The Kingdom of Hearts escrita por King Of Norway


Capítulo 4
Capitulo 4- O coração é o verdadeiro norte


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amadinhos *--*
Primeiro eu gostaria de agradecer a TODOS que comentaram no capitulo passado. Sério, a opinião de vocês é muito importante para mim. Segundo, eu queria pedir para as pessoas que acompanham a história comentar assim que terminar o capitulo. Por favor, não seja fantasminha não. Eu tenho certeza que um review não vai dar mais trabalho do que eu tenho para escrever essa história e tentar deixa-la sempre mais agradável para vocês. O king vai ficar super feliz e vai responder todos *--*
Bem, então vamos lá a mais um capitulo desse Fairytale pelas avessas....



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Capitulo IV- O coração é o verdadeiro norte

Um extenso tapete de flores coloridas cobria a campina onde eu me encontrava naquele momento. Eu havia chegado até ali caminhado sozinho através de um caminho que se estendia pela floresta e que terminava em um enorme espelho de água. Foi quando eu me deparei com a imagem do belo loiro próximo a uma enorme árvore. Os raios de sol, que refletiam diretamente sobre nós de uma forma quase mágica, iluminavam a sua pele perfeitamente leitosa e fazia com que os seus olhos azuis se intensificassem ainda mais, guiando-me até ele como um majestoso farol.

Então ele sorriu para mim. Como se estar na sua presença já não fosse o suficiente para me desestabilizar, ele ainda me enfeitiçava com a magia que era ver os seus lábios vermelhos como morangos silvestres tomarem a forma de uma meia lua.

Aquilo já havia sido capaz de me deixar extasiado, porém aquele príncipe de coração rebelde queria me ver sucumbir aos seus encantos. Foi quando ele levou a mão até as suas vestes e começou a retira-las uma por uma. Primeiro foi à blusa de fino linho branco e logo em seguida a calça que a prendia por dentro. Ele ficou totalmente nu na minha frente, evidenciando aquele corpo delicadamente magro e ao mesmo tempo bem definido em seus próprios contornos. Rapidamente ele se virou de costas para mim e se lançou para o fundo do rio em um preciso salto.

Porém não demorou muito até que emergisse de volta até a superfície, agora com os cabelos totalmente úmidos e com gotículas de orvalho contornando pelo seu peitoral. Ele sorriu mais uma vez para mim, contudo dessa vez acenando para que eu fizesse o mesmo. Não pensei duas vezes até me livrar das roupas que cobriam o meu corpo e pular para junto dele.

A água estava totalmente fria naquela hora do dia, mas isso não me preocupava considerando o fato de que eu estava onde desejava estar. Julian se aproximou delicadamente e começou a acariciar a pele do meu rosto com os seus dedos. Cada uma das minhas células nervosas se sentia eletrizada pelo seu mero toque e o meu único desejo era levar a minha boca em cada centímetro da sua pele. Ele logo nadou para trás de mim e grudou o seu corpo no meu completamente, fazendo com que eu sentisse cada extensão sua.

Naquele momento era quase como se fossemos um só. Como um pouco de fuligem que escapava das chaminés e caía sobre a neve branca do inverno.

[...]

Acordei pouco tempo depois e ainda era de madrugada. Meu peito arfava ritmicamente e era evidente a minha excitação. Passei a mão pelo espaço vazio entre mim e a minha cama e notei que eu estava sozinho exatamente como quando eu havia me deitado para descansar.

— Foi apenas um sonho — disse para mim mesmo, tentando voltar a dormir.

Pela manhã, fiquei surpreso a não me deparar com Julian. Geralmente ele deveria estar caminhando pelo corredor principal assim que eu saísse do meu quarto. Então resolvi me direcionar até a cozinha para ver se algum dos servos sabia onde ele estava.

Ao chegar lá fiquei extasiado pelo belo aroma que subia pelo ar escapando das fornalhas.

— Que cheirinho bom — disse mordendo os lábios.

A garota de cabelos cor de fogo que estava retirando a última fornada sorriu com o meu comentário.

— São broas de milho — ela me entregou uma. — Espero que goste.

