Forbidden escrita por Koyama Akira


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esse é o "prólogo" juro que os próximos capítulos terão um aspecto melhor em relação ao desenvolvimento do "bubbline" mas tem história também, então preciso introduzi-los a ela :3.
Enfim, espero que gostem O/



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Todo o clima era seco e estranhamente gélido. O vento soprava em todas as direções, chacoalhando desesperadamente as cortinas de algumas janelas quebradas. As casas que compunham a paisagem, parcialmente destruídas, estavam sendo devoradas por uma cratera no chão que emanava brilho esverdeado peculiar. Uma garota observava atônita de longe tudo que acontecia — todo aquele clima apocalíptico era petrificante —, mas mesmo assim ela ousou dar um passo. No entanto, ao caminhar em direção à enorme depressão para observar mais de perto, a imagem mudou subitamente.

Agora ela encarava de fora a situação, como um telespectador. Não estava próxima a cratera; agora ela estava em uma rua sem saída, vendo um velho e uma garotinha fugindo do que o povo de Ooo costuma chamar de oozers — criaturas mutantes deformadas que habitam o planeta desde a enorme Guerra dos Cogumelos. Mesmo sem conseguir ver direito o beco, sabia que os dois estavam encurralados. Ela queria poder ajudar, mas ali ela apenas estava como telespectadora, esperando pelo pior. No entanto, foi surpreendida ao perceber uma tempestade de gelo se formar, cobrindo todo o quarteirão, congelando todos os oozers presentes. A paisagem adotara um ar frio e calmo, sendo tingida apenas por  branco e cinza,se não fosse por uma enorme gosma rosa que descia por uma das paredes do beco.

Ela tentou se aproximar mais uma vez, agora para ter certeza se era quem ela estava pensando dentro daquele beco, mas aos poucos o cenário foi se escurecendo, até que chegou ao breu completo. Em meio à escuridão, um rosto foi se formando bem na frente de seus olhos. Ela percebia, à medida que os pedaços iam se juntando, que se tratava de um rosto decomposto e horrendo. Um chifre longo e o outro cortado: o Lich. Ele gargalhava cruelmente de forma que faria até o mais bravo herói tremer de medo.



Jujuba levantou repentinamente de sua cama; percebera que esse foi mais um pesadelo, o terceiro da semana. O susto foi tamanho que não havia percebido a presença de mais alguém em seu aposento. Olhou para o lado e em sua janela flutuava Marceline. A garota acabara de chegar então não tinha percebido ainda a expressão de espanto no rosto rosado da princesa.

— Caramba, Jiloba, acordada ainda?! — Ao se aproximar, Marceline percebeu o medo no olhar da princesa. — Uou... você ta bem?

A rainha vampira se aproximou sentando na beirada da cama e apoiando a mão delicadamente sobre a perna da amiga.

— Apenas um sonho ruim, vai passar. — O tom de voz da princesa era como sempre objetivo e polido, quase sem dar margem para um toque compassivo — Marcy, sem ser grosseira, mas o que você está fazendo aqui?

— Eu vim acordar você, queria saber se queria sair comigo... — ela hesitou ao sentir suas bochechas corarem — sabe, sei lá, se divertir um pouco... seria legal.

Eu adoraria, mas amanhã eu tenho afazeres reais, tenho que organizar uma papelada antiga do reino doce e ainda tenho que ensinar aos guardas bananas como resistir ao controle da mente e... — P.J. deteve-se ao perceber a expressão desapontada da amiga. Não sabia explicar o motivo, mas vê-la daquele jeito a deixava incomodada — mas, amanhã à noite eu com certeza vou estar livre, então, se quiser sair pra fazer algo...

Marceline não conseguiu conter o sorriso em seu rosto. Por dentro estava eufórica e tentou não transparecer, mas foi difícil.

— Amanhã então, boa noite Bonnibel! — Inconscientemente ela beijou o rosto de Bonnie antes de sair do quarto voando extremamente rápido.

Mesmo depois de ter saído, Jujuba ainda ficou por alguns longos segundos pensando no beijo que acabara de receber e inintencionalmente tocou o local ainda quente com a ponta dos dedos, permitiu que um sorriso ocupasse seu rosto além do calor em suas bochechas.

A noite depois da visita da rainha vampira seguiu tranquila. Jujuba voltou a dormir bem e pela manhã estava disposta, quase como se não tivesse tido pesadelo algum. Quase, pois o pensamento sobre o sonho ainda martelava em sua cabeça. Logo cedo, ela ajudou os guardas bananas a seguir uma linha reta sem se perder, além de quase resistir ao controle da mente — não foi muito bem sucedida em relação a isso —. Mais tarde, logo depois de catalogar os documentos do Reino Doce, acompanhou o Mordomo Menta até a cozinha para que pudesse escolher os melhores talheres para o jantar real. Pela tarde tentou reorganizar os quadros do castelo em uma nova ordem — ela tinha se cansado da antiga —, para isso ela chamou Finn e Jake.

— Então rapazes, a tarefa real de hoje é me ajudar a colocar esses quadros nas paredes. — A princesa vestia um short branco com um tênis rosa, sua camisa amarela tinha a estampa de um íris-córnio.

— Nossa P.J. É quadro pra baralho... — o garoto humano disse enquanto mexia curioso nos quadros empilhados.

— É P.J. Você tem quadros desde a Guerra dos Cogumelos ou o quê?! — Jake continuou.

— Não seus bobos, claro que não, o Reino Doce só veio quase duzentos anos... — A princesa Jujuba hesitou ao lembrar de seu terrível sonho: as casas destruídas, a cratera que devorava os edifícios e crescia gradativamente.

