Life Surprises [HIATOS] escrita por July Beckett Castle


Capítulo 37
Chapter 37 – So far so good


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem resolveu dar ar da graça?
Olá de novo! E de novo, desculpem-me pelo sumiço. Estou sem pc e está difícil para escrever/editar os capítulos. Esse está bem grandinho e não está bem revisado, então me perdoem por qualquer erro que encontrarem. É também um cap antigo, já faz um tempo que está nos arquivos e tem algumas coisas que queria ter mais tempo de mudar. Vou continuar com o que tenho escrito, e talvez eu consiga postar nesse final de semana. Como sempre meu social está tomando conta do meu tempo e eu estou deixando rsrsrs
Morta estou, então sem mais delongas, o tão aguardado cap
Espero que ainda estejam comigo ♥ Boa leitura =^,^=



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Esther entrou na sala de Mac silenciosamente, estranhou não o ver lá, embora mesmo assim adentrou na sala e procurou por algum vestígio do homem, nada dele por ali, apenas um soluço abafado que ouvira atrás da cadeira, franziu o cenho preocupada, podia reconhecer a pessoa por trás da cadeira, mas não tinha certeza ainda. Foi se aproximando da cadeira que estava de costas para a porta, olhou para os lados e viu as coisas de seus primos, mas com certeza eles não estavam ali, continuou a seguir o seu caminho até a cadeira e antes que pudesse chegar mais perto ouviu uma voz bem conhecida, porém rouca com vestígios de que ela veio chorando.  

Stella B. – Você não consegue entrar de fininho, consegue? - Tentou brincar a mulher em meio das lágrimas, mas foi em vão, dava-se para notar como quebrada sua voz estava. – Desculpe...- Pediu ficando em silêncio logo em seguida. Limpou as lágrimas e engoliu em seco, tomou uma respiração profunda, precisava se recompor, não queria parecer fraca em frente à sua filha, ela não precisava ver isso.  

Esther B. – Mãe? - Esther chamou calmamente, com muita cautela, entendia o sofrimento de sua mãe, apesar de não saber o quão profundo foi, ela entendia.  

Não se aproximou mais, parecia estar com medo de fazer qualquer movimento, mas estava mais para confusa, não sabia o que fazer nesses momentos, esperou então que sua mãe desse o primeiro movimento, e assim Stella o fez, girou a cadeira com o seu peso e ficou frente-a-frente de sua filha, seus olhos avermelhados já era uma prova que ela veio chorando, Esther sabia, mas estava confusa e agora, apenas confirmou sua teoria. Olhou tristemente para a mãe que tinha a cabeça baixa envergonhada, não disse nada, apenas deu esse momento para sua mãe se recompor.  

Stella B. – Eu estava pensando na minha irmã e quando me deparei já estava chorando. - Explicou ela, rindo de si mesma como se si achasse boba por isso. – Alice veio perguntando sobre a mãe, eu não sei o que dizer. - Admitiu ela com expressão de derrota e cansaço. – E tem tudo acontecendo entre mim e Mac, nós não conversamos muito desde Chicago...- Quando percebeu já tinha despejado um monte na filha, algo que não queria fazer e se arrependeu amargamente por isso. – Desculpa, eu não queria jogar isso para cima de você, baby. - Lamentou ela si sentido culpada, Esther era apenas uma criança, assim considerava Stella.  

A menina sorriu tristemente e se aproximou mais da mesa, deu a volta por ela e chegou até a mãe fazendo-a virar a cadeira para o lado para ficar de frente para ela, então Esther tomou suas mãos e segurou firmemente, como se quisesse passar confiança para sua mãe, e realmente esse foi o seu plano. Sorriu fraco mais uma vez e não se incomodou quando uma lágrima caiu, estava sendo cansativo esses dias para ambas, foram tantas coisas que elas mal puderam respirar direito, tudo estava sendo acumulador e estressante.  

