Recém Casados escrita por Bianca Maia


Capítulo 18
Capítulo 17 - UM GRANDE FAZENDEIRO


Notas iniciais do capítulo

Não me matem antes de ler, por favor!

Boa leitura.



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Capítulo 17 – UM GRANDE FAZENDEIRO

No capítulo anterior:

Edward gargalhou.

- Abra os olhos Bella.

Criei coragem e abri e... Caramba! A vista era maravilhosa! Não era como Los Angeles com prédios e mais prédios. Haviam algumas lindas montanhas verdes que pareciam tocar o céu. O sol dourava as copas das árvores, fazendo as folhas parecerem feitas de ouro maciço.

Casas simples, afastadas do agito do centro de Austin, feitas de madeira e com o telhado avermelhado. Parecia que eu havia entrado em um conto de fadas.

- Bem-vinda ao Texas, baby! – Edward riu.

Edward PDV

Eu deveria ter dado risada por Bella ter medo de voar? Deveria ter passado ainda mais medo nela? Ou estava fazendo as coisas do modo certo? Sendo companheiro?

Não fazia ideia de como um “novo Edward” saiu de mim, mas ele estava ali no controle do avião, sorrindo ao estar de volta para sua terra.

O brilho dos olhos de Bella era intenso. Podia sentir seu coração batendo como se estivesse batendo entre minhas mãos, frágil, mas ao mesmo tempo forte e corajoso. E seu sorriso... Seu sorriso era uma das imagens mais sublimes que eu poderia desejar ver. Era verdadeiro e inocente.

Aquele foi um voo mágico tanto para mim quando para Bella, que estava encantada com tudo o que via.

- Então, o que está achando? – Perguntei, sorrindo. As minhas mãos estavam firmes no controle do avião.

- Isso é incrível! É tão... MÁGICO! – Sorriu, observando os pássaros voando abaixo do monomotor.

Já fazia algum tempo que não pilotava uma aeronave. Mas isso não alterou o nosso pouso, que foi tranquilo.

Bella não estava mais tremendo e observava a paisagem natural com muita curiosidade.

- Onde estamos? – Perguntou, olhando em volta.

Real Gone – Sheryl Crow

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Real Gone – Sheryl Crow

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Sorri e fiz sinal com a mão para que ela me seguisse. Descemos do monomotor com cuidado, logo após caminhando uns vinte passos no chão de terra batida até uma grande árvore.

Encostada nessa grande árvore estava minha Harley Devison 883.

Bella me olhou com uma cara de “Pára! Essa não é uma Harley Devison mesmo!”, esperando que eu dissesse que não era uma Devison.

- Fala sério! Essa moto é sua? – Abriu um sorriso e correu para tocar a moto. – Meus deuses! É LINDA! – Passou as mãos pelo cabelo, ainda sem acreditar. – É sua mesmo? – Seus olhos brilharam.

Assenti. Reprimia um sorriso de satisfação.

- Por que nunca me disse que tinha uma Harley Devison 883? – Bella passou a mão pelo couro do acento.

- Você nunca me perguntou. – Dei de ombros. Peguei um capacete e entreguei a Bella.

A boca dela abriu-se um pouco, mas pegou o capacete sem relutar. Coloquei o meu e arrastei a moto para longe da árvore. Tirei as chaves do bolso e quando sentei na minha Devison, eu me senti renovado.

Liguei a moto, que rugiu feito um leão. Fechei os olhos, respirando fundo.

Notei que Bella me observava com o capacete nas mãos.

- Vem! – Sorri.

Rapidamente ela colocou o capacete e subiu na Devison. Quando Bella passou os braços pela minha cintura, arrepiei-me todo. Não sabia bem o motivo, mas agradeci por ela não ter percebido minha reação à seu toque.

Acelerei. Bella gargalhou. Acelerei mais... A poeira do chão levantou. Acelerei e saímos em disparada pela estrada de terra.

Bella PDV

Desde pequena o meu grande sonho era ter uma Harley Devison como a do meu avô, mas Renée e Charlie sempre foram contra motos e não me deixaram comprar uma, apesar de ter um bom dinheiro guardado no banco.

