Forbidden escrita por Koyama Akira


Capítulo 7
Mortal Seasoning


Notas iniciais do capítulo

Então gente, é bom reiterar que essa fic está marcada como "spoiler" então se você não assistiu a sétima temporada de Adventure Time, recomendo que assista, porque não quero ninguém aqui tomando spoiler na cara ♥
Obs: Episódios citados: Mortal Folly, Mortal Recoil e The Citadel
Enfim, boa leitura :3



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Já era manhã quando a princesa começou a cochilar sobre os livros, mas o pesadelo não deu tempo para um breve descanso, logo ela teve um flashback de quando caíra no poço que o Lich havia criado, sentia que algo ruim tentava adentrar seus poros enquanto afundava. Jujuba acordou em um sobressalto. O poço. Seu corpo estava cansado, mas ela sentia que não podia parar, sentia que estava cada vez mais próxima de uma resposta e aquilo a motivou a seguir em frente.

A princesa bateu algumas palmas e logo o mordomo Menta entrou na biblioteca.

— Bom dia majestade. Percebi que a senhorita não dormiu em seus aposentos hoje. — o pequeno doce soou preocupado.

Eu sei... Menta, eu vou sair hoje de novo e vou precisar de Manhã. — Jujuba se levantava da cadeira enquanto organizava os livros em pilhas.

— Mas, majestade, a senhorita deveria comer antes!

— Eu como algo no reino mercearia. — a princesa já estava se retirando, tentando não dar espaço para o mordomo contestar.

— Manhã, seu falcão gigante estará pronto, senhorita.

— Obrigada.

 

Enquanto tomava banho a princesa lembrou-se da pequena discussão que tivera com Marceline, pensava que talvez devesse tentar conversar com a melhor amiga, mas aquela não era a melhor hora. A garota rosada pensava em suas diferenças, Marceline sempre queria se divertir e sair por aí, sem assumir qualquer tipo de responsabilidade, no entanto ela mesma sentia que nunca tinha tempo livre para nada, lembrou-se também de quando perdera as eleições e o Rei de Ooo tomou o lugar dela como princesa do reino doce, ela tinha tempo livre de sobra e podia ficar com sua amiga vampira o quanto quisesse.

No entanto, a princesa temia que um mal maior estivesse por vir, não podia colocar de lado seus estudos para se divertir, a vida daqueles que amava poderiam estar em jogo. Com isso, terminando o banho, Bonnibel vestiu um casaco rosa com uma calça jeans e um tênis branco. A princesa de aproximadamente oitocentos anos mas rosto de dezoito, havia se decidido… ela iria para o metrô, o início dos seus pesadelos.

 

Depois de arrumar sua mochila a garota voou com manhã até a estação de metrô que situava-se em meio aos escombros de uma cidade destruída, lembrou que deveria passar no Reino Mercearia, mas aquilo era mais importante, pensava que estaria tudo bem se ela pulasse apenas uma refeição. Jujuba despediu-se do animal com um grito estridente. Manhã voou mais rápido que o vento, sumindo de vista. Descendo as escadas da estação sentiu que aos poucos uma péssima sensação de dejavu tomava seu corpo. O covil do Lich estranhamente estava exatamente como o deixaram, a princesa hesitou ao sentir um cheiro familiar, mas não conseguia concentrar-se o suficiente para identificá-lo. Desceu cautelosamente o buraco até parar tranquilamente ao lado do poço verde e escaldante, antes fonte do poder do Lich, hoje uma macabra incógnita. Inúmeras vezes ela sentiu que seu corpo a queria tirar de lá, mas usa determinação era mais forte. Se eu conseguir uma amostra talvez eu possa saber mais sobre o Lich.    

Sem pensar muito, Jujuba puxou de dentro de sua mochila uma paleta onde poderia guardar a amostra, dirigiu-se ao poço e tomou todo o cuidado que podia para não cair dentro dele novamente, quase escorregou, mas sua mão segurava firmemente uma das rochas no chão, conseguiu por fim recolher a amostra que inesperadamente entrou em chamas.

