Recém Casados escrita por Bianca Maia


Capítulo 6
Capítulo 5 - ENCONTROS


Notas iniciais do capítulo

Eu não gostei muito do capítulo. A Beta (Jack Sampaio) gostou, então, se ela gostou, tá aprovado.
A crise de erros do Nyah me atrasou um pouco. Desculpa por fazer vocês esperarem.

Boa leitura!



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No capítulo anterior:

 

Senti a mão de Bella deslizar sobre minha barriga e seus olhos se abriram de uma vez. Ela não demorou a entender e logo se sentou também.

 

— A gente... — Não terminou de perguntar. Sua resposta havia sido respondida pelas evidências no quarto. — Não, não, não, não, por favor, não! — Sussurrou, antes de puxar o lençol que nos cobria.

 

Sim. Eu e Suada estávamos nus.

 

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH! — Gritamos juntos.

 

Bella PDV

 

Não! Não, era impossível! Eu nunca e nem em um milhão de anos transaria com o Coro.

Calma Bella, é só um pesadelo! Feche os olhos e tudo vai voltar ao normal.

 

Fechei os olhos com força e os abri. Nada. Edward ainda estava ao meu lado, com cara de quem acabara de assistir um exorcismo.

 

— VOCÊ ME ESTUPROU! MALUCO! DEPRAVADO! IDIOTA! — Levantei-me enrolada no lençol e o chutei.

 

— PÁRA SUA MALUCA! EU NÃO FIZ NADA! VOCÊ REALMENTE ACHA QUE EU ESTUPRARIA VOCÊ? — Bufou. — SE TOCA!

 

— Cala essa boca! — Soquei seu rosto e Edward caiu da cama.

 

Lentamente levantou a cabeça e me olhou com raiva.

Minha cabeça queimava  de tão dolorida que estava e eu me sentia super cansada. Não queria pensar no “por que” do meu cansaço. Com certeza as razões sempre me levariam para cama com o Coro safado.

 

— Você, com certeza, perdeu a noção do perigo! — Edward cuspiu as palavras e saiu do quarto.

 

— EU TE ODEIO, EDWARD CULLEN! — Bati a porta com toda a força.

 

Minha mente não parava de gritar que eu era uma idiota. Idiota por beber demais, idiota por estar com o cara errado e mais idiota ainda por transar com ele.

Tudo rodou e acabei caindo deitada na cama. Encolhi-me enrolada no lençol e fechei os olhos.

 

— Nunca mais vou beber... — Sussurrei.

 

Edward PDV

 

Enquanto a água gelada caia sobre minhas costas, tremia de raiva. Como eu pude transar com aquela doente da Suada? Só um idiota sem opções faria tal coisa.

 

Encostei a testa na parede e fechei os olhos.

Minha cabeça doía bastante e eu estava com uma incontrolável vontade de vomitar. Debrucei-me sobre o vaso sanitário e expulsei tudo o que ainda restava em meu estômago.

 

— Eu nunca mais vou beber... — Sussurrei, voltando para o chuveiro.

 

Ensaboei meus cabelos, meu corpo, mas nada me tirava os flashes horríveis da noite passada.

Lembranças foscas de pessoas dançando, Alice bebendo, Suada puxando-me para dançar... Lembrava-me também de ter bebido algo estranho, e depois, tudo escurecia.

Fechei o chuveiro e enrolei-me na toalha.

 

Já havia passado uns vinte minutos desde que Bella e eu discutimos. Ainda não tinha ouvido nenhum grito, ou soco, ou palavrão. Tudo estava silencioso.

 

— Bella, abre a porta — tentei ser educado.

 

Ela permaneceu em silêncio.

 

— Por favor, preciso pegar minhas roupas.

 

Dei três batidas.

 

— Então só me diga que você ta bem — mais silêncio.

 

Desisti e me sentei no chão com as costas apoiadas na porta.

 

Já era péssimo brigar com Suada todos os dias, mas ter que vê-la silenciosa e triste era bem pior. Já estava me acostumando com seus gritos e socos.

 

— Eu to bem — com uma voz fraquinha, Bella respondeu minha pergunta abrindo a porta.

 

Caí de costas no chão, mas pude ver que ela já estava vestida e com os cabelos molhados.