Quando vi a moto de Edward, eu me senti realizada. Não era minha, mas era igual a do vovô. Quase chorei de emoção me lembrando de quando ele me levava na garupa para fazermos piquenique. Ainda não estava acreditando que estava em cima de uma Devison maravilhosa, correndo, sentindo meus cabelos dançarem ao vento. Eu queria gritar!

Edward corria e eu amava velocidade. Tanto com carros, quando com motos. Porém não foi correr que me deixou com as pernas bambas, e sim os arrepios que tomavam meu corpo por estar colada à Edward.

O cheiro dele era tão gostoso! Fechei os olhos e encostei a cabeça em suas costas largas.

Ele derrapou, fazendo um cavalo-de-pau com a moto. Então tive a oportunidade de gritar. Mas não de medo, gritei de felicidade.

Demos a volta e entramos em meio à uma floresta de árvores secas.

- Gosta de correr? – Edward perguntou.

- Adoro! – Gargalhei.

Então ele empinou a moto. Fechei os olhos e agarrei sua cintura.

Respirei fundo, tomei coragem e olhei. ERA DEMAIS! A sensação de liberdade misturada com adrenalina era ótima.

Edward voltou a Davison com as duas rodas na estrada. Nós estávamos nos aproximando de uma grande fazenda.

A porteira toda de madeira foi aberta por um senhor de cabelos brancos e bigode. Ele sorriu para nós enquanto Edward parava a moto.

- Bella, esse é Joe, um dos caseiros aqui da fazenda. – Desci da Devison e apertei a mão enrugada de Joe, sorrindo amigavelmente.

- Prazer. Essa é sua esposa senhor? – Joe perguntou enquanto Edward descia da moto.

- Hum, pode-se dizer que sim – gargalhou. – Vamos Bella, eu vou te mostrar a fazenda. Joe, poderia guardar a moto pra mim? – Edward jogou as chaves na mão de Joe e continuou caminhando pelo caminho de pedra.

O lugar era enorme, uma bela mansão de madeira cercada por árvores de todos os tamanhos. Ao lado um estábulo também de madeira. Podia-se ouvir o barulho do riacho que corria vivo e sereno entre as árvores.

- Achei que iríamos ficar na cidade – disse, observando a plantação de girassóis.

- Ah... ficar aqui vai ser muito melhor. Você vai ver. – Indo na frente, Edward ia me mostrando partes da fazenda. – Como já viu, ali é plantação de girassóis, e mais adiante temos uma plantação de milho. Estábulo, celeiro, pomar e casa.

- Você também nunca me disse que tinha uma fazenda. – Sussurrei e enterrei as mãos nos bolsos.

- Essa fazenda foi dos meus avós, mas agora sou eu quem cuida. Morei aqui na minha infância. – Sorriu.

Edward fez questão de me mostrar cada canto da fazenda. Começamos pela casa que, além de grande, era muito bem decorada e aconchegante. A sala tinha uma decoração rústica, mas a pegada clássica deixava o ambiente harmonioso. A pequena lareira convidava os visitantes a ficarem confortáveis nos sofás macios. A cozinha seguia o mesmo estilo rústico e clássico da sala. A decoração usava principalmente o branco. O escritório era mais clássico do que rústic,o com cortinas escuras e enfeites de animais. O banheiro era lindo, bem claro e amplo.

Subimos as escadas de madeira que dava para um corredor. Alguns quadros estavam pendurados nas paredes, a maioria com temas de de paisagens e cavalos.

Edward abriu uma das várias portas e me convidou para entrar.

- Esse é seu quarto – disse. – Suas coisas já estão em cima da cama. Tem toalhas no banheiro e o controle da TV está dentro da gaveta do criado mudo. Sinta-se em casa. – Sorriu, me olhando nos olhos.

- Obrigada.

- Amanhã bem cedo mostrarei o resto da fazenda. Tenho certeza que vai adorar ficar aqui. – Observou-me mais uma vez e me deixou sozinha.

