Forbidden escrita por Koyama Akira


Capítulo 11
Wake Up (FINAL)


Notas iniciais do capítulo

Então gente, chegamos ao final, espero que tenham gostado e queria pedir desculpa por ter demorado tanto tempo para terminar essa fic, mas espero que o resultado final tenha valido a penas, queria agradecer aos leitores, mesmo os fantasmas que acompanharam até hoje, essa foi a primeira fic de muitas que já escrevi que eu cheguei a terminar, então 2018 começou com uma pequena vitória pessoal hehe. Enfim, sem mais blablação eis o capítulo:



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Jujuba acordou com a doce melodia de um baixo e voz muito familiares. Olhou para o lado ainda preguiçosa sem se dar o trabalho de levantar. Lá estava Marceline, sentada ao seu lado na cama, com o instrumento em mãos cantarolando em tom suave.

— Bom dia princesa. — Interrompeu a música ao ver que a garota havia acordado.

— Bom dia. — Bocejou. — Não precisa parar de tocar por minha causa.

— Certo. — Sorriu.

Marceline colocou de lado o baixo e deitou-se na cama novamente, ficando de frente para Bonnie. Muitas coisas passavam na mente das duas. A noite anterior havia sido uma das melhores e em muito tempo elas não se sentiam bem daquela forma. A vampira acariciou o rosto da princesa se aproximando o suficiente para que a pudesse beijá-la. Mesmo tendo acabado de acordar, Jujuba tinha o hálito fresco com sabor de tutti-frutti.

— Desculpa — Marceline se afastou sentindo suas bochechas esquentarem. — Eu não sei se você realmente quis dizer tudo aquilo que disse ontem.

A frase arrancou um sorriso dos lábios da princesa que habilmente se levantou colocando-se por cima da vampira. Prendendo seus braços contra a cama, Bonnibel se aproximou perigosamente do rosto de Marceline, fazendo com que uma mecha de seu cabelo doce caísse sobre ela.

— Eu disse o que eu quis dizer — Jujuba falou decidida. Marceline estava adorando aquilo, mas não conseguia evitar as bochechas de cor escarlate. Foi quando a princesa achou a oportunidade perfeita para mais um beijo, esse agora mais lento, demorado, e também delicado. — Você é minha… eu sou sua.

A vampira colocou as pernas na cintura da princesa e se colocou a flutuar, invertendo as posições de forma que as costas da princesa ficassem contra o colchão.

— E tudo isso assim? — Marceline tinha um ar presunçoso que crescia devido a posição dominante que acabara de conquistar. — Você sabe que eu sou uma garota séria Jubs — fingiu uma voz inocente —, não quero ser usada como brinquedo por uma garota mais velha — concluiu irônica.

— Marceline, você é literalmente duzentos anos mais velha que eu.

— Essa é a graça da ironia, Jurubeba. As duas pessoas sabem que é ironia, riem e seguem suas vidas. Mas, continuando, eu sendo mais velha e… — brincou olhando para a posição em que a princesa se encontrava. — Visivelmente mais forte. — O último argumento fez com que Bonnibel revirasse os olhos. — Deveria falar essas coisas pra você, não o contrário.

Ah é? — Jujuba tinha um tom provocativo que fez Marceline hesitar por um instante.

Marcy assentiu com a cabeça, ainda desconfiada.

— Então o que está esperando? — sorriu maliciosamente.

— Nada. — Marceline tentava mostrar que estava tudo sob controle. — Bonnie, você quer… — hesitou, sentindo mais uma vez suas bochechas corarem.

— Desculpa, eu não ouvi. — A princesa ainda sabia como mexer com a vampira e isso a deixava feliz. Aproveitou a distração para folgar seus punhos que estavam presos pela mais velha, com calma conseguiu retirar uma das mãos. — Pode repetir? — Seu tom era baixo e um tanto rouco, de forma que a medida que se aproximava faziam o pescoço da vampira se arrepiar.

Com a mão livre, Bonnibel tocou o centro do tórax de Marceline empurrando-a com uma delicadeza sedutora. Quando conseguiu tirar a vampira de cima, Jujuba sentou-se em seu colo afastando os cabelos negros que cobriam seu rosto.

— Acho que você não vai conseguir dizer, não é? — Sorriu.

