To Martha, Thanks for Everything! escrita por Kori Hime


Capítulo 1
To Martha, Thanks for Everything!


Notas iniciais do capítulo

Esse conto curtinho feliz e bocozão pq eu vi no facebook da Anne L uma imagem do Bats, Martha e o Super ♥ foi fofinho demais e eu vi depois povo zuando com Bats pq não tem mamãe ç_ç vem morcegão eu te cuido. Digo, a Martha Kent cuida.
Boa leitura



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Bruce Wayne avistou a placa da fazenda da família Kent na rodovia, ele virou à direita, dirigindo uma pick-up Nissan, entrando com o carro na estrada de terra, até que chegou a propriedade. Desligou o carro, mas permaneceu dentro do veículo. O silêncio era quebrado pelo barulho de aves no céu. Ainda não era nem onze horas da manhã, o almoço, ao qual foi convidado, estava marcado para o meio dia.

Ele não sabia se estava sendo abusado, chegando mais cedo do que o combinado. Olhou para o banco do passageiro, o bolo de manga ainda parecia apetitoso e bem embalado. Comprou em uma confeitaria de Smallville, enquanto tomava café e fazia um pouco de hora para, enfim, ir até o seu destino final.

Bruce então pegou seu celular de dentro do bolso da camisa e checou os e-mails. Não havia nenhuma novidade ou mensagem urgente, Alfred estava de férias, e a última coisa que lhe mandara fora uma fotografia dele sentado em uma espreguiçadeira, bebendo um coquetel de frutas, ao fundo, uma piscina cheia de mulheres praticando algum esporte aquático.

Ao menos Bruce tinha certeza de que seu mordomo parecia se divertir bastante quando se ausentava da mansão Wayne.

Voltando para a fazenda dos Kent, a porta da frente se abriu, e Clark saiu de lá com uma aparência bastante a vontade. Não era pra menos, ele estava em seu ambiente familiar, mais confortável e merecia o direito de andar com jeans surrado e camisa xadrez com as mangas dobradas. O que não diminuiu nem um pouco em sua boa aparência.

Mesmo sem necessidades, Clark usava os óculos de grau, Bruce sabia que era uma questão de hábito.

Notando que ainda estava parado dentro de seu carro, e Clark com as mãos na cintura observando-o, Bruce decidiu sair. Ele pegou o bolo de manga e desceu da pick-up. Foi naquele momento que Bruce se arrependeu de não ter trocado de roupa quando teve a chance. Ele vestia uma calça social e camisa branca, ambos Giorgio Armani, que valeria pelo menos o preço de umas duzentas calças jeans iguais as de Clark.

Ele não era do tipo que fazia comparações de estilo, mas entendia que, naquele momento, poderia ter optado por um traje mais informal.

— Seu sapato lustrado não vai durar muito tempo nesse chão. — Clark riu, descendo as escadas de madeira, até Bruce. — Está perdido, forasteiro?

— Você me convidou para um almoço de dia das mães na sua casa, o que acha que eu deveria ter usado? — Bruce tirou os óculos de sol, e pendurou na camisa.

Clark aproximou-se e o beijou nos lábios, sua boca tinha um gosto agradável de laranja e pêssego, Bruce imaginou se não havia sido desnecessário ter comprado um bolo, afinal, Clark era ótimo com sobremesas. Corrigindo, no geral, ele era um ótimo cozinheiro.

— O que trouxe aí?

— Bolo de manga, mas estou arrependido de não ter trazido uma garrafa de vinho.

— Esse é o bolo favorito da minha mãe. — Clark ofereceu um sorriso, pegando o embrulho das mãos de Bruce. — E vamos comemorar apenas com suco, Dona Martha Kent está usando medicamentos.

— Ela está bem?

— Sim. — Clark virou-se, esticando o braço para que Bruce pudesse subir as escadas na frente dele. — A propósito, eu quero agradecer a visita daquele médico. Uau, ele é incrível.

— Fico aliviado que os serviços do Dr. Bäumler foi de ajuda.

— Eu que estou aliviado. — Clark parou, diante da porta, segurando a maçaneta. Olhou para o outro, apertando os lábios. Bruce queria dizer que não havia necessidades para tais agradecimentos, ele faria o que estivesse ao seu alcance. Sempre.

Quando abriu a porta, Clark fez algumas recomendações, como a mais costumeira. Sinta-se em casa.

Era complicado para Bruce tal recomendação. Poucos eram os lugares que ele se sentia realmente em casa. As vezes, nem mesmo na mansão Wayne ele se sentia assim. Muitas vezes inventava viagens longas para o bilionário e playboy, deixando-o mais a vontade de ficar na batcaverna, aprimorando seus equipamentos e suas pesquisas.

Alfred o servia nos mesmo horários a que servia Bruce Wayne. Então ele só sabia que era manhã, quando seu café era servido, com torradas e omelete. Ou quando era almoço, e seu file de peixe vinha bem temperado. Sabia que era noite quando Alfred trazia uma sopa, ou mais tarde ainda, quando ele insistia em fazer leite com biscoitos.

