Sentimento Incompleto escrita por Gabi chan02


Capítulo 24
Realidade e parte da verdade


Notas iniciais do capítulo

ESSE CAPÍTULO
AHHH ESSE CAPÍTULO ANGMFDJHDS
O TAMANHO JÁ DIZ BASTANTE SOBRE A TRETA~
TÔ EMPOLGADA *U*
Se não me matarem pelo atraso, me matam por esse capítulo fdckjfdheij
Mas, calma, gente. O pior ainda está por vir *correndo*

Bloqueio é uma porra. Só consigo escrever algumas linhas e SI tá virando uma fic difícil, cada vez mais ;u;
Mas não vou desistir ♥

Enfim, postando no feriado, yaaaay ♥
Muitas coisas aconteceram desde a minha última nota inicial e a vida é um lençol de elástico: você prende de um lado e ele solta do outro.

Que notas metafórias, né? Tô meio gripada e tá calor, não tô bem wuehweh

O link é de hoje eu não lembro como achei, mas é bonito, tem histórinha e é legal (apesardofinalbad) ♥
https://www.youtube.com/watch?v=E52rxz2sjRs

Espero que gostem, boa leitura ♥



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Len POV

Rin saiu da sala sem sequer olhar para trás. Akira me largou, finalmente, meio animada e meio chocada por ter "conseguido".

Rin percebeu que eu cogitei a hipótese, assim como ela. A confusão que causou por sair foi maior, por outro lado. Comecei a gastar o tempo pensando em como sair dali e enrolar a Akita que me olhava com expectativa, feito uma criança prestes a ganhar um doce.

— E então...? – ela me apressou.

Eu respirei bem fundo. Ia me arrepender para o resto da minha vida...

— Pode vir. Mas...

Ela veio com os braços abertos e eu cambaleei para trás de novo.

— Não. Sem agarrar. Só fica aí.

— Ah, tudo bem. – Mayu nem se importou. Até sorriu um pouco.

Levantou a cabeça com os olhos fechados e quase fez um biquinho, jogando o cabelo para trás e colocando ambas as mãos nas costas. Eu mesmo não me movi, de modo que a deixei impaciente e resolveu tomar a iniciativa.

A ponta do meu nariz roçou na testa dela sem que eu saísse do lugar, e quando Akira ficou na ponta dos pés para me alcançar e seus lábios roçaram os meus com determinação, automaticamente minha mão foi parar entre nossas bocas e eu interrompi o processo, visivelmente irritadiço.

Ela abriu os olhos confusa. Eu toquei seus ombros e por um segundo ela quase sorriu de empolgação de novo, mas eu a afastei, tirei do meu caminho aos poucos e fugi o mais rápido possível até a porta. Ia ter pesadelos com esse dia e essa cena por um bom tempo.

— Então, tudo bem. – Seu tom foi lamentoso, nem de longe senti pena. – Mas não reclame por perder a oferta. Eu avisei das consequências.

Fechei a porta e a deixei lá. Isso bastou para destruir meu humor e meu ânimo mais do que qualquer outra coisa do dia. Rin não estava em volta. Asami, a biblioteca e a secretaria estavam todas no térreo, então era provável que tivesse ido para lá. 

Quanto mais perto da entrada, mais alunos aglomerados por terem sua saída bloqueada pelos zumbis com câmeras e gravadores. Se me avistassem, seria mordido antes de tentar correr. Fui até a parte do canto dos armários dos sapatos e de lá avistei o responsável pela confusão. Akihiro estava me esperando e era o entretenimento perfeito para todos os que esperavam a confusão.

Uma das alunas, que eu não conhecia, me viu ao olhar para trás.

— Se eu fosse você, voltava para trás até isso passar.

Rin POV

Olhar para o chão e para as paredes não iria resolver nada. Ignorei o pequeno quase surto de um minuto atrás e recordei de procurar por Asami, mas para isso teria de passar pelo corredor da sala do clube. Ou, pior ainda, sair pelos fundos, dar a volta por fora da escola e dar de cara com a multidão que nos aguardava na entrada.

