos, e é o meu tamanho. Lene sempre reclama que aperta os pés dela.

4-Ela não concorda com a minha decisão de me tornar morena. Ela acha que eu sou linda (a mesma bobagem de sempre) com os meus cabelos ruivos e não deveria tentar mudá-los. Para ela é fácil falar, ela nasceu com cabelos castanhos e ondulados. Ou seja: perfeitos.

5- Já são 10:30 am e ela ainda não chegou na estação!

 

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Segunda-Feira, 1º de Setembro

Estação King Cross.

Eu fico me perguntando o que as pessoas acham de mim.

Quero dizer, claro, no momento, devem estar pensando que eu fui abandonada, porque estou sentada nesse banco a uma hora e Baboo está começando a ficar agitada. Estou dizendo, se Marlene não aparecer em 10 minutos, eu vou entrar e abandonar ela.

Isso é tão típico dela.

Ano passado, quando ganhamos a taça de quadribol, eu pedi para ela me esperar enquanto eu passava rímel (Sério. Eu tenho cílios muito claros. Esse ano implorei para minha mãe para irmos comprar um rímel forte. Deu certo, acabei comprando um chamado “Carbono Negro” – se isso não é forte, não sei o que vai ser), mas ela reclamou que tinha que descer logo, já que ela era uma das batedoras e as pessoas estavam esperando a sua presença. Acabou que ela nem me viu descer depois e eu fiquei sozinha sentada nas poltronas perto da janela com Petta Gretews e Stephen Afloe, dois esquisitões do quarto ano. Mary e Alice ficaram agarrando seus namorados a noite toda. E como Emmeline é da Lufa-Lufa, ela não participou da festa (até porque foram eles que perderam para que nós ganhássemos o troféu então....). Nem Potter me deu atenção (não que eu estava querendo, mas geralmente é o que ele faz) porque ele é capitão do time e as pessoas definitivamente querem a presença dele por perto. Ah, e também tinha aquela coisa da briga e nós não estarmos olhando na cara um do outro e tudo mais.

Mas enfim.

Pensando bem, se eu fosse como Marlene, todo mundo ia querer minha presença por perto. Isso só prova que eu deveria me tornar morena logo. Claro que eu sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas vamos olhar os fatores em comum aí. Cabelo castanho, jogador(a) do time de quadribol? Alô, acho que essa é a fórmula para o sucesso. Essa é a constituição física de 85% do time de quadribol e eles são todos muito queridos por aqui. (Pode ser que tenha a ver com o fato deles ganharem a taça pelos últimos 5 anos seguidos). Talvez eu devesse entrar para o time de quadribol. Sabe, para ver se assim eu fico mais popular.

Arg, quem eu estou querendo enganar, eu não consigo nem pegar um pergaminho caindo da mesa, quanto mais uma bola em movimento a 200m do chão.

Ah, espera um pouco, vou ter que enfiar um pouco dos biscoitos de aveia que a minha mãe fez para mim na gaiola de Baboo, ou vou acabar sendo expulsa daqui por maus tratos.

Droga, lá se vão meus últimos biscoitos de aveia. Quer dizer, é só em partes culpa minha. Minha mãe me dá um saquinho de biscoitos todo ano para comer durante a viagem. Todo ano eu não aguento até o meio da viagem e acabo comendo antes mesmo de embarcar. Meu pai sempre beija minha cabeça e diz “Bom semestre, guria. Estude muito. Não se meta em encrenca” – e aí ele fala SEMPRE no meu ouvido para que só eu ouça: “essa última parte é mentira. Vê se arranja algumas encrencas aí”.

Tsc, tsc. Infelizmente não é algo que eu puxei do meu pai – transgredir regras, quero dizer. Ele foi expulso da escola primária que frequentava nos anos 40. Mas é claro que naquela época tudo era motivo para expulsão – até uma brincadeirinha inocente de colocar sapos dentro da maleta do professor. Isso não significa que ele não adore contar essa história com todos os amigos de infância quando se reúnem em casa. Vou contar, viu.

