The Kingdom of Hearts escrita por King Of Norway


Capítulo 2
Capitulo 2- O coração é um oceano de mistérios


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas *--*
Bom, antes de mais nada eu gostaria de agradecer do fundo do meu coração todo o apoio que vocês tem dado a história. Não imaginei que teria um feebback tão positivo.
E olha, eu não demorei quase nada para atualizar. Quem é leitor meu de longa data sabe como eu sou demorado nas atualizações.
Well, nesse capitulo finalmente teremos a primeira interação entre o Julian e o Amanth. Espero que gostem e que shippem muito hahaha



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Capítulo II — O coração é um oceano de mistérios

Depois de conversar com Gideon e explicar que eu teria que me ausentar por um tempo, eu reuni os meus pertences mais valiosos na pequena sacola de couro que eu usava para recolher os ingredientes mágicos. Era óbvio que eu não tinha ouro e nem metais preciosos, mas os meus livros eram a maior riqueza que eu poderia desejar.

Rapidamente fui ao encontro da rainha Nathalia que satisfatoriamente me aguardava do lado de fora da cabana do feiticeiro. Ela já estava posicionada ao lado da enorme carruagem real que seria responsável pelo nosso transporte até o palácio de Ilhus.

— Estou realmente contente por ter aceitado a minha oferta — disse a rainha Nathalia, dando espaço para que eu subisse na carruagem.

— Eu também estou — respondi com um sorriso largo.

Apesar do fato de que eu andaria de carruagem pela primeira vez na vida, naquele momento tudo o que me entreteve foi à beleza do equino responsável pelo movimento da grande estrutura de madeira.

— Que cavalo lindo — disse, acariciando a crina perfeita. — Qual o nome?

— Vikander — A rainha Nathalia respondeu.

No mesmo instante que ela proferiu o nome do majestoso animal, ele começou a relinchar.

— Eu realmente não entendo porque ele sempre faz isso quando eu digo o nome dele.

— Acho que eu sei qual é o problema — disse com um sorriso, ainda mantendo a minha mão sobre a pelagem sedosa. — É uma garota.

A rainha Nathalia instantaneamente fez uma expressão de “como eu nunca havia percebido isso antes?”. Talvez ela só não houvesse parado para pensar sobre o assunto. Quero dizer, monarcas tem mais com o que se preocupar, saber disso era trabalho dos garotos dos estábulos.

— Você percebeu isso apenas ao tocar nele... Quero dizer, nela?

— Nós Faes somos muito conectados a força vital da natureza e aos animais. — respondi, finalmente subindo na pequena escada da carruagem. Estiquei a minha mão para ajudar a rainha Nathalia a subir também.

— Espero que você tenha o mesmo extinto para lidar com pessoas — ela disse em meio a um olhar descontraído.

Sobre isso eu não tinha muita certeza.

— O que você acha de Marzipã? — Ela perguntou.

— Eu gostei — disse olhando para fora uma última vez enquanto entravamos na carruagem. — E algo me diz que ela gostou também.

[...]

Depois de algum tempo de viagem, finalmente havíamos atravessado a campina das fadas. Aproximando-nos cada vez mais do castelo, já era possível visualizar a enorme estátua construída em homenagem à deusa Azura com a seguinte inscrição: Reino de Ilhus, fundado há muito tempo.

Eu ainda não tinha processado totalmente a ideia de que a vida do príncipe Julian basicamente estava em minhas mãos, mas era inegável o quanto eu estava curioso para conhecê-lo.

Assim que os guardas notaram a chegada da carruagem marcada pela lendária flor eles solicitaram que os enormes portões fossem abertos. O arauto rapidamente se pôs diante de nós e tocou o instrumento que anunciava o retorno da grande rainha.

— Bem vindo ao palácio — disse ela em meio ao som dos trompetes.