Esther B. – Você pode, sabe? Jogar tudo isso para cima de mim. Eu não sou um bebê, mãe, eu sou sua filha e sua melhor amiga, você pode contar comigo para isso. - Começou ela, falando verdadeiramente. O que a menina dissera amoleceu o coração de Stella, como ela podia ser tão sortuda? Agora a grega chorava, mas não mais de tristeza, agora as lágrimas eram de orgulho e felicidade, ela realmente amava essa garota. – E, se o Mac ficou é porque ele te ama, é porque ele quer isso, de verdade. Você também quer, mas, como vejo, nenhum teve coragem de falar sobre seus sentimentos. - Tinha uma expressão de negação no rosto, como se não pudesse acreditar que sua mãe ainda não tinha dito aquelas três palavrinhas para o homem que seria o seu pai um dia. – Eu amo você, e amo o Mac, mas vocês são muito lerdos! - Zombou ela revirando os olhos. Stella arregalou os olhos surpresa, mas sorriu impressionada com o que a filha estava falando. – E começaram tudo errado. Filhos primeiro, casamento, e depois um encontro? Muito errado. - Enfatizou ela rindo um pouco. – Não se preocupe mãe, está tudo bem chorar, você não precisa ser forte o tempo todo. - Deu um aperto reconfortante nas mãos de sua mãe. – Você vai descobrir um jeito de falar com a Alice, ela não irá entender por um tempo, mas depois ela irá ver que você é o suficiente. Claro, ela irá sentir falta da mamãe dela algumas vezes, mas ela tem você. - Sorriu docemente. O coração de Stella não podia se derreter mais com imensa fofura em uma pessoa só. – Nós temos você. - Finalizou sua sentença fazendo um beicinho.  

Stella riu e fez um beicinho também, quando Esther soltou uma risadinha sua mãe a puxou para si e a colocou sentada em seu colo, e então a abraçou fortemente. A menina soltou um gritinho na hora em que sua mãe lhe puxou, mas depois ficou confortável no colo da mesma, adorava receber os mimos de sua mãe, e Stella amava mimar sua filha.  

Stella B. – Eu te amo Tela... - Sussurrou no ouvido da filha com uma voz fofinha. “Tela” foi um dos apelidos fofos por qual Stella chamava sua filha.  

A menina soltou uma risadinha.  

Esther B. – Eu também amo você, mãezinha. - Respondeu com a mesma vozinha fofa.  

Stella B. – Vamos para casa, acho que hoje não será o dia em que darei o meu depoimento. - Chamou ela levantando a sua filha e depois levantando-se da cadeira.  

— Acho que será hoje mesmo. - Uma voz grossa masculina soou na sala de Mac.  

Stella olhou em direção a porta e deparou-se com um homem mais velho careca, forte e muito sério, ela não o conhecia, mas tinha uma leve impressão de que era ele quem iria pegar o seu depoimento. Fechando os olhos por uns segundos, Stella choramingou por dentro, queria tanto ficar em sua casa sem ter que enfrentar tanto burocracia, aliás, ela ainda tinha um dia de folga. Porém ela tinha que dar o seu depoimento para a delegacia que estava cuidando do caso de sua irmã, qualquer coisa que ela dissesse poderia ajudar com o caso, ela entendia o procedimento muito bem.  

Stella B. – Acho que sim. - Comentou um pouco ríspida. – Meu bem, por que você não vai até a sala de descanso e fica com a Channel por enquanto, ela está com os seus irmãos. - Sugeriu ela, claro, Esther não tinha escolha dessa vez. Fazendo um beicinho de protesto, o olhar severo da mãe disse que ela não tinha escolha, ela grunhiu baixo e saiu da sala do seu futuro pai passando pelo detetive parado na porta. – Por onde eu tenho que começar?  

O homem mais velho se aproximou da mesa, seu olhar de piedade já dizia o que supostamente iria pôr em voz alta. Procedimentos. Stella repetiu isso em sua mente como se estivesse zombando.  

— Detetive McElhone. - Se apresentou estendendo sua mão para um cumprimento. Stella fez o mesmo e eles trocaram um aperto de mão amigável. – Sinto muito por sua perda. - Lamentou ele. Stella acenou com a cabeça em resposta. – Podemos começar, aqui mesmo?  

