Clarke Port, Suíça —
— Capitulo Cinco — Tipo Sanguíneo

  Não foi difícil escapar da aula de geometria que eu teria no próximo horário. Felix disse que já estava tão acostumado a “sumir” das aulas que ninguém notaria. Ele me guiou até seu carro, no meio a muitos, no estacionamento da escola. Dali, partirmos para a casa de Heidi.  Ela morava em um condomínio, cercado por casas brancas e arvores. Era um lugar bonito, mas eu não conseguia imaginar Heidi morando ali. Pareciam casas de um filme de princesas e, Heidi fazia mais o estilo guerreira. 

— É aqui — Felix manobrou o carro para a entrada de uma das casas. As enormes plantas e flores davam a casa um lugar cheiroso.

  Saímos-nos do carro, entregando o mesmo a um dos motoristas particulares do condomínio. À frente a casa de Heidi, dois homens vestidos de terno preto estava em casa lado da casa. Um deles parecia um robô, talvez nem respirasse de tão ereto que estava. O outro parecia mais relaxado. Eles já conheciam Felix e nos deixaram entrar.

  O hall de entrada era repleto de plantas e flores, tal como a sala principal e o corredor que levava ao quarto de Heidi.  Encontramos-nos com o pai de Heidi, Marcus, e o mesmo nos deu um bom dia super simpático. Felix disse que ele era assim mesmo, alegre com qualquer um, ao contrario de Didyme, sua esposa.

   O corredor que levava ao quarto de Heidi era claro e cheiroso, no fim do corredor uma única porta branca era vista, supus que aquele fosse o quarto de Heidi, e também supus que Alec estivesse ali, pois os gritos dele eram visíveis.

 — Acho que chegamos para acabar com a bagunça — falei, abrindo a porta do quarto sem me importar em bater. Nos já tínhamos essa intimidade, certo?

   A cena que encontrei não foi a que eu esperava. Heidi estava sentada no chão, a beira da cama, chorando, enquanto Alec parecia exaltado. Eu não os conhecia ha muito tempo, mas eu me senti mal por Heidi. Sem pensar, corri até Heidi, colocando-a em meus braços, deixando que ela chorasse. Alec bufou, então saiu do quarto, batendo porta.

— O que ouve? — perguntei a ela, afagando seus cabelos. Ela soluçava, seus olhos pareciam tristes e sem cor. Algo muito sério tinha acontecido, eu só não sabia o que. Heidi levantou a cabeça, ainda soluçando, mas agora discretamente.

— Alec... Ele... — ela tomava uma lufada de ar a cada palavra. Secou as lagrimas com a manga da blusa, tomando fôlego — nos discutimos.

— Isso é perceptível — ironizei — Heidi, por que vocês discutiram?

— Por que... — ela olhou sugestivamente para Felix, que entendeu o recado, saindo do quarto — por que eu acho que estou grávida.

   Acho que tinha levado uma tapa na cara. Pisquei algumas vezes, antes que começar a pensar no que falar. Eu nunca tinha passado por isso antes, mas eu sabia que não seria fácil. Bella vivia dizendo que criar filho não é fácil. Eu acreditava nela, era a única coisa.

— Heidi, você tem que fazer os exames. — disse, levantando-a junto comigo, olhando em seus olhos azuis — Venha, eu posso levá-la ao hospital.

— Não — ela praticamente gritou, afastando-se de mim. — Não, eu não vou...

— Heidi...

— Não, Renesmee! — ela entrou no banheiro, saindo logo em seguida com o rosto lavado — acho melhor você ir para casa.

Ela nem olhava para mim.

  Sem dizer nada, sai do quarto dela, então da casa, deixando Felix para trás. Fui caminhando sozinha para casa, pensando no que tinha acabado de acontecer. Eu não entendi o motivo de Heidi ter agido daquela forma, não há nada de errado nisso, ou há?

   Caminhei por uns dez minutos, até ter certeza de que estava perdida. Claro, eu não conhecia a cidade tão bem assim, o que eu tinha na cabeça? Suspirei, pegando meu celular, já disposta a ligar para Charlie, quando ouvi um choro.

  Girei a cabeça, procurando a origem do choro, localizando-o perto da ponte, logo a diante, com a cabeça baixa. Caminhei até Alec, surpreendendo-o.

— O que faz aqui? — perguntou — não deveria estar consolando Heidi, já que sou um péssimo namorado?

— Ela me chutou— falei, encostando-me no parapeito — pode me dizer o que aconteceu, sua namorada não quis me contar.

— Ex-namorada.

Olhei para ele, incrédula. Ele tinha largado Heidi grávida? Quer dizer, com suspeita, já que ela se recusou a ir comigo ao hospital fazer o exame.

— Você terminou com ela? — praticamente gritei com ele — Alec? Você tem noção do que fez? Ela está grávida!

— Eu sei que ela está grávida, Renesmee. Este é o problema.

Comecei a socá-lo. Heidi podia não ser a melhor amiga do mundo – na verdade, eu nem sabia se éramos amigas – mas ela estava grávida, ele não deveria largá-la. Talvez eu tenha levado isso para o pessoal. Minha mãe sempre disse que meu pai tinha nos abandonado quando soube que Bella estava grávida. E, eu cresci sem um pai, com Jacob como exemplo, eu sabia o qual ruim era. Eu não queria aquilo para o filho de Heidi. Alec é tão responsável disso quando Heidi.

— Você é maluco? — bati nele de novo, que começou a chorar — Alec?

  Os soluços dele era de puro desespero. O que estava acontecendo? Ele me abraçou quase me derrabando no chão. Sentei no chão com ele, esperando que ele se acalmasse, para que me contasse o que estava acontecendo.

  Afaguei seus cabelos, tentando não surtar com o cheiro de menta que vinha dele. Suspirei, quando ele se afastou.

— Eu amo a Heidi — ele disse, eu o olhei, atentamente, querendo não perder nenhuma parte — ela foi a minha primeira, e única, garota. Eu não sabia o que era o amor quando começamos a namorar. Eu tinha 13 anos, ela 14. Sim, Heidi é mais velha — acrescentou quando franzi meu cenho —, mas isso não impediu a gente.

Ele pegou na minha mão, olhando-a com um sorriso no rosto, como se estivesse vivendo algo em sua mente. Um momento bom para ele.

— Então porque terminou com Heidi? — Ele desviou o olhar da minha mão, olhando para as estrelas quando perguntei. E, sua resposta me paralizou:

— Eu não tenho certeza de que aquele filho é meu.