— AH! — a princesa lançou a paleta longe para não ser queimada pelo fogo verde que a consumia.

Porém, ela não esperava que um rato estivesse no caminho no exato momento em que ela se livrou das chamas. O material verde incendiado consumiu o animal transformando-o em uma criatura medonha e esquelética. Aos poucos seu tamanho foi aumentando até que a cabeça da criatura tocasse o teto do túnel.

O monstro grunhiu e com um olhar sanguinário partiu na direção da princesa com enormes passos desengonçados, Bonnibel puxou sua espingarda de dentro da mochila e logo colocou a criatura na mira.

— Morra criatura mutante! — exclamou enquanto atirava incessantemente.

Infelizmente não havia nada que o fizesse parar, os tiros pareciam não surtir efeito e ela estava aos poucos ficando sem munição, foi quando mais uma vez a garota rosa sentiu o cheiro familiar, finalmente conseguiu se lembrar. Era óbvio.

— Marceline! — Jujuba surpreendeu-se ao ver a amiga que em forma de um lobo morcego gigante jogou-se na frente da criatura monstruosa.

A vampira começou socando o focinho deformado de seu oponente fazendo com que ele recuasse aos poucos, mas ele não demorou, devolvendo um soco na barriga da vampira. Ela mordeu seu braço e ele grunhiu de dor usando a outra pata para arranhar o rosto da garota, fazendo com que ela cambaleasse para trás. A garota vampira caiu no chão voltando à sua forma original enquanto Jujuba corria ao seu encontro.

— Marcy, ta tudo bem? — A princesa dizia em um tom preocupado mas era quase imperceptível.

— Ah claro, só tô levando uma surra, mas fora isso ta tudo certo, Bon-bon… É só esse sangue dele, uh, tem um gosto esquisito. — a princesa segurou o rosto da amiga para poder ver melhor o sangue esverdeado em sua boca.

Em qualquer momento a rainha vampira teria ficado constrangida com o gesto, no entanto se espantou ao ver que a criatura já estava investindo novamente.

Bonnie cuidado!!! — Marceline empurrou a amiga para trás enquanto tomava novamente a forma de um lobo morcego gigante.

 

Jujuba caiu para trás vendo Marceline se atracar novamente com o monstro, parecia uma luta de sumô, a vampira segurava a criatura pelas mão enquanto eles mediam forças, aparentemente era a garota que estava ganhando. Ao perceber que a vampira empurrava o oponente para uma área coberta, a princesa viu uma oportunidade perfeita.

— Marceline se afasta! — com o aviso Marceline voou para trás e com os pés chutou o monstro que se desequilibrou, aproveitando aquilo Jujuba atirou com uma de suas últimas balas na pilastra semidestruída que sustentava todo o teto daquela região.

Num piscar de olhos e com a sensação de um efeito dominó o teto desabou sobre a cabeça da criatura dando tempo para que Marceline agarrasse a princesa e sua mochila voando para que saíssem daquele lugar.

O que é que você estava pensando?! — Marceline se transformava na sua forma original mais uma vez. — Você poderia ter morrido, sabia?

— Eu tinha tudo sob controle! — retrucou ao ouvir o tom irritado da vampira.

— Sob controle? Se eu não tivesse aparecido… — Marceline se conteve, ela não queria levar o assunto para aquele ponto, mas o estrago já estava feito.

— E o que você estava fazendo lá, ein? — a princesa adotava um tom quase ácido se não fosse pela brincadeira.

— Eu só estava por aí, você sabe… não mude de assunto! — sibilou colocando a língua bifurcada para fora.

— Passeando é?! — a princesa levantou uma das sobrancelhas. — E logo no covil do Lich?

Marceline logo corou, ela não tinha como argumentar.

— Ei, deixa eu ver o seu rosto. — Jujuba mais uma vez mostrou preocupação no entanto agora esse gesto foi percebido pela amiga.

O rosto da vampira ainda estava ferido, mas rapidamente cicatrizava. O arranhão fez com que lembrasse da mordida no braço do monstro cujo sangue ainda escorria dos lábios de Marceline. Sem perceber, Jujuba se aproximou para analisar o sangue e chegou muito perto dos lábios da amiga.

