Forbidden escrita por Koyama Akira


Capítulo 5
Squeez-E-Mart


Notas iniciais do capítulo

Bastante tempo né? É. Eu say, foi mal galera, tava sem tempo e sem inspiração e essas são as piores coisas pra um autor, mas agora eu pretendo definitivamente terminar essa bagaça. Então é isso, já tem uma eternidade que to sem escrever, então me perdoem por qualquer gafe kakaka. Sem mais delongas, eis o cap, espero que gostem :3



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Todo o ambiente estava escuro, impossível de identificar. Estreitando os olhos ela conseguiu ver uma criança à frente, com cabelos negros e uma pele muito clara, talvez levemente acinzentada… Seria Marceline?! Pensou a princesa. Cautelosamente, ela se aproximou tocando no braço da criança de cabelos curtos para que ela virasse.

 

— Marcy? — a princesa disse perplexa.

— Como você sabe meu nome, moça? — A jovem Marceline encarou a princesa com curiosidade.

Jujuba não sabia o que responder, era uma sensação estranha, poderia ser qualquer sonho, mas era tão real. Ela sentia ao tocar em Marceline, ela sentia a atmosfera do lugar, mas nunca havia estado em um lugar tão estranho antes.

— Tudo bem, eu também conheço a senhora… — concluiu Marceline com sua voz infantil.

Senhora?! — Bonnie soou indignada, mas a pequena Marcy parecia não se importar.

— Vem! Eu tenho algo para te mostrar.

 

Marceline segurou a mão da princesa guiando-a sabiamente pela escuridão, até que se deparassem com um grande salão de cristal, havia um enorme painel no centro do salão que refletia imagens de toda Ooo.

Aqui moça, se você olhar por aqui, você vai ver como era o meu mundo, com pessoas andando por aí e cachorros que não falam — Marcy apontava para o painel, mostrando-o para a princesa.

 

Distraidamente, Bonnie caminhou até estar perto o suficiente do painel, foi aí que imagens começaram a surgir, uma sociedade organizada. Humanos por toda parte, não havia nenhum reino, apenas cidades, não havia trolls, nem orcs, nem duendes, fadas ou magos… Pelo menos não ao que podia se ver, até que uma luz verde começou a emanar do céu, ela já havia visto aquela luz em algum lugar, mas não conseguia se lembrar de onde.

A luz começou a crescer e antes que pudesse chocar-se contra o chão o painel se apagou e tudo voltou a ficar escuro.

 

— O que houve? — Jujuba perguntou, mas não houve resposta.

 

Ela procurou ao redor, mas não encontrava a pequena Marcy em lugar algum. Começou a andar sem rumo procurando pela criança, até que finalmente encontrou uma silhueta que mais se parecia com a atual Marceline.

Marceline? — Chamou com certa desconfiança.

 

A garota virou-se para ela e para seu alívio, era mesmo Marceline, a rainha dos vampiros.

Bonnie! — possuía um tom de preocupação.

 

A vampira voou o mais rápido que pôde ao encontro da amiga. Ao chegar perto abraçou-a tão forte que se tornava difícil respirar.

 

— Marcy, o que houve?! — Jujuba retribuia o abraço, mas se sentia confusa por não saber o motivo da reação da amiga.

— Eu senti tanto a sua falta… — Marceline deixava que algumas lágrimas escapassem. — Por favor, não me deixa mais, nunca mais.

 

Ainda perplexa e confusa, Bonnie percorreu o olhar pelo ambiente, percebendo que estava na enfermaria do Reino Doce.

— Ei, por que estamos na enfermaria?

— Porque você desmaiou no final da batalha das bandas, bobona, não lembra? — Marceline enxugava as próprias lágrimas.

Ei. — Jujuba hesitou ao ver as lágrimas de Marceline. — Não chore, eu to aqui, não vou te deixar… Pra falar a verdade não foi escolha minha desmaiar, sabe como é.