Stella B. – Sim. Sente-se por favor. - Pediu ela gentilmente. Estava confiante, sabia quais perguntas seriam feitas e ela não tinha nada a esconder.  

Det. McElhone – Qual era sua relação com Esther Negal? - Ele perguntou, mesmo sabendo obviamente que ela era irmã de Stella, mas o que ele quis saber na verdade era como era a relação das duas irmãs.  

Stella franziu o cenho, e o olhou como se tivesse dito algo bobo. 

Stella B. – Bom, nós erámos irmãs. - Deu de ombros respondendo.  

Det. McElhone – Como era a relação de vocês? - Enfatizou ele, reformulando sua pergunta anterior.  

Stella B. – Nós não nos falávamos muito, ela viaja frequentemente e sempre estava mudando de número e endereço, mas nos dávamos muito bem, sempre que eu tinha a oportunidade ia vê-la em Atenas. - Disse ela.  

Det. McElhone – Ela deixou os filhos dela sobre sua proteção, então ela confiava muito em você?  

Stella B. – Sim. Eu acho que sim. - Deu de ombros, como poderia saber sobre isso não é mesmo?  

Det. McElhone – A senhora Negal tinha algum negócio em Bahamas? - Questionou ele anotando tudo o que Stella falava de importante em seu bloco de papel.  

Stella B. – Alguns desfiles aconteciam lá. Meu pai possui uma casa privada em Bahamas, ela basicamente vivia lá no verão, os seus vestidos são expostos todo mês na Jamaica e no Caribe, ela estaria lá esse ano para a coleção de verão...-  Sua voz falhou ao falar sobre isso.  

Det. McElhone – Ela era estilista?  

Stella B. – Sim. Designer. Ela desenhava vestidos de noiva, sempre foi o seu sonho. - Sorriu tristemente.  

O homem a olhou com compreensão.  

Det. McElhone – Qual é a relação dos Negals com Abraham Blaut?  

Stella arregalou os olhos, não sabia que sua irmã conhecia o avô de Esther...  

Stella B. – Não faço a mínima ideia. - Respondeu com sinceridade, não tinha motivos para mentir.  

Det. McElhone – Existe motivos para crer que sua irmã estava envolvida com o crime organizado...- Ele começou, mas Stella o cortou. 

Stella B. – Como? Minha irmã nunca mexeria com essas coisas, ela era a garota dos vestidos, pelo o amor de Deus!  

Det. McElhone – Uma “garota dos vestidos” não se envolveria com um homem como Blaut. - Stella não entendia a que ponto o detetive queria chegar, mas tinha muita coisa sobre sua irmã que ela não sabia, e preferia assim. – O quão bem você conhecia Abraham Blaut?  

Stella B. – Ele veio a mim pedindo ajuda em um caso. - Informou ela. – Na verdade ele recorreu ao laboratório, ele apenas me pediu que, se algo acontecesse com ele eu deixasse sua neta sobre meus cuidados, e assim eu fiz.  

Det. McElhone – E ele confiou assim em você?  

Stella B. – Tenho motivos para acreditar que ele vinha me viajando. Bom, ele pesquisou sobre mim e, conhecia o meu pai. - Seu tom era sem emoção, eles não estavam ali para falar sobre o avô de Esther, mas Stella não o cortou, queria saber até onde o detetive iria chegar com isso. 

Det. McElhone – E consequentemente sua irmã. - Concluiu ele com um tom acusador.  

Stella B. – É, desculpa, eu não posso confirmar isso. - Sorriu descaradamente, a raiva subindo... 

Det. McElhone – Tenho provas que confirmam. - Mostrou uma foto para Stella de sua irmã conversando com Abraham Blaut e vários guardas ao redor deles, eles estavam em um tipo de casa na praia, Stella reconheceu.  

Stella B. – Essa é a casa do meu pai.- Disse ela pegando a foto. – Quem enviou essa foto?  

Det. McElhone – Ninguém, ele já estava morto quando tomamos posse da foto. - Falou com uma tranquilidade que fez Stella olhá-lo com raiva. – O assassino de sua irmã e o marido. 

