Life Surprises [HIATOS] escrita por July Beckett Castle


Capítulo 33
Chapter 33 – Welcome Back To New York


Notas iniciais do capítulo

Hello!
O capítulo não saiu no tempo previsto, me desculpem pela espera, mas eu tive uma semana sem inspiração :( e sem inspiração, não tem capítulo. Não se preocupem com o cap 34 demorar, ele já está pronto e eu já revisei, irei postar amanhã ou sexta - caso haja interrupções.
Queria agradecer a vocês que leram e estão acompanhando, e quem comentou também, muito obrigada pelo carinho =^,^=
Como disse anteriormente, esse capítulo será mais como uma espécie de flashback, fiquem a vontade para ler ou passar.
Se tiver algum erro é minha culpa, fique livre para apontar para que eu possa corrigi-lo. Críticas são sempre bem-vindas, espero saber a sua opinião sobre o capítulo/história.
Boa leitura! =^,^=



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1ª Noite

O Abraham Blaut de antigamente era completamente diferente, homem velho e ainda assim cheio de ambições, pronto para expandir mais uma de suas companhias, não só para o Oriente, mas para o mundo. Antes de perder sua família, Blaut era conhecido em Atenas como o homem mais rico e influente do mundo, não estava em 1º lugar no ranking, mas estava na lista até sua companhia cair com o seu fracasso. Ex senador do país, ele se tornara apenas mais um homem rico a habitar o centro de Atenas, sua mansão histórica marcada pela violência do passado foi onde conheceu Alexandre Bonasera, homem mais jovem que também era cheio de ambições, melhor amigo do seu filho do meio que não era tão ambicioso quanto ele e o Bonasera, Cael Blaut, os dois construíram uma parceria, seu filho lhe representava nos negócios da família enquanto Abraham cuidava de assuntos externos. Ele sabia que devia ter ouvido Alexandre quando ele avisou do campo minado que ele estava pisando, mas o homem mais velho não escutou, o orgulho e a posição estava a cima de tudo, após fechar negócio com um Russo poderoso, no tempo de guerra entre países vizinhos, um grupo atacou sua residência no 3º aniversário de sua neta mais nova, aniquilando toda sua família começando pelo o seu primogênito, por pouco ele não conseguira escapar com sua neta. Salvando a vida só de uma, ele perdera muitas pessoas importantes, sua mulher com quem convivera anos, e seus filhos e netos, se sentiu rebaixado por ter que pedir ajuda a Alexandre para se esconder, os inimigos sanguinários que fizera no seu caminho para a riqueza não ficariam felizes ao saber que o homem estava vivo e com a neta. Seu amigo mais jovem de longa data ajudou-o a sair do país com novas identidades, indo inicialmente para Bahamas e depois ficando uma temporada na Rússia com a ajuda de um amigo de negócios e ex parceiro do internato.

Pensando em tudo isso, o velho senhor marcado pelo cansaço e pela idade, olhou em direção a sua neta que dormia na cama do hotel que acabaram de chegar em NYC, ela foi a única coisa boa que sobrara depois de tanta desgraça que veio dos seus anos de carreira, ela era a última Blaut. Ele estava velho, seus dias na Terra estavam contados, ele sabia, estava apenas esperando a hora chegar.

Abraham B. – TJ! - Ele chamou quase gritando.

Uma mulher ruiva apareceu na porta com um olhar curioso sobre o homem mais velho. Esperava um comando como sempre, e então olhou para Esther adormecida e sabia o que o seu chefe queria.

Abraham B. – Mande o pessoal se preparar. - Ordenou ele. – Vamos sair do hotel. - Completou isso como se estivesse sentindo um pesar.

Fechando os olhos em concordância e tristeza, a mulher ruiva saiu do quarto e voltou para os seguranças agrupados no hall do grande quarto do hotel.

*****

2ª Noite

Após a série de ataques entre Rússia e Iraque, Abraham resolveu ir para o Estados Unidos, é claro, os ataques não tinham nada a ver com ele, mas como um avô preocupado resolveu sair de lá e levar a sua neta para um lugar seguro. Antes de sair da Rússia, o homem mais velho ligou para um de seus contatos na Grécia, seu amigo de datas deu as informações precisas para assim eles estarem preparados. Todo o seu plano constava em proteger sua única família, Alexandre Bonasera estava a par de tudo, assim que chegassem em solo americano ele procuraria a filha do amigo e pediria para que cuidasse de sua neta quando ele fosse embora, porque ele previa que seria logo.