Eu não tinha escolha...

Para minha surpresa, alívio e medo, em sequência, Len não estava por perto e desci mais um andar, alcançando as últimas salas de grupos de aula do andar... Mayu me esperava na primeira que encontrou, encostada no batente da porta. Fez um gesto como se fosse me acolher, com irônia.

— Não fui eu e nem o Akihiro que espalhou as fotos – a Akita desembuchou. – Foi a Yukari. Tudo bem que ela tirou porque eu pedi quando seguimos vocês no dia em questão, mas não era para espalhar tão cedo. Acho que eu fiz algo que ela não gostou.

— Tudo, talvez? – provoquei. – Com destaque para os abusos do seu irmão...

— Já disse que não me envolvi nessa parte e que passou dos limites até pra mim. – Ela tinha uma facilidade incrível para deixar de lado o tom de voz nojento e parecer séria ou manipuladora de repente.

— Então você podia ter parado de usar ele nos seus planos.

— Eu tentei, mas ele teria me entregado cedo demais. Também fui ameaçada, lembra? – Desviou olhar. – Eu o odeio por cada ato, mas isso não importa mais. Apesar disso, todas as informações e contatos de vocês dois foram pegas por mim, então eu precisava jogar a culpa em alguém.

Claro, fazia sentido. A stalker profissional com ouvidos pelas paredes sempre foi característica da Mayu... e nós deixamos esse importante detalhe passar.

A falsa calma que a rondava se esgotou e ela pegou meu pulso. Me deixei levar por saber que eu poderia dar conta sem piorar, talvez. Isso provavelmente significa que ela já quebrou a promessa ou que Len não a beijou e agora viria a pior parte.

— Rin, eu não só sabia que você e o Len escondiam esse namoro e sobre o Neru, como também sei por que vocês fazem tudo isso. – Mayu rosnou, me cercando e começando a mudar o rumo do jogo. – Sei que são assim porque não conseguem seguir mais nenhum outro caminho em suas vidas sem sentido. Você nunca teria saído da vida anterior se não fosse o Vocaloid e esse namoro. E quando saiu, olha só que irônico, não consegue sair de novo e não aprendeu a lidar com nada.

Ela se aproximou, me empurrando para dentro da sala. 

Raciocinei a frase por um tempo antes de digeri-la. Eu vacilei, tremi, ela sorriu, percebendo que mostrei fraqueza e que poderia estar certa. Não consegui esconder que ela realmente havia conseguido tocar num ponto fraco após preparar todo o terreno para o terror. Mas ela ainda estava errada. Ela podia saber de fato que a minha vida e a de Len possuíam um rumo inevitável, ou podia estar apenas me manipulando.

— Eu não achei que você continuaria enchendo a minha paciência. Muito bem, você conseguiu. – Reuni forças para rebater, Mayu foi me empurrando enquanto eu tentava resistir. – Parabéns, de verdade, mas quando vai aprender que enganar as pessoas é feio, hein, mocinha? 

— Ah, querida, a vida não é justa. Nós duas sabemos disso, e eu sei que você sabe, principalmente. Sei de coisas que nem você sabe, eu não te contei tudo. – Mayu riu feito uma vilã maligna num filme barato e trancou a porta atrás de nós com uma cadeira. – Você é mesmo muito ingênua – ela começou seu monólogo. – Me enganei por pensar o contrário. Adoraria que o mundo todo visse esse seu lado insuportável.

Uma pena, a maioria já sabia que eu costumava ser estupidamente irritante... nos momentos certos, com os argumentos certos.

— O seu roteiro é sempre o mesmo, não é?

Mas eu realmente não estava disposta a gastar argumentos com alguém que não me escutaria independente do que eu fizesse.

