Sweet Dreams Club escrita por BTSHunt


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

- Eu... eu só vim entregar o Church.
— Eu faço o melhor capuccino da cidade.
Jace segurou a porta aberta para Clary; com um sorriso, ela entrou no apartamento.



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O loiro foi até a cozinha, sendo seguido por Clary; ela observou o apartamento extremamente bem arrumado e limpo.
– Tem certeza que moram dois homens aqui? Nem o meu apartamento é tão organizado assim.
– Ele é, sim. Eu tenho mania de organização e Simon de limpeza. Podíamos ser o casal perfeito. - ele riu e foi acompanhado por Clary.
A ruiva soltou o gato e o observou andar pela casa enquanto Jace colocava água para ferver. Ele se sentou na pia, ao lado do fogão embutido e perto de Clary que estava encostada ali.
– Por que não me disse que morava aqui?
– Eu estava a trabalho e você era minha cliente.
– Não sou sua cliente.
– Independente de quem fez a solicitação, você era a minha cliente. No Sweet Dreams, quando temos a cliente, a atenção é voltada somente para ela. Deve ter percebido que eu fui o único a tocar em você.
Clary balançou a cabeça devagar, entendendo cada palavra, analisando cada comportamento de Jace. - Eu era sua cliente.
– Isso. Se a cliente escolhe um de nós, só este pode tocá-la.
– Muita coisa faz sentido agora. Deixa eu adivinhar, vocês não podem nem responder as perguntas da cliente.
– Você foi a minha única cliente que fez perguntas, Clarissa. Normalmente falar não é o interesse delas e quando eu termino, eu vou embora; ficar no seu apartamento depois do número não era pra ter acontecido.
– Entendo. - ela encarou a chaleira que começava a apitar. - Você ficou por causa da Izzy, do seu chefe Bane ou pra ter certeza que eu não ia comentar sobre o beijo no pescoço?
Jace abriu a boca para responder e a fechou novamente. Ele balançou a cabeça suavemente e apagou o fogo da chaleira.
– Você é muito esperta, ruiva.
– Assim como você, eu tenho olhos. - ela sorriu.
– E são muito bonitos, por sinal.
"Ah, Jace, não faça isso." - ele se amaldiçoou.
– Obrigada. - ela abaixou o rosto, um pouco envergonhada. - Então, qual foi o motivo?
– Eu fiquei curioso. - ele retirou uma lata do armário e duas xícaras. - Primeiro porque você é a melhor amiga de Izzy e eu não me lembro dela dizer nada sobre alguém chamada Clary, ou Clarissa. Segundo porque Bane frisou duas vezes que você era minha cliente, ele nunca faz isso. Terceiro porque, como você já notou, não era pra eu ter beijado o seu pescoço e eu o fiz do mesmo jeito, só queria entender por quê.
– E o bilhete na minha cama? - ela aceitou a xícara com um baixo obrigada.
– Quando se está no inferno, Clarissa...
– Pode abraçar o demônio e me chamar de Clary. Eu prefiro.
– Eu sei que prefere. - ele disse com um sorriso antes de beber de sua xícara, tão baixo que se a ruiva não estivesse perto não ouviria.
Clary deu um suspiro e apoiou o final da coluna na pia enquanto Jace se empoleirou novamente ao lado dela.
– Há quanto tempo ela foi embora? 3 anos, um pouco mais?
Jace sentiu uma pontada gelada no corpo; como ela sabia? Bom, ela só podia supor.
– Ela? Não existiu "ela".
Jace ouviu Clary rir e o sorriso que se formou foi involuntário; ele continuou encarando a mesa à frente deles.
– Jace, você tem uma atenção estranha de tão incrível, é todo cuidadoso e faz coisas fofas sem motivo. É mais que óbvio que existiu "ela", inclusive pelo trabalho que você começou depois.
– É no que você acredita, mas são só habilidades do trabalho, nada que não possa ser aprendido sem "ela".
Clary gargalhou alto, mas não se prolongou no riso. - Me engana que eu gosto, Jace Herondale.
Jace sorriu, se concentrando na bebida quente. Era tão claro para ela assim? Como ela havia conseguido ver algo que Jace havia escondido tão bem, até dele mesmo? O jeito como ela havia rido e dito seu nome o deixou com uma vontade absurda de beijá-la, mas não o fez. Nem o faria, nunca. Ela ficou em silêncio e ele também, por pouco tempo.
– Quatro anos. - ele disse; não acreditava que ia contar essa história para uma moça que havia acabado de conhecer. - Ela terminou comigo, depois de dois anos juntos. Ela começou a sair com uma moça e a última vez que ela falou comigo disse que estava terminando pra ficar com ela.
– Wow. - foi o que Clary comentou. Ela não riu como Jace pensou que ela fosse fazer. - Tem louca pra tudo nessa vida.
– imagina, trocar a mim, A MIM, a perfeição em pessoa.
– Eu posso entender. - ela sorriu ao ver o rapaz a encarar com curiosidade. - Pode ser que o seu ego tenha jogado a pobre moça pra fora da cama, ela se cansou e foi embora.
Foi a vez de Jace gargalhar. - É o que dizem. Mas isso é injusto, você adivinhou a minha vida quase inteira e eu não sei nada da sua. Por que você fugiu de casa?
Clary deu um sorriso sem graça; ela havia adivinhado o que podia ser o maior segredo da vida de Jace, não a surpreendia que ele tivesse adivinhado o seu.
– Fugi da minha família. Uma mãe superprotetora, um pai que não dá a mínima, um casamento de fachada onde seu pai e a sua mãe têm amantes. E você sabe. E eles sabem. Era tudo um lixo, minha cabeça, minhas notas, as brigas em casa, a desconfiança, a falta de... tudo. Eu não agüentava mais. Eu não tinha nada que me prendesse lá. A minha melhor amiga eu conheci em um shopping porque gostamos do mesmo sapato e tiramos par ou ímpar pra ver quem ia levar; e ela havia voltado pra casa, do outro lado do oceano. Quando eu comentei que queria sair de casa ela me chamou pra morar aqui, e eu aceitei.
– Seus pais não devem ter encarado bem tudo isso.
– Meu pai talvez nem saiba ainda... minha mãe surtou, mas não importou muito.
Jace olhou o nada por alguns segundos. A vida de Clary era bem parecida com a sua e isso o deixou com um peso no peito.
– É tão estranho. - ele disse por fim.
– O que?
– As pessoas; alguns me chamaram a vida toda de narcisista e agora, talvez, eu deva concordar com eles.
– Olha, que novidade. - ela fez falsa voz de surpresa. - E por que?
– Depois de tanto tempo, a única mulher que eu realmente notei tem uma história bem parecida com a minha.
– Dê meus pêsames para ela. - Jace tinha certeza que ela nem notara o que tinha acabado de falar.
– Clarissa. - ele atraiu a atenção da moça. - Clary lhe mandou seus pêsames.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem :*



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