Ao entrar na casa da família Kent, era possível sentir algo diferente no ar. Além do calor e uma leve refrescada com o ventilador de teto. A batcaverna era fria, assim como Gotham, que vivia embaixo de chuva e nuvens carregadas.

A sala possuía uma infinidade de objetos com diversos significados. Alguns troféus e medalhas em uma estante, fotografias e porcelana. O sofá, com almofadas coloridas e uma mesa de centro com exemplares do Planeta Diário ao lado de uma revista sobre o cultivo de cereal.

Parado, no meio da sala, observando com seu olhar clínico, Bruce de repente sentiu que o botão da camisa próximo ao pescoço precisa ser desabotoado. Quando ele terminou, Clark o encarava, movendo a cabeça e dando um daqueles sorrisos que dizia “eu disse.”

É, ele decidiu então ficar mais a vontade. Não possuía motivos para ficar nervoso. Já havia encontrado Martha Kent em outras ocasiões, a primeira não foi muito agradável, mas, desde então, não poderia negar que sentia-se ternamente ligado aquela mulher.

E quando ela apareceu na sala, o ar prendeu nos pulmões do bilionário. Mas, quando Martha o abraçou, e segurou seu rosto com as duas mãos, beijando sua testa, as coisas pareciam mais leves.

— Bolo de manga? Eu adoro. — Ela parecia feliz, o que deixou Bruce satisfeito. — Venha, vamos conversar na cozinha, já faz muito tempo que você não aparece aqui, Senhor Wayne.

— Bruce. — Ele falou. — Por favor, apenas Bruce.

— Sim, é claro. — Martha e Bruce foram andando pelo corredor, até chegarem na cozinha.

O aroma agradável pegou Bruce de surpresa, não que a comida de Alfred fosse ruim. Era até injusto pensar nisso, mas o aroma daquela cozinha era algo que ele não havia experimentado antes.

Conversaram sobre muitas coisas, tentando ao máximo evitar o assunto de trabalho. E quando Clark comentava algo, Martha o olhava, como uma mãe alertando o filho de que já havia falado sobre aquilo. Clark mudava de assunto imediatamente.

Era interessante observar a interação de mãe e filho. Bruce estava começando a se sentir como um intruso no ninho, pelo menos até Martha levar a colher até a boca do convidado, para que ele experimentasse o molho.

— Está bom de sal? — Ela perguntou, docemente.

— Para mim está perfeito. Nunca comi nada tão bom. — Ele foi sincero.

— Você deve ter ido nos restaurantes mais incríveis do mundo, não precisa me paparicar dessa forma. — O olhar materno de Martha pousou sobre Bruce, ele podia sentir o carinho em suas palavras.

— Se abrisse um restaurante, eu a financiaria com toda a certeza. — Ele respondeu.

— Sabia que a torta de maçã dela é vencedora pela vigésima vez na feira de Smallville? — Clark pegou uma maçã do cesto e jogou para o alto, pegando-a em seguida. — Todo mundo na cidade pede pela fórmula secreta, mas nem mesmo eu sei o que é.

— Clark, não seja convencido. — Martha apontou para o alto do armário, pedindo para ele pegar uma travessa, enquanto o filho se virava, ela sussurrou para Bruce, que sentado em um banco ao lado da mesa. — O segredo é páprica doce e canela-da-índia.

Bruce prometeu guardar o segredo a sete chaves.

— Vocês sabem que eu tenho uma audição hiperdesenvolvida, não é? — Clark colocou a travessa em cima da mesa.

Como combinado, o almoço foi servido ao meio dia. Bruce não poderia dizer que foi menos do que maravilhoso. A comida e, principalmente, a companhia. Ele não costumava fazer aquelas visitas, mas nos últimos meses tentava acompanhar Clark, da mesma forma que ele se disponibilizava em acompanha-lo em festas a rigor, com um terno e gravatas apertados, coisa que ele se sentia desconfortável.

Depois do almoço, Martha cortou o bolo de manga e serviu com um creme que Clark havia preparado. O desastre ocorreu quando Bruce manchou sua camisa branca, com o creme amarelo, foi vergonhoso para ele, sentindo-se como um pré-adolescente. Martha pediu para que o filho o levasse até o quarto, enquanto ela tirava a mancha da camisa, sem estraga-la.

Bruce queria ter forças para impedi-la de se ocupar com aquilo, mas na fazenda Kent, não se deixava uma camisa manchada. E essa foi uma das regras que Clark recitou, quando eles estavam no quarto do jornalista.

Era a primeira vez que Bruce entrava naquele cômodo. Havia ali um estilo colegial, poderia se sentir no ensino médio, caso tivesse estudado como as crianças de sua idade, só que nessa época, Bruce estava nas ruas, em companhia de Selina Kyle, aprendendo a viver na real Gotham que foi uma fase bem rebelde, mas bastante recreativa e inspiradora, como Alfred gostava de chamar.