Suspirei, entrando no quarto. Fechei a porta e me joguei na cama. Estava cansada, mas completamente feliz. Sentia que meus pulmões estavam mais limpos e o ar de... Caramba! Eu nem sabia em que cidade estávamos!

- Edward! – Gritei, saindo do quarto correndo. – Edward!

Uma das portas do corredor se abriu e Edward saiu do quarto preocupado.

- O que aconteceu?

- Que cidade é essa? – Fiz uma careta.

Edward gargalhou antes de dizer:

Condado de Yoakum, e essa cidade se chama Plains. Pouco mais de 1.400 habitantes. É um pouco distante de Austin, por isso optei pelo monomotor. Se pegássemos o táxi, chegaríamos muito tarde.

Assenti com a cabeça e voltei para o quarto. Não havia notado que em cima de um dos criados mudos havia um som pequeno. Me animei ao pensar que poderia ouvir minhas músicas ali.

Peguei minha mochila onde sempre guardava um porta cd’s. Coloquei um que havia a seleção das minhas preferidas.

A primeira era Flightless Bird do American Mouth. Uma música que me acalmava e trazia um sono tranquilo na maioria das noites que eu não conseguia dormir.

Ao som daquela música, coloquei minhas roupas no closed e guardei meus produtos de higiene no banheiro.

Lentamente tirei minha roupa e preparei um banho morno na banheira. Mergulhei meu corpo na água perfumada e tentei parar de pensar em Edward. Nas últimas semanas eu não conseguia tirá-lo da minha cabeça. Era algo que não conseguia controlar.

Fechei os olhos, deitando o corpo para trás, afundando a cabeça na água. Eu precisava parar de pensar nele.

Edward PDV

Meu corpo estava coberto pela água da banheira, minha cabeça tombada um pouco para trás e meus olhos fechados. Quase consegui relaxar, até que me lembrar do sorriso dela e do dia em que a vi nua no banheiro, quando estava bêbada demais para se banhar sozinha.

Estremeci e meu pênis endureceu. Segurei-o firme e comecei com movimentos rápidos. Queria terminar aquela porcaria logo! Bella não tinha direito algum de invadir meus pensamentos daquela maneira ao ponto de me excitar, de me deixar louco e sem controle.

Aumentei a velocidade, enquanto sentia meu corpo tremer um pouco.

“Vamos Ed, vai” e imaginei Bella gemer. Então foi inevitável não sentir meu corpo inteiro se arrepiar, implorando pelo toque, pelo simples toque de Bella. Quando aquelas sensações passaram, tive consentimento do que havia feito.

Abaixei a cabeça, cedendo aos meus sentimentos. Eu amava Bella, só precisava lhe contar isso.

(...)

Bella PDV

Depois do delicioso banho, passei um hidratante de erva doce pelo corpo e botei meu baby doll do Bob Esponja. Fechei as janelas do quarto e também as cortinas. Desliguei o som, apaguei as luzes e deixei apenas os abajures acesos.

Sentei-me na cama enquanto terminava de escovar meus cabelos molhados. Um suspiro saiu de meus lábios sem que eu deixasse e nesse exato momento Edward abriu a porta. 


Ele me olhou assustado. Com certeza estava pensando que já havia dormido.

- Hãm, desculpa. Achei que... – Passou a mão pelos cabelos úmidos.

- Tudo bem – sorri, colocando a escova sobre o criado mudo.

- O jantar está pronto. – Sorriu torto e fechou a porta.

Continuei olhando para a porta feito uma idiota, mas o barulho do meu estômago roncando impediu que eu ficasse ali parada por mais tempo.

Vesti meu robe preto, que era bastante comprido. Não precisaria me preocupar com o baby doll curto que estava por baixo.

(...)

Foi inevitável não fazer uma careta. A comida era esquisita.

- O que é isso? – Perguntei.

- Tacos – Edward riu, sentando-se à mesa. – São deliciosos! Foram preparados especialmente pra você – serviu vinho branco em duas taças.

