Sentimento Incompleto escrita por Gabi chan02


Capítulo 19
Pessoas não são o que parecem


Notas iniciais do capítulo

OLAAR *U*

Só demorei um pouquinho pra postar, propositalmente, porque hoje (09/05) A FIC FAZ 1 ANINHO DE VIDA YAAAAAAAAAY ♥♥♥
Nunca tinha comemorado algo assim antes, mas aqui estamos, não é mesmo ~

Eu demorei um pouquinho pra decidir o link de hoje, já que os que eu queria passar eu não lembrava se já tinha passado ou não, então tive que sair procurando por aqui... Eu tava seca nas primeiras notas, né? Esquecia tudo por vários capítulos seguidos. Eu tinha perdido o jeito, fazia tempo que eu não postava nada XD
Agora eu sinto um pouquinho que estou falando sozinha por ficar "tagarelando", mas é melhor que antes, eu espero dfcnfgjkek
Enfim, aqui está a musiquinha para hoje~
https://www.youtube.com/watch?v=45S9f0bCbIA
Recomendação da Nana, de uns tempos atrás. Valeu, ehee ♥

AHH MDS E EU FIZ UM ESPECIAL DE 1 ANO!! ~
São 9 curiosidades legais (é dia 9 e eu gosto desse número, cap. 19 e tals) do enredo ou só legais mesmo, e mais umas coisinhas~
Os "tópicos" que usei pra descrever eu achei no Tumblr, há muito tempo, e não lembro quem foi ou que perguntou/pediu, só que eu salvei as perguntinhas porque achei interessantes :T
AQUI, YAAAAY ↓↓↓
https://docs.google.com/document/d/1nGVLBUQ6Lh6sVpiLrKnGJid8TsGae7I4YlKLyOEFd54/edit?usp=sharing
(Ér, Google Drive. Não achei lugar melhor -q)

E esse capítulo, ahh, esse. Capítulo 'u'
Ele é bem maior que o anterior, pra compensar (eu disse que escrevo o quanto dá na telha awhuahwua).

Enfim, boa leitura -u-



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Rin POV

Não me lembrava, em nenhum momento, de terem me contado alguma coisa concreta sobre a verdadeira causa da morte de Reiko. O tempo todo, tudo era contado pelas metades. Sempre me incomodou que tantas informações fossem omitidas, mas no momento parecia que não conseguiria mais viver pela metade. Tudo o que não nos contavam tinha um motivo, e agora todos eles pareciam envolver Len e eu.

Grudei as mãos fechadas em volta da barra da saia do uniforme, tentando esconder minha tremedeira. Respirei fundo e senti o toque frio de Len nas minhas costas, uma falha tentativa de me acalmar, trêmulo também. Nessas horas eu me lembrava que mesmo após alguns anos, ainda não lidava direito com certas coisas.

Resolvi começar apontando um simples detalhe, Reiko disse que iríamos nascer em fevereiro. Len e eu nascemos em dezembro. Todos os nossos documentos marcam 27 de dezembro de 1999, com certeza. Outro ponto, ele sabia nossos nomes. Nos contaram que nossos nomes foram decididos menos de um mês antes de nascermos, não tinha como Reiko saber já que o contato com ele fora rigorosamente cortado. E também havia a questão do "Rin-chan". A história que eu conheço para esse "apelido" é a de que meu pai, japonês, pronunciava os "Rs" no lugar dos "Ls", falava "Ririan", então apenas tiraram um "ri" e deixaram "Rin" para combinar com "Len" (ou Ren), pois quando eu era bebê e estava aprendendo a falar só conseguia pronunciar "Len".

Tudo isso aconteceu depois da morte de Reiko, em São Francisco, bem longe de qualquer contato no Japão.

O celular de Len tocou. Nos encaramos em silêncio com a sensação de que havíamos relaxado após um transe barulhento e perturbador. O som calou a discussão de possibilidades entre nós e a música do toque concretizou nossa situação. Idola no Circus, uma música minha que ele gosta... e que arrastou nossa atenção para nossos outros problemas.