Stella B. – Eu não posso fazer isso. - Respondeu Stella sorrindo sem graça, negando a proposta inusitada que o homem oferecera.

Abraham B. – Só alguns dias até você encontrar uma boa família para ela. - Pediu o homem com um sotaque russo.

Stella soltou uma risada sem som, estava evidente de que ela estava preocupada e surpresa. Mas esse foi um plano do pai dela, ele queria que a filha fosse mãe mesmo não estando casada, porque ele sabia das necessidades da filha, e mesmo que pareceu não ter aprovado, ele aprovava, só não podia dizê-la que fora dele a ideia porque ela não iria aceitar. Depois do que ouvira de Stella, o senhor Blaut ficou convencido de que ela seria uma boa mãe para Esther, era isso que ambas precisavam, marcadas por tragédias em suas famílias, ambas com um desejo enorme que fora tirado delas; A menina queria uma mãe; A mulher queria ser mãe; Foi nesse ponto que o homem ficou mais convencido de que era isso, tinha que juntar as duas de uma vez.

Abraham B. – Você tem filhos, detetive? - Perguntou o senhor sugestivo. A grega ficara calada, desviou seu olhar para fora da sala onde pôde ver Mac conversando com Sinclair através das paredes de vidro. – Quando você tem um filho, você faz de tudo para mantê-los seguros, e eu não consegui fazer isso com os meus filhos, não vou falhar com minha neta. Eu quero morrer sabendo que ela terá uma vida, quero que ela tenha uma mãe além de tudo, porque ela precisará. Ela precisará de alguém para cuidar dela quando eu for embora. - Stella continuava sem manter contato visual com ele. O homem estava disposto a lutar até a mulher aceitar.

Finalmente Stella o encarou, pelo o seu olhar parecia que estava mesmo considerando a proposta. Ela queria ser mãe, ela sempre quis. Ter alguém para cuidar, ajudar, fazer o que não pôde fazer com sua irmã mais nova, amar alguém de volta, dar todo o seu carinho e estar presente. Ela queria tudo isso.

Não sabia se era porque queria, ou se era porque precisava, ela só sabia que se viu aceitando a essa proposta.

Stella B. – Tudo vem, eu aceito. Vou cuidar da sua neta. - Cedeu com a postura tensa, podia-se notar que ela não tinha 100% de certeza sobre isso.

Abraham – Bom. - Respondeu o senhor com um sorriso.

Ela aceitou, mas não esperava que a menina viesse entrar em sua vida tão rápido como foi, mas sabia que estava feliz por cuidar dela.

Stella B. – Eu preciso falar com alguém primeiro. - Disse ela.

No momento Abraham pensara que fosse o pai dela, mas o homem dissera que eles estavam distantes, que já não se falavam por um tempo, então ficou curioso para saber com quem seria essa pessoa que ela queria contar. Era como se ela precisasse da aprovação dessa pessoa, ele podia dizer só em ver no olhar dela.

Abraham B. – Quem? - Perguntou curioso.

A mulher não respondeu, apenas olhou para fora da sala para ver Mac ainda ali, dessa vez ele tinha um olhar curioso para dentro da sala. Quando os seus olhos se encontraram foi como se estivessem tendo uma conversa silenciosa entre eles. O senhor Blaut seguiu a linha de visão de Stella e viu Mac, sorriu e voltou o seu olhar para a grega.

Abraham B. – Ele é um cara de sorte.

Stella engasgou.

Stella B. – Como?

Abraham B. – Seu namorado. - Apostou para trás para onde estavam olhando.

Stella olhou para Mac novamente com os olhos arregalados, mas foi apenas uma olhadinha rápida.

Stella B. – Não. Não, ele não é o meu namorado. - Gaguejou ela sem jeito. – Ele é apenas o meu melhor amigo. - Se viu como se devesse ter que explicar o que ele era.

Abraham B. – Então ele continua sendo um cara de sorte. - Riu o homem percebendo que havia algo entre eles, mas não queria se intrometer.

*****

3ª E última noite

Esther B. – Vovô? - A menina chamou, entrando na sala onde o seu avô estaria.