Talvez a maior decepção do meu pai é ter visto eu me tornar tão certinha assim. Quer dizer, acho que ele não odeia tanto assim, vai. Ainda mais quando eu volto das férias e ele me ouve contando de tudo que eu aprendi. Mas ele também adora mágica, então talvez seja isso.

A questão é que desde meus 9 anos, eu me tornei essa nerdezinha sem graça que eu sou hoje. Até o presente dia eu só levei duas detenções: uma quando eu e Emme quebramos a janela do 7º andar enquanto disputávamos uma corrida para saber quem chegava ao térreo antes; e outra quando tentei jogar um livro na cabeça de Potter e acabei acertando a Profa. McGonagall.

Uuuuh, essa aí foi feia. Ainda tenho calos na mão de tanto esfregar os troféus.

Enfim, do que é que eu estava falando mesmo?

Eu entrar no time do quadribol?

Ah, bem, desisto de antemão dessa história porque apesar de achar o máximo poder voar de um lado para o outro (não que eu saiba fazer isso direito, veja bem), eu não gosto tanto assim da imagem mental de cair naquelas pedras lá em volta do campo de quadribol.

Sério, quem achou que ia ser uma boa ideia circular um campo de quadribol de uma ESCOLA com pedras pontiagudas?

(Eu ainda estou com fome – mesmo depois de comer um saco de quase 1kg de biscoitos de aveia— e tudo que eu tenho na minha bolsa é um pote de tinta e um batom velho que precisa urgentemente ser trocado. Acho bom Marlene apareceu no PRÓXIMO MINUTO)

Espera aí, isso me fez lembrar que abriu uma nova loja de maquiagens bruxas em Hogsmeade!!

Como pude esquecer? Sério, as meninas só falaram disso o verão todo. Dizem que tem uma sombra lá feita de pó de fada que brilha mais que diamante. E um batom que dura mais que um mês. Se eu tivesse me lembrado disso, não teria comprado o meu Carbono Negro de trouxa, aff. Mas não me arrependo não, ele até que é muito bom.

Assim, não que eu seja viciada em maquiagem nem nada, mas quem é que pode resistir à um batom feito com essência de veela hein? (Pelo menos é o que dizem). E preciso ir lá para aprender a passar rímel direito. Geralmente eu estou com muito sono, então eu passo o rímel mal e meus olhos ficam meio grudados o dia todo.

Espero que alguém crie coragem esse ano e me convide para sair. Não, espera, espero que eu crie coragem e convide alguém para sair. Eu não posso gastar dinheiro em um batom que dura um mês e não sair por aí beijando umas bocas.

Nem me lembro qual foi a última boca que eu beijei. Ah, espera, lembro sim. Foi de Greg Wood, o último capitão da Grifinória (que se formou há dois anos). Ah não, depois ainda saí com Dennis Fling, aquele corvinal chatinho que queria ficar falando do professor Flitwick o tempo todo. E depois ainda teve aquele menino da Lufa-Lufa que beija mal, mas que Marlene me arranjou porque queria sair com o amigo dele, o (na época) capitão do time da Sonserina.

Nossa, até que eu estou bem.

E eu aqui achando que o Potter é um galinha, tsc, tsc. É óbvio que eu sou a maior galinha de Hogwarts.

Ok, quem dera.

Eu só preciso trabalhar um pouco minha personalidade. Porque assim, não é que eu seja esquentadinha, nem nada (eu sou), nem que me ofenda fácil (eu me ofendo) e nem faça drama com qualquer coisa mínima (eu faço)... Mas é que é tudo mecanismo de defesa, sabe? Eu ouço mais “sangue ruim” do que gostaria. Não que eu ligue muito (às vezes eu ligo). É só que eu ainda não encontrei ninguém que não se importe com ofensas. Talvez aquele esquisitão do Lovegood, mas eu acho que é porque ele não entende direito quando é uma ofensa. Uma vez ele agradeceu quando Black disse que ele estava parecendo uma fada mordente com as vestes azuis que ele usou na festa de natal. Black bem que não precisava ser maldoso. Mas sério. O negócio era metálico.