Quando ele falou isso a boca de Stella se abriu, ela não sabia dessa...  

Det. McElhone – Mas queremos saber quem mandou ele por que matar os Negals. - Concluiu ele. – Esse homem é procurado pela Interpol, FBI, CIA, e várias organizações por aí. Ele também teve envolvimento com o roubo de armas químicas e as munições que estavam para ser descartadas, e, com a morte de Abraham Blaut. Falando sobre ele, posso garantir que esse homem não é um bom velhinho como aparentava ser, detetive, a história dele pode ter sido triste, mas tem um motivo para qual mandaram matar a ele e toda sua linhagem. - Seu tom era frio e isso incomodava Stella. Deixou na mesa de Mac a foto do homem que era um suspeito, mas que estava morto. 

Stella B. – Seja lá o que ele fez, está no passado. Você tem um trabalho a fazer detetive, espero que o faça mais e pare de acusar sem provas, desde já, acho que acabamos por aqui. - Stella não estava aberta a discussões e deixou bem claro isso.  

Det. McElhone – Claro! Eu vou descobrir qual era o plano sujo de sua querida irmã e depois irei trazer para a senhora ver. Tenha um bom dia. - Desejou falsamente e levantou-se para sair.  

Agora ele se revelará, o bom policial no final não era tão bom assim. Stella revirou os olhos, tinha algo estranho nesse detetive que a fez questionar, ela não confiava muito nele, tinha algo sujo sobre esse homem e Stella estava prestes a descobrir o que era.  

Det. McElhone – Detetive, um aviso de amigo. - Ele virou-se para falar uma última coisa. Stella o observou impaciente. – Fique longe da garota. - Falou isso e saiu de vez.  

Stella iria falar alguma coisa, mas foi deixada sozinha na sala. O que ele queria dizer com “fique longe da garota”? Era de Esther que ele estava falando? O que diabos esse detetive aprontava?  

***** 

 Quando o detetive McElhone deixou o laboratório Stella saiu a procura de Adam, agradeceu a Deus por encontra-lo assim que o mesmo chegou, ainda tinha um pé atrás com o detetive e precisava descobrir o que ele quis dizer. De alguma coisa aquele detetive misterioso sabia, e alguma coisa ele escondia, Stella estava determinada a descobrir o que era. Nesse meio tempo ela pediu que levassem as crianças para um passeio, Esther, mesmo protestando, seguiu as ordens de sua mãe e foi com uma das técnicas do laboratório ter um “passeio” lá fora enquanto sua mãe trabalhava.  

Adam R. – Você não estava de folga? - Perguntou o loiro enquanto digitava.  

Stella B. – Continue trabalhando Ross, eu ainda sou sua chefe. - Disse ela batendo não muito forte no ombro do mais novo.  

Adam continuou a digitar enquanto Stella aguardava ansiosamente pelos resultados, ela estava a ponto de roer as unhas, mas era um hábito que não queria adquirir então ficou apenas batendo o pé no chão freneticamente, isso irritava um pouco o mais novo, porém o mesmo não reclamou.  

Adam R. – Detetive Calvin McElhone...- Disse o analista técnico lendo a fixa do citado. – Aparentemente ele teve sua licença suspensa e está sendo investigado pelo crime de corrupção, tráfico e espionagem. - A última parte fez o loiro olhar para Stella com uma carranca. – O cara está sendo procurado pelo FBI.  

Stella B. – Adam! - Quase gritou. O detetive que ela deu seu depoimento para, não mostrara seu distintivo, nenhuma credencial, e ela falou com ele mesmo assim. Não podia se culpar, e não poderia prever, aliás ela esperava mesmo por um detetive vir falar com ela nesse dia, além disso ninguém entrava no prédio sem permissão, pessoas com distintivos tinham permissão... – Droga! Eu falei com esse homem, ele estava aqui há alguns minutos. - Fechou o punho com raiva, se martirizava por isso, de alguma forma ela era culpada, e tinha falado com um possível espião... – Mas ele tinha fotos, e informações... Como ele conseguiu? - Questionou-se mais para si mesma do que para o homem ao seu lado, estava confusa e com muita raiva, porém seus instintos de detetive falaram mais alto... – Veja todas imagens de segurança desse prédio, quero a foto desse homem em todo lugar...  