— Acho que essa aqui vai servir. — Clark entregou a camisa. — E como mamãe disse que vai esfriar, ela mandou te dar também um casaco. Vista esse.

O casaco era preto e com botões, o cheiro de Clark estava impregnado na roupa. Vestir as peças, fez Bruce sentir uma gostosa sensação de estar sendo abraçado por Clark.

Então ele bateu uma fotografia de Bruce, sentado na cama, ao lado da janela. Depois sentou ao lado dele, tirando uma fotografia dos dois. Longe dos holofotes, Bruce não era o mesmo playboy extravagante de Gotham. Clark adorava perturba-lo daquela maneira.

— Eu não tinha a intenção de dar trabalho para sua mãe.

— Relaxa, foi só uma distração. — Clark o abraçou, dando beijos no pescoço de Bruce. — Podemos aproveitar um pouco aqui em cima.

— Não sei se é uma boa ideia. — Soava até hipócrita, vindo de alguém que levou o Superman para dentro do quarto de serviços da Torre da Liga, para ficarem mais a vontade.

A mão de Clark erguia a camisa que Bruce acabara de vestir. Ele o beijou, fazendo-o deitar na cama. Era como recuperar a fase adolescente que Bruce perdeu.

Já era tarde e Bruce tinha planos para retornar para casa e se preparar para uma reunião importante no outro dia. A viagem de carro não levaria mais do que dez horas até Gotham, o que para Martha, era tempo demais para dirigir só por um almoço. Suas palavras foram convincentes, quando o convidou para passar a noite na fazenda e, pela manhã, ele poderia viajar.

Ele até poderia retrucar, mas foi vencido pelo braço de Martha, segurando-o delicadamente e o levando até a sala com a promessa de que iria contar algumas histórias de quando Clark era mais jovem.

Naquela noite, Bruce estava deitado na cama do quarto de hóspedes, uma brisa agradável entrava pela janela telada, para proteger-se dos mosquitos. Ele pensava em como Gotham estava se virando sem o Batman. É claro que ele se ausentava as vezes da cidade, até mesmo quando a Liga da Justiça precisava de suas consultas, mas sua mente não conseguia sair de Gotham.

A porta abriu levemente e Bruce já estava em pé, vestia uma calça de moletom, sem camisa e descalço. O punho fechado foi se desfazendo quando Martha entrou com uma bandeja.

— Eu pensei que seria um pouco difícil dormir fora de casa. E ainda num quanto tão modesto. — Ela colocou a bandeja sobre a mesa de cabeceira, e a camisa, seca e passada, em um cabide. — Eu costumava usar esse quarto para receber minha tia Mary. Ela vinha do Texas, ficávamos a noite sentados lá fora para ver a chuva de meteoros. Clark adorava olhar para o céu. Dizia que um dia iria descobrir de onde eles vinham. Sabe, os meteoros.

— Quantos anos ele tinha? — Bruce sentou na cama, pegando o copo de leite sobre a bandeja.

— Sete anos. Nessa época ele queria ser astronauta. — Ela riu, os braços cruzados, olhando a janela. — Meu filho é tudo o que me sobrou nessa vida. Sempre que eu vejo os jornais... — Martha não terminou sua frase, embora não soubesse que Bruce Wayne era o Batman, ela dava sinais de que sabia que Bruce conhecia a outra identidade de seu filho.

— Clark é uma pessoa incrível. Eu sou grato em tê-lo conhecido. Sei que nós somos diferentes em alguns pontos. Mas eu queria que soubesse que seu filho traz um pouco de luz na minha vida.

Martha assentiu com a cabeça.

— As portas da minha casa sempre estarão abertas para você, meu querido.

Ela se despediu com um beijo, fechou a porta e, não demorou muito para Clark aparecer no quarto. Bruce colocou o copo vazio sobre a bandeja. Ele abraçou o namorado, bem... agora era um bom começo de chama-lo de namorado.

Dormiram, abraçados.

Ainda bem cedo, Bruce já estava de pé, pensou em ir embora antes de todos levantarem, ganhou um beijo de bom dia de Clark, que não o impediu de partir, o jornalista virou na cama, ainda sonolento.

Bruce desceu as escadas e encontrou um bloco de papel ao lado do telefone. Anotou um pedido de desculpas por ter que ir embora mais cedo e então tirou do bolso da calça uma pequena caixa contendo um par de brincos, que ele julgava ser um presente que Martha poderia vir a gostar, já que ela usava brincos em todas as ocasiões que eles se viram. Deixou-o sobre a mesa de centro, em cima do bilhete.

“Para Martha, obrigado por tudo.”

Bruce.


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Notas finais do capítulo

Oi gente. Tudo bem? Feliz dia das mães para mim ♥