08 de Fevereiro de 2016 – 06h05min

Meu despertador tocou pela terceira vez e eu reprimi o impulso assassino de jogá-lo contra a parede.

Ergui meu rosto e tateei minha mesinha de cabeceira à procura do meu celular, desliguei o alarme e soltei um resmungo indecifrável. Afundei meu rosto contra o travesseiro novamente, meu corpo estava pesado e meus olhos estavam fechando-se involuntariamente.

Não era fácil resistir ao sono. Principalmente quando não se quer resistir.

Estava quase dormindo novamente quando algo estalou em minha mente. Eu precisava MESMO acordar. Levantei a cabeça em um rompante, sentindo uma pontada de dor no pescoço e tirei os fios de meu cabelo que insistiam em cair sobre o meu rosto.

Primeiro dia de aula.

Estiquei o braço e acendi o abajur. Fiquei um tempo encarando meu cobertor enquanto piscava lentamente e optei por levantar antes que voltasse a dormir. Meus pés tocaram o chão frio e a vontade de voltar para a cama foi quase irrecusável. Arrastei-me até o interruptor e acendi as luzes. Esfreguei meus olhos preguiçosamente e bocejei, espreguiçando-me enquanto procurava minha toalha pelo quarto. Peguei a toalha que estava sobre a cadeira e sai do quarto andando como um zumbi. Tive que voltar para buscar meus chinelos.

O estado de transe em que eu me encontrava só melhorou depois que eu tomei banho, porém, eu continuava com o humor de uma pedra. Mantive-me inexpressível enquanto desembaraçava meu cabelo, meus olhos estavam avermelhados e inchados, tive a sensação de que tinha sido atropelada por um caminhão antes de ir dormir.

Voltei para o meu quarto e fechei a porta, para a minha sorte tinha separado tudo na noite anterior. Vesti minhas peças intimas e peguei minha calça jeans preta, ela era um pouco mais curta que o normal e deixava meus tornozelos expostos, coloquei uma blusa cinza que tinha as mangas longas e meus inseparáveis all stars pretos.

Peguei meu celular e vi que já eram seis e meia. Eu teria que comer correndo antes que minha carona chegasse. Catei minha mochila pela alça e sai do meu quarto, descendo as escadas correndo, larguei minha bolsa perto da entrada e me dirigi até a cozinha. Meu pai estava sentado à mesa e parecia concentrado em sua leitura matinal do jornal, em sua mão direita estava uma xícara de café amargo; ele ergueu os olhos em minha direção. Eu era bem semelhante à minha mãe, meu pai tinha cabelos e olhos castanhos, mantinha uma barba rala e estava extremamente elegante em um terno preto com gravata azul.

— Bom dia. – Cumprimentei puxando uma cadeira ao seu lado. – Onde está minha mãe? – Perguntei procurando minha mãe pela cozinha no mesmo instante em que uma empregada vinha em nossa direção com um bolo. – Isso parece estar maravilhoso, Susan! – Falei maravilhada acompanhando todo o trajeto do bolo como uma predadora.

— Especialmente para a senhorita, Sakura. – Susan piscou para mim e eu acabei rindo. Ela devia ter seus trinta anos, o cabelo preto estava sempre preso em um coque que era envolvido por uma espécie de redinha, os olhos castanhos estavam destacados por uma maquiagem simples e os lábios cobertos por um batom rosado.  

— Você é um anjo! – Exclamei me servindo depressa de um pedaço do bolo. Meu pai me observava com atenção e tinha um pequeno sorriso nos lábios. – Onde está minha mãe? – Repeti a pergunta que eu tinha feito enquanto Susan colocava suco em meu copo. – Obrigada, Susan. – Agradeci e ela afastou-se com um sorriso.

— Sua mãe vai acordar mais tarde. – Respondeu-me ele voltando a ler o jornal. Havia um vinco entre as sobrancelhas dele. – O que foi Sakura?