Adam R. – Stella, calma. - Pediu o homem, mesmo sabendo que isso não iria adiantar. – Já estou checando as câmeras de segurança, logo irei colocar a foto dele no sistema, mas antes, deixa eu terminar. - Stella olhou para ele séptica, porém relaxou na cadeira e olhou para o loiro esperando que ele falasse alguma coisa. – As acusações só entraram no sistema há 15 horas, então ele ainda era um detetive da NYPD, por isso tinha as informações. Era para ele está sobre custódia do FBI, mas ele fugiu. - Informou o mais novo terminando de ler o arquivo que recebera. 

Stella B. – Por que essas coisas acontecem comigo? - Resmungou Stella inclinando o corpo para frente e lendo o que tinha na tela do computador.  

Adam R. – Houve uma brecha no sistema. - Disse o loiro recebendo mais arquivos em seu computador. – Talvez devêssemos contatar o advogado do McElhone, Terrence McCoy. - Propôs Adam, não pôde descrever a expressão no rosto de Stella, mas ela parecia bem apavorada quando ouviu esse nome.  

Stella B. – Terrence? - Questionou ela, não queria ter ouvido aquele nome pelo que parecia, e realmente foi. 

Ela não ouvia falar desse nome por um longo tempo, na verdade, foi logo depois que Alice nasceu, depois disso aquele nome se tornou praticamente instinto em sua vida, sua irmã garantiu isso. Encarando a chefe, Adam arqueou a sobrancelha sem entender sua reação, embora estava na cara que ela conhecia o dono do nome citado, ele estava confuso, qual era a história de Stella com ele afinal? É claro ele não iria descobrir nada se ficasse com a boca fechada, então por isso ele tratou de colocar sua questão em voz alta.  

Adam R. – Você o conhece? - Quis saber o loiro. Estava na cara que sim, mas valia a tentativa. 

Stella B. – Ele era o ex-marido da minha irmã, pai da Alice... - Sua voz falhou no final, tudo estava começando a se encachar, e ela tinha um monte de perguntas em sua cabeça.  

Quando McElhone falou para ficar longe da garota, ele falava de Esther ou de Alice? McCoy tinha algo a ver com o caso de sua irmã? Como ele entrou em tudo isso afinal?  

Pelo o que Stella sabia, Terrence era para estar no Canadá, bem longe dali, mas agora ele estava em Nova York advogando e, defendendo o homem que há algumas horas lhe enganou. O pensamento de sua sobrinha estar correndo perigo passou por sua cabeça, aliás, Terrence se mostrou ser um homem perigoso, por esse motivo ele nem podia chegar perto de sua irmã, mas nada foi instituído para sua sobrinha, e por mais que seu pai forçara, o homem não abriu mão de seus direitos como pai, porém passou todo o momento da infância de sua filha sem aparecer. Tinha mais uma coisa que não saia de sua cabeça e estava incomodando, o fato de o avô de sua filha adotiva estar envolvido em tudo isso, como o nome dele foi parar no caso de sua irmã? Esse era o momento que faria a pergunta diretamente para sua filha, mas ela não queria empurrar mais essa para a menina, nos últimos meses já tinham sido demasiado difíceis para uma adolescente desestabilizada... Porém, ela sabia que Abraham Blaut não foi nenhum santo, ela sabia que, para se proteger do seu inimigo, Blaut se juntou com muitas pessoas erradas, mas esse histórico não percorria por sua neta, a quem ele fez de tudo para que ficasse longe dessa vida.  

Stella B. – Procure por ele, sim? - Pediu Stella. – E eu quero a foto do ex-detetive McElhone circulando em todo lugar. - Ordenou isso depois de pensar mais um pouco sobre o assunto. 

Adam não protestou, e logo a batida de seus dedos contra o teclado ecoava pela sala. Para deixar que o mais novo trabalhasse sem nenhuma interrupção, a morena levantou da cadeira pronta para sair, nem devia estar ali na verdade, mas não podia ter deixado aquela passar, ainda se achava meio estúpida por cometer tal erro, não podia se culpar, porém. Antes mesmo de se virar para sair, ouviu o seu nome ser chamado na porta por uma voz desconhecida.  