Mas ele não estava lá. Ela podia ter saído da sala já que não encontrara ele lá, mas ao invés disso ela adentrou na sala e foi até a mesa de café onde tinha várias revistas espalhadas por lá, viu uns papéis e ficou curiosa. Pegou um envelope em um tom marrom e o abriu, retirou o que estava dentro do envelope e arqueou os lábios.

Eram fotos. Não fotos de qualquer pessoa ou paisagem, eram fotos de sua família, atrás da foto tinha algo escrito. “Para a minha menina.” Ela leu. Sorriu e olhou a foto mais uma vez, agora com mais atenção. Era uma festa de aniversário, o seu aniversário de 3 anos, seu pai a tinha em seus braços e sua mãe estava ao lado deles segurando o braço do marido, a pequena Esther usava um vestido rosa assim como a sua mãe, sendo que o da mulher mais velha era longo. Do lado esquerdo de seu pai estava o seu avô e sua avó, ao lado deles estavam seus filhos – Seus tios. –, do lado de sua mãe estavam alguns dos irmãos dela, e a família dela – Eles eram canadenses pelo o que Esther sabia, mas sua mãe sempre viveu nos Estados Unidos antes de conhecer o seu pai –. Toda sua família estava em pé com grandes sorrisos que ela só podia ver em uma foto, e o triste era, que mesmo que tivesse tido esse momento junto a eles, ela não lembrava de nenhum deles, nenhum rosto foi família além do seu avô.

Havia cicatrizes.

Em seu avô. Havia cicatrizes, desse dia que ela não lembrava e ele fazia questão de esquecer. Por muito tempo seu avô acordava gritando por causa de pesadelos daquela noite, e ela acabou recriando a cena em sua cabeça baseado nas coisas que o seu avô dizia sobre o que aconteceu em Atenas, passou a ter pesadelo desde que começou a entender o que significava tudo o que ouvira, mas ela não podia dizer muita coisa, não lembrava dos rostos nem das vozes, só lembrava de tudo vermelho, e muito desespero. Um dia quando estava nas Bahamas com o seu avô, ela viu a cicatriz de bala que ficou no peito de seu avô, mas nunca perguntara como foi, além disso tinha mais cicatrizes nas costas dele.

Resolveu deixar a foto em cima da mesa e ir para o quarto tirar um descanso. O hotel que estavam era enorme, estavam na cobertura, suíte máster, já que o seu avô tinha tanto dinheiro que não cabia mais na sua conta. Ela não gostava muito de ser essa pessoa rica (bilionária), prefira as coisas mais simples, como a casa de Ramon na África do Sul, ela passou pouco tempo por lá por causa do surto de uma doença que ainda era desconhecida por eles, ela lembra da família humilde do homem africano, a amiga que fizera, e a mulher dele que foi como uma mãe para ela em um curto período de tempo. Sabia que por muito tempo seu avô mandara dinheiro para a família de Ramon, e para a comunidade africana onde ele vivia, mas depois ele não mandara mais, Ramon conseguira sair da África com a ajuda do seu avô e conseguira um bom emprego em uma das empresas dele na Índia, seu avô sempre fora gentil e prometera ao homem africano a empresa quando ele morresse. Entrou no quarto e deitou na cama, fechou os olhos e dormiu em questão de segundos. Estava cansada demais para debater qualquer coisa em sua mente agora.

*****

Naquela noite fria e solitária de Nova York, em seu apartamento escuro e quieto, Stella Bonasera aproveitava a solidão bebericando o vinho em sua taça pela metade, sentada na janela enquanto observava as luzes da cidade que nunca dorme. Daqui uns dias ela teria que se adotar a uma nova vida, bom, esperava que não fosse daqui a uns dias, e sim anos, ou meses, ela apenas sabia que, por mais que sempre desejou ser mãe, ela não estava preparada para cuidar de uma adolescente que nem ao menos conhecia. Levou a taça mais uma vez até a sua boca e tomou mais um gole do líquido vermelho, enrijeceu seus dedos dos pés que estavam em cima do assento da janela, abraçou suas pernas ainda segurando a taça com vinho nas mãos, e deitou sua cabeça nos seus joelhos juntos. 