Rapidamente assoprei o pãozinho para poder provar. Assim que ele adquiriu uma temperatura que provavelmente não queimaria a minha boca eu comecei a mordisca-lo em pequenos cantos. Realmente não era apenas o aroma que era maravilhoso.

— Está delicioso.

— Fico feliz por saber disso — A jovem sentiu-se aliviada e grata. — são os preferidos do príncipe.

— Por falar nisso... Você o viu por ai?

— Acredito que ele esteja nos estábulos — disse ela.

— Obrigado. E obrigado pela broa. A propósito, eu sou o Amanth.

— O novo escudeiro do príncipe?— Ela estendeu a mão gentilmente para mim — Sou Eleonora.

— É um prazer.

Depois que me apresentei para a gentil moça comecei a caminhar em direção a saída da cozinha para ir até os estábulos, mas antes que eu pudesse sair do cômodo virei-me de volta para ela tendo uma ideia.

— Você se importaria se eu pegasse mais uma?

[...]

Fui caminhando em passos mansos pelos estábulos para que os cavalos não se assustassem com a minha presença. Ainda de longe eu consegui observar Julian acariciando delicadamente a crina de uma égua.

— Vejo que o príncipe tem jeito com os animais — disse meio sarcástico, me aproximando de onde ele estava.

— É... — Ele suspirou em meio um sorriso. — Eu queria ter o mesmo jeito para lidar com as pessoas.

Eu já havia ouvido aquilo em algum lugar. Na verdade, eu acho que eu já tinha dito aquilo para mim mesmo quando recebi o desafio de protegê-lo. O irônico era que agora o meu coração que precisava ser protegido dele.

— Eu acho que você lida muito bem com as pessoas. Tudo bem que às vezes é um tanto arredio, mas não chega a ser um chato real.

— Obrigado — Julian respondeu com um olhar debochado. — Eu acho.

— E como prova de que eu te acho uma pessoa quase legal eu lhe trouxe isso — rapidamente mostrei para ele o alimento na minha mão.

— São broas de milho? — Ele rapidamente a pegou e a levou até a proximidade dos seus lábios. — São as minhas preferidas.

— Eu ouvi dizer — assenti com a cabeça. — Mas cuidado. Elas estão bem quentes.

— Você não precisa cuidar de mim até nisso — ele revirou os olhos e começou a mordiscá-la.

Não demorou muito até ele perceber que eu estava realmente falando sério.

— Ai — ele esbravejou de uma maneira absurdamente fofa e começou a passar o dedo indicador sob o canto dos lábios onde restava um pouco de migalhas.

— Eu avisei — segurei para não cair na gargalhada.

Apesar de aquele momento ter sido um dos mais divertidos que tivemos desde que eu cheguei, ele infelizmente não se estendeu muito. Logo Clintwood, o conselheiro real, se aproximou eufórico de nós.

— Perdoe-me a intromissão, vossa alteza — Ele se curvou ligeiramente. — Mas receio não ter boas notícias.

— O que houve? — Julian perguntou assustado, mudando rapidamente a sua expressão.

— A rainha...

No fundo eu sabia que algo estava errado desde o dia em que eu passeei com a rainha Nathalia pelo jardim do palácio. Mas assim como prometido eu não disse nada para o Julian.

Ele não precisou ouvir mais nada para correr desesperadamente o mais rápido que pode para fora dos estábulos. Eu e Clintwood esperamos por alguns segundos e também nos preparamos para ir até os aposentos reais.

[...]

Ao chegar ao quarto onde ele estava, deparei com Julian sentado sobre o chão ao lado da cama segurando fortemente a mão da matriarca real.

— mamãe — algumas lágrimas escorriam dos seus olhos e caiam sobre o seu colo — O que aconteceu com você?

A rainha Nathalia permanecia silenciosa e imóvel sobre as colchas de seda. Ela estava estranhamente mais branca do que o normal e os seus lábios pareciam secos. Contudo ela ainda respirava, mesmo que de forma cada vez mais fraca.

— Não sabemos ao certo — o doutor confessou desolado. — Os sintomas não apontam para nada que conhecemos tampouco para algo que possamos curar.

