Remember Me escrita por Miaka
Notas iniciais do capítulo
E assim começa mais uma longfic sinja! ♥
Muito obrigada a todos que estão embarcando em mais uma história minha! Espero fazer um bom trabalho e espero que gostem deste pequeno prólogo, como dos próximos capítulos que virão! Obrigada por me acompanharem! ^^
— Me prometa que vai voltar para Sindria, Ja’far.
Fazia tempo que não via uma expressão tão séria naquele rosto.
Estando tão próximo de mim, chegava a me sentir intimidado por aquelas gemas douradas nas quais me via refletido.
As mãos dele, ambas, seguravam as minhas firmemente e eu podia sentir um leve tremular. Era uma situação tão atípica que não hesitei em rir, esboçando a estranheza que sentia ao vê-lo tão carrancudo quanto para, também, quebrar aquele clima pesado.
— Do que você está falando?
— Estou só pedindo para que se cuide. - ele prosseguiu sério, por mais que eu tentasse amenizar aquela situação. - Ja’far… - uma de suas mãos soltou as minhas e chegou ao meu rosto. - sabe que odeio que viaje sozinho. Não há necessidade de ir para Kou sozinho. Pode levar Masrur com você, o que acha?
— Sin… - suspirei e o encarei com ternura. - eu não sou mais uma criança. - então afirmei o óbvio. - Não é a primeira vez que viajo sozinho e isso desde antes de o conhecer. Aliás, todos os generais devem ficar aqui para fornecer a segurança necessária da próxima reunião. Não tem porque se preocupar assim! Está tão tenso...
Ele suspirou, desviando o olhar para o horizonte. O navio que me conduziria àquele Império e tinha as bandeiras de Sindria hasteadas, estava terminando de ser carregado. A brisa do mar soprou forte e as mechas púrpuras açoitaram o rosto bronzeado cuja expressão me preocupava cada vez mais. Ele se manteve em silêncio, parecendo reflexivo.
— Não tem como eu ir tranquilo se você fizer essa cara!
Tive de ser um pouco ríspido.
Às vezes Sin não fazia jus aos 30 anos que tinha e eu precisava assumir uma postura um pouco mais enérgica. Uma herança que talvez eu tenha herdado daquela pessoa que fora tão importante não só na minha infância, como na dele também.
— Não está vendo como o mar está agitado? Poderiam partir amanhã…
— Sin, você me disse isso ontem da mesma forma, que podia ir no dia seguinte, e inclusive, o mar está ótimo. - retruquei.
Irritado ao ser contrariado, Sin deu meia-volta. Cruzou os braços enquanto batia um dos pés ao encarar o oceano. O que o angustiava tanto?
Dei dois passos a frente e o abracei, passando meus braços ao redor de sua cintura.
Apoiando minha cabeça lateralmente em suas costas largas, ouvi o estalar de sua língua. Uma de suas mãos logo alcançou a minha sobre seu abdome e ele se virou de frente, tomando as duas maçãs de meu rosto para que eu não pudesse desviar os olhos a qualquer outra coisa, senão ele.
— Prometa que vai voltar bem, ok?
— É claro que sim. - sorri. - Quem devia estar preocupado aqui sou eu. Será que ainda vai existir esse palácio quando eu voltar ou vocês vão destruir tudo? - ri de forma divertida para, em seguida, afagar o rosto de meu rei. - Sin… o que está te angustiando?
— Nada… - foi a vez dele evitar me encarar. - Só um… mau pressentimento.
— Não seja bobo. - e ficando na ponta dos pés, depositei um breve beijo em seus lábios. - Confie em mim! Nossas relações diplomáticas com Kou tem andado muito bem e sabe que, se firmarmos esse acordo, podemos finalmente descansar, dormir em paz sabendo que não irão nos invadir.
— Eu sei, eu sei… - Sin suspirou. - Mas justamente por isso! Eu sou o rei de Sindria, eu devia ir junto!
— Não há necessidade! Sou o responsável por nossos acordos como chefe administrativo do país, certo?
— Podíamos ir juntos… - ele insistia, por mais que eu tentasse achar uma forma de elucidar tudo e trazer algum conforto a ele.