 

— Obrigado. — Sussurrei, engatinhando para dentro do quarto.

 

Suada fechou a porta e se sentou na cama. Parecia que ela também havia vomitado, e muito.

Peguei uma bermuda e uma regata que estavam jogadas e coloquei-me de pé.

 

— Olha... eu... não sabia... — Bufei.

 

— Tudo bem — Suada se levantou para pegar um edredom e acabou tropeçando na câmera que Renée havia nos emprestado.

 

— Droga! — Chutou-a para longe. — Olha Edward, vou tentar segurar as pontas, mas não sei se vai dar não!

 

— Sabe... Gostava mais de quando você tava triste! — Bella ficou vermelha e me jogou um travesseiro na cara.

 

— EU NÃO TAVA TRISTE! SÓ BEM MAL! — Fez bico. — Eu vomitei. Muito.

 

Segurei o riso. A Suada nervosinha estava de volta!

 

(...)

 

23h55min.

 

Bella PDV

 

— Não vou dormir com você! — Bati o pé.

 

Tinha medo de que acontecesse novamente o que havia acontecido na noite passada.

 

— Ah! Sem essa Bella! Só temos uma cama.

 

— E um sofá — sorri vitoriosa, empurrando Coro para fora do quarto.

 

— BELLA! ABRE ESSA PORTA! — Gritou, socando a porta. — NÃO VOU DORMIR NO SOFÁ! ABRE A PORTA!

 

Abri a porta de uma vez e Edward avançou para cima de mim. Caímos os dois no chão.

 

— Cansei de bancar o bonzinho com você!

 

— Ah, então esse é o bonzinho? To doida pra conhecer o mauzinho! — Debochei, gargalhando.

 

— AAAHH! VOCÊ É INSUPOTÁVEL! — Levantou-se, pegando um cobertor e um travesseiro.

 

— E VOCÊ ACHA QUE É BOM CONVIVER COM UM RETARDADO METAL? — Peitei Coro. Se ele queria briga, briga ele teria.

 

— Se toca. — Empurrou-me facilmente, o que me deixou extremamente irritada. — E, boa noite. — Bateu a porta.

 

— Boa noite! — Joguei-me na cama.

 

Coloquei o rosto no travesseiro que sobrara e:

 

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!

 

Gritei o mais alto que pude, tentando liberar o stress.

Como Coro conseguia me irritar tanto?! AAAHH! Cara insuportável! Se eu pudesse eu o mataria enquanto estivesse dormindo. Seria ótimo!

 

— Até que a morte nos separe, ou até que eu te mate! — Sussurrei, puxando o edredom sobre a cabeça.

 

(...)

 

Acordei assustada com alguns barulhos estranhos que vinham da cozinha. Suspirei pesadamente, lembrando-me de que a vida de casada com Edward apenas começara.

Casada. Argh! Que palavra mais estranha de se pronunciar. Bom, estranha quando eu falo.

 

Cambaleei até a cortina e a puxei. O sol ardeu um pouco em meus olhos, mas foi bom. Pelo menos uma coisa boa para deixar meu dia mais alegre.

Abri a porta e Coro, nervoso, jogava os pratos sujos no chão.

 

— O que você ta fazendo? Pirou de vez?! — Coloquei as mãos na cabeça, em total desespero.

 

— Ninguém lava a louça. Então, estou dando um jeito nisso! — Apontou para a pia lotada de louças. Aquilo realmente estava uma sujeira danada.

 

Edward limpou as mãos na camiseta, depois tirou jogando-a no chão.

Percebi que ele estava de tênis e calça jeans. Parecia que ia sair.

 

— Aonde vai?

 

Puxei uma cadeira, sentando-me calmamente.

 

— Procurar um emprego. Afinal, a comida não vai aparecer aqui como mágica, não acha? — Coro jogou a mochila nas costas e marchou até a porta.

 

— Eu heim! Como você ta nervoso!

 

— Ah! — Antes de fechar a porta, Edward fitou-me. Confesso que tive medo daquele AH. — Fique à vontade para limpar a casa do jeito que sabe. — Sorriu maquiavélico e bateu a porta.