Ah… — Marceline foi interrompida por um indicador em seus lábios.

Posso ter a honra? — sussurrou no ouvido da mais velha, que assentiu com a cabeça e tinha as bochechas mais quentes que a Noitosfera. — Marcy… Você quer namorar comigo?

— Eu realmente preciso dizer? — brincou.

— Normalmente é assim que pedidos funcionam, não é? — respondeu no mesmo tom.

— Que tal essa resposta…? — Marceline apertou o corpo de Bonnie contra o seu e fez com que seus lábios encostassem iniciando umas das danças mais sincronizadas de toda Ooo. — Bonnie… eu…

Marceline foi interrompida pelo barulho da porta se abrindo. As duas puderam ouvir as vozes de Finn e Jake ressoando no andar de baixo. Ambos estavam agitados gritando o nome das duas. As garotas se entreolharam, seja lá o que fosse parecia ser importante, Jujuba vestiu uma camisa que estava jogada sobre a cama, não sabia de quem era, só pensava que deveria se vestir antes de se encontrar com os rapazes.

As duas seguiram para o andar de baixo, Jujuba pela escada e Marceline flutuando.

— E aí, time, algo importante pra dizer? — Apressou-se Marceline.

— Sim! — Finn gritava chacoalhando os braços acima da cabeça.

— Mas antes, pergunta importante: — seu irmão interrompeu — Jubs, por que você ta usando a camisa da Marcy e por quê ela ta do avesso?

— Ah… — A princesa analisou a camisa que estava vestindo, era extremamente comprida e com certeza não era algo que vestiria casualmente. — isso… — Jujuba corava mais a cada segundo.

— Sem tempo pra bleeblop, Jake! — o humano segurava o rosto de Jake sacudindo-o. — O Lich voltou!

— O quê?! — o rubor da princesa dissipou-se no mesmo instante, era como se sua pressão tivesse caído instantaneamente.

— É impossível, O Lich  se transformou no docinho, aquele bebezão não faria mal a ninguém. — Marceline parecia incrédula.

— Isso tudo é culpa minha. — Jujuba disse quase que em um sussurro.

— O quê? — a voz de Marceline vacilou, não podia acreditar no que ouvia.

— Eu estava frustrada por não conseguir descobrir nada sobre o Lich ou o motivo dele estar atormentando meus sonhos.

— O Lich estava nos seus sonhos? — Finn interrompeu parecendo finalmente estar interessado naquela conversa.

— Eu monitorei os sonhos do Docinho, mesmo sabendo que… — hesitou fechando demoradamente os olhos. — Que eu poderia desencadear uma reação negativa, mas eu, eu precisava… me desculpem. — os olhos da princesa se encheram de lágrimas, estava prestes a desmoronar a qualquer instante, havia falhado com todos mais uma vez e não sabia o que fazer.

Uou, uou, uou. — Entrou na frente da amiga para que os rapazes não a vissem chorar. — Finn! — o garoto bateu continência, mostrando que estava atento. — Pode pegar minha meia vermelha? Acho que eu deixei nos fundos perto da cesta de basquete e eu nunca saio sem ela.

— Sim senhora! Vem Jake! — os dois se retiraram, dando a Marceline e Jujuba a privacidade que precisavam.

— Ei princesa, você não tem culpa de nada, acho que você deveria parar de tentar ser responsável por tudo que acontece.

— Mas se eu não…

— Shh — a vampira a interrompeu — Todo mundo sabia que isso poderia acontecer, afinal de contas é o Lich, e só você e o Finn podem dar conta dele, claro que com a minha incrível ajuda vai tornar tudo bem mais fácil. — a princesa sorriu. — Viu? Você é a pessoa mais incrível que eu conheço, Bonnie.

Aquela última frase a pegou de surpresa, de forma que não conseguia evitar olhar para a vampira. Aquele gesto fez com que Marceline corasse na mesma hora, ficava intimidada quando Bonnibel a olhava demoradamente.

— O quê, vai ficar me olhando ago…? — Marceline foi interrompida por um beijo terno em seus lábios, sentia uma calma tomar conta de seu corpo, o que fez pensar que talvez fosse aquilo que a princesa estivesse sentindo no momento… Calma.