Não demorou muito para que a figura de um jovem que aparentemente vinha da parte de trás do jardim se aproximasse rapidamente de onde eu e a rainha Nathalia estávamos. O sol alto batendo sobre os seus fios caramelados fez com que o intenso loiro se tornasse ainda mais brilhante.

 — Majestade... — ele prontamente fez uma mesura e em seguida esboçou um grande sorriso, envolvendo delicadamente os seus braços em torno dela.

Depois de abraça-la ele voltou a sua atenção para mim.

— Amanth, esse é o meu filho Julian.

Isso havia ficado claro, não pelo simples fato do loiro ter a abraçado como se possuísse intimidade para isso, mas porque apesar de eu não me recordar da imagem do rei Carlos, Julian possuía os belos olhos azuis da sua mãe.

— Vossa alteza — fiz um rápido movimento de reverência para ele.

— Amanth será o seu novo escudeiro — A rainha Nathalia não fez muita cerimônia para contar as boas novas para o filho. — Espero realmente que vocês dois se deem bem.

— Escudeiro? — Julian rapidamente mudou o tom aveludado da sua voz para algo mais enérgico. — Você viajou por dois dias para me trazer uma babá real?

— Olha o tom — A Rainha Natalia o repreendeu.

— Eu me tornarei rei em menos de um mês — Julian tentou defender o seu ponto de vista usando exatamente o motivo que nos levou a toda essa situação. — Eu não preciso de alguém no meu pé.

— Eu acho que é exatamente por isso que a sua mãe quer que eu o acompanhe — fiz uma pequena intromissão naquela conversa.

— E eu acho que ninguém pediu a sua opinião — ele respondeu abruptamente.

— Já está decidido, Julian — A rainha Nathalia disse mais firme do que da primeira vez. — E eu não estou dizendo isso como sua mãe, mas sim como a sua rainha.

O garoto simplesmente bufou contrariado e começou a andar na mesma direção da qual ele tinha vindo com uma expressão totalmente séria.

— Seu filho é muito simpático — disse com resquícios de escárnio. A rainha Nathalia me fitou com um olhar tortuoso e eu achei que seria melhor ir atrás dele.

[...]

Atrás do castelo existia uma maravilhosa pradaria com um lago cristalino e enormes árvores que proporcionavam uma deliciosa sombra. Logo resolvi me recostar sobre uma delas para continuar lendo o meu livro enquanto Julian descarregava toda a sua tensão treinando com a sua espada.

— Já que você vai me seguir o dia todo mesmo, bem que poderia duelar comigo — Julian sugeriu, jogando uma espada próxima aos meus pés.

— Não, obrigado — Fechei o meu livro momentaneamente. — Eu nunca peguei em uma espada. E você também não gostou muito de mim, o que faz com que eu não me sinta a vontade para ficar entre você e algo que pode me cortar em dois.

Julian sorriu com o meu comentário e por um breve instante ele deixou as suas coisas sobre o gramado para se sentar do meu lado.

— Não é que eu não tenha gostado de você, é só que eu odeio me sentir impotente com o fato da minha mãe não confiar que eu posso cuidar de mim mesmo — ele suspira profundamente. — Quero dizer, se eu não sou capaz de proteger a minha própria vida, como irei zelar pelo meu próprio reino?

— A sua mãe não tem dúvidas quanto a isso — coloquei a minha mão sobre o seu ombro. — Ela só quer garantir que você fique bem. E se serve de incentivo, eu acredito que você será um grande rei.

Pela primeira vez Julian esboçou um sorriso desde o momento em que nos conhecemos. Quem diria que talvez eu também fosse bom com as pessoas.

Em um momento de distração que os nossos olhares se encontraram, ele notou o colar que eu usava.

 — Que colar bonito — disse ele, segurando o pingente azul entre seus dedos. — Que pedra é essa?

— Não é uma pedra — respondi — É um receptáculo com pó de fada que me foi dado pela rainha Maryse. É muito raro e pode ser usado em situações de perigo.