Clintwood se aproximou delicadamente de onde Julian estava e tocou delicadamente a sua cabeça.

— Precisamos nos preparar para o pior...

— Não — Julian esbravejou, levantando-se bruscamente e desviando do consolo do velho conselheiro. — Eu já perdi o meu pai. Não irei perder a minha mãe também.

Ele tentou enxugar o seus olhos e saiu desesperadamente do recinto.

Clintwood já estava se preparando para ir procurar o Julian novamente e tentar convencê-lo de que naquele momento o reino precisaria ainda mais dele. Mas se o pouco que eu conhecia daquele coração rebelde estivesse de fato certo, nada que fosse dito poderia mudar o que ele estava sentindo naquele momento.

— Deixe que eu tente falar com ele — sugeri, me direcionando até a saída do quarto da rainha.

Aquele palácio era enorme, mas como eu precisava começar por algum lugar eu decidi ir até o seu quarto. Bati na enorme porta de madeira e torci para que ele estivesse lá e também que quisesse me receber. Porém não foi o loiro que surgiu na porta, e sim a sua bela e mimada noiva.

— O que você quer Aronth? — Ela perguntou com desdém.

— Na verdade é Amanth. Mas esqueça. O Julian está aí?

— Achei que fosse o seu trabalho saber onde ele está — ela disse de maneira debochada.

— Eu estava com ele até pouco tempo, mas algo aconteceu com a rainha e ele saiu correndo e depois...

— Tudo bem — ela abriu e fechou a sua mão rapidamente perto dos meus lábios. — De qualquer forma, ele não está aqui.

Apesar de aquele sinal ter sido uma forma de me mandar calar a boca, eu precisava perguntar mais uma coisa.

— Me desculpe o atrevimento vossa alteza, mas porque os seus dedos estão pretos?

Ela olhou para eles e ficou um pouco desconfortável.

— Isso é... É um carvão que eu uso para dar contorno aos meus olhos — ela respondeu. — Agora se me der licença eu preciso voltar para os meus aposentos.

Ela rapidamente fechou a porta na minha cara. A forma como ela agiu me pareceu um tanto estranha, mas naquele momento eu estava mais preocupado em encontrar o príncipe.

Se ele não estava no seu próprio quarto, onde ele poderia estar? Pela quantidade de cômodos naquele castelo se eu fosse procura-lo em cada um deles eu provavelmente demoraria horas. Seria como tentar encontrar uma agulha em um palheiro. Mas se eu restringisse bem a minha busca só possuía um local onde eu já estive antes e que eu sei que significava mais para ele do qualquer coisa no mundo. E se eu tivesse sorte ele estaria lá.

[...]

As portas da grande biblioteca encontravam-se entreabertas. Caminhei para dentro e percebi uma quantidade considerável de livros espalhados pela mesa. Julian também estava lá, recostado em um canto da parede e com o rosto entre os joelhos.

Nunca entendi se aquilo fazia parte de ser um Fae, mas era normal eu ficar angustiado quando via alguém triste. Porém naquele caso era ainda mais intenso. Ver o Julian daquela forma dilacerava o meu coração completamente. Eu só queria toma-lo em meus braços e abraça-lo o mais forte que eu conseguisse, dizendo que tudo ia ficar bem.

 — Eu sinto muito — Foi tudo o que eu consegui dizer. — Eu queria poder fazer alguma coisa para ajudá-la.

— A menos que você conheça uma cura, acho que ninguém pode fazer nada. — Ele finalmente me olhou nos olhos.

— Podemos procurar por uma — a todo custo eu tentava acender nele uma chama de esperança. — Não é possível que não exista uma cura em algum lugar.

— Bem, eu sei de uma coisa que pode funcionar...

Eu não tinha percebido até então, mas Julian já tinha bolado um plano.

Ele se levantou e caminhou até a mesa onde um enorme livro estava parcialmente aberto. Eu o acompanhei e fixei atentamente o meu olhar enquanto ele folheava as páginas. Quando ele encontrou o que procurava percorreu com o seu dedo sobre o desenho de uma flor estranhamente familiar e começou a bater o dedo chamando a minha atenção para ela.