— Nada. – Respondi desviando o olhar para o meu copo.  A verdade é que eu estava incomodada com a ausência da minha mãe. – É estranho acordar cedo e não ver a minha mãe. – Murmurei pouco antes de beber um gole do suco.

— Sua mãe está cansada. – Kizashi Haruno disse desviando o olhar do jornal, para mim por um momento. – Não tem com que se preocupar. – Concluiu erguendo a xícara de café e bebendo um longo gole.

Optei por ficar quieta, sabia que a conversa não passaria daquilo. Concentrei-me em tomar meu café em silencio, o que continuava sendo estranho, já que minha mãe costumava envolver nossos cafés da manhã em conversas aleatórias e divertidas. Ao menos antes.

Quando eu estava pronta para comer mais um pedaço de bolo, ouvi uma buzina. Fiz uma careta e me levantei da cadeira desgostosa.

— Eu tomei a liberdade de embrulhar um pedaço para você levar para a escola. – Susan disse caminhando em minha direção com um pedaço de bolo embrulhado em alumínio. – E esse aqui para os meninos. – Acrescentou entregando-me mais um embrulho.

— Você é um anjo! – Repeti no mesmo instante em que as buzinas começaram a ficar mais freqüentes e altas. – Já estou indo, tchau! – Acenei para o meu pai e corri para a sala. Susan me acompanhou e abriu a porta para mim. – PARA COM ISSO! – Gritei irritada ao ver que Sasuke continuava buzinando enquanto mantinha a expressão irritada. – SASUKE! – Joguei minha mochila no banco de trás e entrei, batendo a porta propositalmente. Sasuke me lançou um olhar irritado através do retrovisor.

— Não é a geladeira da tua casa! – Ralhou finalmente tirando a mão da buzina para me encarar. Sasuke era incrivelmente chato quando se tratava de seu Audi A4 preto; ele tinha mais zelo pelo carro do que qualquer outra coisa. – Até o Naruto aprendeu a fechar a porta do carro e você não. – Acusou-me e eu revirei os olhos dedicando minha atenção para colocar o cinto de segurança.

— Bom dia pra você também, Sasuke.

— Você me bateu algumas vezes. – Naruto pronunciou-se rancoroso antes de virar-se para mim. Ele parecia sonolento há poucos minutos, mas sorriu como se tivesse sido ligado em uma tomada 220. – EAE, Sakura! O que é isso? – Acrescentou interessado ao ver os embrulhos que também tinham sido jogados no banco.

— Susan mandou bolo! – Falei e Naruto deu um grito empolgado, fazendo com que eu desse risada. Sasuke limitou-se a olhá-lo de esguelha enquanto dirigia.  – Por que está tão mal humorado, Sasuke?

— Eu não estou mal humorado.

— Está sim! – Ele suspirou e balançou a cabeça negativamente. – Naruto, liga esse som! – Ordenei e o loiro fez o que eu tinha pedido no mesmo instante. – MINHA MÚSICA, NINGUÉM MUDA! – Gritei ao reconhecer a melodia de Sorry.

— Música de mulherzinha. – Sasuke alfinetou-me com um sorrisinho debochado. – Naruto, se controle!

Naruto começou a sacudir os braços enquanto cantava a letra da música. Eu fiz o mesmo, aproveitando que estava sozinha no banco de trás, Sasuke tentava parecer irritado, mas eu tinha certeza de que ele gostava da música também. Quando Naruto abriu a janela e começou a gritar “SORRY!” para todos que estavam na rua, o Uchiha não resistiu e começou a rir alto.

— YEAH, I KNOW THAT I LET YOU DOWN – Naruto apontou para uma senhora que estava no ponto de ônibus e ela o encarou assustada. – IS IT TOO LATE TO SAY I’M SORRY NOW?

— SORRY! – Sasuke e eu gritamos balançando a cabeça no ritmo da música. Naruto era o mais empolgado, tinha incorporado o próprio Bieber. – Abaixa isso, são quase sete da manhã ainda. – Sasuke disse rindo quando a música acabou. – Vocês são malucos, viram a cara daquela mulher?  Ela quase teve um enfarto!