— Sarcasmo não vai te salvar aqui – ela reclamou. Aquele tom meloso foi embora de vez, ouvia apenas uma versão mais raivosa da garotinha mimada que cortou meu cabelo anos atrás. – Já percebeu? Você e o seu irmão conseguem quase tudo o que querem. Mas nunca tem nada do que realmente precisam, não é mesmo?

— E falar com enigmas, como se fosse a rainha das metáforas, a inteligentona, não adianta nada.

— Esse seu orgulho me da nojo.

— Sim. Eu sei – devolvi, a cara dela se retorceu completamente e ficou sem palavras por uns segundos. Só isso já recompensou o peso que a minha estupidez me proporcionava.

— Eu falo as coisas por aqui, tá bom?! – berrou, chegou a bater o pé, me cercando cada vez mais. – Vocês dois não sabem muito bem o que é a realidade e é com ela que não sabem lidar. É com o fato que de suas vidas pessoais são um verdadeiro inferno, sua família é um caos, seus amigos estão sempre com problemas e suas cabeças estão fodidas demais pra superar tudo isso – ela continuava berrando. De repente, eu me vi encolhida no fundo da sala com os olhos fechados e quieta, agarrando com força meu próprio pulso... foi o que a motivou a continuar. – O Len se culpa todos os dias por tudo o que você passa, ele provavelmente não te diz, mas com certeza no fundo pensa que a sua vida seria melhor sem ele. E você também se culpa todos os dias, porque sabe que seu irmão ficou doente por causa da sua doença. Vocês são a maior desgraça um do outro e mesmo assim consideram que esse relacionamento é a única coisa que "pode dar certo" nessas vidas lineares demais pra mudar o curso.

— Não... não é por isso. – Minha voz saiu num murmúrio raivoso, que Mayu não deve ter ouvido.

— É sim! – Ela riu mais ainda. Parou de berrar quando percebeu que eu escutaria mesmo contra a minha vontade e mudou para um tom orgulhoso, de quem sabia de tudo. – Vocês nunca estiveram com outras pessoas e continuam apostando tudo um no outro. Não importa o quanto o dia tenha sido péssimo, desde que no final vocês possam dividir a mesma cama e fingir que está tudo bem, continuar sorrindo por fora enquanto morrem por dentro. Afinal, vocês vão morrer bem mais cedo do que qualquer outro e do que qualquer um dos seus amigos. Então pra que desperdiçar tempo, não é mesmo? Enfim, seu namoro feliz da certo, mas de que adianta conseguir isso, por mais que você queira, se no final não importa? Você é péssima em encarar a realidade e você precisa de tudo isso por consolo... Se escondeu com o Neru. Se escondeu com o Len. Se escondeu com tantos psicólogos, psiquiatras e remédios para as suas "gripes" que mal consegue lembrar o nome de todos.

"Linear" era a última coisa que queria ser. Era a minha meta de nunca conseguir e agora parecia fazer sentido. "Ninguém além de mim pode impor regras na minha vida, certo?". Foi quando recordei de Gumi me perguntando se, de certa forma, não deixava que fizessem isso comigo.

Desde antes de descobrirmos que toda aquela pilha de diagnósticos, péssimas condições físicas e de imunidade era realmente grave e passar dos 26 ou 27 anos seria lucro. Na verdade, morrer por uma doença não importava para quem já tinha proximidade com a morte por motivos variados.

Eu acumulava ódio toda vez que precisava fingir que estava tudo bem.

Isso acontece com uma frequência terrível...

Len não está no meio disso.

Ou melhor, não devera estar, mas está. Da mesma forma que eu estou no caminho dele.

Eu realmente o amo. Mas continuar com isso vai nos matar lentamente... vai matar a única esperança que temos.

Len POV

Precisava voltar. Saki, Asami ou Miku já teriam me visto se estivessem aqui. A opção mais provável era a de que só encontrasse Rin quando fosse tarde demais, novamente. A escola era imensa e eu estava apenas na entrada, cercado por alunos que não podia contar sem causar mais confusão. Errei em deixar que ela ficasse para trás. Errei feio. Um erro me corroendo lentamente.