— Marceline! — Finn entrou na sala barulhento como sempre. Aparentemente tanto ele quanto Jake não haviam notado o gesto entre as duas garotas — Sua meia não está lá!

— Eu me enganei, aqui está — Marceline flutuava balançando o pé calçado com uma meia vermelha levemente desbotada.

— Então vamos! — Jujuba disse forte e decidida — Eu não vou deixar que o Lich ameace ninguém outra vez.

— Assim que se fala, princesa! — Finn gritou balançando sua mão robótica no ar.

— É isso aí PJ — Jake agarrou o irmão e os dois saíram juntos da casa rumo ao Lich.

— Gostei de ver, princesa. — sorriu enquanto acariciava o rosto da amiga — Agora vamos chutar aquela bunda esquelética pra fora de Ooo.

A princesa riu. Após pegar sua Mochila, Bonnibel e Marceline voaram seguindo Finn e Jake.



Enquanto sobrevoavam podiam ver a mudança drástica de cenário acontecendo. O que antes era coberto de árvores tomava uma coloração escura e esverdeada, até mesmo o cheiro era aterrorizante, se pudesse sentir o cheiro da morte com certeza era aquele. A medida que adentravam o que antes era uma floresta podiam ver a névoa se intensificando.

— Eu não consigo ver nada mesmo daqui de cima. — Marceline soava frustrada.

— Acho que deveríamos ver com os garotos se eles acharam alguma coisa. — A princesa se agarrava forte nas costas da vampira com medo de que pudesse cair.

— Vamos lá então. Ah e não precisa arrancar meus ombros, se você cair eu te pego — sorriu.

— Disso eu duvido — aquele diálogo trazia uma lembrança muito antiga qual a princesa não conseguia identificar.

— Quer tirar a prova? — tinha um tom debochado.

— Marceline temos coisas importantes pra fazer!

— Ta desculpa!

 

As duas desceram, indo ao encontro de Finn e Jake que infelizmente estavam tão perdidos quanto elas.

— E então, meninos, alguma coisa? — Jujuba tinha um ar preocupado.

— Não consigo ver nada daqui — Finn colocava a mão sobre os olhos como se quisesse enxergar melhor, mas sem sucesso.

— Nós estávamos esperando que vocês duas tivessem uma visão melhor de lá de cima. — Jake encarava Bonnie esperando por alguma informação a mais.

— Eu acho que nós deveríamos… — Jujuba foi interrompida por um som forte de pisadas que mesmo abafadas pela terra ainda eram altas. — Rapazes, o que é isso?

— Só pode ser o exército do Lich! — Finn rosnava brandindo seu mosquete.

— Tá brincando, um bando de esqueletos? A gente dá uma surra neles.

— Pode apostar, irmãzinha — Jake disse decidido, aumentando dez vezes o seu tamanho original.

— Gente, acho melhor… — Jujuba não conseguiu concluir sua fala devido aos esqueletos que apareciam por entre os troncos podres das árvores.

— Pode vir! — Finn berrava enquanto corria na direção dos esqueletos, cortando todos os que estavam no caminho.

 

Marceline e Jake juntaram-se a Finn, destruindo tantos esqueletos quanto podiam.

— Finn! Aber was für ein kohl! — frustrada Jujuba apanhou a arma materializadora que guardava em sua mochila e começou a atirar ininterruptamente.

Sem dificuldade o grupo de amigos limpava sem problemas aquela horda de esqueletos que marchava por ali, até que todos ouviram uma gargalhada familiar e abissal. Lich. A única coisa que a princesa conseguia pensar era no poder obscuro de controlar a mente das pessoas, aquele poder que o Lich possuía era capaz de acabar com toda aquela batalha sendo que ela malmente havia começado. Finn ainda possuía o pingente que inibia o controle da mente, assim como Jake, ela mesma usava a coroa que também tinha essa função, mas Marceline estava completamente desprotegida.

— Marcy! — Jujuba gritou clamando pela vampira.

— Eu tô um pouco ocupada aqui, Jubs! — Marceline destruía vários esqueletos com um soco devastador em sua forma de morcego gigante.

— É importante! — a princesa estava quase choramingando, ela não conseguia imaginar perder a pessoa que mais estimava, estava desesperada.

Marceline então cedeu, voando rapidamente na direção de sua amiga.