 

Marceline sorriu com o comentário.

 

— Marcy, eu não gosto de te ver assim, o que eu posso fazer pra você se sentir melhor? — havia preocupação no olhar da princesa.

— Bem, tem algo que você pode fazer…

— E o que é? — retrucou curiosa.

 

Marceline nada respondeu, apanhou delicadamente o queixo da amiga e como se houvesse todo o tempo do mundo, juntou seus lábios aos dela, em um beijo terno e romântico. A vampira fechou os olhos para poder apreciar o momento, mas Jujuba ainda estava incrédula, seu rosto estava em brasa e os olhos arregalados. Os lábios da vampira eram macios e quentes, o beijo parecia transportá-la para outra dimensão.

Aos poucos a princesa correspondia e elas pareciam estar em perfeita sincronia.

 

Marceline começou a abrir o vestido da princesa aos poucos enquanto beijava seu pescoço, arrancando alguns suspiros da amiga. Bonnie sentia que havia algo estranho acontecendo, mas ficava difícil raciocinar com o

sentimento ardente que percorria todo seu corpo, ela queria ter Marceline, ela queria ficar com ela, ela queria sua namorada novamente, mas…

 

Aquilo não era real.

 

Jujuba empurrou Marceline para longe deixando a  vampira completamente confusa.

— Bonnie, o que houve?

— Isso não é real, nada disso é! — a princesa soava decidida.

— Do que você ta falando?

— Eu não lembro de ter acordado, porque eu não acordei, você disse que eu fui levada para a enfermaria, mas eu ainda estou com o meu vestido comum, sendo que eles sempre mudam a roupa dos pacientes, e outra… Foi você que terminou comigo, a Marceline de verdade nunca faria coisas como essa como se nada tivesse acontecido. Você não é você.

 

Marceline não respondeu, na verdade ela não teve nenhuma reação, parecia uma televisão fora do ar ou coisa do tipo.

— Te peguei — Jujuba apontava incisivamente para a vampira. —  Agora como eu faço pra sair daqui?

 

Ainda não tinha resposta, Marceline, ou o que quer que fosse, não parecia estar mais ali, o corpo sim, mas não havia sinal de vida. Jujuba cutucou o corpo da vampira com uma das mãos, depois com as duas simultaneamente, depois começou a cutucar mais rápido de forma alternada enquanto rodeava a garota, mas ainda sim permanecia sem resposta.

Foi quando uma luz verde intensa começou a emanar dos olhos e boca de Marceline que estavam bem abertos. A princesa se afastou para poder entender o que estava acontecendo.

O corpo da vampira começou a levitar de um jeito muito diferente do usual, como se ela não estivesse fazendo aquilo. Uma chama verde extremamente luminosa começou a sair dos olhos de Marceline, sem dúvidas aquilo era coisa do Lich.

Novamente o lugar se escureceu e só era possível ver o corpo de Marceline possuída pelo Lich, ele ria com sua voz macabra enquanto contemplava uma princesa inerte a sua frente.

 

— Você é inteligente criança, mas meu poder vai além da inteligência… Eu sou o fim e disso não há escapatória.

 

Mesmo que o Lich tivesse possuído Marceline, a princesa sentia como se fosse seu próprio corpo, era agonizante, mas não havia o que pudesse fazer, tentava se confortar com a ideia de que era apenas um sonho.

 

— Só há destruição para você e morte para o seu povo.

 

Jujuba olhou acima de Marceline e percebeu que ali pairava a Coruja Cósmica, foi quando seu corpo gelou.






Marceline!!! — Jujuba saltou da maca com o corpo encharcado de suor, não conseguia parar de chamar pela amiga nem por um segundo.

 

— Ei, Bonnie! Eu estou aqui! — a vampira tentou acalmar a princesa recém acordada.

— Você tá bem! Você está viva — Jujuba envolveu a amiga em um abraço apertado, num misto de alívio e angústia.