Mas estou fugindo do assunto. A questão aqui é a minha personalidade. Eu nem tenho culpa, se você parar para pensar. É conhecimento geral que ruivos são esquentadinhos. Meu pai é, e eu sou. Eu tento não parecer muito, mas eu sei que sou. Lembro que uma vez discuti com Marlene por uma bobeira (que eu nem lembro no momento) e a sala comunal inteira ficou em silêncio para ouvir nossos berros. Foi a pior briga que tivemos. Mas fizemos as pazes no dia seguinte, porque ela me ofereceu uma grande tigela de sorvete de creme, que é a minha fraqueza.

Caramba. Já são quase onze horas. Onde é que ela está? Juro que não vou ficar para trás esperando ela e acenando para os meus companheiros indo embora no trem.

Eita...!

Snape acabou de passar por mim, mas eu me encolhi atrás da pilastra e acho que ele não me viu. Em todo caso, Baboo resolveu que esse era um bom momento para piar alto, então isso definitivamente chamou a atenção dele. Mas seja lá o que passou por sua mente, ele já passou pela passagem da plataforma, então estou relativamente segura.

Onde está Marlene? Vou contar até cinco, e se ela não aparecer, vou me levantar e entrar na plataforma. Estou falando seríssimo. Eu deveria pelo menos entrar e deixar minhas coisas lá dentro. Quase todo mundo já entrou. Remus e Peter acabaram de passar por aqui, mas acho que também não me viram. É isso. Estou levantando. Estou indo e...

Ah, ela chegou.

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Mais tarde, Expresso de Hogwarts.

Lene diz que se atrasou porque não estava achando as roupas que eu pedi.

Pst, até parece.

Contei a ela minhas intenções de ser uma pessoa mais relaxada e tranquila, e também a aprender a fazer novas maquiagens para poder comprar a sombra de fada. Ela achou bom, mas acha que eu enjoarei dessa maquiagem na primeira semana. Eu disse que nem é tão verdade assim que eu enjoo fácil das coisas e que na verdade se a maquiagem me trouxesse benefícios (ser convidada para sair), seria bem difícil que enjoe dela. Diz ela que eu não preciso de maquiagem para atrair olhares masculinos. Eu falei que Tommy Sullivan (um garoto do quarto ano que me segue o tempo todo) não conta, já que ele só gosta de mim porque uma vez eu fiz o dever de herbologia para ele.

— Em quem vamos nos focar esse ano? Já que não temos mais Diggory entre nós? – Marlene se ajeita no banco à minha frente e profere as palavras que eu queria esquecer.

Amos Diggory se formou ano passado. Tenho certeza que a população feminina de Hogwarts está um pouco mais perto de um colapso cerebral por isso. Confesso que eu ia na maioria dos jogos de quadribol para vê-lo jogar (mas não posso revelar isso para Marlene, porque sempre dizia que era por ela). E uma vez eu briguei com uma menina do terceiro ano porque ambas queríamos sentar atrás dele no salão principal. Nem preciso dizer quem ganhou. Nós sabemos quem é a ruiva esquentada aqui.

E eu tenho culpa? O cara tinha um metro e noventa de pura gostosura, o cabelo mais macio que já cresceu na cabeça de alguém, um sorriso brilhante e gostava de tomar sol na beira do lago. Sem. Camisa.

— Eu não sei – respondi, me entristecendo com o pensamento de que Hogwarts não verá mais aquele tanquinho. – Nenhum homem nunca chegará aos pés dele. Nem adianta procurar.

Marlene olhou para mim, esperando eu completar a minha frase. Mas quando ela viu que eu estava falando sério, jogou a cabeça para trás e riu. Na verdade, ela jogou o corpo inteiro para trás e riu.