— Use isso — Jujuba tirava a coroa de sua cabeça colocando-a em Marceline.

— Ah… obrigada? — Marceline parecia confusa pois não fazia ideia do que aquele gesto significava. — Mas eu acho que coroas caem muito melhor em você.

— É verdade — sorriu — Mas use isso até que tenhamos acabado com o Lich, okay?

Okay.

 

Antes de poder voltar para a batalha Marceline e os outros foram surpreendidos por um bebê colossal, mas apesar de ser o corpo do Docinho que todos conheciam, possuía uma energia pesada e profana que só era característica de um único ser em Ooo… o Lich.

— Rápido, Marcy! Você tem que pegar… o… — Bonnibel não conseguia concluir sua frase, o Lich já havia entrado em sua mente, não demorou muito até que tudo se apagasse.

Jujuba abriu os olhos, sentiu alguns braços se esbarrando nela, reconheceu o cheiro doce de root beer que estava presente em todo o lugar, ela estava cercada de pessoas e música alta, olhou para a roupa que vestia, era a camisa que Marceline havia dado para ela a muito tempo atrás, ela lembrava daquele momento, parecia um sonho, mas muito real. A música que tocava era de uma das bandas prediletas de Marceline: Ghost Snap, e elas estavam assistindo ao show. A princesa olhou ao redor procurando pela amiga, mas não a encontrou.

— Marcy! — chamava enquanto tentava se ver livre da multidão. — Marcy!

Ao olhar para o lado ainda procurando por Marceline ela não percebeu que havia alguém na sua frente e acabou se esbarrando.

— Desculpa, eu estava procurando…

— Marcy? — a pessoa em quem Jujuba havia se esbarrado tinha uma voz familiar e brincalhona. — Por acaso essa não é uma vampira super sexy com a voz mais linda de toda Ooo? — o lugar era escuro, então Jujuba não havia conseguido vê-la de primeira. Lá estava Marceline, vestia uma camisa do Ghos Snap com as mangas rasgadas e uma calça jeans justa, uma bota vermelha e seu cabelo negro e pesado caía sobre os ombros quase hipnotizando a princesa. — Eu ouvi dizer que ela beija muito bem.

— Você é muito engraçada — Jujuba estava sendo irônica, mas realmente achava graça nas coisas que a vampira dizia.

— Isso também, mas sobre a última coisa que eu disse, será que é verdade? — Marceline inclinou-se para frente, como que se fosse beijá-la.

— Ei, Marcy! — Jujuba corou recuando um passo — Aqui é um lugar cheio.

— Já conversamos sobre isso, todo mundo que curte Ghost Snap não dá a mínima pra quem você beija ou deixa de beijar, princesa.

— Nesse caso… — ainda soava um pouco relutante.

— Tive uma ideia. — Marceline agarrou Bonnibel  e voou o mais alto que pôde de forma que ainda pudesse ouvir o som da música.

— Marceline, me põe no chão agora! — Jujuba abraçava tão forte a vampira que por pouco não ficava sem ar.

— Se não o quê, vai me abraçar até a morte? — brincou, mas logo a princesa a repreendeu com o olhar. — Eu literalmente não posso morrer, além do mais, se você cair eu te pego.

— Disso eu duvido.

— Que tal confiar um pouco em mim? — Marceline folgou os braços que a envolviam e abraçou Bonnie suavemente. — Essas estrelas, essa noite, essa música. Você… tudo está perfeito.

Os olhos da princesa brilharam e ela abraçou a vampira mais uma vez, não porque estava com medo, mas porque estava feliz.

—  Que bom que você tirou aquela antena da sua cabeça.

— Minha coroa? — corrigiu — Ela não combina com um concerto de rock

— Show de rock — retribuiu o gesto.

— Achei que gostasse da minha coroa.

— Eu gosto, só que não o tempo todo.

Aquilo foi como um choque direto em seu cérebro, a coroa. Ela estava tão distraída e satisfeita com toda aquela memória, que não se deu ao trabalho de perguntar como ela havia parado lá. Era o Lich, ele queria mantê-la ocupada enquanto dava conta dos outros. Ao perceber isso, Jujuba deu tudo de si para poder acordar daquele sonho, por mais que fosse difícil dar adeus para aqueles momentos tão bons.