— Detetive Bonasera? - Uma voz feminina proferiu dentro da sala de Adam. Stella então se virou e deu de cara com duas pessoas, um homem e uma mulher que julgou ser detetives, sua teoria só se confirmou quando ambos tiraram seus distintivos e mostraram para ela. – Sou a detetive Winter e esse é o meu parceiro, detetive Day. - Apresentou-os para a grega que os encaravam. – Trabalhamos para o detetive Stephen Torrini, viemos para fazer algumas perguntas. - Informou ela com uma postura séria.  

Stella fechou os olhos por uns segundos, então os abriu soltando um suspiro.  

Stella B. – Claro. - Murmurou zombeteira para si mesma. Forçou um sorriso para os dois detetives a sua frente antes de responder. – Por que não vamos até a minha sala? - Chamou ela. Deu um último olhar para Adam e levou os dois detetives até sua sala. 

Pelo menos dessa vez falaria com as pessoas certas. Pensou ela. 

##### 

Uma hora na estrada e Mac chegara no local desejado com Jessica como sua parceira, os dois detetives percorreram pelas ruas de New Jersey até chegarem na rua a qual queriam estar, procuraram pelas casas rusticas o número que fora fornecido no banco de dados de New Jersey. Enquanto Mac dirigia disperso com sua concentração na estrada, Jessica compartilhava fatos de quando morava na cidade em que estavam, ela tinha um sorriso nostálgico no rosto enquanto falava de sua infância, o homem é claro ouvia o que ela dizia, mas não quer dizer que as palavras ficaram em sua mente. Além de estar falando sobre sua infância na cidade, a detetive morena tinha seus olhos atentos nas ruas, ou melhor, nas casas, procurava pelo número da casa em que pertencia a vítima, ou pelo menos estava no seu nome.  

Mac queria focar nesse caso, mais do que tudo, aliás esse precisava de sua atenção profissional, porém sua mente estava longe dali, longe do caso e do que estava acontecendo diante de si. Era o caso da irmã de Stella, esse estava lhe intrigando, cada vez aparecia mais pistas e cada vez ficava mais impossível de chegar até o assassino, e ainda, seus instintos lhe diziam que algo não fora contado, algumas peças do quebra-cabeça não estavam lá. Céus, ele só queria que aquele pesadelo acabasse, parecia que, quando as coisas estavam indo para ficar tudo bem, vinha algo novo e estragava. Isso era karma? Embora não acreditasse... Na verdade, ele não sabia mais em quê acreditar.  

Seu trabalho era perigoso, disse ele sabia, era um fato, e em meio a sua carreira ele foi fazendo inimigos, então nunca estaria à salvo, nem as pessoas a sua volta, todos os dias ele acordava com um alvo em sua cabeça. Eles viviam em um mundo perigoso. Porém, ele não esperava que tudo em sua vida acontecesse dessa maneira. Quem era a real ameaça? Em quem deveria confiar? Ele não sabia, mas desejava saber, porque ele queria mais do que tudo fazer com que sua família vivesse em um mundo melhor, mas não sabia como fazer isso quando nem ao menos sabia quem era o inimigo... É, sua vida era demasiada complicada.  

Jessica A. – É aqui! - Gritou Jessica um pouco eufórica assim que chegaram em frente à casa que procuravam por.  

Mac pressionou o pé contra o freio e o carro foi parando, logo eles estavam em frente à suposta casa da vítima. Preparam as coisas que iriam usar, Mac pegou o mandado caso houvesse algum imprevisto e ajustou o seu coldre, quando os dois estavam prontos, abriram a porta do SUV simultaneamente e fecharam dando uma leve batida, em seguida andaram até a casa que ficava em uma vizinhança amigável. Chegaram até aporta e Jessica deu três batidas, não esperava que alguém viesse, mas se surpreendeu quando uma mulher magra de cabelos pretos e alta abriu a porta, a mesma sorriu amigável para os convidados indesejados, embora esboçasse uma expressão confusa no rosto também. 