Pensei em dizer que não estava com fome, mas seria uma grande mentira. Sem falar que o cheiro que emanava daquela gororoba era delicioso. Estava com vontade de provar.

Respirei fundo e peguei um pouquinho com o garfo.

Era delicioso. Apimentado, com recheio de frango, salsa, batata cenoura e queijo.

- Muito bom – disse, servindo salada e feijão em meu prato.

Enquanto comia, suspirei olhando para o relógio pendurado na parede. Os segundos imperdoáveis caminhavam lentos e doloridos para o fim de tudo aquilo que eu havia me apegado: o apartamento, meu emprego, Rosalie, Emmett, Jasper... Talvez, nunca mais os veria de novo.

Edward parou de comer e fitou-me preocupado. Só então pude perceber que estava chorando. Lágrimas quentes escorriam lentas por meu rosto, mas rapidamente eu as seguei.

- Ta tudo bem? – Ele perguntou.

- Mordi a língua!- Gargalhei, tentando disfarçar minha dor. A dor que me fazia chorar quase todas as noites.

Mais relaxado, Edward sorriu e voltou a comer.

(...)

Senti um ventinho fresco com cheiro de chuva bater em meu rosto, bagunçando meus cabelos que estavam esparramados pela cama.

Mexi-me preguiçosamente para o lado, esticando os braços e as pernas. Lentamente fui abrindo os olhos, me acostumando com a claridade do quarto.

As cortinas já haviam sido abertas e as janelas também. Olhei no relógio sobre o criado mudo, eram seis e quarenta e cinco da manhã. Normalmente quando eu acordava nesse horário eu voltava a dormir, mas a manhã estava tão linda e brilhante que não tive coragem de voltar para a cama.

Coloquei uma roupa e desci para a cozinha. Encontrei Edward preparando o café da manhã.

- Vai querer leite? – Perguntou de costas para mim.

- Hmm, vou – disse.

- Vem comigo. – Largou o que estava fazendo e saiu caminhando em direção à porta.

Edward pegou um balde de metal que estava com o velho Joe e seguiu em passos largos para onde era o estábulo. Tentei acompanha-lo, mas minhas pernas eram mais curtas, então eu estava praticamente correndo atrás de Edward.

- Como não conheceu o estábulo ontem, vai conhecer agora. – Abriu a porta de madeira.

Havia duas vacas, três cavalos e uma cabra. Bom, pra mim aquilo era uma cabra.

- Bella, esse é Fresh, um baio. Esse é Thor e Iron, também são baios. – Passou a mão no cavalo negro denominado Thor. Eles eram realmente muito lindos e bem cuidados. – Já ganharam vários prêmios. – Edward disse orgulhoso.

Sorri.

- Bom, vou te ensinar a tirar leite, tudo bem?

- Hãm? Tirar leite? – Perguntei assustada. – Mas, e se a vaca me morder?

- Ela vai estar amarrada, não se preocupe – gargalhou.

Fomos até uma grande vaca que estava realmente com as patas amarradas. A o focinho estava envolto por uma corda de couro, amarrada a uma coluna do estábulo.

Edward pediu que eu me aproximasse para observar.

Ele se sentou em um banquinho e colocou o balde embaixo das tetas da vaquinha.

- Agora é só apertar e puxar pra baixo, não precisa colocar força, é só saber onde pegar...

Aquilo era, além de bizarro, meio nojento.

- Olha Edward, na verdade, eu prefiro um suco de laranja. – Quando ia saindo do estábulo, ele segurou minha cintura e me puxou de volta.

- Nada disso. Vai pelo menos tentar! – Me colocou sentada no banquinho e cruzou os braços, esperando que eu o imitasse.

Eu devia ter jogado o balde na cabeça dele, mas não o fiz. Ao invés disso eu me comportei e segurei as tetas da vaquinha para “tentar” tirar leite.

Apertei, puxei, quase arranquei as tetas da vaca mais nada saia. Já estava começando a ficar com raiva.

- Edward! Não sai! – Reclamei.