 

Minha cabeça latejou e meus dentes estralaram, o quanto era a força que eu os apertava, uns contra os outros.

Como assim? Agora, além de ser casada com um maluco, ia bancar a dona de casa?! PORRA! SEM ESSA!

 

Chutei a cadeira com força e meu pé reclamou.

Ao olhar novamente sobre a mesa, pude ver que Edward havia feito um bolo. Tinha certeza que aquele bolo torto e estranho tinha sido preparado por ele.

 

— Hum, tomara que ele não tenha colocado veneno aqui... — Olhei para os lados e tirei uma lasquinha.

 

Mordi a língua.

O bolo era feio, torto, estranho e desengonçado, exatamente como Edward, mas era o bolo mais gostoso que já havia provado.

PERA AE, PERA AE! ISSO NÃO SOOU LEGAL! CORO NÃO É GOSTOSO NÃO! NENHUM POUCO.

 

Ainda não conseguia raciocinar como ele havia feito algo tão bom. Era de chocolate, todo de chocolate e com recheio de castanhas e ameixas. Ai! MUUUUITO BOM!

 

Comi tudo sozinha e, em questão de minutos, já estava lambendo os dedos, querendo mais.

 

— O.K. Bella, chega! Isso aí deve ter veneno. — Levantei-me e olhei para o prato vazio. — Nada aconteceu. Você não comeu o bolo do Edward... — Parei. — Hãm? Pêra aí, esse negócio de comer o bolo do Coro também não soou legal. — Balancei a cabeça, espantando os pensamentos idiotas.

 

Volte os olhos para o apartamento, que mais parecia um lixão.

Meu estômago embrulhou ao ver cuecas do Coro jogadas no chão e as torradas do café de sábado ainda no mesmo lugar.

 

— QUE NOJO! — Tapei o nariz.

 

Havia um lugar no A.P que eu ainda não conhecia e também não queria conhecer. A área de serviços.

Caraca! Nunca lavara um prato, mal sabia usar a vassoura e nem sabia que existiam vários tipos de desinfetantes! Pra mim era um tipo só...

Eu, sem sombra de dúvidas, era muito mal acostumada.

 

Respirei fundo, enquanto colocava as luvas amarelas e prendia o cabelo.

 

— Sujeiras, manchas e odores, preparem-se! — Credo! Essa fala pareceu ter saído de um comercial de produtos de limpeza.

 

http://www.4shared.com/audio/gbIs_AyU/Smash_Mouth_-_All_Star.htm

(Link Seguro)

 

Edward PDV

 

Deixar Suada sozinha e um apartamento inteiro a ser limpo não me pareceu uma boa idéia quando pensei melhor. Ela era meio, quer dizer, muito louca e desorientada, podia se perder no meio da sujeira.

 

— Edward Cullen — uma voz masculina chamou-me.

 

Entrei em uma sala pequena. O carpete cinza parecia bem novo e o ar cheirava a  colônia barata.

Um homem careca estava sentado, tamborilando os dedos sobre a mesa, olhando fixamente para minha ficha preenchida.

 

— Sou Jack Stone. Sente-se Sr. Cullen. — Obedeci. — Aqui o senhor diz que tem facilidade com desenhos e pinturas, certo?

 

— Sim.

 

— Humm... Aqui também consta que o senhor cursou e finalizou medicina em Harvard. — O homem parecia impressionado. — Não devia estar trabalhando em um hospital?

 

Fiz a cara mais triste que pude.

 

— Tenho uma esposa, ela é maluca, toma remédios caros e não posso pagar. Até tentei um emprego no hospital de Los Angeles, mas não estão precisando de mais médicos. Coitadinha da Bellinha, ficou tão arrasada que teve uma crise convulsiva, bateu a cara do chão e perdeu os dentes... — Fingi limpar uma lágrima. — Agora tenho que pagar tratamento dentário.

 

Jack estava com os olhos arregalados e a boca um pouco aberta.

 

— Po-pobrezinha... — Piscou três vezes e deu um meio sorriso. — Temos uma vaga como pintor de casas. O salário não é fraco, eu acho que vai lhe agradar.

 

— To aceitando qualquer coisa! — Fingi estar emocionado. Eu devia ganhar o Oscar.

 

(...)