— E-ei, Jubs! — Marceline se afastou tentando evitar o rubor.

— Marcy… eu preciso da amostra desse sangue. — Jujuba voltara-se mais uma vez decidida para sua mochila procurando por um tubo de ensaio.

An… Ok… ? — franziu o cenho.

Jujuba levou o tubo de ensaio até os lábios de Marceline para finalmente poder colher uma amostra.

— O que você vai fazer com isso, Jurubeba?

— Ainda não sei. — a princesa guardou cuidadosamente o tubo dentro da mochila. — Preciso estudar essa amostra até tomar uma decisão.

— Quer uma carona? — Marcy perguntou sem jeito.

— Claro! — Jujuba respondeu com um sorriso e caminhou até a amiga para poder segurar-se em suas costas.

A vampira tentou disfarçar o constrangimento levantando vôo. A viagem com Marceline foi um pouco mais demorada do que com Manhã, não se sabe se era porque o falcão era a montaria mais rápida de toda Ooo ou porque a vampira queria apreciar cada segundo daquela viagem, mas, quando pousaram nas terras do reino doce Jujuba não pensou duas vezes até correr para seu laboratório, Marceline a seguiu curiosa com o que poderia acontecer se a princesa descobrisse algo útil.

Jujuba colocou uma parte da amostra no vidro sobre a platina do microscópio e outra ela colocou em sua máquina de leitura genética para fazer uma análise escrita e detalhada sobre toda a composição do material. A cientista passou longos minutos admirando a amostra na paleta sob o microscópio. Logo os minutos tornaram-se horas e logo as horas viraram noite, até que finalmente ouviu-se um doce e motivador “interessante” saindo de seus lábios.

O que foi, Jubs? — Marceline disse num susto por estar quase dormindo.

— Se minha análise ótica estiver correta, talvez essa forma genética tenha uma probabilidade razoavelmente propícia a ser convertida em uma…

— ...Ei nerd… — a vampira a interrompeu — nossa língua, por favor.

Certo. — Jujuba revirou os olhos em desaprovação — Basicamente acredito que se eu tiver uma análise escrita favorável, talvez eu possa transformar essa amostra em uma cura para meus pesadelos!

— Então você não vai mais precisar de mim — Marceline tentava ao máximo esconder a decepção em sua voz.

— Claro que eu precisaria, eu não teria chegado até aqui se não fosse você…

— Aqui onde, Jubs?! — suspirou — não temos nada, talvez uma cura para seus pesadelos e eu ainda não descobri o que eu estou fazendo aqui… por acaso você ao menos sabe em que direção seguir?

A princesa não havia dito antes, mas ela depois de passar tanto tempo lendo livros sobre sonhos e ouvir o que Hunson Abadeer havia dito sobre falar com o próprio Lich, cogitou a hipótese de monitorar os sonhos de Docinho — a forma fofa e carinhosa que o Lich havia adotado depois de ser sobrepujado por Finn o humano. No entanto, aquela ideia estava verde e precisava ser amadurecida com cuidado, deixou para que a fizesse quando já não houvessem mais opções, era muito perigoso mexer com a mente do Lich, não sabia quais perigos aquela atitude poderia acarretar e não gostava nem de pensar na possibilidade.

— Pretendo visitar Betty amanhã. — ela falava decidida enquanto lia a análise impressa da amostra.

— Betty?! Mas agora ela é a mulher mágica… Por quê acha que ela vai te dizer alguma coisa? — a vampira soava incrédula.

— Porque antes de ser “mágica” — ironizou — ela era uma cientista.

— Ta certo, Jubs… Você tem o cérebro, — Marceline cutucou suavemente a cabeça da princesa — eu tenho a força de vontade.

Jujuba sorriu, ficava feliz de ter a companhia de Marceline apesar de preferir fazer as coisas no modo “solo”. Aos poucos a cientista fazia anotações e analisava cuidadosamente o texto em suas mãos e a medida que os minutos passavam, Marceline a rainha dos vampiros se afundava cada vez mais em seu sono.