— Jurubeba, você sabe que eu literalmente não posso morrer.

 

A princesa hesitou, ao lembrar da Coruja Cósmica em seu sonho e um frio percorreu sua espinha.

— Marcy… eu vi a Coruja Cósmica — disse quase que em um sussurro.

— O que é isso agora, desde quando você é supersticiosa?! — soou sarcástica como sempre.

— Não é superstição! — disse indignada, apesar de que não tivesse uma teoria formada a respeito daquilo, logo não tinha como provar. — É um padrão. A partir do momento que as coisas acontecem em um padrão em uma certa frequência elas precisam de uma explicação sensata.

— E qual sua explicação sensata? É uma coruja que aparece no sonho das pessoas e depois o sonho se torna real. Bem sensato, não parece ser o tipo de explicação que você aceitaria. Então, relaxa, enquanto você não puder provar, não tem motivo pra você ficar nervosa.

— Mas… — Jujuba foi interrompida por uma mão levemente acinzentada que cobria sua boca.

— Sem “mas”, você tem que descansar.

 

Jujuba deixou escapar um sorriso terno de seus lábios.



Algumas horas se passaram, a princesa não conseguia parar de pensar nas palavras do Lich, e o fato de estar deitada em uma maca sem fazer nada a incomodava ainda mais.

Determinada, Bonnibel levantou da maca e seguiu em direção a porta da enfermaria. Marceline estava voltando para o cômodo com uma tigela de sopa e um copo de suco sobre uma bandeja.

— Ei majestade, onde pensa que vai? — a vampira retrucou irônica.

— Marcy, tem muito a ser feito. Eu não posso ficar parada.

Ta… — hesitou — mas, ao menos coma alguma coisa.

 

Jujuba entornou toda a sopa de vez em sua boca o mais rápido que pôde, quando a sopa acabou colocou a tigela de volta na bandeja tomando o suco logo em seguida.

— Pronto. — quando terminou deu um tapa na bandeja, jogando-a para longe. — Agora, vamos.

 

As duas seguiram para o laboratório, onde Jujuba poderia encontrar os equipamentos necessários para a viagem. A princesa pegou um cantil e uma mochila com alguns gadgets que achou necessário.

— Por que você ta pegando todas essas coisas? — Marceline observava a amiga.

— Porque nós vamos para a biblioteca e vamos seguir a primeira pista que tivermos. — Jujuba arrumava as coisas afoita enquanto falava com a amiga.

— Ei, calma! — Marceline segurou os braços da princesa para tentar acalmá-la — Por quê você ficou tão estranha de repente?

 

A princesa hesitou virando o rosto para não encarar a vampira. Não queria contar sobre o sonho, não queria se expor, tinha medo que tudo aquilo se tornasse realidade e acabar pondo Marceline em risco, mas não podia explicar sua aflição. Caso contrário, Marcy iria pensar que ela ainda tinha sentimentos por ela…

— Nada… — suspirou — eu só estou um pouco fora de órbita… só isso.

— Tudo bem. — Marceline soltou a garota — tenho uma ideia melhor do que atirar no escuro.

— Você tem? — tentou conter sua surpresa.

— Tem uma cidadezinha meio acabada perto do Squeez-E-Mart. Ninguém vai lá porque não tem nada de legal pra fazer, mas como normalmente pesquisas são chatas você provavelmente vai achar alguma coisa, princesa.

 

Jujuba não conseguiu disfarçar a cara de reprovação ao ouvir a vampira dizer que pesquisas são chatas.

— Talvez você tenha razão, então acho que podemos começar por lá.

Ao entrarem em acordo, Marceline levou a princesa para o lugar que havia mencionado.