— Incrível — Ele disse com um brilho intenso nos olhos.

— Realmente... — Concordei, tirando o colar. Sem pedir permissão eu desemaranhei um pouco do seu cabelo loiro e passei o cordão para o seu pescoço. — Por isso acho que deveria ficar com ele.

— Mas é seu — Julian retrucou. — Eu agi estupidamente já no primeiro momento que te vi. Por que você está me dando isso?

— Eu não sei. Acho que combina com os seus olhos.

Julian me puxou pelo braço fazendo com que eu me levantasse e começasse a seguir os seus passos.

— Acho que eu também tenho uma coisa para você — Foi tudo o que ele disse, agindo de maneira misteriosa.

[...]

Depois de andarmos por uns vinte cômodos e subirmos mais escadas do que eu achei que seria possível, Chegamos até uma sala com um portão enorme que continha o símbolo de Ilhus gravado na madeira.

 — Eu imaginei que o palácio fosse enorme, mas eu não tinha ideia que era tanto assim. — Disse ofegante.

— Mas eu acho que isso irá valer a pena — Julian usou toda a sua força para empurrar a viga que travava a porta.

Ao finalmente conseguirmos entrar, eu fiquei perdidamente hipnotizado pela quantidade de estantes repletas de livros que se conectavam até o teto decorado por antigos arabescos.

— Pela deusa Azura — disse pasmo com tamanha perfeição.

— Eu sei — Julian entendeu bem o que eu quis dizer.

Ele caminhou até o centro da majestosa sala e parou diante de um enorme quadro que possuía um imponente homem de cabelos loiros e olhos esverdeados.

— Esse é o seu pai? — perguntei, mesmo que a resposta parecesse óbvia ao julgar o olhar lacônico de Julian.

Ele apenas sinalizou sim com a cabeça.

— Esse era o refúgio dele — Julian começou a explicar, quase como se fosse me contar uma história. — Assim como você, meu pai também adorava ler.

— Espero não parecer enxerido, mas como seus pais se conheceram? — perguntei extremamente curioso.

— Essa é a parte engraçada — Julian sorriu. — Ele invadiu o baile que os meus avôs deram para que a minha mãe encontrasse um marido. Claro que eles esperavam que ela se casasse com um nobre, mas algo na simplicidade do consorte rei Carlos sempre despertou a atenção da Rainha Nathalia. Você sabe o que ele deu para ela na festa de casamento?

Sinalizei não com a cabeça.

— Uma estrela — disse ele. — A mais brilhante do norte.

— Uma estrela de verdade? — disse maravilhado e chocado ao mesmo tempo. — Que presentão.

— Concordo — Julian disse pensativo, brincando com o pingente de seu novo colar. — Bem, você tem a minha permissão para vir aqui sempre que quiser ler.

— Isso vai ser maravilhoso — abri um grande sorriso. — Obrigado.

— Agora eu vou pedir para que alguém prepare um banho quente para mim — disse ele, puxando para fora da sua calça de couro a fina blusa branca de algodão que ficava por baixo do colete. — Boa noite, Amanth.

— Boa noite.

Com a saída do príncipe Julian eu comecei a olhar atentamente para os livros na sala e logo escolhi um que possuía um título um tanto que sugestivo.

Ilhas na correnteza — li em voz alta o nome em letras douradas.

 Aquilo parecia uma metáfora interessante. Talvez o fato de ter que lidar com Julian não seria tão difícil como eu pensava. O pouco que conversamos me fez perceber que existia algo diferente dentro dele, e isso só comprovava que o coração de um monarca realmente era um oceano de mistérios.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de dizer nos comentários o que acharam ^^
Lembrando que os capitulos ficarão maiores de acordo eu vou postando. No próximo por exemplo teremos um flashback de quando o Principe Sebastian se tornou o perigoso feiticeiro Sebastian Le Fay e também um baile real bem amorzinho.
Até breve ^^
— King of Norway