- Tenta mais uma vez! Puxar para baixo e apertar, mas sem colocar força – sorriu, incentivando-me.

Bufei e retomei os movimentos com as mãos.

O leite saiu, branquinho e morno. Fiquei feliz ao ver que havia conseguido tirar o bendito leite da bendita vaca, até que uma das cordas que segurava as patas da vaca se soltou. Meus olhos quase saltaram pra fora. ELA IRIA ME MATAR!

- AAAHH, EDWARD! – Gritei e pulei em seus braços. O impacto de nossos corpos foi tão forte que caímos no feno macio. Edward estava de olhos fechados, segurando a risada. 


– Ah, qual é?! Ninguém tem medo de vaca não? – Me levantei nervosa, batendo as mãos na roupa, retirando a poeira e o feno.

Ele ainda ria.

- HAHA, engraçadinho – mostrei a língua, nervosa.

Senti um ar quente perto da minha orelha e me virei rapidamente.

- MEUS DEUSES! – Gritei maravilhada. – Que lindo! – Passei a mão na cabeça do maravilhoso cavalo branco.

- Você tem medo de vacas e não tem medo de cavalos selvagens? – Perguntou irônico. – Bom, essa uma égua selvagem, está conosco a pouco tempo. Ainda não se adaptou muito bem à fazenda e ela não vai com a cara de ninguém.

Antes mesmo de Edward terminar de completar sua frase, eu já havia montado na égua e estava saindo do estábulo.

- HEI! BELLA, ESPERA! – Ele gritou, mas eu já estava longe.

O vento do Texas tinha um cheiro doce de mel no ar, ou talvez era apenas a fazenda Cullen. Não sabia dizer ao certo, só sabia que estava me sentindo viva como nunca antes havia me sentido. A égua branca corria rápido pelo prado esverdeado e eu, agarrada em sua maravilhosa crina comprida, batia o calcanhar em suas costelas para que corresse mais.

- Vamos garota, você pode ir mais rápido – disse perto do ouvido da égua.

Gargalhei, notando que a égua aumentara a velocidade da corrida. Foi impossível não sorrir espontaneamente com tanta coisa boa me acontecendo.

Instintivamente olhei para trás. Edward no cavalo negro e o velho Joe no baio cor de terra. Ambos vinham com grandes cordas nas mãos, e apesar da égua ser veloz, eles se aproximavam cada vez mais.

Até que uma das cordas laçou as patas traseiras da égua, derrubando nós duas no chão. Eu caí e rolei, batendo a cabeça numa grande pedra.

Minha vista embaçou um pouco e minhas pernas ficaram bambas.

Senti muitas vozes em volta de mim e, em seguida, braços me ergueram do chão. Não tinha coragem de abrir os olhos.

Depois de um tempo sendo carregada, fui colocada em cima de algo macio. Abri os olhos lentamente. Estava no estábulo novamente e Edward me olhava com um olhar preocupado.

Passei a mão na testa e quando olhei meus dedos sujos de sangue, entendi o motivo de sua expressão.

- Desculpe – sussurrei.

- Bella, não faz ideia de como poderia ter se machucado. A égua poderia ter saltado e você ter levado um tombo bem pior. Ou ela poderia ter empinado e, como estava sem cela, você iria de costas ao chão! – Disse nervoso. – Eu fiquei preocupado... – abaixou-se entre minhas e passou um gaze úmido em meu corte.

- Isso ta parecendo quando a gente se conheceu. Mas você me atropelou, e hoje eu caí de cima de uma égua selvagem – ri sem humor. Inesperadamente, Edward também riu.

- Eu te odiei naquele dia – sussurrou.

Sorri. Eu bem sabia que ele não me odiava mais.

- Edward! – Joe chegou apressado no estábulo com dois machados na mão. – Precisamos de mais lenha. Felícia não pode terminar o almoço sem fogo.

- Quem é Felícia? – Perguntei e no mesmo momento minha barriga roncou. – Ai... – reclamei baixinho.