— Oi, Hikari. –

— Coloca no viva-voz – Miku pediu. Len o fez.

— Então, eu acabei conseguindo conversar com a Yukari e com uma amiga minha de lá sobre a visita na casa da Mayu – Hikari falou, se referiu ao clube de canto. – O pai do Akihiro disse que ele não vai voltar pra escola tão cedo, que os dois nem deveriam ter saído da Academy. Ele saiu ileso com um mísero advogado e apoio dos pais...

— Como assim?! – Len e eu nos agitamos.

— Mayu nos traiu? – Miku nem hesitou em dizer.

— Disse que o pai dela chegou em casa gritando que Mayu era louca por ficar contra o irmão. Então, disseram que ir preso faria mal pra ele, que cadeia não era o lugar dele e que a família e os amigos podiam ajudá-lo.

— Que absurdo – Miku complementou, no mesmo tom de antes. – Ele nem ia ser preso de verdade, não tem idade pra isso ainda.

— Ele não vai voltar pra escola – Hikari reforçou.

— Então que não saia de casa – completei, com certo rancor. – Nunca mais.

— Bom, mas acho que no seu caminho, Rin, ele não passa mais – Hikari falou, mas não com certeza, como geralmente parecia ter. – E seria bem legal se vocês duas socassem um processo nele. Rin, seus pais dariam um apoio legal.

— Um processo não seria necessário se a justiça tivesse sido feita. – Foi a vez de Miku mostrar rancor. – E dinheiro nenhum nunca vai diminuir ou cobrir o que ele fez.

Sem estender muito o assunto, eu apenas não respondi a parte dos meus pais. Então, no dia seguinte, teria de encarar Mayu e sua face que ainda não sabia qual seria e passar sabe-se lá quantos dias pensando nessas novas possibilidades.

Ou talvez o resto da minha vida.

...

Nós precisamos pegar carona com Asami ou Saki para chegar no colégio devido a aglomeração que podíamos encontrar nos pontos onde geralmente passávamos diariamente. Felizmente, tiveram o bom senso de não aglomerar em volta da Yamaha Project.

Len e eu passamos o resto do dia anterior em um dilema mortal: ligar ou não para nossos pais ou para a tia Ágata e perguntar.

A questão era: perguntar o que, exatamente?

"Oi, pai. Sim, eu melhorei. Descobrimos que o tio Reiko se matou. Por quê?"

"Oi, tia! Sim, melhorei e estamos bem. Por que vocês passaram quase 16 anos escondendo tudo de nós dois?"

"Oi, mãe... Então, escutamos uma fita antiga do clube e uma das músicas do Reiko era pra você, tipo uma declaração de amor. O que aconteceu que não sabemos?"

Essas eram as opções que nós dois ironizávamos o quanto fosse possível. Não encontramos uma maneira sútil de fazer essas perguntas, não por telefone. Ter de conversar por telefone já era ruim, e com assuntos desse tipo, pior ainda.

Enfim, quando entramos na sala do clube, encontramos todos em silêncio e sentados em volta de Mayu na mesa. Ela apoiava a cabeça com as mãos e os cotovelos na mesa, olhava para o lado com uma expressão igualmente triste ao dos outros sentados, cabisbaixos. Miki, Piko, Mamoru e Yukari, todos espremidos na mesa improvisada, feita de várias mesas menores das antigas salas de aula, 6 ao todo.

O som da porta abrindo chamou a atenção de todos para nós dois. Mayu desapoiou a cabeça.

— Me desculpe – murmurou, e olhou para baixo de novo.

Caminhamos até os dois assentos vagos, Miku foi até o sofá miúdo em outro canto, ninguém tirou os olhos de nós de modo que os míseros segundos de caminhada foram incômodos. Mamoru me lançou um olhar de cumplicidade que podia ter sido para Len também... não fiquei reparando nos detalhes.