Aconteceram muitas coisas que ela não se orgulhava, e o que poderia fazer com um filho? O que iria contar para o seu filho? Se o seu passado viesse à tona ela não saberia como contornar em caso, tinha um medo de ser apenas mais uma estranha que cuidava de uma criança, de se esquecer. Ela queria que seu filho/filha tivesse um futuro da qual se orgulhasse, queria que tivessem orgulho dela também, porque ela queria ter orgulho de si mesma, e queria fazer apenas o melhor para eles. Mas ela não tinha filhos, na verdade o seu trabalho era o seu filho, e lá ela não se esquecia totalmente, o seu trabalho era o lugar onde ela se sentia em casa. E se não pudesse dar um futuro para uma criança então ela não merecia esse cargo, porque ela não queria ser aquela mãe que não é presente, queria que funcionasse para ela. E de novo ela se questionava o que iria fazer, o que iria contar aos seus filhos, se eles iriam se orgulhar dela, se ela seria uma boa mãe, se ela seria presente, se ela era capaz de dar um futuro para eles. Ela não tinha certeza se merecia ser mãe, aliás que experiência tinha? Nunca tivera uma mãe, ou um pai presente. Como iria fazer isso se não tinha a menor ideia de como fazer? 

Levantou a cabeça e respirou fundo, levou a taça com vinho para a sua boa e bebeu todo o líquido vermelho, fazendo uma pequena careta quando o álcool desceu pela sua garganta. Nas noites frias e escuras o álcool sempre foi sua companhia, acabou que se acostumou a beber sempre uma taça de vinho toda noite, não estava mais fraca para o álcool, conseguia se controlar. Então pensou como iria lidar com uma adolescente em sua casa, porque ela sempre foi sozinha então bebia à vontade, mas com alguém com ela não poderia mais exagerar na bebida, talvez até parasse de beber, era até melhor. 

Ela estava planejando uma vida que nem sabia se teria.

Temia o futuro, e temia por estar criando muitas expectativas sobre isso. Era tão mais fácil quando não estava amarrada a algo que ainda não aconteceu, mas que era uma probabilidade e, caso acontecesse iria virar toda a sua vida de cabeça para baixo. Stella suspirou, descansou a taça já vazia ao lado dela e levantou a cabeça. Estava preocupada, a qualquer momento sua vida iria mudar, e ela não estava tão esperançosa quanto a isso, ela estava temendo a cada minuto que passava, desde que disse sim erraticamente.  

Seu telefone tocou na mesinha do abajur ao lado do sofá, e o toque incomodante insistiu em continuar a perturbar até que ela levantou e atendeu a chamada em seu celular.

Stella B. – Bonasera. - Falou ao atender.

Ei, desculpa incomodar essa hora. Eu liguei para saber se você estava bem. - A voz de Mac foi reconhecida instantaneamente do outro lado da linha.

Stella sorriu ao ouvir a voz dele, não pôde evitar.

Stella B. – Eu estou bem. - Garantiu ela, sorrindo bobamente.

Mac T. Isso é bom. - Respondeu ele, com uma pequena risada. – Você deveria dormir, amanhã será um dia longo.

Stella B. – Você está certo. - Ela bufou, mais ao lembrar dos compromissos que teria na manhã seguinte. – Acho que boa noite, então. Você me pega para o café da manhã, certo?

Mac rir do outro lado da linha.

Mac T. – Sim. Te vejo amanhã. Boa noite, Stella! - Se despediu ele.

Stella sorriu durante a ligação, e continuou sorrindo quando desligou. Ela tinha muita sorte em ter Mac Taylor em sua vida, ela gostava de suas simples conversas e de como entendiam um ao outro tão bem.

Ela foi para cama naquela noite sem nenhuma expectativa, sem saber da surpresa que o dia de amanhã a trará.

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“Não há volta. Então, é melhor a gente se acostumar com as mudanças” — Jogos Vorazes


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Notas finais do capítulo

Life Surprises sempre trazendo surpresas para Stella, e agora sabemos como ela lidou antes de tomar conhecimento de Esther. Um grande gancho vem por aí, algo sobre o caso da irmã da Stell e do avô da Esther pode vir á tona, alguém do passado irá aparecer, e mais coisas que eu não vou revelar agora rsrsrs
Espero que tenham gostado do capítulo, amanhã e sábado tem mais.
Beijuuu =^,^=



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