Então ela parou, olhou para mim e para esse diário que estou escrevendo no momento, e agora está fazendo movimentos como se quisesse...

...Ei..!

Os 10 homens mais bonitos de Hogwarts (Do menos para o mais)

— Por Marlene McKinnon e Lily Evans.

10- Prof. Loutibon - O professor de vôo do primeiro ano e juiz de quadribol. Eu sei que ele é meio coroa, mas e aquelas covinhas? S.e.n.h.o.r quando ele vem me elogiar em alguma manobra me seguro forte para não pular em seu pescoço. L.E: Hm, ele é ok. Quer dizer, ele tem ombros bem largos, mas se ele parasse de usar roupas tão pesadas...nós poderíamos finalmente ter uma noção do que é um corpo com mais de 30 anos de experiência em quadribol. QUAL É, PROF. LOUTIBON, MOSTRE NOS O QUE QUEREMOS VER!

9 – Dirk Cresswell – Ele é gatinho E ainda sai na porrada com quem usa o termo “SR”*. Bonitinho e ativista? Check, Check. L.E.: Uhum, esse aí é fofíssimo. Pena que é tão baixinho.  

8 - Mike Mijão – Eu não lembro o sobrenome dele de verdade. Eu só sei que ele fez xixi na calça no primeiro ano. Mas e daí, hoje ele tem um maxilar tão definido que só por Deus. L.E: ...credo, Lene.

7 - Remus Lupin— O maroto quietinho. Ele tem aquele charme misterioso que ninguém sabe sobre o que ele está pensando. E ele também tem olhos bem bonitos. Sem contar que é sempre sensual pensar em bagunçar a vida de um monitor. L.E.: Ahm......não faz meu tipo nem um pouco. Mas ele é legal, fazíamos a ronda dos monitores juntos. Ele é muito bom em snap explosivo.

6 – Greg Davies – Capitão e artilheiro do time da Corvinal. Fala sério, Os olhos dele são lindos e o cabelo dele é super brilhante. Sem comentar o fato que ele tem aquele físico de jogador de quadribol. L.E.: Que pena que ele namorou todas as setimantistas ano passado. E provavelmente fará o mesmo esse ano. Mas ele realmente tem um sorriso bonitinho.

5 - Davey Gudgeon – Ok, ele é meio tapado, certo? Já quase furou o olho tentando cutucar o salgueiro lutador. Mas e daí? Ele é bonitinho…E é engraçadinho. E tem a bunda mais redondinha que Hogwarts já viu. L.E.: Ah, ele é bonitinho…de longe. Acho ele muito magro, mas realmente, a bunda dele é super redondinha.

4 – Johnny Arst — Ele é aquele CDF do caramba da Corvinal, mas olha só: se uma tarde de estudos com aquele cara terminasse com nós dois rolando na grama...ah ah ah, como eu iria estudar... L.E.: Essa imagem me traumatizou. Se ele não fosse tão chatinho eu iria concordar. Ele realmente dá vontade de sair rolando na grama agarradinho.

3- James Potter — Uuh, estamos esquentando. Eu sei que irei ser xingada até a 9ª geração por colocar essa opção na lista, mas você não pode negar que ele é bonito. Ele tem um sorriso maravilhoso, e como nosso companheiro Davies, um corpo lindo – eu sei porque ele é meu companheiro de time, e eu já o vi sem camisa vááárias vezes. Sem contar que ele é engraçado. Você só precisa ficar mais do que cinco minutos no mesmo estabelecimento que ele pra ouvir suas piadas. L.E.: Você pirou. Não vou nem comentar.

2- Severus Snape Tiberius McLaggen – O Lufa-Lufa sem talentos. Tudo bem que ele não tem nada de especial – tirando aquele corpo maravilhoso que Deus sabe-se lá como ele arranjou. E o rosto dele é meio carrancudo. Mas não seria maravilhoso conversar com ele às sós num armário de vassouras? L.E.: Bom, você o definiu certo mesmo: ele não tem nada de especial. Mas ele é bem bonitinho e sim, ia ser ótimo conversar com ele num lugar bem apertado.