Nós continuamos cantando as músicas que tocavam na rádio até chegarmos ao colégio. Não tínhamos a mesma empolgação de quando tocou Sorry, mas foi igualmente engraçado. Naruto pegou a mochila, saiu do carro e abriu a porta para mim, engana-se quem pensa que foi por gentileza. O alvo de Naruto era o bolo que estava comigo.

— É para dividir com o Sasuke! – Avisei enquanto o Uzumaki abria a embalagem completamente fascinado. – Não vai fazer nada? – Perguntei quando Naruto começou a andar como se não tivesse ouvido o que eu tinha dito.

— Você acha que eu sairia vivo em uma disputa com o Naruto por comida? – Sasuke questionou-me ironicamente enquanto ativava o alarme do carro. Ele passou o braço por cima de meus ombros e começamos a seguir para dentro do colégio. – Seja sincera, prometo não ficar chateado.

— Você iria perder sua mão inteira. – Confessei no mesmo instante e ele me deu um beliscão no braço. – Isso doeu! – Dei uma cotovelada de leve em sua costela e ele riu, seu humor tinha melhorado em noventa por cento. – Você pediu que eu fosse sincera.

— Irritante. – Sasuke revirou os olhos e parou de caminhar quando eu fiz menção de ir até o meu armário. – Nós já estamos atrasados, Sakura. – O sinal havia acabado de soar e ele arqueou as sobrancelhas para mim como se aquilo comprovasse seu argumento.

— Vai indo na frente, eu quero deixar uns livros aqui no armário. – Falei enquanto destrancava meu cadeado. – Vai ficar caolho desse jeito. – Acusei reprimindo o riso ao ver a expressão emburrada de Sasuke. Ele balançou a cabeça negativamente e seguiu para sala de aula sem se despedir.

Sasuke tinha razão quando reclamava de meus atrasos, porque eu realmente era muito atrasada. Porém, na maioria das vezes ele exagerava, já que eu tive a sorte de ter um melhor amigo extremamente pontual. Se nós marcávamos de fazer algo às oito e meia, oito e vinte e nove Sasuke já estava em frente à porta da minha casa. Juro, eu fiz o teste duas vezes sem avisá-lo e ele realmente estava lá.

No entanto, eu só conseguia sair de casa as oito e quarenta, isso fazia com que ele ficasse extremamente irritado e ficasse me apressando a todo o momento. “Ande logo, Sakura”, “Vamos chegar lá ano que vem”, “Não importa se você não achou um dos pares do seu sapato, coloque outro!”, “Eu tenho um celular, você não precisa encontrar o seu”, “Se você ainda estiver de pijama vou te arrastar assim mesmo!” – Essas eram algumas das ameaças que ele me fazia toda vez que íamos sair juntos.

Coloquei alguns dos livros que não ia usar até o intervalo e tranquei meu armário, arrastando meus pés até minha sala. O professor do primeiro período não estava na sala e eu logo avistei meus amigos no fundo da sala. Com exceção de Shikamaru que estava dormindo com um livro sobre a cabeça, Naruto e uma garota ruiva a qual ele estava abraçava pelos ombros, o restante estava sentado sobre as mesas que tinham espaço para duas pessoas.

— Atrasada como sempre. – Sasuke debochou de mim e eu coloquei minha mochila sobre a cadeira vaga ao seu lado. – Naruto estava nos apresentando à prima dele. – Acrescentou e eu olhei para a garota, que observava Sasuke com interesse.

— Ah, Oi! – A garota disse assim que notou o meu olhar, as bochechas dela ficaram um tanto avermelhadas. – Sou Karin Uzumaki, prazer. – Estendeu a mão na minha direção e eu a apertei, dando o meu melhor sorriso. Karin tinha os olhos castanhos e usava um óculos com armação preta, o cabelo ruivo ia até a altura de seu ombros. Ela me lembrava a mãe de Naruto, Kushina.

