Forbidden escrita por Koyama Akira


Capítulo 6
Monstrinha do Papai


Notas iniciais do capítulo

Geeeente, eu sei eu sei, podem tacar pedras. Eu pensei que ia acabar desistindo dessa fic mas estou decidido a terminar ela e eu vou! :3



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As duas haviam chegado o mais próximo do que podia se dizer de “tranquilo” à Noitosfera. Estavam no que parecia ser um centro com alguns prédios altos e vermelhos — na verdade tudo era vermelho — alguns em chamas outros não e se seguisse um pouco mais em direção ao norte podia ver um desfiladeiro aparentemente sem fim. Marceline nem de longe parecia contente com a escolha da amiga, mas misteriosamente decidira concordar com o plano. Na verdade isso a fazia pensar “Que plano?”

Bonnie, pode me lembrar o porquê de termos vindo até aqui? —A vampira disse impaciente.

— Simples, Marceline, precisamos achar seu pai. E então vou poder fazer as perguntas a ele. — Jujuba olhava ao redor como se o procurasse.

— Certo, Jurubeba, só tem um probleminha nesse seu plano.

— Qual?

— Não é nem um pouco simples achar o meu pai, e segundo: o que te faz pensar que ele vai responder suas perguntas? — Marceline tentou não soar ríspida

— Marceline, seu pai é O Abadeer, não deve ser tão difícil achá-lo e segundo… — a princesa hesitou, como se estivesse pensando duas vezes antes de dizer algo — e em segundo lugar: eu tenho você.

Marceline ficou surpresa com a afirmação que quase a fez sobressaltar, porém se conteve ao ver que haviam alguns demônios transitando por ali.

— Acho que eles vão saber onde o seu pai está. — a princesa apontou com o polegar para um demônio de nariz pontudo que passava por trás dela. — Ei, você!

— Quem, eu?! — o demônio falou surpreso.

— É, você… sabe onde eu posso encontrar o Abadeer? — a princesa indagou com um tom inocente.

O Abadeer?! — o demônio começou a gargalhar espalhafatosamente como se aquela fosse a pergunta mais estúpida do mundo. — Phil, vem aqui! — a criatura de nariz pontudo chamou outro demônio que passava do outro lado da rua.

— Oi Marceline. — Phil o demônio cumprimentou a vampira ao se aproximar.

— Oi Phil...

— O que foi, Stuart? — Phil tinha um tom monótono.

— Ela me perguntou onde encontrar o Abadeer! — Stuart falava no intervalo entre uma gargalhada e outra e sua frase foi o suficiente para contagiar Phil também.

O Abadeer?! — Phil também pôs-se a gargalhar e logo era um dueto escandaloso de risadas.

Mais demônios iam se aproximando e assim que Phil ou Stuart explicavam a situação eles começavam a rir também. Isso foi o suficiente para irritar a princesa que já tinha perdido tempo demais vendo aquela besteira se desenrolar.

Será que ninguém pode me dizer onde está o Abadeer?! — Jujuba gritou irritada fazendo com que os risos cessassem na hora.

— Na verdade não… — Phil disse finalmente — A gente não sabe, nós temos um péssimo senso de direção, o único que sabe onde o Abadeer fica é o Juarez.

Phil e Stuart apontaram para Juarez um demônio gordo e velho que estava sentado em um banco do outro lado da rua, logo em seguida os outros demônios que também estavam rindo anteriormente também apontaram para Juarez. Jujuba se perguntava porquê eles estavam rindo se nenhum deles sabia onde o Abadeer estava, mas decidiu ignorar e falar com o velho Juarez. Foi fácil atravessar a rua pois não estava passando nenhum veículo, a princesa olhou de soslaio para sua amiga que tinha uma expressão neutra, parecia estar acostumada com tudo aquilo na noitosfera.

— Com licença, senhor Juarez? — Jujuba disse polida e educada como sempre.