 

Depois de Jack me mostrar como seria o trabalho, os locais onde trabalharia e o salário, que, pra mim, era o mais importante no momento, Jack disse:

 

— Então Sr. Cullen, começa amanhã.

 

— Estou ansioso pra rece... pra começar logo! Odeio ficar parado. — Menti descaradamente.

 

Jack sorriu satisfeito e me entregou o uniforme que eu deveria usar.

 

— Agora, assine aqui, por favor. — Apontou-me com o dedo longo e fino uma linha pontilhada em um papel.

 

Assinei até com certo prazer. Logo teria dinheiro nas mãos novamente.

 

— Boa sorte Sr. Cullen — Apertei a mão direita de Jack e sai sorridente da agência de empregos.

 

Enquanto ia andando de volta para o A.P, uma vontade incontrolável de fumar tomou minha mente e acabei ficando meio zonzo.

Percebi que estava em frente à um dos melhores restaurantes de toda Los Angeles e, por sorte, ou não, um enorme cartaz dizia:

 

“Precisa-se de garçons e garçonetes para esta noite.”

 

Segurei firme a alça da mochila e mordi o lábio inferior. Estava precisando urgentemente de dinheiro e, nesse restaurante, com certeza eles pagavam muito bem.

 

— Acho que a Bella vai ficar bem — entrei calmamente no lugar.

 

As mesas estavam sendo arrastadas para os cantos e um palco pequeno sendo montado no canto esquerdo do local.

Uma mulher que dava ordens aos funcionários percebeu minha presença e se aproximou.

 

— Posso ajudá-lo? — Abaixou a prancheta que segurava.

 

— Sim, eu vi o cartaz ali fora e gostaria de...

 

— Me acompanhe por favor. Sou Laura, e supervisiono o trabalho por aqui. — Paramos em frente a uma porta. — O Sr. Parker não pôde vir ao trabalho hoje, então, sua filha veio. Ela o entrevistará e, se tiver potencial, charme e elegância, o emprego será seu.

 

Laura voltou para onde estava, deixando-me sozinho.

Engoli seco e dei três batidas leves na porta.

 

— Entre.

 

— Com licença, eu... AMÉLIA?

 

— EDWARD?

 

— Você não tava morando na Alemanha? — Perguntei, indignado.

 

— Estava. — Sorriu maquiavélica.

 

(Amélia Parker — Mia)

 

Amélia Parker. Podia-se dizer que era filha de um cara podre de rico e de uma mulher mais podre de rica ainda. Sem irmãos, cresceu tendo na mão tudo o que queria.

 

— Você continua do mesmo jeito — falei baixo, mas com um certo tom de curiosidade, ao olhar para suas belas pernas.

 

— Você mudou. Está mais forte e mais alto. — Sorriu, enquanto se aproximava.

 

Pigarreei e dei um passo para trás.

 

— Estou precisando do emprego de garçom.

 

— Foi expulso de casa? Talvez... Seus pais morreram? Perderam tudo em um cassino? — Cínica, ria de mim com gosto.

 

— Não. Estou casado. — Mostrei-lhe a aliança dourada na mão esquerda. Eu tinha certeza que aquela resposta a machucaria muito mais do que qualquer outra.

 

Amélia abriu a boca, mas não conseguiu dizer absolutamente nada.

 

— Achei que você sabia — cruzei os braços.

 

— Não. Não sabia... — Falou quase sussurrando. — Mas, você tem de tudo, por que um emprego de garçom?

 

— É uma longa história...

 

(...)

 

Conversamos por uma hora aproximadamente. Tempo suficiente para sentir tesão por Amélia novamente.

Olhando em seus olhos escuros, conseguia ver o passado. Nossos beijos calorosos, abraços sensuais, sexo selvagem e muitas festas... Um namoro talvez até comum, mas que durou pouco, muito pouco.

Ficamos juntos por apenas um ano. Mas nesse um ano eu consegui amar Mia de um jeito gostoso, um jeito que não foi retribuído.

 

Tudo terminou por falta de confiança, por falta de afeto e, principalmente, por falta de amor. Outro fator que ajudou a nos separar foi sua mudança repentina para Alemanha.

 

— Essa Isabella é bonita? — Arqueou uma sobrancelha.