— Sou Sakura Haruno, seja bem vinda. – Falei educadamente e ela me agradeceu. – Ino, você é uma bruxa! – Exclamei tomando a atenção da minha amiga loira, que estava sentada sobre uma mesa e olhava para Karin com os olhos estreitos.

— Eu disse a mesma coisa! – Temari concordou comigo apontando acusadoramente para Ino. – Nós estamos morrendo aqui e essa ai está parecendo uma... Uma Barbie! – Tenho certeza de que foi o melhor xingamento que ela conseguiu imaginar para Ino.

— Traidora! – Tenten exclamou batendo contra a mesa. Ino olhou para ela e revirou os olhos, preparando-se para protestar. – Todas estamos de jeans, com uma cara de derrota e você ai, ai...

— Eu estou normal!

— Parece que saiu de um desfile de moda! – Protestei e ela fez um barulho de escárnio. Ino estava com o cabelo ondulado e a pele (que não estava mais semelhante à de um basilisco), estava perfeitamente maquiada, não havia sequer um sinalzinho de imperfeição. Seus olhos azuis estavam destacados por rímel e os lábios por um batom nude. Apesar de Tenten acusá-la, ela estava usando um jeans preto cintura alta que tinha alguns rasgos nas pernas e um cropped que deixava sua barriga parcialmente à mostra, preto com estampa de flores com os dizeres “NEVER” em branco. – Tudo bem, não está tão exagerado. – Confessei ao ver o olhar incrédulo de Gaara.

— Ela já veio com um vestido PINK pra escola, você acha isso exagerado? – Perguntou o Sabaku apontando para Ino que lhe bateu com o estojo. – Estou te defendendo, loira maluca!

— Não me chame de loira maluca! – Retrucou a Yamanaka irritada. – E parem de falar da minha roupa!

— Porca, nós somos suas amigas feias! – Choraminguei dramaticamente e ela me encarou incrédula. Hinata colocou a mão na boca tentando conter a risada.

— Do que você ta falando? – Ela perguntou olhando para cada uma de nós com atenção. Devo dizer que ela passou tempo demais analisando Karin, antes de me olhar novamente. – Vocês são lindas, só um pouco desleixadas.

— Desleixadas? – Hinata tirou as mãos da boca e olhou para Ino indignada. A Hyuga era outra que poderia facilmente fazer com que nós fossemos as amigas feias. – Eu não passo a tarde toda no cabeleireiro, DUAS vezes por semana pra ser chamada de desleixada! – O cabelo da Hinata chega a brilhar de tão hidratado que é.

Senti uma mão em meu ombro e quando olhei vi que Sasuke analisava as pontas do meu cabelo com o cenho franzido. Ele puxou uma das minhas mechas e colocou contra a luz e eu o observava em choque. Tinha certeza de que ele queria morrer da forma mais dolorosa possível.

— O que você pensa que ta fazendo?

— Por que seu cabelo não é tão hidratado quanto o da Hinata? – Perguntou ele analisando meu cabelo com concentração.

— Teme, você não devia fazer isso. – Naruto murmurou revezando seu olhar entre eu e Sasuke. – Você está em zona de perigo, cara! – Alertou Sasuke com uma ponta de desespero em sua voz.

— Sakura, você tem ponta dupla?

— Você quer tomar um murro na cara? – Retruquei afastando as mãos de Sasuke do meu cabelo em um gesto brusco. – Pare de rir, idiota! – Ralhei dando um tapa no braço dele. Sasuke continuou rindo e voltou a se sentar-se sobre a mesa, tentou disfarçar, mas eu vi quando ele esfregou o braço em que eu tinha batido.

— Você bate como um homem. – Resmungou ele esfregando o braço. – Bruta.

— Ninguém te perguntou nada. – Rebati e Sasuke estreitou os olhos, optando por ficar quieto.

— Vocês são sempre tão barulhentos de manhã? – Neji reclamou bocejando e escorando-se em Tenten que lhe lançou um olhar irritado. – Não sei como Shikamaru consegue dormir com tanto barulho. – Ao ouvirmos a menção ao nosso amigo, todos olhamos para ele, que continuava dormindo tranquilamente como se nada estivesse acontecendo.

