366 Rabiscos escrita por Priy Taisho


Capítulo 7
Capítulo 7 - Karin


Notas iniciais do capítulo

Oê gente!!!
Esse capítulo era pra ter ficado BEM maior, mas provavelmente eu não conseguiria atualizar ainda nesse fim de semana, então optei por postar "até aqui" -v-.
Espero que gostem!
Boa leitura,



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13 de Fevereiro de 2016 – 09h36min

Minhas manhãs normalmente começavam tranquilas, principalmente nos dias de sábado. Eu costumava deixar meu celular no silencioso, pois Naruto gostava de ligar para as pessoas durante a madrugada pelo simples prazer de acordá-las.

Meu cobertor foi puxado bruscamente e minha cama começou a sacudir. Abri meus olhos tentando focar no causador de toda a confusão, mas a claridade fez com que eu os fechasse rapidamente. Poderia ser um terremoto?

— Terremoto? Não, ACORDA TESTUDA! – Gritou uma voz feminina extremamente animada enquanto continuava a pular em minha cama. – A-C-O-R-D-A! BOM DIA, BOM DIA! – Já não bastava estar pulando e gritando, o demônio cismou em me sacudir.

Foi a verdadeira visão do inferno quando decidi abrir os olhos e dei de cara com os orbes azuis de Ino. Ela sorriu e agarrou a minha mão tentando me puxar a todo o custo para fora da minha cama. Desistiu ao ver que eu não iria fazer nada além de ficar sentada enquanto a olhava com uma expressão irritada.

— Hoje é um grande dia! – Ino exclamou animada quicando em meu colchão como uma bola. – VAMOS FICAR LINDAS! – Berrou ela repentinamente aumento o ritmo dos pulos e tudo o que eu consegui fazer foi puxar sua perna direita para que ela parasse. Ino caiu na cama sentada e com os olhos arregalados por causa do susto. – Grosseira! – Ralhou ela me dando um tapa no braço. – Você devia ser mais gentil! O negócio das metas é pra ser levado a sério!

— Como é que você se lembra disso? – Questionei esfregando meu braço rapidamente na tentativa de aliviar a dor. Ino  desviou o olhar e eu virei o rosto na mesma direção que ela para constatar que a agenda que eu tinha usado para escrever minhas metas estava em cima da minha mesa de cabeceira. – Mexeu nas minhas coisas Porca?!

— Não mexi nas suas coisas. – Ino voltou a me encarar com uma expressão cínica. – Sua agenda caiu aberta e eu acabei lendo algo sem querer. – Disse a Yamanaka esticando a mão para olhar pra suas unhas de forma desinteressada. Respirei fundo e passei a mão pelo meu cabelo; não fiquei surpresa em descobrir que ele ainda estava úmido além de embaraçado.

— Ela estava dentro do meu guarda roupa. – Ino revirou os olhos como se o que eu tinha dito não alterasse em nada a situação. E de fato não alterava. – Não tem vergonha de ficar mexendo nas minhas coisas Ino?

— Não. – Respondeu-me ela debochada. Apoiou o queixo na mão e me lançou um olhar entediado. – Toda vez que estou aqui sua mãe me diz: “Sinta-se em casa Ino querida!”. – Fez uma péssima imitação da minha mãe e sorriu ao piscar algumas vezes. – Estou em casa. – Então se deitou em minha cama totalmente confortável. – Não desvie do assunto!

— Que assunto?

— O das suas metas! – Encostei minhas costas na cabeceira da cama e fiquei quieta. – Quando você pretende pegar firme nelas?

— Eu estou pegando firme. – Resmunguei fechando os olhos. – Sasuke tem me arrastado de um lado para o outro desde o começo do ano. – Senti que Ino se levantou bruscamente e antes que eu abrisse meus olhos senti minha cabeça doer. Ela havia me batido com a agenda. – HEY! – gritei e Ino estava sentada na beira da cama com uma expressão irritada.

— Cale a boca. – Ralhou a Yamanaka ao abrir a agenda furiosamente. – Viajar mais, ok, isso não dá pra fazer até o próximo feriado. Ser menos sedentária, ok, Sasuke tem cuidado disso, mas não posso confiar plenamente nele. – Abri a boca para protestar e Ino me calou somente com um olhar. – Ser mais atenta, gentil, pontual, ter uma alimentação melhor, ler todos os livros que estão criando pó. – Ela apontou para a minha estante e eu baixei o olhar como uma criança pega no flagra. – Testuda, são coisas que vão te fazer ser uma pessoa melhor. Se esforce.

— Você veio até aqui para me dar uma bronca? – Perguntei e ela arqueou as sobrancelhas. – Tudo bem, vou me esforçar. – Prometi e ela bateu palmas animada.

— Eu vim para te ajudar a cumprir a meta principal. – Ino falou orgulhosa de si mesma e eu inclinei a cabeça para o lado enquanto tentava me lembrar do que estava faltando. – Você vai beijar alguém essa noite, Testuda, eu garanto. – Ela ergueu o punho com determinação e pareceu incomodada com minha falta de reação.