— Akira, se tem algo para contar – Len começou –, pode começar.

"Akira". Len se recusava a chamá-la pelo primeiro nome, não com a própria.

— Primeiramente. – Mayu sequer enrolou ou esperou que sentássemos. – Me perdoe, Rin e Miku. Eu não consegui ajudar. Meus pais acham que ele vai piorar se for pra algum reformatório.

— Seu irmão não é mais criança – falei, não consegui segurar. – O perdão para ele não existe para nós.

— A culpa não é sua pelo o que ele fez, muito menos nossa para termos o que perdoar com ele – Miku interferiu –, mas infelizmente não podemos deixar acabar assim.

O processo foi aberto com ajuda de Asami e Saki, que cuidariam de quase tudo, logo depois de Hikari dar a ideia. Constatamos outra agência, uma que passasse bem longe da que meus pais e avô estavam envolvidos.

— Dissemos isso – Yukari ajudou. – Nem a senhora Akira nos ouviu. E de qualquer forma deve ser triste ver um filho nessas condições.

Quase nunca ouvia falar da mãe deles, e nunca era num momento bom.

— E qual foi a reação dela para tudo o que ele fez? – Miku perguntou.

Mayu então balançou a cabeça, triste.

— Lamentável – disse. – Ela não achou certo, mas assim como meu pai, defendeu o Encosto. Disse que "é errado machucar os outros", mas não que a culpa fosse dele já que vocês duas estavam sozinhas e... bom, para ela "a reputação e comportamento dessa Rin não é dos melhores para uma mulher" – completou, olhou para mim com receio e não apreciou minha cara amarrada e indignada diante da frase. – Meu próprio irmão me odeia, porque meus pais não querem passar a direção da escola para ele e sim para mim e um cara rico que pretendem me arranjar. Mesmo que eu não queira.

Não queria acreditar que uma mulher tinha agido dessa forma com um caso desses. Não foi difícil, porém, perceber que se o comportamento do filho era aquele, que ela não devia ter voz dentro de casa e chegou nesse ponto por longos anos de conformidade. Não foi a primeira vez que me rotularam dessa forma, sendo leve perto de outras, mas nunca num caso tão sério, então teve mais peso. Minha "ousadia" foi o que impediu a repercussão correta do caso e me levou a evitar confusão ao invés da típica polêmica e argumentos.

— Akira, não é só isso que você precisa explicar – Len entrou na conversa. Um olhar familiar ao que encontrei no momento em que Akihiro o empurrou alguns dias atrás.

Por uns segundos, Mayu pareceu ofendida. Escondeu logo em seguida.

— Akihiro queria se livrar da culpa de tudo, já que eu ajudei vocês a denunciá-lo. E vocês sabem que eu fiz bem mais do que o dia do cabelo e as fotos que tirei, mas ele não. Tudo o que houve com vocês naquela escola foi culpa minha. Mesmo depois que saíram, todos acreditaram que foi a Rin quem brigou comigo e me prejudicou o tempo todo e falam de vocês até hoje. Eu não aguentava mais isso.

Aceitar ou não a explicação morna que recebemos? Eu troquei olhares com Miku e Len, ambos achando suspeito. Contudo, não conseguia esquecer o pânico de Mayu quando foi acusada e nem a reação que os pais dela tiveram. Nada estava certo aqui, não tinha como medir o peso de cada uma sem prejudicar outra. Eu não queria me calar, mas não sabia o que dizer, pela primeira vez. Achei absurdo demais confiar que Akihiro falava alguma verdade depois de tudo o que fez.

Meu celular recebeu uma mensagem, algo raro por sua péssima condição, e era a Gumi. Só então dei falta dela.

"Vem até o banheiro do último andar. Sozinha ou com a Miku. A menos que o Len queira entrar no banheiro feminino. Não vou julgar, mas é arriscado."

— Temos coisas pra resolver, não temos? – falei, pulei a resposta de Mayu e levantei um pouco a mão com o celular após bloquear a tela. – Precisamos ir. Asami chamando.

