Sweet Dreams Club escrita por BTSHunt


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

eu fiquei tipo O.O quando terminei de escrever. mas, é isso aí.

*********************

Jace respirou fundo duas vezes antes de abrir os olhos e ter certeza que nada daquilo foi um sonho. Ele encarou os olhos verdes dela e quis, por um momento, que ela nunca mais fosse embora. Mas ela foi.



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— Boa noite, Jace.

— E se eu não quiser soltar você.

— Você vai soltar, eu tenho aula cedo e preciso dormir.

Contra este argumento Jace não tinha nada para fazê-la ficar. Ele assistiu a moça abrir a porta do apartamento e entrar, observando-o pela fresta da porta entreaberta.

— Eu disse que seria um beijo de boa noite e só.

— Eu vi, ainda estou surpreso com isso.

— Um, cinco, cinco, dois, três, cinco, cinco, dois. É o meu número, caso você não consiga dormir.

— Entendo... – ele levantou uma sobrancelha para ela e Clary rolou os olhos.

— Boa noite, Jace Herondale.

— Boa noite Clary Fray.

Jace caminhou devagar até o seu apartamento e entrou, sendo recebido por Church. Ele jogou a jaqueta no sofá e ligou o aquecedor, caminhando sem camisa pelo apartamento até chegar à tigela de comida do gato; o loiro a encheu e recebeu ronronados em agradecimento enquanto colocava água para fazer seu cappuccino. Ele anotou o número de Clary no celular e o olhou fixamente por longos minutos, se lembrando do beijo. O gosto suave de morango e os lábios macios da moça transmitiam tanto carinho e cuidado que assustaram o rapaz no início; mesmo imaginando que a ruiva fosse tímida, não esperava algo assim. Deixa-la em seu apartamento tinha sido uma tortura, queria voltar até lá, mas era bem provável que Clary nem abrisse a porta para ele.

Com um suspiro alto, ele digitou a mensagem para ela. “Espero que tenha me dado o número certo, senhorita Fray.”.

A resposta não demorou muito a chegar. “É claro que foi o número certo, senhor Fireburn. Não faria uma maldade dessas.”

“Depois de me beijar e me mandar embora, eu acredito que possa fazer qualquer maldade.”

“Você é a má companhia, lembra?”

“Uma péssima companhia...” – ele enviou e sorriu, pegou a xícara de cappuccino fumegante e a levou para o quarto junto com a jaqueta e tomou um rápido banho enquanto ela esfriava.

Clary desejou novamente boa noite ao rapaz, precisava descansar, de todo jeito. Conformado, Jace terminou o seu cappuccino e esperou o sono vir, torcendo pela primeira vez na vida que ele lhe trouxesse uma pessoa em especial. Uma ruiva de olhos verdes e o sorriso mais bonito do mundo.

Clary acordou mais cansada do que gostaria; talvez se ela tivesse dormido mais ao invés de ficar sonhando acordada com o beijo de Jace, ela teria descansado mais. Por sorte, só tinha dois desenhos para entregar na terceira aula e podia tirar a tarde de folga para descansar. Ela se levantou sem vontade; a única coisa boa naquela manhã seria o bom dia de Jace.

— Você parece cansada, Clarissa. – o loiro sorriu para ela ao vê-la sair do apartamento.

— Nem me fale. – ela sorriu de volta, fechando a porta atrás de si. – Eu vou tirar a tarde de folga, pretendo dormir até amanhã, se possível.

— Se Church não acordar você.

— Eu vou fazer ele de ursinho de pelúcia se ele me acordar.

— É um gato de sorte. Tenha uma boa aula, Clarissa.

— Obrigada, bom treino.

— Valeu.

Jace treinava em uma academia que ficava no quarteirão ao lado do prédio quase todos os dias; em casa, ele ainda tinha um saco de areia na varanda que servia de válvula de escape quando Simon estava estressado e ele não podia socar o rapaz moreno.

Clary entregou os desenhos e olhou o relógio do celular; havia uma mensagem de Jace dizendo que Church estava sumido e, provavelmente, dormindo na cama de Clary de novo. Ela respondeu com um sorriso que eles nunca mais veriam o gato. Enquanto ela andava pelo corredor rindo sozinha das mensagens de Jace, a ruiva esbarrou na pessoa que ela menos queria na vida: Sebastian.

— Distraída, ruivinha?

— Ah, oi, Sebastian. Pois é, eu estou até atrasada já.

— Você vai almoçar agora? Eu conheço um restaurante...

— Aí está você, anã de jardim. – Izzy veio batendo os saltos em direção à moça que suspirava de alívio. – Eu estou com fome, dá pra não fazer a gente esperar?

— Desculpa, Sebastian, eu preciso ir.

— Nos vemos à tarde?

— Eu não volto hoje. – Foi tudo o que Clary disse antes de se virar e correr para acompanhar Isabelle que andava rápido demais até a porta de vidro da saída.

— Quem é aquele cara? Dá arrepio só de olhar pra ele.

— É um stalker, vive me perseguindo.

— Cuidado com isso, Clary, ele pode ser perigoso.

— Eu espero que não. – ela se abraçou, uma sensação ruim tomando conta dela.

Depois do almoço, Izzy a levou até o apartamento.