— Posso ajudar? - Perguntou a mulher com a voz fina, não tão irritante.  

Os dois detetives limitaram a sorrir, com a mesma cara séria da qual vieram eles tiraram seus distintivos e mostraram para a mulher se identificando.  

Mac T. – Detetive Taylor, polícia de Nova York. - Se identificou Mac, carregava a mesma expressão séria de sempre, porém essa era a expressão que dava quando falava com a família das vítimas.  

Jessica A. – Detetive Angell. - Se apresentou a morena guardando o seu distintivo de volta. Agora ela tinha nas mãos a foto da vítima para mostrar a mulher que lhes recepcionavam. – Você conhece esse homem? - Perguntou ela como parte do padrão.  

A mulher deu uma boa olhada na foto e arqueou o cenho, parecia meio preocupada.  

— Sim, é o Vincent, namorado da minha irmã. - Informou ela. – O que aconteceu, ele está bem? - Perguntou agora preocupada.  

Mac T. – Lamento muito informar, senhora, mas ele está morto. - Lamentou Mac.  

A mulher abriu a boca surpresa. Estava surpresa, não triste, Mac estudava o comportamento da mulher enquanto recebia a notícia, e não tinha nem um pingo de tristeza em seu rosto, era apenas choque.  

— Oh! - Ela exclamou soltando o ar de seus pulmões. – O que... O que aconteceu?  

Jessica A. – Encontramos o corpo do senhor Riddall essa manhã, senhora...- Informou ela.  

— Parker! - Se identificou. – Michelle Parker.  

Jessica A. – Será que podemos tomar um pouco do seu tempo? - Pediu a detetive sugestiva.  

A mulher entendeu o que ela quis dizer e concordou na hora, deixou os detetives entrarem na casa e os levou até a sala onde conversariam, no caminho até lá os detetives observaram a casa como se estivessem em uma excursão no museu, anotando cada detalhe mentalmente e fazendo um perfil. A casa era bem arrumada e aconchegante, trazia um ar moderno enquanto as paredes seguravam quadros de pintores diferentes, a casa tinha um cheiro de rosas misturado com algo como amoras, era bastante limpa e tudo foi organizado calculosamente. As fotos na parede por ondem tinha um grupo de pessoas sorridentes, mas nenhuma tinha a vítima nela. Tomaram um assento no sofá frente-a-frente da mulher que os recebeu, ela oferecera um chá, mas ambos não aceitaram, então começaram o questionamento. 

Michelle P. – Vincent e minha irmã se conheceram na faculdade onde ele trabalha, ela estava se graduando e eles começaram a sair. No começo não estávamos de acordo com o relacionamento deles, ele é mais velho que ela e professor, mas então ele mostrou confiável e gostava muito dela. - Começou a mulher. – Deus, Catherine irá ficar arrasada quando souber. - Bufou ela, fechou os olhos e enterrou o rosto entre as mãos. Mac e Jessica trocaram olhares, ela não parecia como uma pessoa que acabara de perder um parente... A mulher suspirou e prosseguiu. – Faz 2 anos que eles estão juntos, ele a pediu em casamento há 6 meses. Meus pais os adorava, por causa dele não perdemos essa casa...- Levantou a mão com a palma para cima como se estivesse apontando para casa. – Mas eu nunca fui com a cara dele, ele sempre foi um cara esquisito para mim. - Falou honestamente.  

Mac T. – Você sabe se Riddall tinha algum inimigo? - Questionou Mac depois que a mulher terminou de descrever a relação da vítima com sua família.  

Michelle pensou soltando um zumbido de sua boca.  

Michelle P. – Não. Não que eu conheça. - Negou ela sem saber da resposta. – Sabe, eu irei me formar daqui a 6 meses na academia de Jersey, meus instrutores disseram que com minhas habilidades me tornarei a mais nova detetive de minha turma. - Disse isso com orgulho. – Talvez seja por causa do meu instinto, e o meu instinto sempre disse que tinha alguma coisa errada naquele homem. Algo nele não batia.  