— Marcy, eu preciso acordar. — Bonnie disse subitamente olhando para a vampira.

— Do que você tá falando? — a princesa tentou se erguer sobre o corpo de Marceline. — Ei, uou! No que você tá pensando.

— Isso é um sonho! — Bonnibel pulou, mas antes que pudesse cair de fato sentiu seu braço sendo segurado por uma mão macia.

— Eu também to adorando sair com você, mas você não tá vendo eu me jogando de lugares altos.

— Não, Marcy! Isso é literalmente um sonho, você tem que me soltar!

— Eu não posso fazer isso, Bonnie — os olhos da vampira aos poucos se enchiam de lágrimas.

Que tal confiar um pouco em mim? — a frase foi um impacto que quase deixou a rainha dos vampiros sem ar. As lágrimas que enchiam seus olhos começaram a derramar escorrendo pelo seu rosto iluminado pela lua.

Eu te amo, Bonnibel. — com isso a vampira soltou o braço da princesa que acordou antes de se chocar contra o chão.



Bonnie! — Marceline estava suja e visivelmente cansada. — finalmente você acordou!

Marcy? — soava sonolenta — Marcy! Por quanto tempo eu dormi?

— Muito tempo… — Marceline abriu espaço para que a princesa pudesse ver o estado em que os companheiros se encontravam. Jake já tinha sido nocauteado enquanto Finn lutava pra continuar de pé. — A gente precisa do seu cérebro, Bonnie.

Marceline tirou a coroa colocando-a de volta na cabeça da princesa.

— Mas, Marcy.

— Ei, o Finn me contou o que a coroa faz, fiquei impressionada por você nunca ter me falado antes… — sorriu — digamos que eu sou um perfeito sanduíche de punhos, mas acho que o Lich não ta com fome no momento. A gente precisa de você, Bonnie.

A princesa envolveu a vampira em um abraço breve, mas intenso. Apanhou rapidamente a mochila e já estava prestes a correr na direção da batalha que acontecia entre Finn e o Lich, quando ouviu um gemido vindo de trás dela.

— Marcy? — Jujuba virou-se para Marceline para ter certeza de que estava tudo bem.

— Bonnie… vai! — O Lich estava entrando na mente da vampira, que lutava com tudo o que tinha para resistir.

Jujuba começou a correr, se o Lich controlasse Marceline sabia que estaria em apuros em breve, tentava pensar em uma solução rápida, mas nada aparecia em mente, até sentir um estalo, como se todos os neurônios estivessem em sinapse ao mesmo tempo. O antídoto!

— Finn! — a princesa pegou o frasco com líquido rosa de dentro de sua mochila e mostrou-o para o garoto humano. — Pega!

Mas antes que pudesse arremessá-lo foi apanhada por duas monstruosas mãos que a levantaram no ar rapidamente, afastando-a de Finn. Sabia que era muito arriscado, mas com Marceline sob o controle do Lich não conseguiria convencê-la, tinha que tentar calcular a velocidade do vento, o peso do frasco e a força de seu braço, com sorte Finn teria o reflexo bom o suficiente para apanhar o objeto. Depois de alguns segundos, metodicamente a princesa arremessou o frasco, mas não conseguia ver o que acontecia lá. A medida que Marceline a carregava cada vez mais para cima mais a névoa ofuscava sua visão.

Finn tinha inúmeros hematomas ao longo do corpo, seu olho estava inchado e estava cansado de lutar, mas ao ver o frasco caindo do céu, reuniu as últimas forças que restavam em seu corpo para apanhar o objeto antes colidisse com o chão. O Lich gargalhava dentro do corpo de Docinho.

Eu vou chutar seu bumbum esquelético!!! — Finn bradou tão alto que quase era possível ver suas cordas vocais vibrarem.

Com um salto o garoto se posicionou sobre os ombros do Lich, segurou seu nariz com os dedos puxando-o para cima fazendo com que a boca do bebê gigante se abrisse, rapidamente o garoto jogou o frasco inteiro na direção da garganta do Lich que engoliu na mesma hora.

Home run! — o humano rasgou o que havia sobrado de sua camisa azul, jogando-a no chão.

— Jogo errado, irmão. — Jake falava com dificuldade.



