Pov Charlie

Nesse exato momento eu estava em um mecânico com Stiles. Como voltamos a nos falar, ele voltou a trazer meu carro no mecânico. Só que dessa vez eu vim junto.

—Espera ai, você quer cobrar mil dólares pra trocar umas peças?- 

Ri vendo Stiles brigar com o mecânico. Dei de ombros, eu não entendia nada disso. Por isso ele trazia meu carro e não eu. Ele diz que eles tiram proveito de mim e cobram o dobro.

—O carro está com problemas no freio, o óleo acabou, os pneus estão carecas, ou vocês trocam ou a sua namoradinha vai sofrer um acidente em um dia de chuva.-

Coro violentamente quando ele fala isso.

—Ele não é meu namorado!

Falo rápido Stiles passa os braços ao redor de meus ombros e olha o mecânico. 

—Ela é minha namorada sim, cobre mais barato!- 

—Novecentos dólares e não se fala mais nisso-

—Ótimo!-

Olho pra Stiles corada e arqueio a sobrancelhas. Ele pisca e dá aquele sorrisinho cínico dele. Desvio o olhar e ele me puxa pra ir a sala de espera. Assim que ele pega na maçaneta, pego também e faço cara de nojo ao ver minha não melada de alguma coisa transparente e melequenta.

—Que nojo!- Falo balançando as mãos. Stiles fala alguma coisa para o mecânico e eu faço cara de nojo passar a mão na parede. De repente Stiles cai no chão e eu caio encima dele. Eu não sentia meu corpo e pra variar eu estava encima de Stiles.

—Charlie! você tá bem?- 

—Sim, e você? Eu não sinto meu corpo-

Falo visivelmente assustada tentando me mexer e não conseguindo mover um músculo se quer. Olho pro lado e arregalo os olhos ao ver o mecânico embaixo do elevador, que descia lentamente em sua direção. Aquilo iria esmagar seu crânio, fecho os olhos.

—Oh meu Deus Stiles...ele vai ser esmagado, eu não quero ver.-

Abri os olhos e me assustei ao ver um lagarto gigante, que me olhava como se soubesse quem eu era. Ele ficou me encarando e depois sumiu. E a última coisa que eu ouvi foi um grito de dor.

(...)

Eu estava abraçada a mim mesma. Já sentia meu corpo e agora estava sendo interrogada. Stiles me pediu pra não contar nada sobre o lagarto... Ele parecia saber o que era. Eu estava tentando parar de tremer para conseguir responder a pergunta do Tio John.

—Charlotte, eu sei que está assustada querida, mas você tem que me dizer o que viu.-

—Sheriff... E-u n-ão vi nada.. E-u...-

Olho pra Stiles que fica ao meu lado.

—Tudo bem Charlie. Pai, ela viu a mesma coisa que eu, ou seja, nada. Ela está assustada. Vem Charlie, vou te levar pra casa.-

—O carro dos dois agora é prova de crime- 

Suspiro e olho meu celular. Eu estava do outro lado da cidade, minha casa ficava longe dali. Alguns minutos depois escutei a buzina do carro de Scott, entrei no mesmo e me sentei sem dizer nada. Até que meu celular tocou. Vi o nome de Isaac no visor e atendi.

—Oi?-

—Charlie? Você está bem? Caramba eu fiquei sabendo do que aconteceu, onde você está?- 

—Eu estou bem Isaac, estou indo pra casa do Scott.-

—Ok, eu vou te encontrar lá.-

—Isaac você é foragido da justiça, não pode vir a minha casa-

Olhei pra Scott juntando a sobrancelhas. Como ele podia ouvir a conversa? E como ele acha que o Isaac vai ouvir? Será que a ligação estava tão alta assim? 

—Eu vou tomar cuidado Scott, eu quero ver como ela está-

—Se te pegarem na minha casa eu vou falar que você entrou pra roubar-

Olhei pra Scott com a sobrancelhas arqueadas. Como eles estavam ouvindo um ao outro? Tá a ligação deve estar alta.