- Bella, já voltamos – Edward saiu correndo com Joe.

Ótimo! Agora estava machucada e com fome.

Uma mulher de cabelos loiros se aproximou com a égua selvagem presa em uma corda. Apesar do aspecto cansado, ela me olhava com ternura.

Colocou uma cesta com maçãs e uma garrafa de suco perto de meus pés, em seguida, entregou-me a corda que segurava a égua.

- Sou Felícia – sorriu. – Filha de Joe, trabalho aqui como cozinheira. Sei que a senhora não comeu nada, então trouxe as maçãs que colhi agora pouco.

- Ah, obrigada – sorri.

Ela saiu cantarolando baixinho, mas nem se quer olhou para trás.

Observei as maçãs. Eram vermelhas e pareciam ser bem suculentas. Mas antes de saboreá-las, soltei a corda da égua e, acariciando sua crina, eu lhe dei uma maçã para comer.

- Pronto menina. – Sorri. – Acho que você não tem nome, não é? Bom, a partir de hoje irá se chamar May!

Passei um bom tempo com May no estábulo. Escovei seu pelo, comemos maçã e descansamos no feno. Aproveitei para perder o medo de vacas. Me aproximei um pouco delas, mas acho que não iam muito com a minha cara.

Até que Joe veio me chamar para almoçar. Não foi diferente do jantar, a comida estava deliciosa. Arroz branco, molho de queijo, carne, milho, suco de laranja e tacos com presunto. Havia muita fartura, o que denunciava o quanto era gorda a conta bancária dos Cullen.

Sweet Child O’ Mine – Sheryl Crow

Depois do almoço o sol estava ardente, mas mesmo assim Edward saiu para terminar de cortar lenha com Joe. Ele tirou a camisa, colocou um chapéu country na cabeça e saiu com o machado na mão.

Minha Doce Criança

Ele tem um sorriso

Que para mim parece

Me fazer lembrar de memórias de infância

Quando tudo era fresco como o céu azul brilhante

Sentei-me na soleira da porta da frente, observando-o de longe. Os ombros largos e os músculos definidos, molhados de suor, brilhavam sobre o sol dourado. Engoli seco quando ele direcionou seus olhos para mim, aqueles lindos orbes verde-azulados.

Suspirei ao me levantar. Segui para o estábulo e, ao chegar lá, tive uma surpresa. Felícia chorava nervosa com as mãos sujas de sangue. Uma das vacas de Edward estava estirada no chão.

De vez em quando, quando vejo seu rosto

Ele me leva para aquele lugar especial

E se eu olhasse muito tempo

Eu provavelmente entraria em colapso e gritaria

- Ah, você matou a vaca! – Gritei assustada.

- Não, ela está parindo um bezerro! Pelo amor de Maria, me ajude! – Gritou com os olhos molhados. – Se não me ajudar, será o quarto bezerro que ela vai perder.

Minha doce criança

Meu doce amor

Tremendo, corri até junto de Felícia. A vaca estava com a respiração bem fraca e quase não se mexia. Já era possível notar que o bezerrinho lutava em busca de ar, mas não conseguia sair. Felícia se levantou e saiu correndo, dizendo que precisava de água morna.

- Vaca! Me deixou sozinha! – Resmungue nervosa. – Ah! Desculpe querida, vaca é ela, não você! – Sorri carinhosamente para a vaca que estava quase morrendo.

A vaca se mexeu mais um pouco e a cabecinha do bezerro apareceu.

- SOCORROOOOO! EDWARD! A VACA TA PARINDO! AAAAAAAAAAAAAHHH! – Desesperada gritei por ajuda.

Calma Bella, respira, respira. Ta tudo bem!

Ou melhor, estava tudo bem. Até a vaca gritar... ou melhor, mugir alto de dor. Eu me desesperei, peguei um par de luvas de plástico que estava dentro da caixinha de primeiros socorros e entrei em ação.

Edward PDV

Batia o machado com força em cima das toras de madeira, partindo-as em duas.