— Poderia acontecer um terremoto e esse idiota continuaria dormindo. – Temari disse olhando para o namorado com certo desgosto. Ela o cutucou e como resposta teve apenas um muxoxo abafado de Shikamaru. – Não tem mais salvação.

— Temari, pare de me cutucar e me faça um cafuné. – A voz de Shikamaru soou abafada, mas nós conseguimos ouvi-lo perfeitamente. – Outch! – Ele ergueu a cabeça rápido, derrubando o livro e olhou para Temari irritado. A loira, ao invés de lhe fazer um cafuné, tinha lhe dado um tapa na nuca.

— Faça o favor de ficar acordado!

— Vocês são tão engraçados! – Disse Karin rindo enquanto ajeitava os óculos. O braço de Naruto continuava sobre os ombros dela e ela não parecia estar incomodada com isso. – Me lembrem de nunca provocar a Temari. – Pediu olhando para a Sabaku que deu um sorriso sem graça.

— Se você tem amor à vida, não faça isso. – Gaara a advertiu e encolheu-se momentaneamente ao ver o olhar irritado da irmã. Eles eram gêmeos, embora não fossem idênticos. – Temari é uma caminhoneira.

— Mas o coração é de mocinha. – Acrescentei colocando ambas as minhas mãos sobre o meu peito. – De quem é a aula agora? – Perguntei olhando para a mesa do professor, onde deveria estar um professor naquele momento.

— Acho que do Kakashi. – Ino murmurou olhando na mesma direção que eu e por fim, ergueu os ombros em um gesto de descaso. – Tanto faz, não estou nenhum pouco a fim de estudar mesmo.

— Aquele maluco sempre se atrasa. – Sasuke resmungou revirando os olhos. – Não sei como consegue manter o emprego por tanto tempo.

— Qual é, Teme! – Naruto reclamou falando alto demais. Estava demorando para que ele começasse a proferir suas frases favoritas em um tom que deixaria qualquer um surdo. – Assim nós temos tempo para conversar, Tô certo! Matar a saudade, ter um pouco mais de calor humano. – Abraçou Karin que arregalou os olhos alarmada. Ao solta-la Naruto exibia um sorriso de orelha à orelha.

— Naruto, nós nos vimos praticamente todos os dias nas férias. – Falei e ele me lançou um olhar confuso. – Não tem novidade nenhuma pra contar!

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah, Deixe de ser chata, Sakura! – Reclamou ele indignado. – Karin não estava conosco, podemos contar tudo pra ela. – Propôs animado.

— É um idiota mesmo. – Sasuke e eu resmungamos juntos. – A garota não quer saber das merdas que nós aprontamos. – Acrescentou Sasuke apontando para a menina, embora continuasse olhando para Naruto.

— Na verdade, vocês parecem ser bem interessantes. – A tal da Karin disse lançando um sorriso para Sasuke. Ele pareceu desconcentrado por um momento e retribuiu com um sorriso pequeno. Olhei para Ino e ela estava com uma expressão indignada, a minha expressão devia ser bem semelhante à dela. – Sasuke, não é? – Perguntou fazendo uma expressão confusa.

— É, Sasuke. – Meu amigo disse pausadamente enquanto observava a garota descaradamente.  Safado! – Melhor você se sentar, Karin. Temos muito que conversar. – Ele deu um sorrisinho de canto e eu revirei os olhos entediada.

— Você vai rir muito!  EU DISSE que ela queria saber! – Naruto disse escandaloso como sempre. – Nós passamos o começo das férias na praia e... – Qual é, nem tínhamos aprontado tanto assim. Não valia a pena contar tudo para a garota nova, prima do Naruto, tanto faz.

Dei a volta na mesa e me sentei sobre minha cadeira, coloquei minha mochila sobre a mesa e decidi usá-la como travesseiro. Hinata me chamou algumas vezes, mas eu fingi que não estava ouvindo; um dos costumes mais feios que eu tenho.