Já era fim de tarde, então não precisava mais usar sua proteção contra o sol, Marceline tirou o boné e o prendeu pela tira da calça. As duas contemplavam a visão de cima da colina do Squeez-E-Mart, o sol quase não era mais visto pois se escondia atrás das colinas e uma enorme sombra alaranjada se deitava por todo o vale abaixo. Vale onde se encontrava a cidadela destruída que a vampira havia mencionado.

Os prédios estavam desabados e as únicas coisas de pé, eram os alicerces enferrujados e velhos, tudo era destruição, algumas casas não tinham teto, outras apenas tinham chão, mas a princesa por algum motivo ainda tinha esperança de encontrar algo.

Vasculharam tudo o que podiam, casa por casa, prédio por prédio, mas a cada segundo a frustração parecia aumentar. Bonnie sentou-se em um dos escombros que fazia curiosamente o formato de um sofá, para admirar as estrelas um pouco, talvez também para colocar os pensamentos em ordem.

 

Eu sou o fim… — Jujuba lembrava do que o Lich havia falado em seu sonho. — Só há destruição para você…

 

Jujuba deixou que seus olhos pairassem sobre os escombros daquela antiga cidade. Não havia nada lá para elas, não havia vida, apenas destruição.

 

— Ei Jubs, sei que você ta chateada porque não encontramos nada ainda, mas se anima. Olha como o céu ta bonito.

 

As duas contemplavam as estrelas que brilhavam forte naquela noite. Muitos pensamentos percorriam a mente das duas, mas não havia nada em comum. Enquanto a princesa pensava em maneiras de solucionar aquele mistério e intervir em um possível problema. Marceline pensava no quanto aqueles destroços traziam lembranças.

 

Sabe — a vampira quebrou o silêncio — eu não gosto de estar em lugares como esse.

— Sinto muito por estar forçando isso para cima de você.

— Não, não é isso — sorriu — você não precisa pedir desculpas. Só que lugares como esse me lembram de como eu estive sozinha… Mas eu não me sinto mais assim, agora eu estou aqui com você.

 

Jujuba encarou Marceline como se não esperasse por aquilo. Deixando que o rubor tomasse conta de suas bochechas mais uma vez.

— Foi muito difícil no começo, eu perdi tudo. Tudo por causa do Lich… Meu pai diz que os humanos provocaram isso mas…

 

Marceline parou de falar ao perceber que a princesa estava perplexa.

— Que baralhos aconteceu?

— Cara! Seu pai! — Jujuba se exaltou — Você pode me levar na Noitosfera sem que seu pai me mate!

— Sem chance. A Noitosfera não combina com você, além de que, eu não posso garantir que você não vai morrer com meu pai por perto.

— Marcy, é a única chance que temos… Ou pelo menos a pista mais quente até agora. — Jujuba insistia encarando a melhor amiga.

— Droga, por quê eu nunca consigo te dizer não? — completou frustrada.

 

Jujuba sorriu satisfeita. Alcançando os ingredientes dentro de sua mochila, iniciou o ritual para abrir o portal para a Noitosfera: Desenhou o rosto do Phil e jogou o leite de inseto, mas não conseguiu proferir as palavras mágicas, ela se negava a repeti-las.

— Não vai dizer as palavras? — Marceline riu sarcástica — A Noitosfera não combina com você, princesa.

— Não temos tempo pra conversa mole! Anda logo! — levantou os braços energicamente, ainda com a expressão compenetrada.

Maloso vobis… — a vampira hesitou ao sentir o rosto ser beijado.

— Obrigada por estar fazendo tudo isso por mim. — Jujuba segurava suavemente o braço de Marcy enquanto olhava tranquilamente em seus olhos.

 

Marceline não sabia como deveria reagir, mas antes que pudesse pensar em algo, seus lábios formaram um sorriso. Não havia nada a ser dito.



Maloso vobiscum et cum spiritum.


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Notas finais do capítulo

É isso aí gente, espero que tenham gostado desse capítulo, qualquer sugestão ou crítica pode mandar :3
Obrigado por chegar até aqui O/



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