Demorou um certo tempo até que finalmente a princesa conseguisse fazer um soro, mas só poderia saber se funcionava colocando na máquina de análise genética.

Ei, Marcy — Jujuba tinha uma voz manhosa e sonolenta.

Bonnie? — Marceline respondeu quase desperta — O que foi?

Posso dormir com você enquanto o resultado não sai? — a garota rosada estava falando palavras sem ao menos medi-las antes, seu sono dominava seu corpo e não era pra menos, afinal, já estava há dois dias sem dormir devidamente.

An… pode…? — A vampira não sabia como reagir ao certo, mas não queria perder a oportunidade.

Marceline segurou Bonnibel cuidadosamente para poder carregá-la até o quarto, sabia que se o resultado saísse, Bonnie não voltaria a dormir tão cedo e ela por sua vez, sabia que a princesa do reino doce precisava descansar. Com calma, Marcy deitou a amiga na cama, suave quase como uma pluma, mas percebeu que ela ainda vestia a roupa que usara para sair.

Bonnie. — sussurrou para não incomodar os ouvidos da princesa. — não seria melhor você trocar de roupa?

Escolhe uma… — Jujuba apontava ainda "bêbada" de sono, para seu armário.

Marceline gostava como Jujuba ficava depois que a noite caía, quanto mais tarde melhor, a princesa ficava mais sincera, mais doce… mais aberta.

A vampira se dirigiu ainda flutuando para o armário da amiga, pegando uma camisola de bolinhas que foi a primeira coisa que ela viu na frente, pensou que talvez não fosse tão difícil de vestir.

Ei, Jubs… aqui sua roupa — jogou a camisola na cama.

Obrigada.

Jujuba começou a tirar a roupa bem na frente da amiga, com sono ela não via problema nenhum nisso, mas se estivesse “sóbria” pensaria um milhão de vezes antes de tomar essa atitude. Marceline já estava suficientemente constrangida, até receber um pedido inesperado.

Me ajuda, eu tô com sono demais pra tirar a calça… — a garota estava tão sonolenta que mal conseguia manter os olhos abertos.

Marceline estava hesitante, mas viu a dificuldade que ela estava tendo para tirar as calças e decidiu ajudá-la.

Ah, Bon-bon… — ela riu — você nunca conseguiria tirar essa calça, você esqueceu de tirar os tênis antes.

As duas riram até que finalmente Jujuba estivesse livre de suas roupas já sujas do longo dia de pesquisas. A vampira de eternos dezoito anos sentiu seu rosto ferver ao notar que a melhor amiga vestia apenas roupas íntimas. Com isso, instantaneamente virou-se para o lado oposto.

Então… acho que você pode se vestir sozinha, não é? — Marceline ainda não falava muito alto, mas também não conseguia disfarçar a agitação em sua voz.

Acho que sim.

Ainda sonolenta, princesa Jujuba vestiu a camisola que sua amiga havia deixado ao seu lado na cama, não foi muito difícil, mas certamente mais difícil do que se fosse vestir normalmente. Ao ver sua amiga virada de costas, a princesa desceu da cama e caminhou calmamente até ela abraçando-a por trás.

Já fazia um bom tempo desde a última demonstração de afeto por parte de Bonnibel, fato que não passou despercebido. Marceline aproveitou uma leve folga nos braços da princesa para poder virar-se na direção dela.

— Eu espero que entenda o que estou fazendo… — sua voz agora era normal apesar de rouca e ainda sentir um pouco de sono. — eu não saberia como viver se você se machucasse por minha causa, Marcy.

— Eu não vou me machucar.

— Você não sabe disso… — mais uma vez a voz de Bonnibel Jujuba ia se afastando. — Eu me importo com você.

Essa última frase soou quase inaudível para a vampira, mas a princesa já havia adormecido e ela não a acordaria apenas para perguntar, provavelmente não foi nada importante, pensou.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, espero que tenham gostado, por sinal to me esforçando pra deixar em dia ♥ e obrigado especial pro Thiago que ta sempre comentando, obrigado por não me abandonar, cara XD



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