— Daqui a 3 dias há a reunião da Aliança. - será que ele havia esquecido? - Como o grande Rei Sinbad e líder da Aliança dos Sete Mares não estará presente?
Sinbad suspirou. Ele sorriu em conformidade, como se a forma que eu o exaltasse o divertisse.
— Ah, Ja’far… Quero ver me encher de elogios assim quando estiver na cama comigo.
E rindo daquele jeito único que me encanta de uma forma que nunca poderei explicar em palavras, Sin me agarrou pela cintura e me girou no ar. Sem se preocupar com quem estava ao redor, abocanhou meus lábios com voracidade. Mesmo me abraçando chegava a me inclinar para trás, pressionando seu corpo contra o meu. O volume por baixo de suas longas vestes já se atritava a mim.
Diferente do habitual, não reclamei.
Cientes de que era um beijo de despedida, só nos afastamos quando recuperar o fôlego se tornou inevitável. Sin parecia mais tranquilo, os olhos brilhando como sempre, enquanto ele ajeitava uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha, antes de voltar a segurar minhas duas mãos com firmeza.
— Já estou te esperando, Ja’far!
— E eu ansiando por encontrá-lo novamente… meu rei!
Sorri e ele correspondeu o meu gesto da mesma forma.
Trocamos um intenso olhar. Nossos dedos, entrelaçados, deslizavam entre si enquanto íamos, mesmo contra nossos instintos e desejos, nos afastando.
No momento em que não pude sentir mais nem um milímetro daquela pele em contato com a minha, senti um estranho e doloroso aperto em meu peito. Mas me mantendo firme, decidi não esboçar a estranha fisgada que senti em meu coração. Não podia desperdiçar os últimos instantes em que estava sendo agraciado pela presença dele, já que ficaríamos longe um do outro por, aproximadamente, 2 longos meses.
— TODOS A BORDO JÁ?!
Uma voz ao longe exclamou.
Sin mordeu o lábio inferior, nitidamente sentido com a minha partida.
Agindo da forma condizente com a minha posição, me curvei e cumprimentei meu rei, da forma cordial que ele merecia, anunciando que estava seguindo meu caminho.
— Volte, Ja’far!
— Eu prometo que sim!
Eu tinha certeza de que em breve estaríamos juntos novamente e ainda mais felizes. Afinal, eu sabia como Sin ansiava por termos relações amistosas com Kou, o quanto ele ficava inquieto quanto a uma possível invasão daquele poderoso Império. Era a minha vez de defender nosso país, nosso lar, família e amigos. Não com força bruta, mas diplomaticamente como deveria ser feito.
...
Aqueles dois meses se passariam rapidamente e eu mal esperava pelo momento em que seria aninhado por aqueles braços mais uma vez. Seria tão em breve…
Um clima tenso e apreensivo dominava aquele palácio.
Todos os servos pareciam cabisbaixos, realizando suas atividades silenciosamente. O ambiente diferia completamente do habitual, o qual estava sempre animado e repleto de risadas e diversão.
Aquele clima se estendia também aos generais, que além de entristecidos, pareciam bastante preocupados, afinal, seu rei cancelara todas as reuniões e compromissos.
E como fazia praticamente todo dia, Sinbad se encontrava nos aposentos de seu conselheiro. Aquele lugar que permanecia exatamente como Ja’far havia deixado… Já tinha 3 meses.
Levantando-se daquele leito perfeitamente arrumado, Sinbad suspirou, caminhando até a ampla janela de onde ele podia contemplar o horizonte. O infinito oceano que cercava aquela ilha.
Angustiado, fazia um mês que Sinbad esperava que o mar o trouxesse de volta.
Dia e noite, ele dedicava todo o tempo de sua vida a rogar pelo retorno daquele que jamais regressou aos seus braços.
— Você não cumpriu sua promessa, Ja’far...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí, pessoal? Espero que tenham ficado curiosos! Eu gosto bastante de escrever pelo POV do personagem, é bem gostoso! Espero que tenham gostado e espero vocês para o primeiro capítulo! Lembrando que críticas, comentários, elogios sempre são bem vindos! Muito obrigada por lerem! ♥