Ein? — O velho disse com a voz rachada.

— O senhor sabe onde eu posso encontrar o Abadeer?

— O Abadeer?! — o velho começou a rir novamente.

— Eu sinceramente não tenho tempo pra isso… — a princesa disse frustrada, mais para si do que para outra pessoa.

Alô… oi pai, é… sim, eu tô na Noitosfera, eu trouxe uma pessoa… não pai, não é o Finn, onde é que o senhor está? Ok, tô indo. — Marceline desligou o celular e encarou uma princesa confusa ao seu lado.

— Você tinha o número do seu pai o tempo todo?

— É… — Marceline tentava conter um sorriso matreiro.

— Por que? — Jujuba gesticulava freneticamente com as mãos indignada.

— Bom, eu não costumo ligar muito para o meu pai, então esqueci que tinha o número dele a princípio, mas depois que você perguntou onde encontrar ele para o Stuart eu lembrei, mas aquilo tava engraçado demais pra parar. — Marceline deixou um riso escapar — Sinto muito.

— Não, você não sente — Jujuba disse com a expressão séria.

— Verdade, mas qual é Jurubeba, isso foi engraçado.

— Nem um pouco. — a princesa disse decidida.

— Ah, foi um pouco engraçado… — Marceline se aproximou da amiga cutucando seu braço com o cotovelo e provocando um riso singelo nos lábios da princesa.

— Tá… foi um pouco — brincou.



Marceline carregou a amiga nos braços e juntas elas voaram para a residência de Hunson Abadeer. Era um enorme salão com um enorme trono, aquele era o salão do Abadeer, mas ao lado esquerdo bem ao fundo logo atrás do trono dava para ver uma pequena porta de madeira marrom, aquela era a casa de Hunson. Marceline e a princesa chegaram até a porta e antes que pudessem bater o senhor do mal abriu.

— Marceline! — Hunson envolveu a filha em um forte abraço. — Minha monstrinha, eu estava com saudade.

— Ah, pai! Corta essa — a vampira exclamou desvencilhando-se.

— Olá, senhor Abadeer, meu nome é… — a princesa foi bruscamente interrompida por um abraço súbito.

— Bonnibel Jujuba! Mas, é claro. Marceline já me falou muito sobre você!

E-ela falou?... — Jujuba sentiu suas bochechas corarem, e ficou feliz por Marceline estar encarando o pai com uma expressão perplexa.

Oh meu Glob, pai, cala a boca!!! — Marceline tinha um misto de raiva e constrangimento.

— De qualquer forma, o que as trazem aqui à minha residência infernal? — Hunson disse com o ar casual de sempre.

— Na verdade… — Jujuba só então percebeu que seu anfitrião estava mais que a vontade vestindo uma samba-canção rosa com listras brancas e uma camiseta. Delicadamente a princesa se afastou  de Hunson para ficar ao lado da amiga. — eu gostaria de fazer perguntas.

 

Hunson convidou as duas a entrarem pela cozinha e lá ficaram, as garotas sentaram-se nas cadeiras enquanto o senhor do mau fazia sanduíches. A cozinha tinha as paredes num tom bem claro de verde, um pouco puxado para o azul. Um dos armários tinha um calendário com as fotos das diabinhas do ano, as cadeiras eram avermelhadas em contraste com todo o resto que tinha cores mais frias e a única janela do cômodo dava de frente para uma parede vermelha de pedra.

— Então, o que a amiga da minha monstrinha tem para me perguntar? — Abadeer depositou os pratos frente as garotas e sentou em seguida.

— Pai, eu não como comida normal, você sabe… — a vampira revirou os olhos em desaprovação.

— Que bom, sobra mais para o papai. — Hunson apanhou o sanduíche de Marceline e colocou em seu prato.

— Então senhor Abadeer…

— Por favor, me chame de senhor Abadeer mestre de todo mau — sorriu.