Olhei para os dois, eles entenderam que se tratava de uma fuga. Levantamos, saímos, nos afastamos do corredor.

— O que foi? – Len perguntou.

Mostrei a mensagem aos dois.

— Len, eu te conto depois.

— Tudo bem. – Ele deu de ombros, tentando não parecer preocupado. – Vou esperar no telhado.

Por incrível que pareça, aquele tipo de mensagem era normal vindo da Gumi. Só achamos estranho agora pois ela pode saber de algo da A.K de quando não estávamos lá.

Paramos em frente a porta fechada, bati duas vezes. Gumi abriu um pouquinho, apenas para observar quem era.

— Miga, pra que se trancar nesse banheiro? – Miku tentou tirar sarro. – Quer invocar a Hanako-san?

— Se bater a cabeça na privada também, você vai ter que assombrar aqui pra sempre. Vai virar a Megumi-san do Banheiro – eu também. Nós rimos, Gumi só deu uma risadinha curta.

— Infelizmente, isso é sério. – A Gumi séria era uma coisa que dificilmente víamos.

Ela abriu para que entrássemos e fechou de novo.

— O que foi, então? – Nós duas checamos se todas as cabines estavam vazias antes de explicar. Era o banheiro menos usado e mais deslocado, então tínhamos um tempo até alguém aparecer.

Gumi colocou a mochila no trinco da porta. Os chaveiros pendurados fariam barulho se alguém tentasse entrar.

— Já passaram no clube hoje? – ela finalmente começou. Confirmamos. – Então já devem ter ouvido tudo o que aquela psicótica tinha pra falar para vocês.

— Ela te disse o mesmo? Dos pais e que Akihiro quer culpá-la?

— Disse. Mas não é bem sobre ela que quero falar, é sobre a Yukari.

Miku e eu compartilhamos uma cara confusa. Yukari de fato ficou rapidamente próxima de Mayu, mas ela é uma das pessoas mais calmas e delicadas que já havíamos conhecido e era assim com todo mundo, por mais que evitasse contato com a nossa sala sempre barulhenta e preferia seus amigos mais silenciosos. Passou a frequentar nossa bagunça com mais frequência depois da chegada da novata.

— É, ela pode ser suspeita – assumi depois dessa simples reflexão.

— E é. Ela estudou comigo na mesma época em que estive na Academy e era amiga da Mayu. Farinha do mesmo saco mofado. Tinha a mesma personalidade de hoje e ainda sim aceitava ser usada de cúmplice da "amiga".

— Dessa menina eu não duvido de mais nada – Miku entrou no assunto, revirou os olhos.

— Elas não mexiam comigo, eu não tinha nada de interessante naquela época. – Gumi deixou a frase morrer. – Mas uma amiga minha da época chegou a quase se matar de tanto que a perturbavam.

Eu já havia ouvido sobre alguns possíveis suicídios no ano em que estudei lá, e outro chegou a acontecer de fato, tudo em poucos meses. Mesmo que os casos não envolvessem Akira e seu grupo, a culpa da maioria sempre foi da escola estupidamente rígida e tradicional com suas cobranças infinitas por perfeição e boa imagem. Quem estuda lá não vive, apenas sobrevive em uma casca vazia que é preenchida com ódio e competição entre os melhores "vencedores" da vida... Ou melhor, das notas, dos vestibulares, dos diplomas e do dinheiro.

Miku respirou fundo, receosa.

— A Yukari estava envolvida?

— Ela só fazia pequenos serviços para sua "líder" – explicou. – Afastar pessoas, arrumar a cena do crime, mentir pros outros que tudo estava bem, espalhar boatos... Até que houve um período conturbado entre as duas e Yukari mudou pra cá. Quando eu mudei também, ela já parecia outra pessoa. E aquela oxigenada apareceu e mudou isso.

Passamos um tempo refletindo. A conversa foi pesada.