— Princesa? — Finn e Jake tentavam chamar a atenção dela. O cachorro mágico esticava seu braço elástico e o balançava bem na frente de seu rosto. Sem perceber ela havia ficado desconectada por alguns longos segundos. — Tudo bem com você?

— Sim! Está tudo perfeito, então, como eu estava dizendo, precisamos pendurar esses quadros.

— Mas você não estava dizendo isso — o garoto explicou um pouco confuso.

Shhh... — Jujuba colocou o indicador sobre os lábios.

Okay! — Finn fez o mesmo gesto com a mão — Shhh....

Então, Jujubs, existe alguma ordem para pendurarmos os quadros?

Nope... Vocês podem me surpreender — Jujuba sorriu enquanto fazia um gesto com o polegar voltado para cima.

— É, o velho Jakezinho já sabe o que fazer!

Jake esticou o corpo fazendo vários braços aparecerem, cada braço habilidosamente apanhou um quadro e os pendurou de maneira diferenciada pelas paredes do castelo em uma questão de segundos.

— Perfeito! — A princesa exclamou — Mas a maioria está de cabeça para baixo.

Opa... — Jake riu sem jeito.

— Não tem problema, eu dou um jeito nisso — Jujuba arregaçou as mangas e esboçou uma feição decidida, enquanto sacudia o punho fechado.

Finn também ajudou e em pouco menos de cinco minutos, todos os quadros estavam devidamente alinhados — e do lado certo. Jujuba admirou satisfeita cada quadro um por um, até perceber um dos quadros pintado logo no início do Reino Doce, quando ele ainda era muito pequeno. Ela não lembrava mais do quadro pois esse ficava pendurado na dispensa da cozinha, então já tinha algum tempo desde a última vez que o viu.

— Obrigada, rapazes, vocês foram muito úteis hoje. Podem ir comer bolo de sorvete, Mordomo Menta irá acompanhá-los — a garota tinha um sorriso sincero.

É, bolo de sorvete!!! — Finn e Jake seguiram até a cozinha gritando repetidas vezes.

Bonnibel suspirou depois que os dois rapazes sumiram de vista, por fora ela estava agindo completamente normal e fazendo tudo o que fazia todos os dias, mas por dentro, não conseguia parar de pensar em seu sonho. Princesa Jujuba não era o tipo de pessoa que acreditava em sonhos proféticos ou coisas do tipo, mas estava curiosa sobre esse, sobre o passado. Ela nunca pesquisou a fundo sobre sua existência e talvez essa seja uma mensagem do seu subconsciente, fazendo com que ela tente descobrir. Sabia que nascera da Mãe Goma, sabia que a gosma rosa em seu sonho era a Mãe Goma, mas o que criou a Mãe Goma?! Essa era a pergunta que fazia a si mesma, tinha quase certeza que a Guerra dos Cogumelos tinha influência nisso, mas e o Lich, o que o Lich tinha a ver?

Depois do jantar, a princesa continuava com a mente ocupada com os pensamentos sobre o pesadelo. Deitou em sua cama e afundou a cabeça nos travesseiros fofos e rosados. Eu deveria começar a pesquisar nos arquivos amanhã cedo, ela pensava encarando o teto. Seria bom ter alguém que tenha vivido a Guerra dos Cogumelos... Mas, o que o Lich tem a ver?!

Lich... — falou baixinho.

— Na verdade, Marceline, mas pode me chamar do que quiser Jubs — a vampira entrou voando mais uma vez pela janela, assustando a princesa.

Melões! — Jujuba exclamou ao perceber que havia esquecido que sairia com Marceline naquela noite.

— O que melões tem a ver?! — Marcy olhou confusa para a amiga. — Certo, não importa, o que importa é que eu tenho um presente pra você.

— Pra mim?! Por que?

— Bom, você tá sempre me ajudando e.. — A vampira hesitou ao sentir seu rosto esquentar. — Bem, eu pensei que já que você perdeu a camisa que eu te dei e... você precisava de uma nova, então eu comprei outra.

Marceline jogou a camisa para a princesa. A mais nova desdobrou para poder ver a estampa.

— É exatamente igual a outra — Jujuba estava ligeiramente surpresa.

— É, eu não sou muito criativa para escolher camisas, fora que você gostava daquela e aí... — deu de ombros enquanto flutuava para perto da cama — Sabe como é...

Inesperadamente a garota rosa agarrou a amiga pela cintura e deu um abraço apertado. Foi uma surpresa tão grande que ela, por sua vez, não soube nem como retribuir.

Uou... Ehm... Bonnie, eu...

Obrigada, Marceline... por ser minha melhor amiga. — Jujuba a interrompeu enquanto sussurrava em seu ouvido ainda abraçada com seu corpo.

— Ah, é... Melhores amiga para sempre — havia um pouco de decepção em sua voz, mas Jujuba não foi capaz de notar.

O abraço demorou alguns longos segundos, mas Marceline sentiu os braços da princesa deslizarem ao redor do seu corpo,sentindo-os mais relaxados a ponto de fazê-la acreditar que Jujuba estava inconsciente.

Eu não acredito que você...! — Estava pronta para partir para a agressão verbal, mas ao perceber a expressão tranquila de Bonnie, a vampira foi capaz de apenas encostar a garota no travesseiro e a cobrir. Afinal de contas, a amiga parecia realmente esgotada, até porque era muito raro vê-la cair no sono tão rápido daquele jeito.

Depois de passar alguns minutos admirando seu rosto, Marceline se retirou do castelo, voando pela janela adentrando a noite escura.

Acho que não vamos sair, não é Bonnibel? — disse a si mesma.


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Notas finais do capítulo

Então gente, como eu ainda não escrevi os próximos capitulos, sintam-se a vontade para opinar sobre qualquer coisa >>> QUALQUER. Obrigado por chegar até aqui :3