 

— Ela é ridícula. Mas, nem me importo. São só três meses... — Suspirei. — Logo passa.

 

— Preciso ir conhecer seu apartamento. Deve ser lindo!

 

Apenas sorri, sem graça.

O A.P comparado com a mansão dos meus pais era um barraco.

 

Anotei meu novo endereço e entreguei para Mia.

 

— Então, o emprego é meu?

 

— Sim. O salário para esta noite é de 200,00 a hora.

 

Tossi algumas vezes.

 

— 200? Quem é que vai casar aqui afinal?

 

— Não é casamento, bobinho... É uma festinha particular. — Apoiou o queixo sobre a mão. — Fergie resolveu fazer uma “bagunça” particular e escolheu o restaurante do meu pai.

 

Não consegui evitar que minha boca se abrisse.

 

— A FERGIE? — Fechei a boca. — Nossa.

 

— Você começa agora! Laura lhe dará as orientações e distribuirá suas tarefas.

 

(...)

 

— Eu to horrível! — Disse ao me olhar no espelho.

 

Calça de couro, gravatinha borboleta e abdômen de fora? QUE COISA MAIS RIDÍCULA!

 

— Eu vou ser o garçom ou o striper? — Bufei, falando sozinho.

 

Saí meio envergonhado do banheiro, mas logo me senti menos mal. Todos os garçons estavam vestidos como eu. As garçonetes estavam com vestidinhos pretos de couro e também de gravata borboleta.

 

— Ajude os outros a montarem o karaokê e depois arrume os enfeites das mesas. — Laura ordenou.

 

Apenas obedeci.

 

Bella PDV

 

— A cozinha já está limpa — risquei da minha lista de tarefas “limpar a cozinha”. — Agora, os banheiros.

 

Caminhei lentamente até a forca, quer dizer, ao banheiro. Estava bem sujo.

Edward vomitara fora do vaso. ECA!

 

Ainda de luvas, peguei o desinfetante e joguei quase o litro inteiro no banheiro. Depois joguei sabão e água. Esfreguei tudo com a vassoura.

Muito desatenta, acabei caindo de bunda no chão, por conta do sabão esparramado.

 

— AI! — Coloquei a mão nas costas, sentindo dores. — Edward me paga!

 

Tentei me levantar e acabei caindo de novo. E de novo, e de novo...

 

— Luvas idiotas! — Joguei o par de lugar amarelas longe.

 

Levantei-me e continuei a limpar.

 

— Cadê a vadia da fada madrinha quando a gente precisa dela? — Olhei pra cima. — EEI! EU SOU MAIS POBRE E SOFRIDA DO QUE A CINDERELA! DÁ PRA ME AJUDAR?! — Esbravejei, com as mãos levantadas. — Ah, esquece... O excesso de sabão ta me fazendo muito mal.

 

Edward PDV

 

O restaurante já estava todo enfeitado de vermelho e preto, o karaokê montado, as bebidas prontas para serem servidas, as mesas nos lugares exatos e a aparelhagem do DJ toda certa.

Estava começando a achar que esses 200,00 por hora eram bem pouco para a quantidade de serviços.

 

— Tudo certo pessoal. Tem água no mini-freezer e vocês podem descansar no segundo andar, na sala para não-fumantes.

 

(...)

 

22h53min

 

A festa estava bombando, muita gente dançava animada e muita bebida a vontade.

Só que o cenário me trouxe péssimas lembranças. A noite com Suada. Preferi me isolar da música alta, ainda não estava pronto pra ouvir tanto barulho.

 

Servi as últimas taças com tequila e fui me trocar. Meu turno já havia terminado.

Outros garçons entrariam para ficarem até as cinco da manhã, mais ou menos.

 

Quando já estava na porta dos fundos, pronto pra me deliciar com o ar da noite fresca, ouvi Mia me chamando.

 

— Edward — a voz baixa, mas cheia de ansiedade.

 

Virei-me para que pudesse ver seu rosto.

 

— O pagamento será depositado na sua conta.

 

— Você não ia me dizer isso — conhecia Amélia de trás pra frente.

 

Ela bufou e rodou os olhos. Quando ia falar algo, Laura a puxou e sussurrou algo em seu ouvido.