— Espero que esse alguém não seja você. – Provoquei e ela arregalou os olhos.

— Deus me livre. – E então fez um sinal de cruz na boca. – Se você fosse a Hinata nós até poderíamos conversar.

— Vá pro inferno Porca.

— Onde está a gentileza?

— Desculpe porquinha querida. – Afinei minha voz e suspirei frustrada antes de me levantar. Ino fez o mesmo, recuperando a animação de antes. – Eu devia te encontrar mais tarde, o que faz aqui?

— É muito chato ficar sozinha. – Ino resmungou ainda sentada em minha cama enquanto eu ia até o guarda roupa para pegar minhas roupas. – Você é minha melhor amiga, achei que ficaria feliz em me ver aqui cedo. – Ela apoiou o as mãos nos joelhos e se levantou.

— Não quando você faz da minha cama um trampolim. – Sai do quarto e Ino me acompanhou prontamente, não hesitando em entrar no banheiro comigo. – Você não vai ficar aqui, vai? – Cruzei meus braços e a loira ergueu os ombros em um gesto de descaso.

— Você não tem nada que eu não tenha. – Disse ela com tédio e em seguida virou de costas para mim. – Se te agrada, eu fico de costas. – O chaveiro de plástico no formato de um coração estava pendurado no bolso traseiro de seu short jeans claro. – Bom, eu estive pensando que você poderia acrescentar algo mais animado as suas metas.

— Eu já fiz minha lista, Ino. – Retruquei enquanto puxava minha camiseta e a colocava sobre a pia. – Essas coisas não deviam ser feitas só na noite de ano novo? – Olhei por cima do meu ombro para garantir que Ino ainda estava de costas e ao comprovar que ela não tinha movido um músculo sequer, continuei a me despir.

— Você não vai remover o que escreveu, só acrescentar. – Ino explicou-me e quando eu fechei o Box do banheiro que por sorte era escuro, ela caminhou até a privada, baixou a tampa e sentou sobre ela totalmente. – Sempre disse que queria andar a cavalo, por que não tenta fazer isso ainda esse ano?

— E usar isso como uma meta? – Perguntei ao abrir o registro do chuveiro.

— Claro! – Respondeu ela e eu fechei meus olhos apreciando a água quente em contato com minha pele. – Pense em algo maluco que você sempre quis fazer. – Incentivou contendo seu tom de voz animado.

Mantive meus olhos fechados e pensei sobre o que ela estava dizendo.

— Sempre quis ver as estrelas de um lugar aberto, como um parque ou um campo. – Murmurei pensativa. Era algo clichê, mas que sempre tinha me atraído há muito tempo. – Por que eu nunca fiz isso? – A pergunta era mais para mim mesma do que para Ino.

— Vai fazer! – Ela falou animada. – O que mais?

— Dançar minha música favorita na chuva. – Respondi abrindo os meus olhos e peguei o xampu para lavar meu cabelo novamente. – Isso vai ser difícil, eu não sei definir bem qual a minha música favorita.

— Ah, cale a boca. – Ino ralhou descrente. – Quando estiver chovendo é só você se jogar na chuva e dançar nem que esteja sozinha. – Ri ao imaginar a cena, eu certamente faria isso com Ino ao meu lado.  – O que mais?

— Cantar no karaokê para uma platéia de desconhecidos, mesmo desafinando. – Falei e um sorriso surgiu em meus lábios. – Você é requisitada para estar comigo!

— Nós já fazemos isso! – Ino rebateu minha proposta aos risos. – Pense em outra coisa, Sakura!

— Vamos fazer isso de novo! – Bati minha mão de leve no Box e em seguida continuei a enxaguar meu cabelo. – Não seja estraga prazeres. – Acusei e ela continuou a rir.

— Só se formos fantasiadas de cowgirls. – Ino propôs e eu franzi o cenho confusa. Que diabos?! – Está nas minhas metas. Sair em uma noite com os amigos fantasiada de cowgirl. – Recitou ela com disciplina.

— Você é maluca! – Exclamei ao nos imaginar com roupas de cowgirls no palco de um karaokê. – Eu topo! – Ino soltou um grito animado e eu fiz o mesmo. – Quero fazer um mural com as fotos desse ano.

— Essa ideia é maravilhosa. – Ino concordou e em seguida soltou um suspiro. – Acho que já temos o suficiente para que você pague algum mico ao menos. – Disse em um tom maldoso. – Ande logo, daqui a pouco as outras meninas chegam lá em casa e nós estamos no banheiro da SUA casa.

Continuei a tomar meu banho ignorando o que ela tinha dito. Eu precisava de meus últimos momentos de paz antes que Ino começasse a exigir que eu caprichasse no rímel, que Hinata precisaria por cílios postiços ou que Tenten havia escolhido os sapatos errados para a roupa que ela iria usar (Na maioria das vezes a Mitsashi errava mesmo, mas só Ino tinha coragem de falar a verdade em alto e bom som). Até porque Tenten pratica boxe nas horas vagas.