A aglomeração lá fora não era grande como eu esperava, porém, da pior de todas: do tipo da Mizuki, cercando e interrogando alunos inocentes que sequer estavam envolvidos conosco. Meu celular estava longe, na minha mochila, por aí, assim como Rin, Asami, Saki, Miku e qualquer outro. O que os dois meliantes juvenis tramaram foi para deixar-nos longe de qualquer ajuda.

Foi quando surgiu uma figura irritada dentro da escola, atropelando e xingando todos os que apareciam em seu caminho, andando rápido e pisando duro.

Era Akihiro, vindo para cima de mim.

A maioria dos alunos em volta percebeu e alguns congelaram devido ao susto quando eu fui agarrado. Não tive tempo de correr por entre o corredor lotado e isso provavelmente teria falhado.

Fui arrastado até a frente da escola, fomos cercados pela aglomeração chocada e indelicada, com suas câmeras e gravadores. Nenhum aluno saiu por ali, provavelmente ordens da diretora

— Você vai pagar, você vai pagar, você vai pagar... – murmurava, feito um mantra que alimentava seu ódio ao invés de acalmar. – É tudo culpa sua, culpa sua, tudo culpa sua...

Era medonho.

Qualquer pessoa acharia isso. Ele estava ficando maluco. Impossível saber exatamente tudo o que passou com aquela família e naquela escola e o levou a ficar nesse estado. O medo aumentou quando ele sacou também um estilete do bolso. Qual é a pira dessa família com estiletes?!

Ele expos a lâmina lentamente, bem em frente aos meus olhos, os estralos do objeto se misturando com sua respiração fora de controle. Ninguém em volta desfez a cara de choque, questionou ou interrompeu a confusão. Humanos são realmente criaturas idiotas.

— Você... sua culpa... culpados tem que pagar! – Akihiro mirou o estilete bem na minha testa, eu dei um único passo para trás, e o outro me acompanhou. – Você sabe... sabe que se não estivesse na minha vida a maluca da minha irmã iria me poupar de tudo isso.

Ele fez uma pausa para soltar um riso maníaco e assustado ao mesmo tempo, com a mão livre na cabeça e um sorriso. Felizmente, parecia medroso demais para realmente me ferir gravemente, mais ocupado em surtar.

— Ela me infernizou cada dia da minha porra de vida desde que você botou os pés naquela escola. Você atrapalhou cada chance que eu tive de tocar na Rin...

— Ah, na verdade foi idiotice inteiramente sua pensar que daria certo chegar perto dela – respondi, desdenhando do medo da situação. Eu queria morrer ou o quê?

— CALA A BOCA! – gritou. Só tive tempo de dar mais um único passo desajeitado para trás e a lâmina passou raspando em minha bochecha. O susto da ardência repentina e do sangue escorrendo me fez andar para trás até encostar na parede do colégio ao fundo. Meu coração já queria sair pela boca e eu não devia estar tremendo menos que Akihiro. – Sabe... você sabe, né? Você não é tão idiota, sabe que se você não tivesse nascido, a Mayu não seria uma retardada apaixonada, eu teria chances com a Rin...

— Não. Não teria. – É, eu queria morrer. Ele tentou me acertar outra vez, mas se atrapalhou e acertou o vento, perto do meu nariz. Apesar do susto, não me arrependia. O maior erro da vida desse cara foi tentar chegar perto da Rin... de qualquer uma delas, na verdade.

O plano era enrolar até que alguém com um cérebro ouvisse a gritaria e chegasse para interfirir. Minha única chance de sair vivo ou sem ser atropelado e barrado por zumbis, no mínimo. Sozinho, nada do que eu fizesse teria efeito.