— Por acaso você sabe de algo sobre o dia em que a polícia veio atrás do Akihiro? – perguntei. – As duas sumiram e Yukari ainda voltou um tempo depois.

— Bingo. Era aí que eu queria chegar. – Gumi estalou os dedos. – Tenho certeza que a Yukari ou as duas seguiram vocês. Elas chegaram juntas aqui naquele dia e poucos minutos depois de vocês dois, Akihiro fugiu direto da casa dele e chegou primeiro, é um descontrolado mesmo. Pra Yukari, tenho duas teorias para o motivo de só ter aparecido quando a poeira abaixou. Em uma ela não quis se envolver na briga e na outra ela ficou pra trás e fez o mesmo serviço que fazia quando era mais nova. E também, eu ouvi conversas.

Eu e Miku bufamos. Foi realmente chato ter de desconfiar de tanta gente de repente, mesmo onde achávamos que isso não aconteceria.

— Não da pra confiar em ninguém... – Miku resmungou.

— É. Não tá fácil pra ninguém. Rin, por acaso a Mayu tinha fotos ou objetos que pertenciam ao Len, que ela pegou ou algo assim?

— Ela recortou somente o Len de umas fotos, no mesmo dia do cabelo, como parte da tortura – confirmei, desviei do olhar chocado das duas a abanei a mão para afastar o assunto. – E também ele disse que já "perdeu" até uma escova de dentes lá e que tentaram cortar uma mecha de cabelo dele enquanto dormia.

— Isso é... meio tenso – Miku comentou, horrorizada. O nojinho estampado em sua face.

— Bem como imaginei – Gumi lamentou, com uma estranheza no ar. – Segundo o que Yukari fofocou no corredor e eu escutei da sala, Mayu tem um altar pra ele escondido no quarto. O pior que é que ela pode ser realmente inocente em tudo o que aconteceu até agora, o plano é apenas ganhar o Len.

Eu quase engasguei com o vento nesse momento. Pude sentir uma facada vinda de um papel de trouxa nas costas. A sensação foi tão estranha que nem sabia o que responder.

A resposta veio de fora, de uma batida tímida na porta e uma voz desconhecida perguntando se podia entrar, com medo. Eu e Miku nos escondemos nas cabines. Gumi abriu a porta e enrolou a menina como quem não queria nada. Quando ela entrou ao nosso lado, nós três saímos.

— Eu não quero que aqui fique como era lá – Gumi sussurrou para nós, quando procurávamos Len, comparando as duas escolas. – Então, por favor, só comentem sobre isso em casa.

Len POV

Aquele final de semana foi desejado com todas as forças e finalmente havia chegado. Depois de uma sexta e um sábado inteiros fora de casa e lotados de afazeres (acompanhados de uma semana perturbada), acordar em casa, no nosso quarto, ao lado de Rin e quase 11 horas da manhã parecia um sonho. Mesmo sendo apenas um domingo, seria dia de colocar em prática alguns vários nada para fazer.

Rin não ousou levantar. Eu me remexi para sair da cama, da primeira vez ela me impediu até que meu braço começasse a formigar. Quando eu reclamei fui praticamente expulso mesmo sem ter acordado completamente a Srta. Sonolenta, que não queria ser incomodada.

Do quarto para fora, a casa inteira estava com cheiro de chá, indicando que Luka já havia acordado. Segui até a cozinha e realmente a encontrei lá.

— Bom dia. – Ela pareceu surpresa. – Estranho ver você em pé antes do meio dia e sozinho.

— Bom dia – eu ri, não muito. – A consciência ficou lá, eu só vim porque estou com fome.

Peguei uma banana na fruteira

— Estranho, mas bom. Quero conversar com você. Não sei como dar a notícia para a Rin.

Eu não tinha meu cérebro funcionando 100% de manhã para uma conversa dessas, mas eu sabia que vindo da Luka seria importante e principalmente que algo assim era impossível de ser adiado. Me sentei do outro lado da mesa, me esforçando para não parecer muito alguém que só levantou (e não acordou de fato). Luka esperou tudo isso, mexendo o chá na xícara para que esfriasse.