Depois de alcançar uma altitude assustadora, Marceline na sua forma de morcego gigante ainda sob influência do Lich soltou os braços da princesa que vulneravelmente caiu pelos ares. O desespero parecia devorar seu cérebro, pois não conseguia pensar em nada racional sob aquelas condições. Sacudia pernas e braços, mesmo sabendo que aquilo não mudaria em nada o resultado final da queda. Sabendo que era seu fim tentou aterrar seu cérebro inundado por adrenalina com as memórias mais felizes que tivera, fossem elas com o cidadãos do Reino Doce, Finn e Jake, Lady, até mesmo Simon, mas a mais importante de todas, ela lembrava dos inúmeros momentos que por séculos foram as coisas mais prazerosas em sua longa vida. Bonnibel fechou os olhos e parou de se debater, queria focar toda sua atenção em uma das melhores lembranças que tivera, o dia em que Marceline Abadeer pediu Bonnibel Jujuba em namoro: o show do Ghost Snap, flutuando sob a lua e as estrelas, sobre a multidão e a música, antes de um dos melhores beijos de sua vida, Marceline a rainha dos vampiros pediu a garota que mais amava em toda Ooo em namoro.

Marcy — Jujuba disse quase que em um suspiro.

A princesa sentiu dois braços a envolvendo a medida que a velocidade do vento sob seu corpo diminuía.

 — Chamou? — Jujuba abriu os olhos surpresa ao ouvir a voz de Marceline e abraçou a vampira o mais forte quanto podia. — Eu disse que eu te pegava se você caísse. — Aquele tom era provocativo, mas a felicidade da princesa não permitiu que ela se importasse.

— Eu achei que…! Mas você não… ? — Bonnie não conseguia terminar nenhuma frase, pois a felicidade transbordava. E transbordava em forma de lágrimas em seus olhos.

Uou, Bonnie… — Mais uma vez sentiu o abraço apertado da princesa quase lhe tirando o ar.

— Tive medo que pudesse perder você — Jujuba ainda abraçava Marceline tão intensamente que não havia parado para ver onde se encontravam.

— Ah… Bonnie — Marceline hesitou.

A princesa olhou ao redor e percebeu que já haviam chegado ao solo em segurança e que Finn e Jake estavam assistindo a toda aquela demonstração de afeto.

— Rapazes! Isso aqui não são lágrimas de emoção. — apontou para os próprios olhos enquanto saía dos braços de Marceline. — Devido a pressão atmosférica eu acabei lacrimejando bastante e…

— Jubs, acho que Finn e Jake tem algo mais interessante pra falar do que você sobre suas lágrimas — Marcy tinha o ar debochado de sempre.

— Vocês tem? — brevemente Jujuba até havia esquecido do Lich.

— Bem, aquele suco que você me deu fez o Lich voltar a ser o Docinho, mas o Jake acha que ele tá fingindo. — o garoto dava de ombros enquanto apontava com o polegar para seu irmão mais velho.

— Eu sei que ele tá fingindo, olha pra aquela cara de bebezão, sinto que tá tramando alguma coisa — Docinho estava sentado de pernas abertas no chão enquanto brincava com dois gravetos. — Ele não me engana.

Jake fazia um gesto com os dedos apontando dos seus olhos em direção ao grande bebê no meio da floresta.

— Eu sinceramente não acho que o Lich faria isso, Jake. — Bonnibel tinha a voz calma e sem variações, pode se dizer que quase inexpressiva.

— Depois não diga que o Jakezinho aqui não avisou, princesa

Aham...Finn você está com vários dodóis, acho que deveria ir para a enfermaria do Reino Doce dar um jeito nisso, pode falar para o Dr. Sorvete que eu deixei você pegar todo o doce que quiser. — Jujuba sorria apoiando a mão sobre o ombro de um Finn descamisado.

— Obrigado princesa, mas eu estou me tornando um homem agora, posso fazer isso mais tarde. Agora eu e Jake vamos levar o Docinho de volta para o Sr. Porco e a Dona Tromba. — Finn dizia convicto tentando fazer a voz mais máscula que podia.

— Mas eu tenho dodóis e queria comer doce… — Jake dizia decepcionado enquanto seguia seu melhor amigo.