—Isaac, eu te vejo na casa do Scott então. Tchau-

Desligo o celular e fico encarando Scott e Stiles. Os dois pareciam me ignorar. E conversavam entre si. NOVIDADE NÉ!

Revirei os olhos e cruzei os braços. 

—Chegamos!-

Ouvi Scott falar. Desci do carro junto com eles e entrei na casa.

—Senta. Charlie, quer um café?- 

—Ela não gosta de café-

Olhei pra Stiles e arqueei as sobrancelhas. Ele lembrava disso?-

—Você lembra disso?-

—Lembro ué-

Ele riu. Me levanto pra pegar meu casaco quando sinto dois braços me esmagarem em um abraço.

—Charlie, você está bem? Nunca mais me assuste assim-

—Isaac? Por onde você entrou?-

Ri baixo e me afasto para olha-lo.

—Pela janela, eu sou um foragido lembra?-

—Lembro sim, você está bem? Eu senti a sua falta-

Abraço ele de novo e escondo meu rosto em seu pescoço.

—Daqui uns dias eu volto pra escola. Agora eu tenho que ir. Charlie, te vejo outro dia- 

Ele beijou minha testa e acenou pra mim. Sorri e acenei de volta.

—Vamos ver um filme?-

Falo olhando pra eles. Stiles me analisava, parecia estar bravo com algo. 

—O que foi isso?-

—Isso o que Stiles?-

—Isso tudo com Isaac, você por acaso gosta dele?- 

—Se eu gosto ou não, isso é problema meu Stiles!- 

—Ele é um lo.. Criminoso!-

—Lo o que? Ele não matou o próprio pai! E eu acredito nele!- 

—Você nem o conhece Charlotte! Ele não é seu amigo- 

—Eu conheço sim! Ele é meu amigo sim, e ao contrário de você, ele não fica me enchendo e me perguntando como conquistar uma garota que não está nem aí pra ele! Ele me dá atenção,  por que você não vai criar um plano pra conquistar a Lydia e me deixa em paz?- Falo brava olhando pra ele e antes que me responda olho pra eles e falo -Quer saber? Tchau! Eu vou pra casa do Jackson!-

Pego meu casaco, abro a porta e fecho com força, saio andando ignorando o idiota chamando por mim. Andei por alguns minutos, até chegar na casa de Jackson, aperto a campainha e olho pro outro lado, vendo a casa de Isaac, suspiro e escuto a posta ser aberta.

—Dobreva? O que foi? Entra-

—Whittemore-

Disse com a voz embargada. Eu sabia que Jackson não fazia o tipo de amigo que consola, mas eu só tinha ele no momento. Eu não tinha outros amigos. Eu tinha as meninas, mas elas iriam me dizer o que eu já sabia, então preferi evitar.

—Foi o idiota do Stilinski, né? Vem, entra- 

Ele me puxou pro quarto dele. Tá, eu não esperava por isso. Assim que sentei na cama ele me olhou como se esperasse que eu falasse o que houve. Eu suspirei e contei tudo pra ele, tudo mesmo.

—Dobreva, todo mundo sabe que você gosta do Stilinski, menos ele. Até eu percebi. Sabe o que você tem que fazer? Ignorar ele.-

—Como se isso fosse fácil. Tá, eu vou tentar. Agora eu vou pra casa-

—Eu te levo-

Ele pegou a chave do carro e eu o acompanhei até o mesmo. Entrei, me sentei e olhei a estrada.

—E você e a Lydia?

—Eu terminei com ela.-

—Por quê?  Você gosta dela-

—Claro que não, eu cansei dela.-

—Sei, sei...-

Riu e olho o teto do carro.

—Chegamos Dobreva. Amanhã eu venho te buscar, já que está sem carro-

Aceno pra ele e saio do carro. Entro em casa, tomo um longo banho e me deito pra dormir.