— Ok, vou repetir até que entenda. – Ele engasgou com as próprias palavras. Colocou o estilete bem em frente ao meu pescoço. – Se você não estivesse aqui, a Mayu não teria me usado, meu pais não me causariam tantos problemas. Mas infelizmente sua mãe não te abortou e você nasceu. Para desgraça do mundo, para minha desgraça, para desgraça da sua irmã que teve o infeliz azar de nascer ao seu lado. Se você não tivesse nascido, a vida de todo mundo seria melhor.

Nessa parte eu concordei, somente na minha cabeça.

— E merda nenhuma teria mudado, porque o mundo não precisa de mim e pode ir pros caminhos errados sozinho – reclamei, quase perdendo a calma. – Eu já sabia de tudo o que acabou de me dizer.

— O problema é que você tá sempre no caminho. – Ele já estava começando a chorar, mas não sabia identificar o que eram lágrimas e o que era suor, e pelo jeito não iria se cansar de repetir a mesma ladainha tão cedo. – Eu tô quase destruindo essa sua cara de deboche e você ainda tira sarro? É um perfeito idiota.

Respirei fundo, mas fui obrigado a parar no meio do caminho quado senti o toque frio do estilete no meu pescoço e tratei de me acalmar sem pegar muito fôlego, surpreso por estar livre da asma no momento.

— Talvez eu morra mesmo – falei, dessa vez a voz falhando. – Mas não por um babaca como você. Aí sim seria idiotice.

Akihiro nem disse mais nada. Apenas levantou a lâmina e se preparou para descê-la em mim.

— Uns anos preso por me vingar de você e pegar a vadia da sua irmã não vão ser tão ruins.

E assim ele passou dos limites.

Se não fosse essa última frase, era possível que eu apenas tentasse desviar, no entanto, no calor do momento, segurei seu pulso com força e impedi mais um corte no meu rosto por alguns centímetros, por pouco. Agir rápido foi a pior parte de tentar livrá-lo de sua arma com minha outra mão, consegui, apesar de ter ferido meus dedos. Arremessei aquilo por cima da multidão e assisti a boba cara de choque de Akihiro.

Finalmente pude respirar fundo. Ele estralou os dedos e mesmo assim me controlei para continuar enrolando a peste e manter o rosto sério. Eu levaria um soco em poucos segundos. 

— Olha, você pode falar a merda que quiser de mim, mas vai viver no inferno se ameaçar a Rin de novo.

A força do primeiro impacto me fez perder o equilíbrio, mas não caí. Eu devia ter corrido... já era tarde. Fechei os olhos e senti a dor do segundo na bochecha do corte. Consegui ouvir sons de "ohh" e pessoas chocadas, e mesmo assim ninguém interferiu. Pelo contrário, a luz dos flashes intensificaram e minhas chances de fugir feito um desesperado desajeitado desapareceram. Estávamos completamente cercados.

— FALA PRA ELES! – se esgoelou, descontrolado. – Conta pra todo mundo as perversões que vocês dois fazem! Fala pra todas essas provas que você tá pegando a SUA IRMÃ desde os doze anos! É verdade, todo mundo já sabe! Assuma suas consequências pro mundo e pra sua família!

Ninguém fazia nada e eu também não. Agora, principalmente, não moveriam um músculo, chocados demais para julgar qualquer coisa.

Ninguém ali tinha competência para entender o que estava acontecendo no fundo dessa história, viam apenas o que queriam ver, ouviam e entendiam apenas o que julgavam certo: alienados. Cheguei a ouvir uma das pessoas que passava pela rua e parou para assistir cochichar com outra: "se o motivo é esse, então ele merece isso."

"Que errado..."

"Eu sempre suspeitei..."

"Mas eles são tão novos... estão jogando a vida fora."

"Jogaram a carreira no lixo..."

"Eles nem deveriam ter permissão pra namorar..."

— Se você contar – Akihiro sibilou, sacana, me agarrando pela gola da blusa e senti de perto que respirava feito um animal descontrolado –, eu te de deixo ir. 

Eu sentia gosto de sangue, mas isso não me impediria.

Eu cansei.