De qualquer forma, nós nos divertiríamos. As cinco acabariam entrando em um consenso e entraríamos na festa com os braços entrelaçados, com sorrisos nos rostos e completamente atrasadas.

—... Sakura, ta me ouvindo?

— Você pretende chamar a Karin? – Perguntei ao fechar o registro do chuveiro.

Ino ficou em silencio e eu tomei sua atitude como uma resposta. Sequei-me e vesti minhas peças intimas que eu havia deixado penduradas em um gancho na parte de dentro do box, me enrolei na toalha novamente e ao abrir a porta, vi que Ino fitava a pia com o uma expressão pensativa. O dedo indicador enrolava uma mecha do cabelo loiro de maneira distraída.

— Eu não a conheço. – O tom dela era aéreo, sequer percebeu que eu já tinha saído do chuveiro. – Ela... Pode não ser uma pessoa legal.

— Você não gostava da Tenten. – Acusei passando por Ino e recolhi minhas roupas com uma única mão. Ela continuou a fitar a pia indiferente ao que eu dizia.

— Hei, Hei! Eu não tinha nada contra a Tenten. – Ino levantou-se saindo do torpor em que estava há pouco. – Só tinha medo de que ela não fosse com a minha cara e decidisse me bater. – Ergueu a mão esquerda e coçou o ombro direito rapidamente. – Entre eu e uma Tenten na oitava série que usava coturnos e braceletes com spikes, quem levaria a pior? – A Yamanaka fez a pergunta e apontou para si mesma. – Eu.

— Você acha que a Karin vai te surrar?

— Não!

— Ela oferece algum risco à sua beleza?

— Mas é claro que não!

— Então vamos ter que concordar que isso tudo é idiotice. – Falei encarando Ino da maneira mais séria que consegui. Ela retribuiu o olhar e após soltar um suspiro, começou a rir. – O que foi?

— Você pretende dar broncas nos seus filhos usando somente uma toalha? – Questionou a Porca maldita em um tom debochado antes de passar por mim, abrir a porta e sair do banheiro.

Aproveitei que ela havia me deixado sozinha e tranquei a porta do banheiro. Eu devia aproveitar os poucos minutos de privacidade que me restavam. Coloquei uma regata rosa clara e um short jeans preto; puxei a toalha que estava em meu cabelo e o desembaracei tendo a chance de contemplar minhas caretas de dor refletidas no espelho.

Pensei sobre o que eu tinha dito para Ino. A mais pura verdade, claro.

Karin estava há uma semana no colégio, prima do Naruto e até então tinha se mostrado uma pessoa completamente tranquila (Gaara e Sasuke tinham adotado o costume de compará-la à Naruto sempre que queriam provocá-lo).  Ela era boa com números e tinha ajudado a mim e Temari quando o professor de matemática decidiu fazer uma “pequena revisão” do que aprendemos no ano passado. De vez em quando discutia com Naruto, o que é muito engraçado.

Durante as aulas ela ficava conosco e no intervalo com suas amigas misteriosas (não tínhamos tido a chance de descobrir quem eram, porque Ino faz questão de nos arrastar para fora da sala assim que o sinal bate). E pensando bem, Karin poderia ter combinado alguma coisa com elas para hoje.

O problema, é que eu me coloquei no lugar de Karin.

E só de cogitar a ideia de ser uma caloura numa turma onde a maioria já se conhece desde o fundamental, prima de um garoto que anda com um grupo de amigos quase inseparáveis, com uma Ino Yamanaka que não faz questão de tanta socialização me parece terrível.

Pensar que eu seria a garota que chegaria em uma festa de boas vindas, talvez sozinha e logo ver que as garotas que supostamente deviam ser minhas amigas chegaram juntas e que com certeza se arrumaram juntas, me deixaria triste e com a sensação de que eu fui excluída.

Não que Karin vá se sentir assim provavelmente.

Eu só quero pensar que ela pelo menos teve chance de se entrosar conosco.

Se ela recusar, ao menos posso dizer que tentei.

— Vai demorar ai? – A diaba Yamanaka bateu na porta enquanto eu passava meu batom. – Testuda você demora demais! – Ralhou ela e logo a escutei se afastando do banheiro.

Recolhi minhas coisas e saí do banheiro já sentindo falta dos únicos minutos de silencio que eu teria pelo restante do dia. Ao entrar em meu quarto, vi que Ino estava em minha cama novamente; ela apoiava a agenda nos joelhos e escrevia avidamente minhas “metas extras”.  Levantou o rosto e logo em seguida avaliou minhas roupas. Parecendo satisfeita, ergueu o polegar em aprovação e eu sorri de canto.

Descemos para que eu tomasse café pouco tempo depois. Ino ficou encarregada de ligar para Naruto e reclamava sobre ele não atendê-la. Eu não o culpava, não era nem dez e meia da manhã.