Bella estava me impressionando com a força de vontade que tinha. Era óbvio que ela estava com muito nojo de tirar leite, mas mesmo assim tirou. Estava com medo da vaca, mas mesmo assim se aproximou. O que me deixou preocupado foi sua repentina montaria na égua selvagem. Além de estar sem cela, a égua não aceitava que ninguém a domasse e Bella, sem experiência alguma em cavalos, conseguiu isso de forma natural.

Ele tem olhos como o azul do céu

É como se eles pensassem na chuva

Eu odeio olhar naqueles olhos

E ver um traço de dor

Seu cabelo me lembra

Um lugar quente e seguro

Onde como uma criança me escondo

E rezo para o trovão

E para a chuva

Para irem para longe de mim calmamente

Fiquei impressionado com a forma que a égua a tratou. Elas tinham algum tipo de ligação. Só podia ser isso!

Bati o machado em outra tora e ouvi um grito alto e fino, agonizado talvez. Olhei para os lados e não vi Bella.

Ai Deus, cuide dela!

- BELLA? – Gritei de volta.

- AAAAAAAHHHH! FOOOORÇAAA! – Gritou novamente.

Saí correndo em direção ao estábulo. No caminho, larguei o machado, as luvas e o chapéu. Abri rapidamente a grande porta de madeira e procurei por Bella.

Minha doce criança

Meu doce amor

Para onde vamos?

Para onde vamos agora?

Para onde vamos?

- Olha Edward – Ela sussurrou. Aquela imagem... Aquela imagem foi a maior prova de todas, que Bella havia mudado completamente.

Ela estava com os olhos inchados e molhados, a boca seca e a blusa suja de sangue. Mas o bezerrinho estava são e salvo em seus braços.

- Meu Deus. – sussurrei.

Logo Felícia e Joe chegaram correndo e também se impressionaram com cena. Como Bella havia tirado o bezerro sozinha?

E ela continuava abraçada à ele, pronta a protege-lo de tudo.

- Bella, isso foi... – me ajoelhei ao seu lado – maravilhoso.

Minha doce criança

- Me perdoa Edward, eu não consegui salvar a vaca. – Soluçou, enrolando o bezerrinho em um pano com a ajuda de Felícia.

- Tudo bem – Acariciei seu cabelo. – Foi um ótimo trabalho!

Ajudei Bella a se levantar.

(...)

Bella PDV

Eram quase seis da tarde. Eu estava sentada na sala enquanto Felícia fazia uma trança em meu cabelo. Apesar de ainda estar um pouco curto, ela conseguiu aproveitá-lo de maneira que a trança começasse da raiz dos cabelos.

Quando terminou, me mostrou do espelho.

- Ficou linda, obrigada. – Ela saiu, deixando-me sozinha.

Já havia tomado um banho e estava sentada esperado Edward, que disse que precisava falar comigo. Olhei pelas frestas da cortina e o sol já se encontrava fraco, quase para se pôr.

Suspirei e voltei os olhos para o corredor, por onde provavelmente Edward viria.

Ele caminhou lentamente até mim e sorriu.

- Olá cowboy! – Brinquei, olhando suas botas de montaria.

- Vamos montar – ele disse.

- Achei que nunca mais iria me deixar chegar perto de um cavalo.

- Eu confio em você. Vamos! – Ele me interrompeu, segurou minha mão e me levantou do sofá.

Continua.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então né gente, eu demorei mais cheguei! UUAUHAUHAUHAUHUHAUH Sério, o Word 2010 não presta! Deu um monte de problema no meu pc aqui e quase perdi meus documentos. Esse foi o motivo da demora.
Sobre o cap., era pra ter ficado maior, mas as idéias acabaram e se eu colocasse umas coisinhas além da conta, perderia a graça do próximo capítulo (que particularmente, é o meu preferido de toda a fic). Bells e Ed super próximos! Hmmmm, será que rola? *---*

Muito obrigada pelos os reviews lindos maravilhosos, e pelas recomendações! Eu amo muito vocês e é por vocês que eu continuo.

Beijos e mordidas, Bianca Maia.