1- Sirius BlackMama mia. – Ah sim. Ele sim é um pedacinho de doce que eu gostaria de provar. Ele também tem um corpo lindo, olhos lindos, um sorriso lindo E um cabelo lindo. Ah, e você tem que admitir que ele tem um ótimo senso de humor. L.E.: Sério, qual é o seu problema? Colocar esse tonho em primeiro lugar? Você não está no seu juízo perfeito.

 

 

L.E. prefere não associar seu nome à essa lista sem sentido que possui o nome de não um, mas três marotos.

M.M acha que L.E. precisa esfriar a bunda e parar de achar defeito em todo mundo.

L.E. quer deixar registrado que não é mais amiga de M.M

M.M. vai comprar comida no carrinho de doces

L.E. voltou a ser amiga de M.M.

 

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Um pouco mais tarde, Expresso Hogwarts

Já que decidi que esse será o Ano da Lily, preciso delimitar objetivos:

— Deixar de ser tão sensível com coisas que não alteram muito a minha vida

— Deixar de me estressar com coisas que não posso mudar

— Ser uma monitora chefe MUITO responsável

— Ser um exemplo de vida para os primeiranistas

— Estudar, Estudar e Estudar para passar nos NIEMs com nota máxima e me tornar a melhor aurora da Inglaterra

— Não arranjar confusão nenhuma (essa vai ser fácil)

— Esfoliar a pele pelo menos duas vezes por mês para tirar essa cara de doente

— Aprender maquiagens novas para arrasar corações

Mas também

— Não ligar para as aparências já que elas não significam nada

— Aprender uma habilidade nova

— Me tornar a nova imperatriz suprema do universo

Ah, e

— Tentar não querer matar nenhum dos marotos

(esse último aí é um desafio pessoal)

 

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Bem mais tarde,

Expresso Hogwarts.

A coisa mais estranha do mundo acabou de acontecer.

Eu e Potter acabamos de ter uma interação amigável??????

????????

Não entendi.

Quer dizer, ele não me deu vontade de revirar os olhos até alcançar o fundo do meu crânio nenhuma vez.

É um progresso, não é?

Estava eu aqui, saboreando uma deliciosa varinha de alcaçuz que comprei (cof, cof, Marlene comprou) da moça do carrinho dos doces enquanto ponderava no quanto esse ano será bom para mim e observava Lene babar no casaco que ela estava usando como travesseiro, quando a porta do compartimento se abriu e Alice, Mary e Emmeline entraram sorrindo. Elas estavam no compartimento das meninas da Lufa-Lufa que até que são legais, mas não somos tão íntimas.

Fiquei feliz em vê-las, porque estava com saudades e me senti momentaneamente mal por não ter me correspondido com elas no verão. Mas elas aparentemente não ligaram porque me contaram animadas como foi a viagem ao Egito (de Alice) e à França (de Emmeline). Mary ficou na Inglaterra como eu (mas passou quase todos os dias com o namorado). Alice cortou o cabelo bem curtinho no verão, e eu anotei mentalmente que é um penteado que eu poderia fazer assim que me tornar morena. Emme diz que na França as mulheres só usam cabelo chanel.

Mas enfim, estávamos conversando sobre um passeio mágico dentro das pirâmides que Alice fez, quando a porta se abriu de novo. Eu imediatamente fechei a cara e olhei para a janela. Porque estavam lá parados Frank Longbottom, Sirius Black e James Potter.

Evitei contato visual enquanto eles se cumprimentavam e conversavam (Alice abriu espaço para Frank sentar ao seu lado. O que ele fez de muito bom grado, mas também...os dois namoram desde o quarto ano). Black se espremeu de qualquer jeito no final do meu banco e Potter teve o bom senso de ficar em pé, visto que não tinha mais nenhum espaço físico onde se enfiar.