— Esse idiota não me atende. – Reclamou ela pela milésima vez e fez uma careta de reprovação para o meu celular que era esmagado por seus dedos com unhas lilases. – Vamos ter que desistir de falar com a Karin. – Disse pesarosa ao deixar meu celular sobre a mesa e agarrou o copo de suco. – Bom dia senhora Haruno! – Um sorriso surgiu nos lábios de Ino assim que ela viu minha mãe adentrar a cozinha.

— Bom dia meninas. – Minha mãe disse após passar por mim e beijar o topo da minha cabeça. Ela estava usando um robe branco com gatinhos roxos e rosas. – O que fazem acordadas tão cedo? Ora, bom dia Susan! – Cumprimentou Susan que aproximava-se da mesa com um bule de café.

— Ino decidiu que seria divertido fazer minha cama de trampolim. – Contei inclinando-me na direção de minha mãe e coloquei a mão sobre a boca numa falsa tentativa de disfarçar o que eu estava dizendo. – Talvez eu precise de uma cama nova, a Porca deu uma engordada. AI! – Endireitei minha postura ao sentir o tênis de Ino contra minha canela.

— Ridícula. – Disse ela chutando-me mais uma vez. – Hoje nós teremos um grande dia, será nossa última festa de inicio letivo. – Fez uma expressão triste e em seguida a substituiu por uma animada. – Vamos ficar fabulosas! – Bateu palminhas e minha mãe riu, enquanto eu balançava minha cabeça descrente.

— E precisam. – Disse minha mãe erguendo a xícara de café até seus lábios. – Se precisarem de ajuda, não hesitem em me pedir. – Ofereceu solicita. – Eu tenho algumas peças no atelier, se Sakura tivesse me lembrado eu traria para vocês...

— Não, não vai ser preciso, mãe. – Falei partindo um pão de queijo ao meio. – Ino sente prazer em nos arrastar pelo shopping, você acabaria com toda a diversão dela. – Lancei um olhar provocativo para Ino que fez uma careta.

— Testuda idiota. – Resmungou ela antes de beber um gole do suco. – Eu já cansei de te explicar todas as...

— Ligue logo para o Naruto. – Coloquei um dos pedaços do pão de queijo na boca e Ino, contrariada, fez o que eu pedi. Naruto não atendeu. – Ligue para o Sasuke.

— Mas eu quero falar com o Naruto!

— Eles moram na mesma rua, não vai custar nada ele ir lá e chutar a bunda do Naruto pra fora da cama.

— Por que vocês querem falar com o Naruto? – Minha mãe perguntou interessada e eu tratei de explicar toda a situação enquanto Ino procurava o número de Sasuke na agenda do meu celular. Dona Mebuki aquiescia em momentos propícios e prestava atenção em cada palavra que eu dizia. – Entendo, eu já ouvi Kushina comentando sobre a sobrinha dela. – Ela riu sozinha lembrando-se de alguma coisa. – Tem a personalidade igual a da tia, de acordo com o Minato, mas é uma boa garota.

— Sakura, não é uma boa hora... — Sasuke disse assim que atendeu ao telefone. Desviei o olhar de minha mãe e foquei no celular que estava sobre a mesa e no viva-voz. – Cale a boca, Itachi! – Ralhou ele e eu tenho certeza de que não fui a única a ficar com uma expressão confusa ao ouvir os gritos revoltados de Itachi ao fundo.

— O que você ta fazendo? – Ino verbalizou nossa dúvida olhando para a tela de meu celular como se pudesse visualizar Sasuke e Itachi naquele momento.

— Você não é a Sakura. — Sasuke concluiu pausadamente e eu jurei ter ouvido um “Me solta filho da puta!” vindo do Itachi.— Quem é?

Sou eu, a Ino. – Respondeu a loira voltando sua atenção as torradas. – Você está no viva-voz comigo, a Testuda e a tia Mebuki. – Explicou ela.

— Ah, oi gente!  - Sasuke disse ao entender a situação. — Estou... Resolvendo uns assuntos com o Itachi, não tenho muito tempo, sejam rápidas. CALE A BOCA!— A ultima frase foi gritada provavelmente para Itachi que continuava reclamando. “Essas cordas estão apertadas!”, Gritou Itachi e eu troquei um olhar horrorizado com Ino.

— Cordas, Sasuke? – Questionei incrédula. – Que merda você ta fazendo ai?

— Nada perigoso.— Sasuke respondeu calmamente e não deixei de imaginar diversas cenas de tortura que envolviam cordas. — Algo que envolve cordas e balões d'água, você sabe, por ontem à noite. — Disse ele citando o episódio trágico da fotografia dele fantasiado de tubarão. “Eu vou ter uma hipotermia!” Itachi voltou a gritar e ele não parecia estar com medo, somente irritado. — O que as senhoritas desejam? Sejam breves.— Ressaltou novamente.

— Queremos que você vá até a casa do Naruto e pegue o numero do celular da Karin. – Ino respondeu a pergunta voltando a olhar para a tela do celular. – Consegue fazer isso agora?