— Eu acho que minha mãe estava mentindo sobre não saber de nada.

Ela olhava para a xícara, agora parada, na mesa e não disse mais nada. No entanto, não foi nenhuma novidade.

— Qualquer um que conviveu com a gente ou que faz parte da família mente para encobrir o que acontecia lá – respondi. – Ou nunca sabem de nada, contam tudo pela metade ou inventam.

— Eu temia que isso fosse tão verdade que até a minha mãe fosse afetada. – Ela voltou a me encarar. – Eu tinha só seis anos, não entendia muito bem o que acontecia, mas me lembro que minha mãe sempre parecia perturbada quando falava de vocês. E as visitas foram sempre rigorosamente limitadas. Só não nos metíamos por ter nossos próprios problemas em casa.

Luka foi provavelmente a única criança com quem Rin e eu tivemos contato antes da pré-escola, em algumas poucas ocasiões. Qualquer um sabia que meu avô e a tias que viviam por lá não gostavam da mãe dela por ter fugido do marido, mesmo que ele abusasse da esposa e da filha pequena, bêbado ou não.

Era tão raro e perturbador ouvir Luka falando disso que eu não pude evitar o clima tenso. Eu perdi a fome e troquei a fruta pelo chá que ela havia feito. Miku foi a próxima a aparecer na cozinha e teve a mesma reação da outra ao me ver fora da cama de manhã.

Rin apareceu quando eu terminei o chá, por fim Luka não aguentou e contou tudo de novo, mais tranquila por eu estar por perto. A resposta de Rin foi praticamente a mesma que a minha, e ela já desconfiava disso. Miku também evitou tocar no assunto principalmente depois do que ouvimos na gravação, sem saber qual seria nossa reação. Por fim, com nós três reunidos, contamos para Luka sobre a fita, que nossa mãe tinha uma relação um pouco mais profunda com Reiko e tudo o mais.

— Não faz sentido... – ela disse, incrédula. Ou talvez só tenha aumentando a confusão que essa história devia ser na cabeça dela.

— Mas não é impossível – rebati.

Luka ficou algum tempo refletindo.

— É, é bem possível – mudou de ideia com firmeza. – Minha mãe já comentou em casa que seu avô não gostava do Reiko, e ele devia ter um bom motivo pra isso.


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Notas finais do capítulo

A essa altura do campeonato? Não comentarei sobre suspeitos uhuhuh u3u
MAS ACEITO OS COMENTÁRIOS E TEORIAS DE VOCÊS ♥
E essas conspirações da Rin no começo~~~~~~~~
Tá aí um pedacinho, as origens dos dois como 'Rin e Len', pelo menos a parte ~bonitinha~. E mais uns "9s" nesse capítulo: 1999.
Aliás, eu devia ter comentado antes, mas os acontecimentos dessa parte da fanfic estão em 2015, ainda (ano em que comecei a escrever ela). Vai avançar futuramente.

AH MDS A TRETA TÁ TÃO PERTO, E TÃO DISTANTE, AHHH
To ansiosa efdsjnfgjdfkje
Mas, não, não vai acabar depois dessa treta (pff ninguém quer saber disso agora). Essa vai ser a maior fanfic que já escrevi, então aguardem tranquilamente *3*
... eu espero que isso seja uma boa notícia (?).

Sobre a tal da "Hanako-san do banheiro", alguém aí jogou Misao? xD
https://pt.wikipedia.org/wiki/Toire_no_Hanako
Eu passo um monte de links pra tudo, né? -q
Agradeço quem tem paciência e vê tudo ♥

Idola no Circus (não lembro se já passei...?), aqui~
https://www.youtube.com/watch?v=Mc_KsMWEl8A
É o toque do meu celular há... muitos anos.

E obrigada por me aguentarem por 1 ano. Espero que continuemos assim até o final '3'
Aaté~♥~



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