— Isso é o que eu acho que é?

— Se você acha que é à flor de Ilhus, então sim.

— Você não pode estar considerando vagar sem rumo por ai à procura de uma lenda.

Julian instantaneamente rasgou a folha do livro e a virou do outro lado.

— Nós não vamos vagar sem rumo — ele disse determinado. — possuímos um mapa.

— Esse seu “mapa” leva diretamente a terra esquecida — alertei seriamente. — E o que você quer dizer com nós?

— Eu achei que você tivesse que me seguir onde quer que eu fosse — Julian disse maquiavelicamente.

— Tudo bem, agora você está usando o meu dever contra mim.

— Sei que estou pedindo demais, mas você é o único que pode me ajudar nisso — ele disse com um intenso brilho nos olhos.

— Por que eu?

— Você já leu mais livros do que qualquer homem comum sonharia e por isso enxerga além dos limites do reino. Amanth, só você pode encontrar o antídoto de Ilhus e salvar a rainha.

— Tudo bem — comecei a passar a mão sob os meus fios em estado preocupante — Essa é uma grande responsabilidade.

— Então... Você aceita ou não ir comigo? — Julian continuou com os seus olhos fixos em mim.

E tinha como dizer não com ele me olhando daquele jeito?

— Estou as suas ordens, vossa alteza.

Sem que eu esperasse, Julian me abraçou empolgadamente com um sorriso.

— Obrigado. Você não faz ideia do que isso significa para mim. — Já era possível notar um resquício de esperança na sua voz.

Quanto a isso ele estava ligeiramente errado. Eu sabia sim. E era por isso que aceitar o seu pedido era a única coisa que eu poderia fazer.

[...]

Assim que Julian pediu para os cavalariços preparar dois cavalos, um para mim e outro para ele, voltamos aos aposentos da rainha uma última vez antes de partimos em nossa busca por uma cura.

— Retornaremos em breve, mamãe — disse Julian, acariciando delicadamente a testa da rainha Nathalia que ainda permanecia imóvel. — E eu juro pela memória do rei Carlos que eu não volto sem aquela flor.

Quando terminou de se despedir, Julian pegou uma sacola sobre o chão que estava com alguns mantimentos e a jogou sobre o seu ombro. Rapidamente ele se direcionou até a saída do quarto para que finalmente pudéssemos partir. Antes que eu pudesse fazer o mesmo, senti uma mão tocar delicadamente o meu pulso. Olhei assustado e surpreso ao mesmo para a cama e percebi que a rainha, ainda lutando pela sua vida, tentava dizer alguma coisa.

— Julian...

Foram as únicas palavras ressoadas através dos lábios dela naquele momento de fraqueza. Eu sorri e assenti com a cabeça. Ela não precisou dizer mais nada para que eu compreendesse o pedido. Estávamos indo procurar provavelmente a única coisa que pudesse a curar, mas mesmo assim a sua maior preocupação era a segurança do seu único filho.

Encontrei-me com o Julian fora do castelo pouco tempo depois e ele já estava montado em um cavalo branco. Tratei de logo também montar no equino que havia sido reservado para mim e comecei a encarar o horizonte que se estendia além das muralhas do palácio.

— Para onde vamos exatamente? — perguntei para Julian que estava com o mapa em mãos.

Onde apenas o verdadeiro eu pode habitar. O lugar que a deusa Azura chama de lar.

— A caverna da verdade — reconheci a passagem citada.

— Seguiremos pelo norte até o amanhecer — ele explicou e fez um leve movimento com os seus pés para que o cavalo começasse a galopar.

Rapidamente fiz o mesmo e comecei a cavalgar atrás de Julian. Eu sabia que muita coisa poderia acontecer durante essa viagem e que talvez eu pudesse finalmente contar toda a verdade para ele. Porém algo me dizia que eu não deveria me guiar através do meu coração, por mais que talvez ele fosse o verdadeiro norte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por que? o que precisa ser melhorado? O que acharam do Julian e do Amanth? E o que terá acontecido a rainha Nathalia? Conte-me tudo no espaço ai embaixo.
Amo vocês