Sua expressão mudou.

 

— Hãm. Er... Edward. Preciso ir! — Entrou e fechou a porta.

 

Acenei de má vontade, mesmo depois de ela ter fechado a porta na minha cara.

 

(...)

 

Minha sorte era que eu tinha algum dinheiro no bolso, e consegui pegar um táxi.

Desci do carro cansado, quase dormindo em pé. Entrei no elevador cambaleando.

 

Abri a porta do apartamento e deslizei a mão na parede, procurando o interruptor. Quando a luz acendeu, tive uma surpresa.

Tudo estava limpo e organizado. A cozinha, que antes mais parecia um lixão, estava impecável.

 

— Não. Não! — Olhei em volta. — Bella não fez isso... Por falar na Bella, onde é que ela...

 

Percebi que Suada dormia tranquilamente no sofá. Estava de pijama e a televisão ligada com o volume bem baixo.

Impossível desconfiar, depois de ver o quanto seu sono estava pesado, que ela não havia limpado nosso apartamento sozinha.

 

Joguei a mochila no chão e, com cuidado, peguei-a no colo e a coloquei na cama. Depois, a cobri com o edredom.

Sua expressão era tranqüila. Bella era mais bonita quando estava dormindo.

 

“AH! Pelo amor de Deus! Edward! Bella é RIDÍCULA!”

 

Balancei a cabeça reprovando os pensamentos.

Voltei a cozinha e vi, que, em cima da mesa, Suada deixara um bilhete ao lado de uma caixinha de comida japonesa:

 

Não sei cozinhar!

Então, espero que goste de comida japonesa :)

 

Sorri sem jeito e, distraído, acabei esbarrando na cadeira, que tombou, fazendo um barulho alto.

 

— Ai! — Sussurrei com as mãos na cabeça, vendo Bella já em pé, na porta do quarto.

 

Ela parecia meio nervosa, mas algo em seu rosto denunciava alívio ou talvez felicidade.

Levantei a cadeira e soltei um “oi” abafado pela vergonha.

 

— Ainda bem que você chegou! Tenho que te mostrar um coisa... — Puxou meu braço, me levando até o sofá.

 

Suada ligou a câmera de Alice no aparelho de DVD e um vídeo começou a passar:

 

“Anda Ed! Tira essa roupa!”

 

“Calminha amor, a calça ta presa...”

 

Não acreditei quando vi. Éramos nós dois, na cama, na madrugada de domingo.

 

“Me chupa todinha! MEU TIGRAO!”

 

No vídeo, eu estava com a câmera e Bella sentada em cima da cama, fazendo poses ridículas só de calcinha e sutiã.

 

“Larga isso e me come!”

 

A câmera havia caído no chão, então, só ouvíamos nossas vozes.

 

“Caramba! Isso aí não cresce não?”

 

“Calma Bellinha. Ele está se preparando” Falei com uma voz arrastada e enrolada.

 

“Poxa Ed... Tu vai mesmo broxar?”

 

Não adianta. Ele não quer!” O preservativo que nem havia sido usado foi jogado bem ao lado da câmera.

 

Bella rapidamente pegou o controle remoto e passou o vídeo para frente. Parou no exato momento em que chutou a câmera de manhã e a gravação terminou.

 

Totalmente sem coragem ou vontade, eu permanecia boquiaberto olhando fixamente para a TV.

 

— Er... hum... — Bella começou e parou. Suspirou e continuou. — A gente não se comeu. — Tentou sorrir. — Você broxou.

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

N/A: Povo do meu core, sei que irrito vocês com a demora das postagens, mas não consigo postar mais rápido que isso. Tenho que ajudar meus pais em casa, estudo e ainda tenho que ter tempo pro namorado. Desculpa mesmo, mas, mais rápido não dá.

Sobre a fic, o que estão achando do desenrolar da trama? UAHSUHASUHASHAU'
Quero comentários heim?! Ah, recomendações, pontinhos de popularidade, mensagens... Também serve viu? UAHSUAHSHAS'

Hum. Vou adorar receber capinhas fofas das leitoras que sabem fazer. Aí, se vier mais de uma, a cada postagem nova eu troco, ok?

Beijão gente, Bianca Maia.