— É verdade – murmurei, tentando parecer "tudo normal". – É tudo verdade.

— Fala mais alto! – ordenou. Eu o empurrei de cima de mim sem piedade com um fio de ódio e adrenalina que me restou.

Retomei meu espaço ali. Preguei um maldito sorriso orgulhoso e falso na cara e abri os braços, chamando a tenção de todos. Nunca tremi tanto em toda a minha vida.

— É tudo verdade! – falei, em alto e bom som, transformei os curiosos presentes na minha plateia. Akihiro voltou a rir. – Senhoras e senhores, eu amo uma pessoa! Amar alguém é tão chocante em um mundo cruel como esse, não é mesmo? E essa pessoa é minha irmã! – continuei, minha voz era o único som que restou. Eu era um idiota mesmo. Apontei para Akihiro. – Mas quem será que está errado? Esse cara, que nos persegue e ameaça constantemente e inclusive abusou fisicamente a Rin e várias outras garotas? Vocês, que condenam a vida alheia, que nada atrapalha a de vocês e estão apenas assistindo como se achassem essa situação certa e divertida? Ou eu, que apenas vivi a minha vida inútil até aqui ao lado de outra pessoa?

Os flashes pararam, as camêras e gravadores se abaixaram e apenas um aluno da Academy K. mirava o celular em nós, gravou tudo desde o começo, um cúmplice descarado. Todos os rostos eram de choque, raiva ou com a boca aberta, alguns poucos confusos. Akihiro voltou a me agarrar pela gola, porém, Mamoru e Piko brotaram para afastar a multidão que se formou e segurar a besta. Os dois provavelmente não haviam conseguido sair antes, como a maioria.

Saki, Miku, Asami e Gumi chegaram em seguida e viram a cena, não ficaram diferentes do resto da plateia. Akihiro ainda se debatia, sem muito esforço restando. Piko, nervoso, me chamou de louco e idiota umas seis vezes, Mamoru de suicida e depois me elogiou. Os flashes retornavam e eu continuava parado ali, permitindo que me assistissem enquanto olhava para o chão, para umas gotinhas do meu sangue na neve acumulada no cantinho.

Ouvi as sirenes.

Visivelmente irritado como nunca antes tinham visto, limpei o sangue da bochecha com a manga da blusa e me coloquei a caminhar de volta para dentro da escola, dando as costas para a minha plateia forçada de idiotas e indo na direção das quatro chocadas demais para expressar qualquer coisa.

A polícia também chegou.


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Notas finais do capítulo

ME PERDOEM HUAHDBHJNFDNJSHBFJDSS
Mas o Len foi badass no final, né não? -q
Ok, parei -qq
Mas foi mesmo, o discurso desse moço me deixou orgulhosa, sambou na cara da plateia de idiotas ♥
*comoseeunãofosseaescritoradissonéskjdhuhfdijsdj*
E ele tá começando a mostrar um lado que... ohh ;u;

Apesar das tretas, gosto desse capítulo. Tem várias indiretas e referências (de algumas músicas e até pra uma outra fic minha, yay~). Melhor que esse? O 26 já está na fila. Esse sim é meu favorito até agora 'u'
Goodbye Rock'n Roll e Enmei Chiryou, principalmente. Não lembro exatamente, mas são essas duas músicas que renderam pra esse capítulo... faz um tempão que escrevi xD
Essas e mais outras na playlist da fic 'u' (vou atualizando de acordo com as músicas que vou usando~)
https://www.youtube.com/playlist?list=PLsV-VNscYfUb117QhQaGgUpZCBkNEAo7s
As referências da minha fanfic eu não vou falar, porque tá muito fácil u3u

E sei que é chato ficar repetindo, mas o que eu disse sobre divulgar a fanfic e o fandom todo, ou pelo menos me dar um oi nos comentários pra me dar esperanças, ainda está valendo ;u;

É isso que tenho por hoje, muahahaha
Espero que tenham gostado, avise qualquer coisa, byenii~♥



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