— Não, sem chances.— Sasuke recusou convictamente. — Estou ocupado e Naruto deve estar dormindo.— O Uchiha comprovou o que nós havíamos teorizado. – Ligue para a casa dele, provável que a tia Kushina atenda o telefone, diga o que quer e ela vai acordar o Naruto mais rápido do que a velocidade da luz. — Explicou e pudemos ouvir o barulho de algo se chocando contra o chão. – Se bem que vocês podem pedir o número da Karin para a tia Kushina, MAS se eu fosse vocês pediria exclusivamente para o Dobe. Ele continua com aquela mania irritante de me ligar de madrugada, aquele filho da... FICA QUIETO ITACHI!

— Pelo visto você está bem ocupado. – Ino comentou ironicamente e Sasuke concordou com ela em um murmúrio. – Vou tentar com a mãe do Naruto então.

Certo. Boa sorte.— Sasuke falou rapidamente. — Até.

— Sasuke? – Minha mãe chamou repentinamente antes que ele desligasse. – Não mate o seu irmão. – Pediu ela e nós pudemos ouvir o riso divertido de Sasuke.

— Pode deixar tia Mebuki.— Sasuke garantiu risonho. Itachi gritou algo incompreensível ao fundo. — Até.— E então ele finalizou a ligação.

X-X-X

Ino batia as mãos contra o volante do carro enquanto nós aguardávamos em frente à casa de Karin. Uma música animada tocava na rádio e ela cantarolava, sacudindo a cabeça de um lado para o outro, ora ou outra fingindo ser uma rapper.

Tínhamos conseguido o telefone de Karin com um Naruto muito irritado (que tinha sido acordado aos berros por tia Kushina) e quando conseguimos falar com ela, a mesma logo concordou em passar o dia conosco. Ela pediu que nós avisássemos quando estivéssemos em frente a sua casa e assim eu fiz quando nós chegamos.

Karin tinha respondido que precisaria de mais cinco minutos.

— Você está quieta, Porca. – Comentei desviando meu olhar da casa branca onde Karin morava para minha amiga que continuava a cantarolar a letra da música, ainda que errado, enquanto usava o volante como bateria. – Alguma coisa está te incomodando?

— E deveria? – Ino respondeu minha pergunta com outra e virou seu rosto para me observar. – Relaxe Testuda. Não vou matar a garota. – Garantiu dando um sorriso. – Se você diz que devo dar uma chance para ela, eu darei.

— Até porque você não tem motivo nenhum. – Enfatizei e Ino aquiesceu com uma expressão entediada.

— Você é tão chata. – Ino reclamou dando um suspiro antes de coçar o olho esquerdo com cuidado. – Olhe lá. – Indicou com o queixo a porta da casa de Karin.

Karin gritou alguma coisa dentro da casa antes de sair e fechar a porta. Seu cabelo ruivo estava solto e caia sobre o ombro direito, usava uma camiseta branca com os dizeres em preto “Pizza is my Bae” e um short jeans cintura alta, ela havia amarrado uma camisa xadrez vermelha em sua cintura e calçava nikes brancos.

— Adorei o shorts. – Ino comentou antes que Karin entrasse no carro. – Hey! – Virou-se para a ruiva que sorriu para ela.

— Oi gente! – Karin falou animada ao puxar a porta do carro. – O que temos programado pra hoje? – Perguntou ela inclinando-se para ficar mais próxima de nós.

— Uma sessão tortura dentro de um shopping Center. – Confessei e Karin riu enquanto Ino me fuzilava com o olhar. – Como você está?

— Agora, bem. Até duas horas atrás: Desesperada. – Karin disse em um tom de falsa tristeza muito semelhante ao que Ino usava de vez em quando. – Acordei e percebi que não tinha nenhuma roupa para usar na festa de hoje, estava decidida a ir ao shopping quando vocês me ligaram. – Olhei de relance para Ino e ela pareceu satisfeita em saber daquilo.

— Então quer dizer que você gosta de compras? – A Yamanaka perguntou enquanto ajeitava-se no banco e girava a chave na ignição do carro.

— Não só gosto, como conheço lugares que vendem roupas fantásticas e por um preço maravilhoso. – Karin falou colocando o próprio cinto de segurança e eu fiz questão de fazer o mesmo.

— Não se preocupe Karin. – Ino sorriu consigo mesma enquanto acelerava. – Nós vamos ficar fabulosas. – Repetiu seu lema pela enésima vez.

No meio do caminho Ino decidiu que seria mais proveitoso se fossemos direto para o shopping e fiquei encarregada de avisar as outras meninas que nosso ponto de encontro havia mudado. Elas chegariam por volta das uma e meia e eu suspirei frustrada ao constatar que ainda iriam dar meio dia.

— Ele era um idiota! – Karin respondeu aos risos a pergunta feita por Ino. – Não acreditei quando ele me convidou para um café amigável depois de tudo o que tinha me feito. – Ela soltou o ar pesadamente e entrelaçou seu braço ao meu, deixando-me entre ela e Ino.