Certo… — Jujuba franziu o cenho. — enfim. Preciso saber o que aconteceu na guerra dos cogumelos, sobre o Lich, sobre tudo que o senhor puder me contar.

— Ah mas é claro! — Hunson ainda tinha um sorriso no rosto — e o que faz pensar que eu sei?

— O quê?! — Jujuba ainda não tinha tocado no sanduíche.

— Quer dizer, eu sei que boa parte foi culpa dos humanos, mas naquela época foi a melhor para os meus negócios, nunca suguei tantas almas quanto naquele tempo. Estava ocupado demais para prestar atenção em coisas tão banais quanto a vida dos humanos. — o senhor do mau conversava tranquilamente enquanto comia seu lanche.

Droga. — Jujuba praguejou para si. — E existe algo que possa me dizer sobre os sonhos estranhos que eu tenho tido com o Lich?

— Sonhos estranhos? — o mais velho falava com a boca cheia de comida — por acaso você já foi possuída pelo Lich?

— S-sim… — os olhos de Marceline virou-se rapidamente para a amiga ao ouvir a palavra sair de sua boca.

— Então significa que provavelmente ainda existe um resquício do Lich em você que clama para ser libertado.

— O que a gente pode fazer para tirar isso dela, pai? — Marceline finalmente havia dito algo depois de algum tempo e apresentava um tom de preocupação.

— Receio que eu não tenha como responder a essa pergunta. Isso é algo que apenas o próprio Lich seria capaz de responder.

 

Bonnibel Jujuba pensou por longos dez segundos até chegar a uma conclusão.

 

— Obrigada, senhor! Temos que ir agora, obrigada pelo sanduíche, estava delicioso! — Jujuba levantou-se da cadeira e começou a arrastar Marceline com pressa, Hunson Abadeer se despediu e recebeu os elogios pelo sanduíche mesmo que a princesa não tivesse nem ao menos tocado nele.



Depois que Marceline abriu o portal novamente para o mundo de Ooo, elas voltaram para o Reino doce, onde a princesa passou duras horas lendo duros livros sobre sonhos e ciência dos sonhos, Marceline estava entediada e não tinha nada que pudesse fazer para ajudar, se perguntava o porquê de estar ali se sua ajuda estava sendo completamente desprezada. A vampira se aproximou flutuando cautelosamente para perto da amiga e assim viu que suas olheiras estavam mais escuras.

— Ei, Bonnie… — chamou a atenção da amiga com um tom suave. — Não acha que deveria descansar um pouco? Já tem um bom tempo que você ta estudando ou sei lá o quê

— Eu tô bem… — tentou desconversar.

— Eu não diria isso para suas olheiras — a vampira ironizou. — A gente poderia olhar as estrelas um pouco, sabe, só uma pausa…

 

A princesa chegou a cogitar, levantou os olhos dos livros e estava prestes a dizer sim, todo seu corpo queria dizer sim, mas ao lembra do seu sonho, ao cogitar que Marceline poderia se machucar sua razão falou mais alto.

— Eu já disse que estou bem, Marcy… — suspirou — você que deveria descansar, já fez demais por mim em um dia só.

Pfft.. ta certo — seu tom era ácido e sarcástico.

— É só que eu preciso me concentrar aqui, não tenho tempo… — a princesa foi interrompida.

— ...para essas coisas. É, eu já ouvi essa conversa antes, princesa. — Marceline estava visivelmente irritada, sem pensar duas vezes ela voou pela janela da biblioteca

— Marcy, eu… — Jujuba ainda tentou chamá-la, mas Marceline já havia adentrado a noite escura até sumir de vista.


Naquela noite Bonnie não teve pesadelos, pois passou a noite inteira estudando.


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Notas finais do capítulo

Alguma crítica ou sugestão? Obrigado por terem chegado aqui. Prometo que o Bubbline acontecerá em breve ♥



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