Eles começaram a conversar animados sobre as férias. Pelo que eu peguei, Sirius ainda estava morando com James (ele se mudou para lá no inverno do ano passado) e não parava de falar como eles se divertiram na viagem em família à praia e como a mãe de Potter gostava de levar panquecas para ele no quarto toda manhã. (“Ei, ela não faz isso comigo”, disse Potter. “Aceite que ela gosta mais de mim, Prongs”).

Eu me enfiei mais ainda no banco pra tentar esconder a mísera risada que tentava sair da minha boca. Marlene acordou com o barulho e secou a baba no canto da boca. Ela ficou feliz em vê-los e entrou na conversa animada. Quer dizer, ela está no direito dela. E ela não consegue odiá-los de verdade. Eles nunca foram maus de verdade para ela. Além do que, ela e Potter fazem parte do mesmo time. Tenho certeza que eles se dão muito bem nos treinos.

(Nota mental: assistir a um treino de quadribol para saber se eles se dão bem)

Na verdade...pensando bem...nem eu os odeio. Eles são chatos pacas, é verdade, mas sei lá. Não são pessoas más. Bom, considerando que já os vi sair na porrada com um monte de gente que sai por aí fazendo maldade de verdade (quer dizer, há dois anos Lucius Malfoy usou uma maldição horrível em Chuck Terris. Horrível mesmo), eles até que são pessoas boas.

Mas podiam ser um pouquinho mais maduros. E, sabe como é, não causarem tantos problemas.

Então estava eu lá, alheia a qualquer conversa, lendo meu diário e fingindo que era um livro importante, quando ouço a seguinte frase:

— E você Evans, passou bem o verão?

Bem. Não tinha certeza se ele queria realmente saber ou só queria ser formal e educado. Na verdade levei um tempo para entender que era comigo que estavam falando. Nos primeiros segundos, olhei para eles e voltei a baixar o olhar. Nem tava sabendo de onde saiu essa pergunta. Mas então Potter cruzou os braços enquanto apoiava no batente da porta da cabine e perguntou de novo “Evans?”. Aí eu não pude mais me fazer de perdida.

Foi estranha essa formalidade porque posso contar nos dedos de uma mão só quantas palavras trocamos no último semestre. Foram literalmente “Com licença” e “toda”. Às vezes um “obrigada”. Só.

Mas depois de piscar algumas vezes para compreender a situação, abri a boca e respondi:

— Eu..hm, passei sim, obrigada.

Gênia.

(Percebo também que esqueci de perguntar como tinha sido o verão dele – o que Potter obviamente estava esperando, já que ele abriu e fechou a boca como se estivesse com uma resposta preparada. Ao invés disso, ele sorriu sem mostrar os dentes e falou “Que bom”).

Olhei para frente para ver se Marlene tinha estranhado essa interação tanto quanto eu, mas ela estava toda sorrisos para o Black. Fiquei um pouco brava, porque eu realmente esperava que isso não significasse que ela estava realmente FLERTANDO com ele, já que, sabe como é, ela tinha posto ele em primeiro lugar na lista e tudo mais.

Fiquei encarando a paisagem (que já estava ficando escura) até eles se tocarem que eu não estava a fim de conversa. Mas como as meninas respondiam animadas, eles ficaram um bom tempo na nossa cabine. Potter tentou conversar mais duas vezes (“Você ficou na Inglaterra o verão todo?” e “Vai fazer estudos de trouxa esse ano?”) no que eu respondi dois curtos “sim”. Qual é, eu estava um pouco constrangida e não sabia como conversar direito com essa pessoa que ignorou minha presença pelos últimos seis meses. Depois ele não tentou me incluir de novo. O que eu, bem, fiquei grata.

Mas assim que eles saíram para “colocar as vestes” (como disse Frank), eu fuzilei Lene com o olhar. Ela fingiu que não entendeu e disse que era melhor nós colocarmos nossas vestes também.

Tsc, ai dela se ela começar a flertar com marotos nos corredores desse jeito.

 


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