— Eu jogaria no mínimo uma xícara de café quente no maldito. – Ino rebateu antes de entrelaçar meu outro braço. – Oh Karin, não foi intencional, ela simplesmente caiu em cima de mim, não tive culpa! – Choramingou ela debochadamente enquanto inclinava seu corpo para frente.

— Não é nada disso que você está pensando, eu amo você. – Engrossei minha voz o máximo que pude para representar o ex-namorado de Karin.  Ela contava a história de como havia descoberto que o namorado estava saindo com uma garota que era praticamente a melhor amiga dela em seu antigo colégio. – E o que você fez? – Perguntei assim que nós atravessamos a porta automática e fomos agraciadas com o ar condicionado.

— Vejam bem, eu estava viciada naquele clipe da Lily Allen. – Karin começou parando por um momento para ajeitar seus óculos. – Perdi as contas de quantas vezes cantei Smile após descobrir que Idate tinha me traído que inconscientemente já estava arquitetando algum tipo de humilhação para ele.

— Você não faz do tipo vingativo. – Comentei e ela sorriu de canto parecendo satisfeita com o que eu tinha dito. – Mas após esse sorriso eu retiro tudo o que eu disse.

— O que você fez? – Ino perguntou com os olhos brilhando em expectativa. Eu não era a única que estava sendo corroída pela curiosidade. – Não enrole Karin! – Ralhou ela ao ver que a ruiva estava fazendo suspense.

— Calma, calma. – Karin falou alto atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam na fila de um quiosque de sorvete. – Eu não podia invadir a casa dele porque se fosse presa meus pais me mandariam para um internato no exterior, PORÉM, eu podia ferrá-lo dentro do colégio e foi o que eu fiz.

— Você disse que ele te chamou pra um café amistoso... Isso foi na escola? – Ino perguntou incrédula e eu desviei o olhar dela a tempo de ver Karin assentindo. – Karin, se você não falar logo eu vou te sacudir até que você comece a falar sozinha. – Ameaçou a loira apontando o dedo em riste para Karin.

— Ela é sempre tão agressiva assim? – Karin olhou para mim. Nós continuávamos a caminhar pelo shopping com os braços entrelaçados e não fazíamos ideia de onde estávamos indo, o que importava era a história que Karin estava disposta a contar. – Escolhi responder a mensagem de Idate no dia certo. O imbecil jogava como goleiro no time da escola e estávamos em um campeonato, o dia do jogo foi o dia da minha vingança.

— Você não prejudicou a sua escola com isso? – Interrompi Karin antes que ela continuasse. – Se o cara era o goleiro e... O time ficou sem goleiro como que...

— Já ouviu falar em jogadores reservas, Testuda? – Ino retrucou revirando os olhos. – Continue Karin!

— Nós combinamos de tomar café juntos na lanchonete da escola. Enquanto ele falava e continuava a tagarelar sobre como eu havia entendido as coisas erradas, pfit. – Ela fez um barulho de descaso e continuou a falar. – Colocar o laxante no café dele não foi difícil e depois disso era só esperar que fizesse efeito. – Abri a boca pronta para fazer um comentário, mas Karin me ignorou. – Uns amigos meus roubaram as chaves dos banheiros que ficavam próximos da quadra, os do vestiári e os trancaram durante o jogo; Idate saiu correndo do campo assim que iria fazer uma defesa triunfal e por não ter banheiros acabou indo parar no... Armário do zelador.

— Mentira! – Ino e eu exclamamos juntas. Paramos em frente a uma vitrine e os olhos da ruiva passaram por uma jaqueta verde que um manequim estava usando. Ino perdeu a concentração também, observando a jaqueta com cobiça. Senti um puxão em meu braço e tive que segurar Ino para que ela não entrasse na loja.  – Eu preciso dessa jaqueta! – Disse a Yamanaka tentando me puxar pelo braço, mas eu a segurei e balancei a cabeça negativamente.

— Não viemos comprar jaquetas.

— Eu ainda vou ter essa jaqueta, Testuda! – Ino avisou com um tom de ameaça. – Te descobriram, não foi Karin? – Ela voltou a olhar para Karin no instante em que voltamos a caminhar.

— Não exatamente. – Respondeu ela formando um bico. – Idate descobriu que eu tinha feito algo, é claro. Ele até tentou tirar satisfações comigo, nós gritamos um com o outro no meio do pátio do colégio, eu joguei minha bolsa nele e antes que ele pudesse vir pra cima de mim, o que me surpreendeu muito, aliás, ele e um dos meus amigos estava rolando no chão e trocando murros. – Karin contou desgostosa. – De alguma forma eu e a minha amiguinha acabamos parando no meio da confusão, rolando no chão junto com eles. O diretor apareceu, Idate contou o que eu tinha feito, eu não neguei e fui convidada de forma educada a não voltar para o colégio esse ano. – Concluiu ela sarcasticamente.

— Que gentil da parte deles. – Comentei e ela riu, olhei para Ino e ela mantinha um sorriso nos lábios, embora aparentasse estar pensativa. – Eu não faço ideia de que horas são, mas o que acham de irmos almoçar? – Propus sentindo meu estomago roncar.