— Tem certeza que não quer que eu fique? Eu posso remarcar o encontro com o Simon.

— O prédio tem segurança, Izzy, não precisa se preocupar. E eu vou dormir a tarde toda, mas se precisar de alguma coisa eu te ligo, ou dou um grito no loiro do final do corredor.

— Ótima ideia. – ela sorriu maliciosamente e se despediu da ruiva, dirigindo um bonito carro vermelho-vinho; no primeiro sinal fechado ela pegou o celular e discou um número da discagem rápida.

“Alô?”

— É a Izzy. Eu não gostei nenhum pouco daquele Sebastian e estou com um pressentimento muito ruim. Pode ficar de olho na Clary por hoje? Eu tenho um encontro com Simon, mas volto antes de vocês irem para o Club. Depois disso eu fico com ela, se for preciso.

“Me deixou preocupado, Izzy.”

— Ótimo, então cuide dela. Ela disse que vai dormir a tarde toda, então só fique de olho e se algum cara alto de cabelo quase branco aparecer, ponha pra fora aos chutes.

“Entendido, irmãzinha.”

— Obrigada, Jace. Desligo.

Agora ela se sentia melhor, de verdade.

**

Passava das quatro quando um homem alto de cabelos quase brancos de tão loiros se aproximou do prédio de Clary com um caderno nas mãos. Ele cumprimentou o porteiro e se apresentou como amigo da ruiva que havia trazido o caderno com a matéria do dia para ela.

Clary atendeu o interfone sonolenta e pensou cinco vezes antes de deixar Sebastian subir. Depois de dar o OK ao porteiro, ela mandou uma mensagem de texto para Jace avisado que o rapaz estava ali. O que ela não sabia era que Jace ainda estava na academia.

— Obrigado por ter me recebido, Clary. – ele entrou no apartamento e Clary fingiu que trancou a porta.

— Não precisava ter se incomodado, Sebastian, eu pegava a matéria amanhã.

— Não foi incômodo, e eu queria te ver.

— Olha, Sebastian, você é uma pessoa legal, mas... eu não sei como te dizer isso.

— Hey, Clary, tudo bem.  – ele se aproximou dela. – Eu sei que você é tímida... pode se abrir comigo, eu estou aqui.

O que? Não, não era nada disso.

— Eu quero que você vá embora, Sebastian.

— Mas eu não quero ir.

— Você precisa. Eu marquei com um amigo, ele já deve estar chegando.

— Você... – ele parecia irritado. – está se encontrando com outra pessoa, Clary? Eu pensei que você gostasse de mim.

— Não é bem assim, Sebastian.

Onde raios estava Jace quando mais se precisava dele?

— Não importa, não importa. – ele parecia fora de si. – Eu vou mostrar pra você que você pode gostar de mim.

Sebastian se lançou sobre Clary que não conseguiu correr a tempo; ele a agarrou e tentou beijá-la, mas ela escondeu o rosto no cabelo ruivo. Com raiva, o loiro-platinado rasgou a camisa de Clary e tapou a boca da moça com a mão.

— Relaxa ruivinha.

As lágrimas começaram a correr pelo rosto de Clary; Deus, porque isso estava acontecendo com ela? Será que o mundo não podia acabar agora? Ela ouviu  a porta ser aberta com um estrondo e alguém dar um passo para dentro do seu apartamento.

— É melhor você sair daqui. – ela identificou a voz de Jace e sentiu as pernas fraquejarem de alívio.

— Você está atrapalhando um momento íntimo, rapaz, nos dê licença.

— Eu não vou pedir de novo.

Jace encarava o rapaz com olhos mortais; a jaqueta estava presa na cintura e a calça folgada tinha manchas de suor de quem havia terminado o treino e saído o mais rápido que podia, não se dando ao trabalho de vestir a jaqueta mesmo com o frio que fazia. Ele puxou a luva de couro negro que usava para treinar e a ajeitou na mão esquerda, ainda encarando o rapaz. Se ele não saísse de perto de Clary logo, o punho do loiro iria dizer um oi para o rosto pálido do agressor da ruiva.

Sebastian soltou a moça, jogando-a no chão e o loiro fechou os punhos, rangendo as luvas. Ele se aproximou de Jace e colocou o dedo sobre o peito nu do rapaz.

— Não pense que...

Ele não teve tempo de falar. Jace torceu os dedos do homem e os sentiu quebrar sob sua mão, acertou o joelho nas costelas e, enquanto este caía sobre os joelhos, Jace acertou um soco de esquerda no rosto do homem que fez o maxilar estralar.

— Jace. – Clary gemeu e o loiro a encarou, passando a mão nos cabelos.

— Eu só vou pôr o lixo pra fora.

Com facilidade, ele pegou a gola do casaco e arrastou Sebastian pelas escadas até a frente do prédio.

— Eu só vou dizer uma vez: se eu ver, ouvir falar ou imaginar que você chegou perto dela de novo, eu vou quebrar todos os ossos disso que você chama de cara. E antes que você pense em dar queixa dos seus ferimentos, saiba que o sistema de segurança do prédio filmou a sua cena.

Jace o jogou na calçada e, sem olhar para trás, subiu as escadas pulando dois degraus de uma vez.


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Notas finais do capítulo

WOW! isso foi forte!



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