— Vamos comer doce? — a voz do docinho não mais era assustadora e abissal como antes, tinha voltado a ser a mesma voz infantil e adorável de sempre.

— Talvez, mais tarde, Docinho.

 

Depois que os três garotos se afastaram demorou um pouco até que as duas conseguissem se olhar novamente.

— Dá pra acreditar que o Finn já vai fazer dezessete anos semana que vem? — Bonnie sorria sem graça colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Desculpa eu quase ter te matado, eu fui uma vaca…

— Você não teve culpa, o Lich controlou você.

— Eu sei, mas…

— Não importa, o que importa é que tudo acabou e você está aqui. — a princesa sorria ainda sem encarar diretamente a vampira.

— Se não fosse por você eu teria virado brinquedo de Lich e você chiclete pisado. — riu, mas inesperadamente não ouviu a risada da princesa a acompanhando.

— Se não fosse por mim isso nem teria começado pra início de conversa — Jujuba ainda estava frustrada e não conseguia disfarçar isso.

— Se não fosse por você começando tudo, eu não poderia fazer isso... — Marceline carregou a princesa em seus braços beijando-a, um beijo singelo, mas que passava todo o seu sentimento.

— E se não fosse por mim nós não precisaríamos de um banho agora. — Bonnie sorria permitindo que Marceline visse suas bochechas coradas.

— Minha casa ou a sua?

— Eu preciso dizer?

 

Com um sorriso as duas garotas voaram para a casa de Marceline, onde tomaram banho. Inicialmente a princesa tomou banho sozinha, mas a vampira pediu ajuda da melhor amiga para lavar as costas, fazendo com que Jujuba tomasse um segundo banho e se tornasse então a mais limpa caso houvesse um concurso de limpeza entre as duas. Entre piadas e brincadeiras as duas acabaram deitadas na cama de casal, olhando o teto e pensando naquelas semanas, não conseguiam resumir aquelas semanas em uma mera frase, só conseguiam sentir.

— O que aprendeu com tudo isso, Bonbon? — Marcy ainda fitava o teto, imersa em seus pensamentos.

— Sinceramente? — Bonnie virou-se de lado para poder admirar a aparência da vampira que estava logo ao seu lado. — Algumas coisas não foram feitas para serem descobertas. E no que diz respeito ao resto, acho que só podemos sentir… — A princesa olhou demoradamente para os lábios de Marceline. — Agora eu tenho uma pergunta.

— Manda.

— Qual a sua resposta para a pergunta de hoje de manhã? — A pergunta fez com que a vampira subitamente se virasse para a princesa.

— Achei que estivesse claro.

— Por que não deixa mais claro ainda? — Jujuba discretamente se arrastava para mais perto de Marceline, de forma que pudesse acariciar seu rosto.

Marceline levantou da cama, gesto que fez com que Bonnie ficasse levemente preocupada, mas ao seguir a garota com os olhos, percebeu que ela só estava indo em direção ao seu baixo. Começou a dedilhar as grossas cordas do baixo, trazendo a melodia que Jujuba havia ouvido algumas vezes durante as últimas semanas.

 

We live many things
paths full of adventures
floating over our possibilities

We learn not to be afraid
We learn to walk holding hands
and what else can I say?
dear, thank you for stay.

Colored hair girl
we do not need run away
we can fly and watch the world
and if you get hurt
I'll be by your side
I promise to you tonight
colored hair girl
we will always be fine

 

No final das contas, aquela música havia sido feito para a princesa que quase não fazia questão de esconder sua felicidade, não precisava de nenhuma resposta, aquela música era mais do que suficiente, para Bonnibel não havia como fazer aquela noite ficar melhor.

— Bonnibel Jujuba, considere Marceline Abadeer sua… namorada.


A sincronia daquele beijo era algo transcendental, dava para sentir o gosto de tutti-fruti, misturado com a acidez de uma laranja ou um limão, mas ao mesmo tempo era fresco e calmo e fazia com que as duas quisessem ficar assim para sempre, e podiam: para elas era reservado o privilégio de viver assim para sempre. Naquele instante Bonnie percebia que o beijo no show do Ghost Snap, havia sido o melhor de sua vida… até então.


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Notas finais do capítulo

Até mais gente.
Obs: Meu irmão compôs a música, espero que tenham gostado



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