Elas concordaram e nós seguimos para a praça de alimentação. O que eu queria mesmo era um lanche caprichado com batata frita acompanhada de cheddar e bacon, mas Ino disse que nós devíamos almoçar, já que substituiríamos a janta por um lanche na casa dela.  Karin parecia tentada a ceder ao encanto dos hambúrgueres, mas para minha tristeza concordou com o que Ino disse.

Isso não significa que eu fiquei sem comer batata frita.

— Ela não é tão serena quanto nós pensávamos. – Ino comentou quando Karin saiu para ir ao banheiro. – Mas não parece ser ruim. – Disse antes de beber um gole de seu suco de maracujá. Ela já havia terminado de almoçar e seu prato estava sobre o de Karin no canto da mesa.

— Então você admite que estava errada? – Perguntei com um sorriso presunçoso. Coloquei ketchup em uma das batatas e mordi um pedaço.

— Não, eu não admito nada. – A Yamanaka disse erguendo o queixo de maneira orgulhosa. – Eu posso ter tirado conclusões precipitadas, ela parecia interessada no Sasuke. – Acrescentou olhando para mim como se esperasse alguma reação da minha parte.

— Noventa por cento da população feminina daquele colégio sente-se atraída pelo Sasuke. – Citei e Ino revirou os olhos não escondendo sua feição entediada. – Você foi uma delas, esqueceu? – Alfinetei e ela arregalou os olhos.

— Você também! – Ino rebateu rancorosa. Touché. – Apaixonada pelo melhor amigo no primeiro colegial, não tem moral nenhuma, Sakura. – Surrupiou uma de minhas batatas e deu um sorrisinho vitorioso antes de comê-la.

— Você se declarou para ele na sétima série, Ino! – Tentei manter minha ponta de orgulho, mas a Yamanaka sabia que já tinha vencido a batalha. – Como foi mesmo: “Sasuke, eu gosto muito de você e... Ah, eu queria saber se você gostaria de ser meu namorado.” – Afinei minha voz e enrolei uma mecha de meu cabelo exatamente como Ino havia feito no dia. Para o azar dela, eu estava bem ao lado de Sasuke quando ela decidiu que estava na hora de confessar seu amor.

Um sorrisinho carregado de escárnio surgiu nos lábios de Ino.

— Pelo menos eu tive coragem de me declarar. – Disse ela maldosa. – Você optou por sair com aquele... Lee. Isso! Rock Lee! – Espalmou a mão direita contra a mesa e eu me encolhi na cadeira com medo de que Lee surgisse misteriosamente ao nosso lado.

Rock Lee era um garoto que gostava de mim desde que nós passamos a estudar juntos. Ele tinha uma espécie de idolatria pelo professor de educação física, que mais tarde, descobri ser seu tio. O cabelo preto era cortado no formato de uma tigela e suas sobrancelhas eram grossas. Fora a aparência esquisita e sua devoção para manter o “Fogo da juventude”, Lee era uma boa pessoa.

Sufocava-me, claro.

Também me coagia ao ponto de eu me esconder atrás de Naruto e Neji todas as vezes que passávamos por ele no corredor depois que eu dei um “fim” no nosso relacionamento (de somente duas semanas).

Claro que foi errado usar o pobre Lee para tentar esquecer Sasuke.

Duplamente errado.

Eu estava tão frustrada por gostar de Sasuke que cedi a um de seus convites para ir ao cinema. No dia seguinte, ele não saiu do meu pé. No terceiro dia, entrava em minha sala sempre nos horários vagos, puxando uma cadeira para ficar ao meu lado. No quarto dia, havia adquirido o hábito de segurar minha mão ou passar seus braços sobre os meus ombros (Sasuke vivia me lançando olhares inquisitivos e me perguntava sobre o que estava acontecendo sempre que conseguíamos ficar longe de Lee). No quinto dia, ele já estava sentando-se conosco no intervalo e fazia questão de me manter entre ele e Tenten. No sexto dia, ele me enviou diversas mensagens me convidando para sair. No sétimo dia, me ligou e por estar ocupada eu não o atendi. No oitavo dia, me questionou sobre eu não responde-lo e pareceu irritado ao saber que eu estava na casa de Temari e Gaara junto com todos os outros e que ele não fora convidado. No nono dia, me presenteou com flores e disse que talvez nós precisássemos de uma aliança (Hinata, que estava com o celular, fotografou minha expressão de pânico). No décimo dia, ele e Sasuke discutiram. No décimo primeiro dia, Lee cometeu o grave erro de tentar me afastar dos meus amigos. No décimo segundo dia, eu o ignorei. No décimo terceiro dia, ele e Sasuke voltaram a discutir. No décimo quarto dia, eu surtei e acabei com tudo.

Foi como tirar um peso das minhas costas.

No fim, conclui que poderia ter me poupado da experiência desastrosa de ficar com Lee.

Superei minha paixão por Sasuke após alguns meses e sequer me importava de vê-lo ficando com outras garotas. Era só uma paixonite e eu não deveria incomodar nossa amizade com aquilo.