Jessica A. – Ele estava tendo algum comportamento incomum nesses últimos dias? - Questiona Jessica. Estava anotando tudo o que foi importante no seu bloco de papel.  

Michelle P. – Agora que você mencionou. Sim, ele estava meio paranoico esses dias, sempre olhando pela janela o lado de fora, sempre era o último a sair e parecia estar se escondendo. - Comentou ela. – Talvez Janelle, sua amiga, saiba de alguma coisa. 

Mac T. – E onde podemos encontrar essa Janelle? - Quis saber ele. 

Michelle P. – O endereço está com Cath. - Fez uma careta quando lembrou desse fato.  

Mac T. – E quando poderemos falar com sua irmã?  

Michelle P. – Ela chega apenas às 6 da noite. - Fez outra careta. – Posso perguntar onde o corpo do Vincent foi encontrado? 

Mac T. – Claro. Ele foi jogado na ponte do Brooklyn, tinha multiplicas marcas de tortura pelo o corpo e ingeriu vários produtos ácidos. - Informou o detetive com a expressão um pouco triste, porém não estava nenhum um pouco triste, era apenas rotina de trabalho.  

A mulher em frente a ele fez uma careta com esse fato.  

Mac T. – Será que podemos dar uma olhada na casa? - Pediu ele. – E os pertences de Riddall. - Incluiu. 

Michelle P. – É claro. - Concordou ela. – Vocês têm um mandado? 

Jessica deu um pequeno sorriso e entregou para a mulher o papel assinado pelo juiz de Nova York que continha o mandado para vasculhar a casa. Pegando o papel, a mulher o leu e sorriu fraco para os detetives.  

Michelle P. – Parece que sim. Por aqui, eu irei acompanhar vocês. - Chamou ela levantando-se para levar os detetives até os cômodos da vítima. 

Levantado, Mac e Jessica seguiram Michelle Parker pela casa.  

Jessica A. – Contamos sobre as identidades? - Perguntou a detetive mais nova para o chefe ao seu lado.  

Mac fechou os olhos lembrado desse pequeno detalhe. Ainda tinha isso.  

Mac T. – Não agora. - Respondeu quase em sussurro por estarem perto da dona da casa.  

Naquele ponto da casa estava até então bem, até entrarem no escritório que pertencia a vítima e depararem com uma cena nada agradável. Aquela que estava sentada na cadeira com os pulsos amarrados e um buraco de bala na testa era quem seria Catherine? Pelo cheiro horrível o corpo esteve ali por um longo tempo, os detetives se surpreenderam pelo fato de ninguém na casa ter sentindo o fedor.  

Michelle P. – Janelle...- Sussurrou a mulher horrorizada.  

Jessica olhou para ela e semicerrou os olhos, a puxou para fora do quarto abafado com fedor de enxofre e deixou Mac lá. O detetive tirou do bolso seu lenço e colocou sobre o nariz para impedir de sentir o cheiro horrível, então ele se aproximou do corpo da mulher morena vestindo um vestido branco floral, e que tinha um buraco de bala na testa, verificou o corpo com cuidado, ela não parecia ter sofrido muito, e ninguém pôde ouvir seus lamentos porque sua boca estava enfaixada.  

Parecia que o caso só tinha piorado agora, para o temor de Mac...   

#####           

Mac Taylor – “Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível. –Mahatma Gandhi 


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Notas finais do capítulo

Esse cap foi quase um resumo escondido do que estar por vir. Muitas perguntas em um cap só, o passado e o presente estão se conectando. Quem é, realmente, o avô de Esther e qual será a ligação dele com a irmã de Stella? Será que Terrence irá ser um problema para Mac e Stella?
Tudo pode acontecer nessa fic, aliás, a vida é uma surpresa, não?
Ok, vou deixar vcs agora pq já não estou me sentindo bem, mas, me digam o que acharam, contem-me sobre suas teorias e o que mais vc quer ver nessa fanfic?
Estou aberta a ideias e sugestões, sempre!
Obrigada pela leitura =^,^= amo vcs, até a próx!



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