 - Tudo bem, isso não muda o fato de que eu não me importo com quem Sasuke sai. – Esclareci detestando o sorriso que surgia nos lábios de Ino. – Diferente de você e do Gaara, não é?

— Quer mesmo prolongar esse assunto, Testuda? – Ino inclinou seu corpo sobre a mesa e me lançou um olhar ameaçador. – Porque eu tenho muitos argumentos ainda para usar, um deles é aquele beijo na virada do ano. Eu não esqueci!

Abri a boca para protestar e desisti no mesmo instante. Ino era impossível.

Pucca:

Sa, estamos entrando no shopping, onde vocês estão?

Quando a mensagem de Tenten chegou, Karin já havia retornado do banheiro e estava engatada numa conversa sobre botas com Ino. A Yamanaka já não parecia ter mais receio quanto à Karin, embora eu soubesse que ela não admitiria isso nem sobre tortura.

Sakura:

Estamos na praça de alimentação! Em frente ao BK.

Pucca:

Ok, estamos indo pra aí!

Tem alguma chance de passamos naquela loja de doces antes de irmos embora? ♥

Sakura:

Só se você quiser que Ino tenha um ataque!! Hahaha

Se for até lá, me traga alguns. Sério, nós vamos precisar.

Pucca:

Mais do que o normal?

Sakura:

Muito mais!!

Ino hoje está mais empolgada do que o normal.

Pucca:

Em que sentido?

Sakura:

Em um que não vai ser muito bom para nós hahahaha

Ligada no 220!!! 

Pucca:

Deus tenha piedade das nossas pobres almas. :C

— Finalmente! – Ino exclamou levantando-se da cadeira ao ter um vislumbre das meninas que se aproximavam com sorrisos cautelosos em seus lábios. – Agora a diversão vai começar!

— O shopping é seu habitat natural, estou com medo de nós sermos as presas. – Temari falou com uma careta. O cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo alto, ela estava usando uma regata roxa e um short jeans, as mãos seguravam a alça da mochila preta firmemente. – Karin, Sakura, tudo bem? – A Sabaku sorriu para nós.

— Desculpe a demora, nós almoçamos lá em casa. – Hinata confidenciou após cumprimentar a mim, Karin e Ino com um beijo no rosto. Hinata tinha optado por usar um vestido azul escuro e sapatilhas, como Temari e Tenten, carregava uma mochila sendo esta rosa clara com gatinhos brancos.  – E...

— Kiba apareceu por lá com a desculpa de que precisava da ajuda do Neji. – Tenten intrometeu-se no assunto abraçando uma Hinata carrancuda pelos ombros. O cabelo estava preso em um único coque alto, ela usava uma regata do capitão América e short jeans desfiado. – Tentou até mesmo ficar sozinho com ela.

— Cale a boca, Tenten! – Hinata ralhou olhando de esguelha para a Mitsashi que não se incomodou.

— Então ele ofereceu carona para ela. – Temari disse abrindo um sorriso largo ao ver que Hinata estava preparando-se para mandá-la calar a boca. Acabei rindo e recebi um olhar nada gentil da Hyuga. – “Sabe Hinata, eu estava pensando se nós não poderíamos ir juntos para a festa”. – A Sabaku engrossou a voz e esquivou-se de um tapa que iria levar no braço ao correr para o lado de Karin.

— O Neji não tem carro? – A pergunta que eu fiz era retórica. Nós sabíamos que Neji tinha um carro. – Que estranho, Hina. O Kiba como amigo do seu irmão deve saber disso.

— Então isso só deixa uma opção disponível. – Karin pronunciou-se e colocou a mão sob o queixo pensativa. – Ele quer ter algo com você. Você gosta dele, Hinata?

— Não! – Hinata respondeu alto e de maneira afobada. Olhei para Ino que se divertia com a tormenta que a Hyuga estava tendo. – Não, definitivamente eu não gosto do Kiba. Quer dizer... Não dessa maneira que você ta pensando, eu... Gosto dele. Como amigo, é, assim...

— Tudo bem, já entendemos. – Ino interrompeu Hinata com um sorriso maldoso nos lábios e virou-se para Karin que achava graça do embaraço da garota. – Hinata não gosta do Kiba. – Não havia seriedade na voz de Ino; enquanto ela falava seu sorriso aumentava. – Bem, vamos logo! Nossa tarde vai ser longa. – Ino riu e agarrou o pulso de Temari e o meu que estávamos mais próximas dela e começou a nos puxar.

— Vou matar vocês. – Hinata murmurou apertando a ponte de seu nariz antes de começar a nos seguir.

Bem, talvez Hinata tivesse a chance de nos matar caso Ino não fizesse isso primeiro.


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Notas finais do capítulo

Continua... Mereço reviews? haha
Eu tenho uma perguntinha importante:
O que vocês acham da fic ter algumas cenas da perspectiva do Sasuke? Ou preferem saber das coisas somente do ponto de vista da Sakura como tem sido até agora?

Até semana que vem!
Beijão ♥



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